quinta-feira, 31 de maio de 2007

UM ABOIO

BRASIL: UMA QUESTÃO DE JUSTIÇA.

O Brasil é, realmente, um país engraçado, não diria que aqui seria uma República de Banana (seria mais correto chama de República dos Bananas, mas isso não vem ao caso agora). Nos últimos anos, o país tem passando por sucessivos escândalos de corrupção. Alguns defendem que o Governo Lula propiciou esse momento, outros dizem que a Polícia Federal - depois de anos de letargia - decidiu trabalhar. Eu prefiro dizer algo diferente. Convenhamos que os mecanismos de governabilidade e Contabilidade Pública mudaram consideravelmente nesses últimos anos, a lei de Responsabilidade Fiscal (apesar de ninguém respeitar) é um avanço nesse âmbito. Além do mais, a informatização e a publicidade mais acessível a todos de contas e planilhas sobre as movimentações financeiras do erário público, possibilitou ainda que muito pouco a identificação de focos de corrupção espalhados por todo o território nacional. Já não vivemos aqueles tempos em que o povo não tinha sequer noção das atribuições legais de um prefeito. Hoje a informação corre na velocidade da fibra ótica, os corruptos é que não se deram conta disso. Contudo, se por um lado evoluímos gradativamente na transparência pública, por outra nossa Justiça (uma tartaruga caduca) com suas múmias cheirando ainda ao 2º Reinado teima em parar no tempo. É tão assim, que o Código Civil Brasileiro demorou quase uma eternidade para ser reformulado, só esse exemplo demonstra a incapacidade de nosso poder Judiciário de evoluir. No Brasil, os problemas de insegurança são inquestionavelmente de origem social, todavia a morosidade, a prepotência, a ineficiência, a inoperância e a incompetência de nosso Poder Judiciário contribuem bastante para aumentar ainda mais o índice de insegurança. A Reforma no e do Judiciário é preciso, se o Judiciário não cuida disso por comodismo, creio que um agente externo (Governo) tenha que assumir esse papel. Afinal o grande problema do Brasil é uma questão de Justiça!

HOMENAGEM AO POETA RAIMUNDO HERCULANO

O ÚLTIMO CÂNTICO DA TRIBO (SONETO AO ÍNDIO MORENO)


Ó maio lívido que escapa das minhas mãos
Velastes o último cântico do Índio
Que agora parte para a tribo de Tupã
Deixando-me refém de uma saudade.

Ó maio covarde, não deixaste meu adeus!
Ao Índio Moreno de versos tão alvos
Ao velho Herculano tão novo nos olhos
Ao poeta esquecido em sua tribo.

Ó maio sombrio, acendas uma luz
Sobre a cidade minúscula e dormente
A terra que o Índio sempre cantou

Ó maio assassino, registras o que digo
E entrega ao majestoso vento-leste
As lembranças poéticas desse Índio.

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Último Adeus ao Poeta "Índio Moreno"

O Dia de Minha Morte
Raimundo Herculano de Moura

Blão... Blão... Blão...
A finados plange o sino
A triste voz do bronze secular
Reclama minha vida
Que fera morte acaba de roubar

Ao negro som deste hino de amargura
que enche a cidade de mortal pesar
meus saudosos amigos... devagar
levam meu corpo para sepultura

Eis-me agora na escura soledade
com minha carne o verme alimentando
um esquecido, enfim, da humanidade

Porém minha alma, para o céu voando
Vê minha noiva, branca de saudade,
na minha campa, triste, soluçando.

(Poema transcrito no site: http://www.luacheia.art.br/)

Morreu na madrugada do dia 30.05.2007 um dos maiores poetas do nosso Aracati. Raimundo Herculano de Moura, o "índio moreno", desgarrou-se de nosso convívio terreno ainda no alvorecer do dia, sem um último adeus de seus próximos. Autor da obra: Coisas velhas saídas da beira do túmulo. O índio Moreno deixou-nos muito mais que uma miscelânea de poesias, ele fechou um ciclo poético, um traço lírico que jamais vai se repetir em nosso mundo. Nosso Aracati amanheceu na orfandade e conseqüentemente menos poético!

P.S.: Recebi a notícia de Silvanise Ponciano, grande agitadora cultural e brilhante atriz. Amanhã, farei um poema em homenagem ao grande Poeta.

DIÁLOGOS CORDELESCOS

GALOPE DO MEU (UNI) VERSO MALDITO (MAU DITO) – PRIMEIRA PARTE


O verso maldito da minha canção
É faca amolada na pedra esmeril
É o som de papoco de um velho fuzil
A força invisível do sol no sertão
Um prato de caldo daquele feijão
A marcha bonita de um povo a rezar
É chuva bendita que custa a chegar
Promessa que é feita em qualquer santuário
Meu verso maldito parece um corsário
Cantando galope na beira do mar.

Os olhos pequenos da moça bonita
A lua que ilumina de prata esse chão
O gosto do leite, do queijo e baião
As formas floridas de um pano de chita
Prazer que se tem co’uma boa visita
O cheiro comum do café a torrar
O vento tão bom que nos faz refrescar
A rede no alpendre no eterno balanço
Meu verso maldito é cantiga que eu danço
Cantando galope na beira do mar.

UM ABOIO

Navalha no Senado - I

A bomba que havia estourado em Brasília sobre o suposto envolvimento do Senador Renan Calheiros por favorecimento ilícito e amizades com lobistas, inclusive com Zuleido o principal acusado da operação Navalha, começou a mostrar o seu poder de destruição. Os estilhaços da bomba atingiram em cheio Renan. A PF acredita ter captado através de grampo telefônico uma possível ligação do Senador com a máfia da manipulação de obras públicas. Como diz no popular: o caldo engrossou! Renan vai ter explicar melhor tudo isso, em seu último discurso sobre o caso ele tentou isentar-se das acusações, contudo suas palavras não foram convincentes. Renan já confessou que não tem como detalhar seus gastos exorbitantes. No contabilês, quem apresenta uma relação de bens e despesas incompatíveis com os seus rendimentos, ainda mais quando as somas bens e despesas estão acima da renda auferida, pode se dar muito mal com Fisco e se for dinheiro ílicito a coisa piora. Como eu disse anteriormente essa novela ainda tem muitos capítulos para desenrolar!


CONTRADIÇÕES!?

A Ministra Eliana Calmon do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou o afastamento de três delegados da Polícia Federal só por quebra de sigilo de investigação e vazamento de informações (pasmem!), por outro lado o Ministro do STF Gilmar Mendes concedeu os polêmicos habeas-corpus aos últimos envolvidos da operação Navalha que estavam detidos, inclusive o mentor-intelectual Zuleido Veras. No final das contas, não há mais detidos, saldo de prisões da Operação Navalha: zero! Agora, pergunta-se quando Autoridades Públicas estão envolvidos em crimes de corrupção (coisas muito mais grave que vazamento de informações) nem o STJ e nem muito menos STF determinam qualquer afastamento ou pelo menos sugere. Creio que nisso há um corporativo covarde! Agora estão perseguido a Polícia Federal tentando diminuir suas ações e buscando acima de tudo perpetuar a impunidade nesse país.

terça-feira, 29 de maio de 2007

Um dedo de prosa dentro da poesia!

TRECHO DO HINO (DES) NACIONAL

Letra: Zezé dos Anzóis
Música: Zé Povinho

Nos vimos na T.V. imagens ácidas
De roubos vergonhosos e maltrantes
E a PF como um raio fúlgido!
Prendeu mais político nesse instante.

Se o amor da malandragem
É roubar toda nossa caixa-forte
E no Brasil, a impunidade
Condena o nosso peito a própria morte!

Ó pátria amada
Ultrajada
Salvem! Salvem!

Brasil, um sono intenso e tão lívido
De propina e suborno se decresce
E o povo tão honesto e límpido
Testemunha a esperança que falece

Assaltantes pela própria natureza
Aninha-se no Planalto tão garboso
Aumentando muito mais nossa pobreza!

Terra Ultrajada
Entre outras mil
És tu, Brasil,
Pátria Lesada!
Pelas mãos sujas de uma corja vil
Pátria enganada,
Brasil!

UM DEDO DE PROSA DENTRO DA POESIA

“TODOS PEGANDO UM TERÇO”

Letra: Zezé dos Anzóis
Música: Zé Povinho

É Brasil, meu Brasil de Iaiá!
Acorda do berço esplêndido
E não deixa essa “gente” roubar(Bis)

Hoje vai ter samba
Na laje de Brasília
É merda cheia na tampa
Deputados em Romaria
Todos pegando um terço
Será que eu mereço
Ver tanta ilusão?
Por isso eu canto no grito
E digo aflito:
“Eita! Povo ladrão!”.

É Brasil, meu Brasil de Iaiá!
Acorda do berço esplêndido
E não deixa essa “gente” roubar(Bis)

Hoje vai ter samba
Na laje de Brasília
É merda cheia na tampa
Juízes em Romaria
Todos pegando um terço
Será que eu mereço
Ver tanta ilusão?
Por isso eu canto no grito
E digo aflito:
“Eita! Povo ladrão!”.

É Brasil, meu Brasil de Iaiá!
Acorda do berço esplêndido
E não deixa essa “gente” roubar(Bis)

Hoje vai ter samba
Na laje de Brasília
É merda cheia na tampa
Lobistas em Romaria
Todos pegando um terço
Será que eu mereço
Ver tanta ilusão?
Por isso eu canto no grito
E digo aflito:
“Eita! Povo ladrão!”.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

DIÁLOGOS CORDELESCOS

O Debate de um Juiz Ladrão com um Criminoso Honrado!


JUIZ LADRÃO

Segura que “o corpo é teu”
Se tu tens como pagar
Se não tens vai se lascar
Eu sou pior que fariseu
E quem decide aqui sou eu
Tu estás na minha mão
Mas mudo de decisão
Se me deres o dinheiro
Eu te livro bem ligeiro
Da casa de Detenção.

Eu mando no tribunal
Faço tudo que eu quiser
Seja homem ou mulher
Seja o que for ilegal
Uso do meu cabedal
E de minha atribuição
Invento uma embromação
E ta tudo resolvido
Mas depois de absolvido
Me pague meu mensalão!


CRIMINOSO HONRADO

Pois deixe desenrolar
O bendito julgamento
Não sigo seu pensamento
Eu não vou lhe subornar
O que fiz, eu vou pagar
Se for essa a decisão
Mil vezes uma prisão
Do que ficar ao teu lado
Sou pobre, mas sou honrado
Deus me livre! Ser ladrão!

UM ABOIO

Acerca do habeas-corpus concedido pelo STF ultimamente

Sei que não tenho conhecimento jurídico suficiente para dissertar sobre o assunto. Contudo, tenho a indignação e o inconformismo de um cidadão brasileiro cansando de ser lesado! Tudo bem que o habeas-corpus (o corpo é teu!) é um instrumento legal que garante a liberdade a todo o cidadão (por mais que isso não aconteça na realidade) que sofre ou está na iminência de sofrer um constrangimento ilegal. Esse dispositivo jurídico, atualmente, vem sendo motivo de muitas controvérsias. Talvez por uma incompreensão de seu conceito, aplicabilidade e uma tremenda falta de conscientização por parte da Justiça. A população de um modo geral tem olhado essa avalanche de habeas-corpus concedido pelo STF a políticos, lobistas e autoridades públicas – que respondem crimes ligados principalmente à corrupção - como algo que legitima a impunidade no país. Como eu disse anteriormente tenho um conhecimento minúsculo sobre assunto, mas às vezes chego a pensar na mesma coisa. Busco entender o aparato legal para certos tipos de habeas-corpus e não consigo decifrar o argumento essencial dessas decisões. As autoridades do Poder Judiciário, em seus castelos de marfim, parecem não ouvir os anseios do povo, que suplicam pelo menos esclarecimentos de suas respectivas ações! Nesse caso, metaforicamente, a Justiça Brasileira encarna uma espécie de Esfinge à moda Tupiniquim: “Decifra-me ou eu te devoro” (no caso sobre a clarividência de suas leis e ações legais); “Compra-me ou eu te devoro” (no caso da corrupção inaceitável e compra de decisões judiciais); “Endeusa-me ou eu te devoro” (no caso da arrogância e prepotência de alguns juristas). E essa antropofagia obtusa vai devagarzinho devorando a credibilidade do Poder Judiciário perante a nação.

sábado, 26 de maio de 2007

:::AFORISMOS FORA DE LINHA:::

Vomitando Millôr (a audácia em imitar o mestre):

“Pra resolver o problema da corrupção em Brasília, dentro do plano-piloto (sem piloto), é preciso saber aonde está a caixa-preta”.

“Policia Federal com “excesso” e o Congresso em retrocesso”.

“Há deputados que não têm as mãos sujas, pois vivem molhando a mão”.

“Quem não tem gilete se vira com “Navalha””. (essa aqui mais parece um clichê!).

“Quem tem medo de navalha. Põe a barba de molho”.

A “Navalha” no Senado!

A última bomba que estourou por essas bandas (ou melhor, na ilha da maravilha de Brasília), tem sido o suposto envolvimento do Presidente do Senado: Renan Calheiros (Vôte!). As influências e amizades do Senador Alagoano com os lobistas: Zuleido Veras (Construtora Gautama) e Cláudio Gontijo (Construtora Mendes Junior) transformaram Renan em um suposto favorecido do esquema. As evidências dessa denúncia estão estampadas na míope Revista Veja (veja o que?). Renan Calheiros (Vôte!) já tratou de desmentir tais denúncias através de uma nota de esclarecimento. Agora é sentar e esperar o fim de uma novela que nunca se finda, ninguém assume a autoria e o final tem tudo pra ser infeliz!

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Um dedo de prosa dentro da poesia!

Seguida vem um poema (feito no improviso do tempo) sobre a situação atual. Queiram desculpa os possíveis erros de métrica, rima, ritmo e português... mas foi feito de repente, sem tempo de revisão. Ei-lo:

Mote: Quem tem medo da “Navalha”
Da Polícia Federal?

Não é conversa de barbeiro
Nem papo de botequim
Não foi inventada por mim
Nem é coisa do estrangeiro
É mais um causo verdadeiro
Desse Brasil imoral
Que mais parece um curral
Com o povo de cangalha
Quem tem medo da “Navalha”
Da Polícia Federal?

É mais uma operação
Dessa polícia honrosa
Pra deter a perigosa
A sombra da corrupção
Que assola nossa nação
Como doença terminal
Nos fazendo muito mal
Nos deixando na migalha
Quem tem medo da “Navalha”
Da Polícia Federal?

Tem gente que tá cabreiro
Vendo todo esse processo
E tão chamando de “excesso”
“A limpeza do terreiro”
Porém o Brasil inteiro
Acha bom e tá legal
Tudo dentro do normal
Para ladrão que é canalha
Quem tem medo da “Navalha”
Da Polícia Federal?

Já dizia o velho ditado
“Pois quem não deve, não teme”
“A dor só dar em quem geme”
“A culpa é só do culpado”
E quem tá incomodado
Fique de alerta geral
Escondendo o que é ilegal
Sem cometer uma falha
Quem tem medo da “Navalha”
Da Polícia Federal?

Governo quer cortar "excessos" da PF

Quinta-feira, 24 de maio de 2007, houve no Palácio do Planalto uma reunião com Presidente Luis “Amnésico” Lula da Silva e sua base aliada (e alinhada!), pauta da reunião: Excesso da Polícia Federal. Os governistas protagonizaram um show de queixas acerca das ostensivas operações da PF. O ministro Tarso Genro (não é meu parente!) deu a mão à palmatória, reconhecendo tais “excessos”. Lula – sem qualquer crise de amnésia – admitiu também, incumbindo o próprio Tarso Genro (também não é parente de Lula) de cortar os “excessos” e punir os envolvidos.

Palavras do Aboiador: “É muito engraçado, temas como: segurança pública, má distribuição de renda, transporte coletivo e a fome. Por que não se tornam pautas dessas reuniões? Discutir os “abusos” da PF torna-se um tema irrelevante na atual conjuntura nacional. Luis “Amnésico” Lula da Silva devia mostrar mesmo empenho para eliminar os “abusos” de policiais nas vias públicas e favelas contra cidadãos de bem.