sexta-feira, 29 de junho de 2007

UM ABOIO

Vimos no dia 23/06/2007, na pauta de todos os noticiários televisivos mais um recorte trágico de nossa violência. Na madrugada de sábado do dia 23, Jovens de classe alta numa atitude de selvageria espancaram e assaltaram uma empregada doméstica, os requintes de crueldade e o perfil dos jovens indignaram a opinião pública. E leva-nos a repensar os conceitos que temos de violência. Percebe-se que a pobreza não pode ser considerada como o estopim da violência e nem as periferias o reduto de marginais. Creio que há mais bandidos alojados em condomínios do que todas as favelas reunidas do mundo. Enquanto se pensa em encurralar traficante em morro, nas zonas nobres os bandidos esbanjam luxo e zombam da nossa frágil Segurança Pública. Os crimes na sua maioria são patrocinados por grandes magnatas que lavam a dinheiro com firmas fantasmas (isso é mais velho que o finado Al Capone). Um traficante pé-de-chinelo não tem cacife para bancar as viagens áreas das drogas que, magistralmente, furam o bloqueio de nossas fronteiras.
A violência além de ser uma chaga social, configura-se como um grande prejuízo econômico. Recentes pesquisas apontam que a violência consome cerca de 5% do PIB do país, dinheiro que podia prevenir outras sérias de moléstias sociais.
Enquanto que nas ruas há uma guerra civil, os homens do Planalto insensíveis ao momento parecem abominar os suplícios da população. Vivemos tempos de barbárie, mas uma barbárie que não se limita à violência pura e simples. Vivemos a pior das barbáries: a barbárie política que vira as costas para o país e prioriza o interesse próprio e os negócios escusos. Quem diz que a miséria, a favelização, a fome e outras tantas moléstias sociais provocam a violência, eu diria mais: a corrupção e impunidade sacramentam e incentivam a violência no meio social.
Antes de se promover uma faxina sanguinária nas favelas, nos guetos e grotões, era necessário simultaneamente uma faxina nos porões de Brasília, nas zonas de luxo e nas mansões impenetráveis.

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Excelentíssimo Senhor Deputado Federal




Ungido pelo espírito democrático. Venho por meio desta externar mui respeitosamente a minha indignação acerca das séries de escândalos de corrupção e pedir – na qualidade de cidadão que vive num Estado democrático e interessado nas transformações políticas que busquem o Bem-estar e o desenvolvimento do país – que Vossa Excelência possa qualificar a Corrupção passiva e ativa como crime hediondo e para isso justifico com os seguintes pressupostos: a maioria dos envolvidos em corrupção são criminosos de outras ramificações criminosas como tráfico, jogatina, pistolagem e seqüestro, são pessoas que utilizam a corrupção para patrocinar ações marginais; a corrupção patrocina o crime propriamente por envolver pessoas execráveis e facínoras; a corrupção devora uma boa fatia do PIB brasileiro causando conseqüentemente a ausência de investimento nas necessidades básicas do cidadão. Um seqüestro não tem o impacto estrondoso em diversos âmbitos sociais como tem um crime de corrupção. E porque não tornar a corrupção crime hediondo? Espero que tenha aqui exposto pressupostos convincentes e que Vossa Excelência tenha entendido com clareza meu suplício. No mais, quero felicitá-lo com votos de apreço e estima, que Vossa Excelência possa representar com lisura e competência os anseios de nossa gente.

DIVINA COMÉDIA URBANA

CABOCLO URBANO

Eu, saído das entranhas do sertão,
Tornei-me filho adotivo da cidade
E cada dia aumenta essa vontade...
...desumana
...insana
...mundana
...completamente urbana

Ah que vontade urbana de devorar uma alameda!
Ah que vontade urbana de velejar num mar de asfalto!
Ah que vontade urbana de pular do ponto mais alto!
Ah que vontade urbana de conhecer uma outra Fortaleza!
Ah que vontade urbana de cair numa sarjeta!

terça-feira, 26 de junho de 2007

LETRAS QUE PODEM SER MUSICADAS

É sal e sol mais solidão
Minha vida em suas mãos
Já não sei o que viver
Minha vida sem sentido
Sou um barco assim perdido
Quando estou sem você.

Ah! Amar o amor
Com todo o ardor
Que se pode amar
...Ancorar no teu arpoador
E no teu amor
Poder mergulhar.

Fico louco e atordoado
Mas pareço um condenado
A viver sem teu amor
Ó Destino traiçoeiro
Eis que sou um marinheiro
Velejando nessa dor.

Ah! Amar o amor
Com todo o ardor
Que se pode amar
...Ancorar no teu arpoador
E no teu amor
Poder mergulhar.

E tão triste e deprimente
Vou seguindo reticente
O que o porvir me aprontou
Mas se você me permitir
Eu de novo vou florir
No jardim que me plantou.

Ah! Amar o amor
Com todo o ardor
Que se pode amar
...Ancorar no teu arpoador
E no teu amor
Poder mergulhar.

O BAÚ DO ABOIADOR

ANDRILHO SANGÜINÁRIO!
Andejo por um chão que só germina sangue. A dor tem sido o hino que mais escuto nessa jornada. Tenho pisado em pedaços de corpos, vísceras e ossos... O cheiro de carne podre aromatiza minhas paisagens. Até quando tenho que aturar essa carnificina? Até quando vão triturar os sonhos na máquina mortífera da ambição? Seja aqui, no Haiti, África ou Palestina! A paz tem sido uma metáfora fajuta presa aos discursos inúteis.

Andejo com os pés feridos, corpo ligeiramente curvado como se carregasse sob os ombros todos os pecados, mas o fado mais denso de todos tem sido o meu comodismo.

Andejo sob pontas de prego faquir. Apático. Estúpido. Perdi a medida da maldade. Perdi o senso do ridículo.

Andejo sob lâminas de sabre. Vivo o inverso das coisas, o reflexo provido do espelho sorumbático da humanidade.

Já não suporto essa jornada... tanto sangue a lavar minha alma!

segunda-feira, 25 de junho de 2007

AFORISMO FORA DE LINHA

“Somos cabeça, tronco, membros e sonhos”

“Antes da ciência é preciso o sonho. Para o processo de criação, o sonho é como um espermatozóide que encontra o óvulo.”

“Um homem nunca se banhará no mesmo rio. E se for o Tietê, ele só se banhará uma vez.”

“O salário do pecado é a morte. – E é melhor pagar de uma vez do que em suaves e longas prestações”.

Um dedo de prosa dentro da poesia!

IMPROVISO HENDONISTA


Há uma névoa nas palavras das pessoas
Uma entrelinha turva de obscenidade
Mesmo quando se dirigem a coisas sagradas
Sinto o sexo e o prazer nas intenções mais puras
Nas frases mais broxantes
Tudo é afrodisíaco
Até o cheiro de carne podre!
Até o vazio das frases
Até os corações errantes
Que tropeçam pelas ruas
Tudo nos leva ao lúbrico
Ainda que o lúbrico não seja sentido.

sexta-feira, 22 de junho de 2007

DIVINA COMÉDIA URBANA

MARIPOSA URBANA

Os tentáculos negros da cidade ataram-me ao seu corpo
Sinto os seus lábios, o seu cheiro de combustível fóssil
Sinto suas pernas nas minhas, os seus mamilo nos meus
A sua genitália molha-me com sua vontade fugaz
Com seus falsos prazeres deverás atraentes.

A cidade ofusca-me com suas luzes de néon
Que me parecem estrelas elétricas
Borrando os meus olhos com suas cores

A cidade engana-me
Seduz
Ama-me
E eu como uma mariposa, sigo sua luz.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

O BAÚ DO ABOIADOR

LIBÉLULA AZUL DROGADA!



Eu vi uma libélula azul! Será que era azul!? Se não era, passa a ser. Então: eu vi uma libélula azul! Um eco de longe responde: que pousou numa flor em Seul! Repito: eu vi uma libélula azul! Outro eco retruca: voando sobre céu de Istambul! Eu grito: EU VI UMA LIBÉLULA AZUL! O eco ressurge: que vem vindo do sul! E antes que eu de novo gritasse, despertei quase afogado sobre o meu vômito. Não era libélula, não era azul, era efeito de uma droga e eu quase tomava no c...!

“Não use drogas”... “A melhor nóia que existe é o da arte!”

DIVINA COMÉDIA URBANA

IRONIAS URBANAS

Casa, apartamento, condomínio; minha prisão
Enjaulo-me para provar uma nova liberdade.

Ferrolhos, chaves, cadeados; gaiola de proteção
E entre grades eu aprecio uma outra cidade.

Vizinhos esquecidos; sem qualquer relação
Vivo a nova essência dessa sociedade.

Rádio, vídeo, geladeira, televisão
Divirto-me com essa diversidade

Ponto, parada, ônibus; minha condução
O que será comodidade?

quarta-feira, 20 de junho de 2007

UM ABOIO

171 NO PLANALTO

A realização CPI Mista da Operação Navalha (Ação desencadeada pela PF que investigou a máfia das obras públicas) corre o sério risco de não acontecer mais. Alguns Deputados acabaram por retirar suas assinaturas para instauração, inviabilizando assim sua realização. Segundo regimento precisaria de 171 assinaturas dos parlamentares (senadores e deputados) para requerimento da CPI. Número que parece não vão atingir em tempo hábil.

Só pra relaxar: esse negócio de 1 7 1 assinaturas para o requerimento parece-me conta de mentiroso, ou melhor, de estelionatário!

EDITE MOREIRA: MEU ADEUS DESAFINADO!

“Tardiamente, soube da trágica notícia do falecimento da Ilustríssima Dona Edite Moreira Barreto no dia 18 de Abril de 2007, queria desculpar-me com a grande maestrina que deve está a essas horas tocando “Mozart” para Deus. Contudo, numa atitude de reparação e muito mais uma homenagem a maior Musicista do Vale do Jaguaribe, escrevi de improviso uma pequena crônica.” Ei-la:
RETALHO DE MEMÓRIA DE UM POBRE OUVINTE


Ontem vasculhando o baú de minhas memórias, deparei-me com alguns sobejos de lembrança de meu torrão que sorrateiramente não foram devorados pelo esquecimento. Lembrei-me das noites cálidas, cujo silêncio era extirpado pelas ondas sonoras de um piano. O dedilhar suave e rápido de uma até então desconhecida, que eu ouvia atenciosamente sentado na calçada da Igreja-matriz. Ah que saudade! Eu era rude e não tinha noção do que era música clássica, valsa, bolero, polca, samba e muitos outros ritmos que passavam desapercebidos pelos meus ouvidos. Mas uma coisa, eu não perdia de vista, era que todas aquelas sonoridades possuíam uma qualidade melódica inquestionável, um som que era um bálsamo para qualquer ouvido. A pessoa por detrás daquelas músicas – eu dizia em pensamento - tinha um talento admirável. Com o passar do tempo, o próprio tempo encarregar-se-ia de me evidenciar quem era a pessoa. E disse-me o tempo ao pé do ouvido com nome e sobrenome: Edite Moreira Barreto. O qual tornou-se impagável na minha cabeça. Haveria de reencontrá-la no glorioso hino da Escola de Ensino Fundamental e Médio Manoel Sátiro, uma das suas composições: “Para nós és um divino crisol/ Cantaremos triunfante hosana pela Pátria na Terra do Sol”, aonde prestei meus estudo iniciais.

Edite sempre foi uma mulher garbosa, sempre elegante e com uma postura de dama. A sua presença propriamente dita já era digna de respeito e admiração. Uma pessoa da qual eu não tinha nenhuma proximidade, mas cultivava uma admiração a distancia e me resignava diante de sua capacidade musical. Depois de um tempo, as músicas durante a noite foram acabando. Ninguém mais ouvia o solfejo doce de seu piano. Dona Edite estava doente e impossibilitada de tocar, conseqüentemente, a cidade também desfaleceu junto a ela e suas noites tornaram chatas e desafinadas. E a Ilustríssima Edite assim como surgiu na minha vida, ela sumiu sem dar qualquer satisfação. No dia 18 de Abril de 2007, a nossa musicista é chamada por Deus para compor a sua sinfonia celestial e para ensinar os querubins às teorias musicais. E nesse momento, mesmo tardiamente, quero expressar toda a minha admiração a um dos maiores vultos da musicalidade Cearense, Brasileira e do Mundo. Uma conterrânea que carrego aqui dentro do peito e no meu baú de memórias.

terça-feira, 19 de junho de 2007

UM ABOIO

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O Senador “Renã”(gua!) Canalheiros anda equilibrando-se no fio tênue do escândalo. A sua tese de defesa foi derrubando antes do segundo tempo de todo esse episódio sombrio, que anda tirando o sono do Presidente Luis Amnésico. Em Brasília sopra os vento da queda, o que antes era uma minúscula possibilidade, vem se tornando dia após dia em uma cruel certeza. Deus salve a imprensa! Se a imprensa não tivesse alertando sobre os valores fantasmagóricos das transações financeiras do Senador, toda esse celeuma não estaria acontecendo nas proporções de hoje. Agora, eu me pergunto os responsáveis –nomeados pelo Senado - pela averiguação da Tese de defesa, não perceberam esses pormenores pertinentes numa investigação? Nisso tudo, sinto um cheiro de corporativismo e cumplicidade. Graças a Imprensa, o caso tomou corpo próprio e agora podemos sonhar pelo menos com uma investigação séria, sem as decisões fajutas do Senado que num momento de caduquice queria o seu arquivamento.
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LETRAS QUE PODEM SER MUSICADAS

MEU RENASCER SURREAL

Janela de vidro, pedra e... estilhaço!
São poemas novos na mente duma criança
Temperança, minha gente, temperança
Pra ferrujar esse tempo que é de aço
A noite eu sou rio
Pelo dia sou riacho
As vezes eu sou o pé
E outras horas, sou um braço
Mas não importa, eu vou navegar
Na melodia sem corda
Eu ressurjo com o mar.
Sigo na escuridão dessa palavra
Busco o poema preso na garganta
Ambição é algo que não encanta
O avesso do avesso é quem me lavra
Meu olhar de poeta
Minha boca é cigana
As vezes eu sou um dia
E outras horas, uma semana
Mas não importa, eu vou navegar
Na melodia sem corda
Eu ressurjo com o mar
Eu ressurjo com o mar
Eu ressurjo com o mar.

segunda-feira, 18 de junho de 2007

O BAÚ DO ABOIADOR

AUTO-RETRATO

Eu sou um poço de contrariedades
A mediocridade é quem aduba
O campo cefálico de minha arte
Sou frágil, fêmea e fraca
Isso tudo alimenta
A pujança recôndita nas minhas palavras
A dor que tece dentro de mim: o orgasmo
Vivo o imperceptível palpável
No pesadelo gostoso de viver
Quero o sabor do poema inaudito!
O som do poema insípido!
Sou poeta que nunca fui
E nunca hei de ser
Só levo aqui comigo
a maldição
De me contorcer entre palavras
versos,
ações,
orações,
omissões e confissões
entre rimas ou não
na busca de dizer algo
que eu nem sei o que é...

DIVINA COMÉDIA URBANA

EU E A CIDADE, A CIDADE E EU

Segue o ritmo devasso da cidade
Como uma odalisca que se insinua
Mas um dia embriagado pela manhã
Resigno-me ao combate diário
De um ser suburbano e medíocre

Eu fumo essa cidade
Encho os pulmões com seu veneno
Seu alucinógeno mais barato
Nas minhas veias corre a cidade
Em meu peito bate a cidade
Nos meus olhos projeto a cidade
Na minha genitália, eu ejaculo a cidade

A cidade incorporou-se a minh’lma
E já nem sei quem sou
Se sou eu ou se sou a cidade?

sexta-feira, 15 de junho de 2007

UM ABOIO

DESABAFO DE UM PASSAGEIRO DA TOPIC 06
Há dentro de mim um sentimento indomável, busco contê-lo ao escrever esse texto. Sinto uma profunda indignação mesclada ao medo diante do nível de insegurança, que nós cidadãos estão enfrentando ultimamente nas ruas de Fortaleza. Na última terça-feira, dia 12 de Junho, aconteceu uma terrível atrocidade dentro de um transporte alternativo, que todo os dias pego como meu itinerário de volta para casa. Soube da notícia através do noticiário vespertino e mais tarde nos tablóides. Fiquei estarrecido com um crime tão próximo e com o perfil da vítima, podia ter sido eu, você, seu filho, meu irmão e/ou seu irmão, refiro-me assim ao fato pelas coincidências do jovem vitimado comigo e milhares de pessoas que necessitam do transporte coletivo todos os dias. Um estudante de Ciências Contábeis, jovem, do interior e que utiliza o transporte alternativo. Requisitos que se encaixam em mim e numa porção de gente que mora nessa cidade. Não quero reivindicar nada de extraordinário e nem fantástico, só quero minha vida tranqüila de volta. Quero poder ter a certeza de que vou voltar todo os dias para casa, sem iminência fatídica de uma bala no crânio. Quero a paz! Não quero nada demais.
Autoridades (ir) responsáveis pela segurança já estão mais do que na hora de se tomar uma atitude, a letargia de vocês está desmoronando a nossa convivência social, tornando-nos seres de uma savana de concreto!
Isso é um desabafo de um qualquer, um cidadão que o governo posterga, que a Justiça despreza, que a polícia persegue. Sou negro, pobre, trabalhador e estudante, todo os dias saio de minha casa ao trabalho, do trabalho para Faculdade e da Faculdade para casa, uma rotina que se segue pela semana toda. Não nego, hoje sou refém do medo e não tenho mais confiança nas instâncias do Estado. Não vejo a esperança cintilar no imenso túnel da ignorância governamental. Encontro-me euxarido, desprovido de parcimônia e esperando uma resposta convincente de um governo que adormece sobre sua própria vaidade.

quinta-feira, 14 de junho de 2007

DIVINA COMÉDIA URBANA

URBANIDADE PORNÔ

As ruas apontam-me a direção do nada
Em que direção devo dirigir meu corpo?
Para onde seguir, quando não se tem aonde ir
Entrego-me essa Fortaleza, mergulho em seu corpo

Esqueço-me por alguns instantes
Encubro-me na escuridão da cidade
Sob o efeito do álcool gratuito
Dos poemas que ora escrevo.

Nessa cidade afrodisíaca
Eu tenho orgasmos urbanos.

quarta-feira, 13 de junho de 2007

DIVINA COMÉDIA URBANA

Um sofejo poético e (des)urbano...

Vidas passam pendurados num coletivo
E eu atento percebo o drama urbano de nós todos
No palco inóspito dessa cidade.

Onde o perfume impera
A podridão se esconde no luxo inútil
E na artificialidade natural das pessoas.

terça-feira, 12 de junho de 2007

AFORISMO FORA DE LINHA

“Boca fechada não entra mosca, mas engole sapo!”.

“O freguês tem sempre razão, enquanto ele tiver crédito”.

“A vida é curta, então curta o curto momento que tens, para depois não ter uma eternidade de lamentações”.

“Todos os dias ensaiamos o nosso fim, o sono é o ensaio da morte”.

“Cão que não ladra, precisa de um fonoaudiólogo”.

“Na casa onde se ganha o pão não se come a carne. Exceto, se você trabalhar num puteiro”.

segunda-feira, 11 de junho de 2007

LETRAS QUE PODEM SER MUSICADAS

APELO DO POETA AO PRESIDENTE!

Se o senhor não tá lembrado
Dá licença pra eu contar
Estou aqui nesse planalto
Só pra ti relembrar
Há um povo tão sofrido
Nos confins do meu sertão
Um povo que é esquecido
Pela sua omissão (BIS)

Meu senhor seu Presidente
Não se esqueça do Nordeste
Não seja tão complacente
Com o penar do meu Agreste
Saia do seu gabinete
Ponha os pés naquele chão
Esqueça aquele alegrete
Que ocê tem em sua mansão. (BIS)

Escute aqui o meu apelo
No grito do meu cantar
Minha viola é um esteio
Onde armo o meu versar
E eu vim para Brasília
Com o coração na mão
Falando na poesia
As coisas do meu sertão. (BIS)

UM ABOIO

A GRANDE MARCHA PARA JESUS
Sábado, dia nove de Junho de 2007, acompanhei atento à “Marcha para Jesus” na cidade de Fortaleza, cujo percurso foi da praça do Liceu até o Aterro da Praia de Iracema. Os evangélicos foram às ruas demonstrar toda o seu louvor ao Deus vivo, numa manifestação que vem se tornando tradição em todo o território nacional. Cânticos, orações e muita euforia foram os ingredientes dessa grande festa cristã. Estive lá juntamente com minha “guia espiritual” Ana Cláudia que minimizou minhas dúvidas sobre alguns aspectos evangélicos e o movimento em si. O que eu pude perceber – de primeira vista – é o crescimento vertiginoso (quase nas proporções de uma progressão geométrica) do número de fieis. A doutrina cristã das igrejas evangélicas tem atraído milhares de pessoas para os seus redutos, que sua maioria são jovens que têm encontrado nas essências dessas igrejas uma razão para viver em harmonia com Deus. Outro fato pertinente é essas igrejas estarem reunidas num grande organização, o que lhes permitem trilhar uma dimensão deverás almejada: tornar o Brasil o país mais evangélico do mundo! Eu não disponho de números, porcentagem e nem muito menos de pesquisas do gênero, porém o que minha vista tem alcançado, posso afirmar categoricamente que essa meta não está longe de ser atingida.
No mais, a Marcha para Jesus é o grande sinal da força evangélica de mobilizar multidões com o intuito de louvar, bendizer o Senhor e espalhar a semente do evangelho por todos os cantos da Terra.

sexta-feira, 8 de junho de 2007

MAHATMA GHANDI (FRASES)


"Através da experiência amarga aprendi a lição suprema: controlar minha ira e transformá-la, como o calor que é convertido em energia. Nossa ira controlada pode ser convertida numa força capaz de mover o mundo." Mahatma Ghandi

"A força não povém da capacidade física, e sim de uma vontade indomável." Mahatma Ghandi

"Nunca perca a fé na humanidade, pois ela é como um oceano. Só porque existem algumas gotas de água suja nele, não quer dizer que ele esteja sujo por completo." Mahatma Ghandi

"Você nunca sabe que resultados virão da sua ação. Mas se você não fizer nada, não existirão resultados." Mahatma Ghandi

"Que diferença faz para os mortos, os órfãos, e os desabrigados, se a destruição insana é moldada sob o nome do totalitarismo ou sob o santo nome da liberdade e democracia?"Mahatma Ghandi

"Só existem dois dias do ano em que não podemos fazer nada. O ontem e o amanhã."Mahatma Ghandi

UM ABOIO

CONSIDERAÇÕES FINAIS DE UM POSSÍVEL FIM


Procuro revoluções em cada olhar, em cada gesto e no passo frenético das pessoas. Há um revolucionário retido no peito de cada humano. Eu o procuro em cada um. O mundo está à beira do limiar do seu próprio fim e quer uma virada de mesa, mudar o rumo sombrio que cada dia estamos galgando. E o que cada um de nós pode fazer para mudar tudo isso? É preciso libertar o revolucionário preso em nossas entranhas! Não me refiro às ideologias decrépitas que sossegam nos livros empoeirados, refiro-me na ação revolucionária que ultrapassa os limites inúteis dos discursos e que traz no seu dorso doce sabor do novo. A ousadia descabida (mas cabível) de seguir pela via contrária e postergar falsos axiomas inventados pelo nosso sistema. As palavras, as vozes e os textos reduzem-se a nada com uma simples ação, isso tudo porque a ação está umbilicalmente ligada à transformação.

O aquecimento global é um dos motivos de que precisamos urgentemente de revolucionários! Chega de documentários, textos, mobilizações e qualquer atitude passiva que não tenha como intuito uma ação direta no problema. Chega de medidas paliativas que buscam simplesmente tampar o sol com a peneira! Esse problema envolve algo muito mais importante que todo as riquezas juntas: a nossa vida e das gerações que hão de se perpetuar por séculos e séculos, se aprendermos realmente a zelar pela nossa imensa casa o Planeta Terra. O que se tinha de falar já foi dito em demasia! Agora é hora da ação transformadora (revolucionária soa melhor) para desarmar a gigantesca bomba-relógio do mundo!

AVISO!

Em virtude do feriado, não foi possível postar nenhum arquivo no blog! Agradeço a compreensão dos visitantes desse diário!

quarta-feira, 6 de junho de 2007

DIÁLOGOS CORDELESCOS

GALOPE DO MEU (UNI) VERSO MALDITO (MAU DITO) – QUARTA PARTE

Um tacho tisnado de um bom cozinheiro
A flor do caju colorindo a paisagem
Estória assombrosa de alguma visagem
O xote invocando de um povo festeiro
Meu verso é valente, feroz pistoleiro
É a mão no gatilho quer que disparar
Coquista na roda que sabe versar
A lira cabocla do povo sofrido
Meu verso maldito é o Nordeste querido
Cantando galope na beira do mar.

A carne de sol e cebola na brasa
Manteiga da gente que feita na hora
Cabresto, viseira, chicote e espora
Penico, vasilha e caneco sem asa
Saudade que tenho do povo de casa
Menino buxudo que vive a chorar
Um lago barrento que é bom de nadar
O coro afinado da gente em vigília
Meu verso maldito é visto em Brasília
Cantando galope na beira do mar.

terça-feira, 5 de junho de 2007

DIÁLOGOS CORDELESCOS

Mourão Voltado

O país tá num buraco
Que ninguém sabe seu fundo
Tem escroto e vagabundo
Com diploma de velhaco
Que só sabe enche o saco
Com dinheiro da nação
Pense na esculhambação!
Num Brasil tão desgraçado
Isso é que é Mourão voltado,
Isso é que é voltar Mourão!

A polícia tem prendido
E a justiça tem soltado
Eu já tô tão enrolado
Nem sei mais o que é proibido
Se eles pegam um bandido
Um juiz tira a prisão
Essa lei não tem razão
No Brasil tá tudo errado
Isso é que é Mourão voltado,
Isso é que é voltar Mourão!

Até hoje meu amigo
Eu não vi na minha vida
Gente rica que é detida
Na prisão ter um castigo
Mas o pobre que é mendigo
Sofre mais que a mãe do cão
Leva pisa de montão
Pra ficar descadeirado
Isso é que é Mourão voltado,
Isso é que é voltar Mourão!

UM ABOIO

CARTEIRINHA ESTUDANTIL


Embarquei pouco tempo na Capital Alencarina, na busca de novos horizontes para minha vida. Regressei ao reduto dos acadêmicos e tenho me esforçado para continuar até o fim. Recentemente, requeri minha carteirinha estudantil e esse processo moroso me fez refletir sobre o movimento estudantil na atualidade. Administração Petista, sob o comando de Luizianne Lins, tem tropeçado em absurdos tão catastróficos quanto as administrações anteriores. O falso esquerdismo dos que agora estão no poder é tão fascista quanto o “direitismo” do DEM (Ex-PFL). O processo de aquisição da carteirinha estudantil evidencia a grande bagunça nas estruturas organizacionais da Administração Pública Municipal de Fortaleza. A morosidade, o excesso de burocracia e a máfia dos movimentos estudantis têm deturpado e maculado a verdadeira importância desses movimentos. Espero que a Prefeita, tão cheia de razão (acho que ela nunca teve isso!), desça do salto e possa perceber a palhaçada que estão fazendo nessa cidade!

segunda-feira, 4 de junho de 2007

UM ABOIO

SOBRE O CONSELHO TUTELAR
Particularmente, eu desconhecia a existência da aquisição de um veículo para Conselho Tutelar de Jaguaruana, o qual na qualidade de suplente ocupe o cargo de conselheiro transitoriamente. E estou consternado com a notícia! Afinal, a maior dificuldade que tínhamos para desempenhar nossos serviços era justamente a ausência de meio de locomoção para as diligências. Soube da notícia e da polêmica sobre o assunto através do canal de notícia do Planeta Agito. Mas hoje eu entendo o porquê da falta de transporte, uma vez que o conselho havia de locar o veículo de um dos conselheiros, perfazendo assim um jogo sujo de interesse com uma entidade que tem um compromisso jurídico em defesa da criança e o adolescente.
Outra coisa que macula por demais o Conselho Tutelar de Jaguaruana é a disputa eleitoral mesquinha e mafiosa! Há uma manipulação descarada, para que o Prefeito coloque só os seus. Lá dentro do Conselho, o trabalho dos conselheiros é atrofiado pelo poder público e jurídico, ambos tem bastante interesse para que o Conselho Tutelar não funcione. Há empresários amigos do poder que colocam menores para trabalhar, bares que vendem indiscriminadamente bebidas a menores, pessoas aliciando menores para prostituição, donos de festas que permitem a entrada de menores em seus redutos e uma série de atrocidades que ferem o Estatuto da Criança e Adolescente de A a Z. Mas muitas vezes, esses criminosos tem a cobertura dos podre dos poderes (executivo, legislativo e judiciário). Fulano não vai preso porque é amigo do prefeito, sicrano também não porque é amigo do vereador e beltrano é conhecido dos polícias, Juiz, promotor ou delegado. Assim não tem trabalho que logre frutos!
Eu fui conselheiro, infelizmente não tenho vocação para santo e nem milagreiro. Primeiro, temos que fazer uma faxina nos podres poderes. Para depois a gente pensar na eficiência do Conselho Tutelar.

Cordialmente,
Moacir Ribeiro da Silva

DIÁLOGOS CORDELESCOS

GALOPE DO MEU (UNI) VERSO MALDITO (MAU DITO) – TERCEIRA PARTE

A banha do tejo, pomada e xarope
Um chá de zabumba, macela e cideira
Um velho soprando a fumaça brejeira
Jumento calado no lento galope
Meu verso é ligeiro, pequeno ciclope
É o vento que vem e que me faz flutuar
É canto rural duma chuva a molhar
O verde do mato e o regato a correr
Meu verso dá vida ao que está pra morrer
Cantando galope na beira do mar.


A moça-donzela esperando um marido
O cheiro nativo do pau marmeleiro
Feitiço bem feito por um macumbeiro
Amasso no escuro, fazendo o proibido
Saudade da terra, meu berço querido
Quadrilha na roça, pra gente dançar
Fogueira tão viva pra gente pular
Na noite do santo que grande alegria
Espero momento da minha simpatia
Cantando galope na beira do mar.

DIÁLOGOS CORDELESCOS

SETILHAS DE SETE PÉ



Amanheço na labuta
Sem tempo para escrever
Ando longe das notícias
Um jornal, não posso ler
E desse jeito meu irmão
Encomende o meu caixão
Que eu já sei que vou morrer.

O motor da nossa mente
Funciona co’a informação
E sem isso ninguém move
No caminho da razão
Fica pobre e desalmado
O reles do condenado
Que não busca sua instrução.

Não há riqueza que chegue
À sombra da educação
Não há crédito melhor
Do que uma boa formação
Um homem culto e formado
É um ser bem mais preparado
Para qualquer situação.

sexta-feira, 1 de junho de 2007

AFORISMO FORA DE LINHA

Ainda vomintando Millôr

"Quem corre, cansa.Quem anda, faz cooper"

"Diga-me com quem tu andas, eu que te direi teu crédito"

"Há cabeças que acreditam no real. Há cabeças que acreditam no sonho. E há os imbecis que não acreditam em nada."

"A justiça tarda, falha e nos malha"

"Todo o homem tem seu preço, pena que alguns estão em liquidação"

DIÁLOGOS CORDELESCOS

GALOPE DO MEU (UNI) VERSO MALDITO (MAU DITO) – SEGUNDA PARTE

Porteira surrada de arame e mourão
Um homem tentando no sul outra vida
A casa de taipa chorando a partida
Do povo que sai de seu pobre grotão
Sanfona, zabumba, pandeiro e violão
Um cego de guia no batente a tocar
História do povo, um cordel popular
Romance, peleja, mentira e missal
Meu verso maldito é um bonito arraial
Cantando galope na beira do mar.

Cumbuca, caldeira, caneco, colher
Fogão, fogareiro, foguinho, coivara
Vontade, desejo, tesão e uma tara
Menino, menina, homem e mulher
Um barco em cruzeiro, convés e escaler
Flutuando no azul num comum navegar
Artista brincante no eterno brincar
Plantando cultura na mente do povo
Meu verso maldito é a semente do novo
Cantando galope na beira do mar.