quarta-feira, 30 de setembro de 2009

UM ABOIO

A DIVERSIDADE CULTURAL E DIÁLOGOS INTERCULTURAIS

A diversidade cultural é caracterizada pelo conjunto de manifestações culturais distintas comuns as pessoas, sendo também a essência com a qual as sociedades moldam seus parâmetros de moral, ética, comportamento, relações sociais, etc. A diversidade cultural aglutina em seu campo de abrangência a pluralidade de ângulos consonantes e paradoxais, convergindo-a num grande caldeirão de culturas. Essa mistura complexa não tem tão somente a importância sociológica ou antropológica na formação de um povo, há um ingrediente a mais tão relevante que as demais: a tolerância. A diversidade cultural é a grande mola-mestra da promoção da paz, no sentido que a mesma permeia a convivência social, sua relevância acentua-se ainda mais no momento atual, cujos conflitos giram em torno das diferenças culturais. Nessa linha, os diálogos interculturais reforçam a diversidade cultural, abrindo espaço para o escambo entre manifestações culturais, mas o que é mesmo diálogos interculturais? Os diálogos Interculturais sãos linhas de relacionamentos criadas entre culturas, independente de suas naturezas. Essas aproximações podem fortalecer e agregar novos valores em ambas às manifestações, contudo é preciso ter a preocupação de que as culturas nacionais, dentro desse processo de relacionamento, não percam suas essências e sejam dizimadas pela globalização. Por isso, antes de se fazer simplesmente a promoção de diálogos interculturais é necessário diálogos “endoculturais” no contexto nacional, estadual e municipal.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

UM ABOIO

PRODUÇÃO DE ARTE E BENS ARTÍSTICOS ATRAVÉS DOS SÍMBOLOS

Moacir Morran

O homem, desde o surgimento do Australopithecus Africanus segundo a visão evolucionista e/ou Adão segundo a visão criacionista, desenvolveu a sua relação com mundo através do ato de simbolizar, tornando-se uma ação ritualística que refletiria todas as suas expressões sobre o mundo ao seu redor e a vida. As pinturas rupestres, por exemplo, traduziam os acontecimentos que o homem primitivo enfrentava em seu cotidiano; expressões pintadas cuja decifração revelava uma rede ainda recôndita de significados. A necessidade de simbolizar nasce, sobretudo, do desejo de interagir e interpretar o mundo. A arte configura-se “como um dos subsistemas simbólicos da cultura” (Texto-base da Conferência Nacional de Cultura - Eixo I), mas vale salientar que para fins didáticos podemos dividir a produção simbólica de arte em duas dimensões: dimensão simbólica material e dimensão simbólica imaterial.


Dimensão Simbólica Material refere-se aos símbolos criados pelas civilizações que tem natureza corpórea, ou seja, são os símbolos palpáveis. Os achados arqueológicos, tecidos, utensílios, ferramentas, adornos, meios de transporte, moradias, armas etc. são manifestações materiais que fazem parte do contexto cultural e artístico de um povo.

Dimensão Simbólica Imaterial refere-se aos símbolos criados pelas civilizações que tem natureza incorpórea, ou seja, são os símbolos abstratos. Os saberes, danças, cantos, música, ritmos, rituais, celebrações, manifestações orais, gestuais etc. são manifestações imateriais que fazem parte do contexto cultural e artístico de um povo.


Apesar da subdivisão, as dimensões simbólicas supracitadas são homogêneas, sendo por muitas vezes apresentadas conjuntamente, por exemplo, uma obra de arte (pintura) que se apresenta na forma material e imaterial, entre outros. Ambas as dimensões surgem das ações humanas, produzindo bens simbólicos que formam um mosaico complexo e diversificado, cujo intuito maior é a leitura humana sobre os fatos e coisas. Essa visão antropológica da produção simbólica da arte nos permite vislumbrar as manifestações artísticas conhecidas, bem como outras expressões que caracterizam a nossa diversidade cultural.

sábado, 26 de setembro de 2009

UM ABOIO

Recebi o convite para o II Fórum de Cultura de Jaguaruana (CE), que se realizará no dia 8 de Outubro de 2009 (uma quinta-feira) na qual me incumbiram de proferir uma palestra cuja órbita é a produção simbólica e diversidade cultural, focalizando-se na produção de arte e de bens simbólicos, promoção de diálogos interculturais e formação no campo da cultura. Certamente, os nossos artistas locais, sobretudo os mestres de cultura e saber entendem bem melhor que qualquer um a produção e disseminação de bens simbólicos de caráter artístico. Essa preocupação em se valorizar e tombar os bens simbólicos artístico-culturais (material e imaterial) é uma preocupação recente na esfera pública. As relações interculturais nascem espontâneas e da troca de saberes entre povos, o Brasil por si só tem espalhado por todos os cantos essa característica cultural que nos diferencia e ao mesmo tempo nos tornar um só povo. Já formação no campo da cultura é algo que anda trôpego, nossas instituições de ensino sonolentas não despertaram para educação cultural, preocupando-se tão somente com a formação profissional.
Pois bem, creio que tem há muito a se discutir. Os artistas, as autoridades e o povo em geral devem comparecer ao Fórum e literalmente “botar a boca no trombone” esboçando o perfil cultural que queremos para nossa cidade.