segunda-feira, 26 de abril de 2010

UM ABOIO

Os tempos de hoje são sorumbáticos! A Igreja Católica defensora do puritanismo e da boa vontade encontra-se envolvida com pedofilia e padres tão demoníacos quanto um serial killer. Contudo o foco de meu aboio hoje é outro. Quero relatar o sentimento pusilânime que contagiou a minha cidade. Ao assistir o relato da Dona Maria Silvanir acerca da preconceituosa forma de atendimento no hospital de Jaguaruana, enche-me de asco. E para ficar ainda mais estupefato, uma funcionária que se diz missionária de Deus (Deus?! É mais fácil ser do Prefeito) agiu com sentimento digno de um troglodita do tempo mais selvagem de nossa história. Quanto desprezo pela dignidade humana! Meu Deus! A saúde de Jaguaruana sofre da patologia maior: a insensibilidade humana. Será que há remédio para isso? Isso eu não sei ao certo, mas conheço a prevenção: princípios! Coisa que nem uma igreja dá, nem um empregozinho medíocre dá, nem todos os livros de auto-ajuda do mundo dão. Só a família e vontade singular dentro do seu ser de querer fazer o bem, acima de tudo.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

UM ABOIO

O esboço do Projeto de Lei abaixo é uma tentativa desse Aboiador de Versos de homenagear nossa Lei Orgânica. Espero que algum legislador apresente esse Projeto.

PROJETO DE LEI Nº _____/2010

Dispõe sobre a criação do dia da Lei Orgânica do Município (LOM) de Jaguaruana-Ceará, homenagens, manifestações e comemorações alusivas, bem como a distribuição gratuita da LOM de Jaguaruana-Ceará na rede pública de ensino do município.

A Câmara Municipal de Jaguaruana decreta:

Art. 1º Fica instituído o dia 13 de maio como o dia da Lei Orgânica do Município (LOM) de Jaguaruana.

Art. 2º O Poder Público constituído, através de suas instâncias competentes e a participação da sociedade civil, promoverá uma ampla divulgação da LOM, através de audiências públicas, sessões solenes, homenagens, eventos, inserções alusivas a LOM nos diversos meios de comunicação disponíveis a população, bem como a distribuição gratuita na forma de livro da Lei supracitada na rede pública de ensino do município.

Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Câmara de Vereadores de Jaguaruana-Ceará, 23 de Abril de 2010

Justificativa

A Lei Orgânica do Município (LOM), segundo a concepção jurídica, corresponde a Carta Magna na esfera municipal, sua base legal está em consonância com a Constituição Federal e Estadual. O município ao estruturar seu arcabouço jurídico próprio, demonstra sua maturidade no sentido de defender os direitos e deveres de todos. A LOM não é simplesmente um amontoado de dispositivos legais, mas um contrato social do município com os seus cidadãos; sacramentando garantias sociais, deveres, poderes, atribuições a autoridades e instituições, entre outras dimensões extrínsecas e intrínsecas. A LOM garante ao povo do município a soberania, protegendo-o das intempéries políticas, das atitudes temerárias de autoridades que se usam da pessoalidade, das injustiças advindas das distorções ou desatenção ao arcabouço jurídico vigente. É uma arma que municia o cidadão, para que o mesmo extirpe os espectros da ilegalidade e da insegurança jurídica.

O poder executivo, legislativo e judiciário do município tem por obrigação de divulgar a LOM entre os munícipes, ainda que não haja uma obrigação subscrita na forma de lei. O conhecimento amplamente difundido da LOM corrobora a cidadania, dando ao povo vez e voz. Como um cidadão pode defender-se sem o conhecimento da lei? E as autoridades constituídas legalmente no município sabem da dimensão de importância da LOM? A Câmara de Vereadores e a Prefeitura o que têm feito para que se cumpra a LOM? Perguntas até então sem respostas. É necessário reverter essa situação que põe em risco a soberania e cidadania de nossa cidade. A saída é somente uma: conscientização através de medidas sócio-educativas para toda a população.

A Lei Orgânica de Jaguaruana fora promulgada no dia 13 de maio de 1990, completando no dia 13 de maio do corrente ano duas décadas de existência. A sua importância dentro de nossa vida é imensurável e assim será nas gerações futuras. A criação de um dia para comemorarmos o triunfo da liberdade jurídica sobre supressão totalitária, não se trata de uma mera vaidade política e sim a valorização de um momento histórico para o município. A LOM de Jaguaruana é o reflexo da Carta Magna Federal, constituindo-se um dos ingredientes para real democratização do país. Lembrar desse feito não é simplesmente um apego ao passado, mas uma homenagem de um conquista de todos!

Diante destas argumentações, solicitamos aos nobres pares a aprovação desta matéria.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

ARTE DO ABOIADOR

UMA SUGESTÃO PARA UM CARTAZ COMEMORATIVO

UM ABOIO

A Lei Orgânica do Município (LOM), segundo a concepção jurídica, corresponde a Carta Magna na esfera municipal, sua base legal está em consonância com a Constituição Federal e Estadual. O município ao estruturar seu arcabouço jurídico próprio, demonstra sua maturidade no sentido de defender os direitos e deveres de todos. A LOM não é simplesmente um amontoado de dispositivos legais, mas um contrato social do município com os seus cidadãos; sacramentando garantias sociais, deveres, poderes, atribuições a autoridades e instituições, entre outras dimensões extrínsecas e intrínsecas. A LOM garante ao povo do município a soberania, protegendo-o das intempéries políticas, das atitudes temerárias de autoridades que se usam da pessoalidade, das injustiças advindas das distorções ou desatenção ao arcabouço jurídico vigente. É uma arma!
A nossa tão esquecida LOM no dia 13 de maio de 2010 atingirá duas décadas. Uma data que não se pode passar em branco. Esse importante instrumento de cidadania ultrajada no decorrer de nossa história e que até hoje é relegado. Todos os Prefeitos de Jaguaruana que estiveram sob o efeito jurídico da LOM a desrespeitaram vilinpediosamente. O poder executivo, legislativo e judiciário do município tem por obrigação de divulgar da LOM entre os munícipes, sobretudo entre os estudantes da rede pública de ensino, bem como a distribuição de livretos com a LOM entre todos. O conhecimento amplamente difundido da LOM corrobora a cidadania, dando-lhe vez e voz. Como um cidadão pode defender-se sem o conhecimento da lei? E as autoridades constituídas legalmente no município sabem da dimensão de importância da LOM? A Câmara de Vereadores e a Prefeitura o que têm feito para que se cumpra a LOM? Perguntas até então sem respostas. É necessário reverter essa situação que põe em risco a soberania e cidadania de nossa cidade.
Como diz o velho adágio: São vintes anos, não são vinte dias. O que evoluímos nesse intervalo de tempo? Percebe-se nesse caso uma revisão a LOM, haja vista que passamos por mudanças grandiosas e tendências novas. Mas tudo isso só será válido com participação popular e a divulgação da Lei Orgânica em todos os segmentos sociais. O tempo da escuridão jurídica deve ser extirpado com a luz da participação popular. Esse exercício democrático provocará marcas indeléveis na construção de um município alicerçado na justiça social.

Eu estarei nesses próximos dias buscando movimentar a cidade para comemorarmos nossa Lei Orgânica, com intuito de minimizar o desprezo que pairou sobre o nosso maior dispositivo legal.

Um dedo de prosa dentro da poesia!

SONETO DISSONANTE PARA EDITE (*)

Acordem meu acorde que adormece nessa acústica
Ad libitum! meus versos nessa seqüência agógica
Que cantarei “Edite” al fine nas entranhas de Bach
Nos testículos caídos de Ludwig van Beethoven

Aos que me ouve nesse soneto tão sinistro
Hão de sentir na carne as vibrações musicais
Avolumando-se para formar um Te Deum
Que se rende ao piano oculto de Dona Edite

A saudade, data vênia, é um inverno de Vivaldi
E a falta de Edite é uma pausa músical interminável
Meu drama é mais extenso que uma sinfônia

As mesmas ouvidas na avenida Simão de Góis
Que deleitavam os fantasmas da Igreja-matriz
E apascentavam os coros das rasga-mortalhas.


(*) Três anos da morte da nossa maior musicista.

Ejaculação Precoce (Haicais)

Chamam-me de tudo
Um nada habita em mim
Sou um corpo binário.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Um dedo de prosa dentro da poesia!

A harpa do arrojo fora deixada de lado
Encoberta pela poeira espessa da hipocrisia
Jogaram-na no sótão das nossas mentes
Através dos discursos atávicos que não nos cabe
Defequem sobre essa polidez; essa coisa correta
Essa superficialidade que se imprimi no dia-a-dia
Antes que qualquer ação politicamente correta
É preciso, antes de tudo, submeter-se a essência
Ainda que ela se apresente na podridão de nosso ser.

Não somos bons o bastante para treinar o olhar
Apavoramos-nos ante o que não é natural
Ainda que o natural nem saibamos medi-lo

Mas não me peçam que seja imparcial
Torne-me inodoro, incolor e insípido
Minha alma párvula não atingiu esse nível

segunda-feira, 19 de abril de 2010

UM ABOIO

BARRABÁS - O MESSIAS DE SANGUE - PARÁGRAFO 3

Enfim Barrabás, porém só tornei-me o que sou hoje quando conheci o grande mentor da minha vida: Judas, o galileu. Todos pelos arredores daquela cidade o conheciam, o respeitavam e não nego que cultivei sempre uma admiração por sua figura emblemática. Aquela situação humilhante em que vivíamos fertilizava o momento presente para eclosão de mártires que se sacrificariam pela libertação de nosso povo. Queria Judas ou não, todos o tinham como um mártir. A sua liderança ligada aos zelotes, sobretudo entre os sicários era uma clara convicção de sua sina heróica entre os hebreus, representando a esperança em carne e osso naquela terra lastimada pelo rigor plutocrata dos romanos. As pessoas agarravam-se a religião para atenuar o sofrimento que parecia perpétuo. Nunca fui de rezar, apesar de judeu. Aliás, quando tive o primeiro contato com Judas fora numa cerimônia da sinagoga. Eu o procurei, já me sentia pronto para guerra. Na saída do templo o abordei tocando-lhe o ombro direito com um toque firme, seus seguidores me agarram de imediato e ele virando-se para mim pediu que seus parceiros me soltassem. “O que queres?” “Ser um sicário!” os risos estrondaram ao redor de Judas que permanecia sério. “É bom ver nos olhos desse jovem a coragem que falta a muitos galileus. Porque riem? Não encontro a jocosidade”. Cessaram os risos quase que simultaneamente. “Qual o seu nome, menino franzino?” “Jesus” “Jesus?! Só?” “Jesus Barrabás” “Bar-ra-bás, gostei de sua firmeza” “Obrigado, senhor” “Amanhã estarei na casa de Simão Jessé pareça lá, lhe farei um sicário”. Deu-me as costas e seguiu com um comboio para rio Jordão angariar provisões de boca para o seu acampamento. Aquele encontro não me marcou somente psicologicamente, propiciou-me a maior ruptura que um homem pode ter na vida: o corte umbilical da família. Meu pai já havia sido alertado de me encontro com Judas e quando cheguei a casa aconteceu o primeiro golpe afetivo da minha vida. O silêncio estava impregnado nas paredes quando adentrei a casa, vi minhas roupas amontoadas numa trouxa meu pai e minha mãe esperando-me na sala. Minha mãe comungando do meu estado das paredes mantinha-se calada, apenas seus olhos rompiam o silêncio com um choro que berrava por dentro de si. Meu pai então prosternou: “O que pensas da vida? Diz na nossa tradição que o pai é quem comanda a casa, seus filhos e sua esposa seguem na sua sombra”. “Pai” “Cale a boca, está vendo! Você não repousa sobre a minha sombra. Maldita hora que viste aquela morte, eu perdi meu filho”. “Não, pai” “Hoje soube que você tivera que um encontro com Judas, aquele assassino. Isso foi à gota d’água! Não quero um bandido na minha casa”. “Eles não são bandidos!” “Já disse cale-se, estão aí suas coisas, já que tem maturidade demais para escolher suas convicções, as tenha também para viver sozinho. Saia daqui!” As lágrimas caíram lentamente. Engoli o choro, olhei pela última vez nos olhos de meu pai que se esquivou, joguei meus olhos em minha mãe e o seu choro aumento ainda mais. Sai dali e depois de alguns passos me virei para vislumbrar a casa de minha nascença, mamãe estava na porta. Meu coração ficou ainda mais contrito, mas não se podia mais voltar atrás. Tomei para mim uma profecia que nem um profeta pregou, mas que estavam escritas nas tábuas do meu hipotálamo. A noite foi fria e adormeci debaixo de uma oliveira, ainda bem que não choveu. Banhei-me no rio Jordão e fui a casa de Simão Jessé. De longe várias vozes eram ouvidas, na porta da casa perguntei: “Judas, está?” “Quem és tu?” perguntou-me um estranho. “Barrabás, ele sabe quem é”. O estranho cochichou no ouvido de outro que adentrou a casa e em pouco tempo retornou ordenando-me que entrasse. Judas sobre um estofado ergueu-se e abrindo os seus braços pediu-me que lhe abraçasse, deixando escapar uma palavra que nunca me esqueci: “meu filho”. Depois do amplexo, olhei nos seus olhos e inquiri: “que eu preciso fazer para ser um sicário?” “Geralmente, fazemos um ritual de iniciação que chamamos de auto-banimento uma ação simbólica em que há um juramento de lealdade a nossa terra e o banimento familiar. Mas você fez o ritual antes entrar, demonstrou a verdadeira atitude de um sicário. Agora me dei um instante”. Judas dirigi-se a um cômodo e logo depois retornou com suas coisas, uma em cada mão: “primeira, tome essa sica nosso símbolo. Espero que saiba usá-la e outra coisa é o Torá, saiba que um homem sem crença seja qual ela for é um homem condenado a morte.” Encontrei-me com o grande amor da minha vida, naquele dia dormi com a sica como se fosse minha amásia.

UM ABOIO

BARRABÁS - O MESSIAS DE SANGUE - PARÁGRAFO 2


Nem sempre fui Barrabás, escondia-me no medo que fora repassado a boca miúda por minha gente, contudo mesmo medroso havia algo dentro de mim que me provocava mal-estar. Eu tinha o contentamento tolo ante o domínio sanguinário dos etruscos que ia me torrava a última migalha de paciência. O ódio só veio explodir dentro de mim no silêncio párvulo que o medo me proporcionava, diante de um assassinato que presencie na adolescência: ”Era um homem pobre, nunca soube de seu nome, que tinha apenas uma ovelha. A qual seria abatida para o sustento de sua família, naquele dia um cobrador de impostos juntamente com dois centuriões confiscou-lhe a criação sob o pretexto de tributos sonegados a César. Os gritos exacerbados do homem chamaram a atenção de todos que formaram um imenso círculo ao redor do evento. Ali estava eu com meu pai, particularmente foi uma cena forte. O pobre pastor revidou segurando a ovelha com veemência como se fosse uma prole, no mesmo instante os centuriões intervieram imobilizando-o, logo depois um dos centuriões puxou uma sica e cravando-a no jugular do pobre homem deu por fim toda aquela discussão. A trupe criminosa retirou-se levando a mísera ovelha”. Naquele dia o ódio beijou-me a boca e conheci o grande amor da minha vida: a sica! A morte daquele homem verteu-se em uma alucinação que até hoje me persegue. Antes que eu continue devo salientar que não sou um sujeito transtornado e minhas faculdades mentais não são indomáveis. Aquela cena sangrenta foi meu ritual de passagem, a partir dali percebi que deveria ter discernimento de adulto... que precisavam de mim. Quem? Não sei. O que sei era que eu precisava de uma sica, com ela teria um poder extra-humano que ninguém podia me dar. No mesmo dia ao chegar a casa, peguei um naco de madeira e esculpi uma sica igualzinha ao do centurião. Aquele artefato concebido pelas minhas mãos tornou-se meu único passatempo. As tardes, eu ia para um terreno baldio manipulá-la incansavelmente, criando acrobacias e golpes friamente calculados. Passei dois anos de minha vida exercitando-me como se preparasse para uma guerra que ao primeiro momento só existia na minha cabeça.

UM ABOIO

BARRABÁS - O MESSIAS DE SANGUE - PARÁGRAFO 1

Não tenho medo da escuridão, dentro de mim arde à chama impetuosa da paixão por esta terra. Há mal nisso? Se houve... quero eu mesmo mergulhar no oceano magmático do inferno, pouco me importa as tábuas de barro, os profetas que vieram antes e virão depois de mim. Assim sou. Não quisera eu me tornar mais um hebreu qualquer escravizado pelo Império Romano. A passividade a meu ver traduz o sentimento medíocre de que não tem nem perspectiva de vida. A vida na sua dinâmica obscura suplica a cada um de nós o arrojo latente que corre nas artérias, manifestado quando se liberta o espírito e se quebra os grilhões do medo ilusório. Não é à toa que me chamo Barrabás tenho o odor e a cor desta Galiléia banhada de sangue. Esta terra é uma extensão do meu corpo, amo-a como genitora ao filho. Andei descalços por suas vielas e veredas, respirei toda a poeira ruiva inflando os pulmões com sua essência mais acentuada. A pobreza não me tirou a fortuna que emana das coisas simples de minha gente: o olhar castigado pelo tempo, o andejo firme e letárgico, a força que emerge da neurastenia aparente e a nossa incansável vontade de ser feliz. Somos um povo feliz com vocação para o infausto, nossa história casou-se com a dor e nunca mais pediu divórcio.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

POESIA JORNALÍSITICA

Nosso mundo abirobado

E a igreja na eucaristia

Fazendo pedofilia

No momento que é sagrado

Nosso Cristo foi pichado

Perante a posteridade

A frente fria e a tempestade

Vitimando nossa gente

Esse ano começou quente

E nem tá pela metade

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Letras que podem ser musicadas!

Estou instituido o movimento: "Eu odeio a Caixa, odeie você também", cansando de ser humilhado por esse banco medíocre, compus uma letra que pode ser musicada como o hino do movimento! Ei-la:



Não tem coisa pior

Que a fila de um banco,

Na Caixa é pior!

Na Caixa é pior!

Não tem coisa pior

Que a fila de um banco,

Na Caixa é pior!

Na Caixa é pior!

Não tem coisa pior

Que um gerente fuleiro

O da Caixa é pior!

O da Caixa é pior!

Não tem coisa pior

Que investir num banco

Na Caixa é pior!

Na Caixa é pior!

Eu odeio a Caixa

Odeie você também

Lá você é nada

E é tratado como ninguém!

Não tem coisa pior

Que a fila de um banco,

Na Caixa é pior!

Na Caixa é pior!

Não tem coisa pior

Que um gerente fuleiro

O da Caixa é pior!

O da Caixa é pior!

Não tem coisa pior

Que investir num banco

Na Caixa é pior!

Na Caixa é pior!

quarta-feira, 14 de abril de 2010

POESIA JORNALÍSTICA

Danou-se Rio de Janeiro!

Com tanta calamidade

O seu povo sucumbiu

Ao horror da tempestade.

Como um golpe da maldade

Um desastre aconteceu

Foi lá no morro do Bumba

Que muita gente morreu.

Naquele dia em que choveu

A chuva do mês num dia

Os morros não resistiram

Aquela água que descia.

Mas algo errado havia

Na origem daquele morro

Um aterro sanitário

Que lhe serviria de forro.

Dificultando o socorro

Daquele deslizamento

Cravando naquela gente

Os grilhões do sofrimento.

DIÁLOGOS CORDELESCOS


O povo daqui tem um certo costume
Botar apelido no seu semelhante
É coisa comum entre que é habitante
Cultura que já se tornara chorume
E como se fosse uma tipo de nume
O povo procura de um jeito expressar
Um traço que é vulgo do nosso lugar
Por todo o Nordeste se vê a brincadeira
Na vida pequena da lida fuleira
Cantando galope na beira do mar.

ADÁGIOS (IM)POPULARES

Dois pesos e nenhuma medida

Em casa de Ferreiro não tem nada inoxidável

Prudência e caldo de galinha são bons pra quem não opção

Dizem que o mundo é gay e tem tanta violência, imagina se o mundo fosse um lutador de muatay.

Depois da tempestade, vem a catástrofe!

DIVINA COMÉDIA URBANA

Ó cidade

derrama-me garganta abaixo o teu bálsamo

extraído das suas nuanças e de seus vícios

Não me amparo no puritanismo insípido

Na má-educação polida e disfarçada

Prefiro a cicuta dos templos amaldiçoados

A fumaça negra que me resseca os pulmões

Ó cidade

Enjaula-me nas suas entranhas inflexíveis

Quero ser um feto marginal

Regurgitando palavras vazias e músicas inauditas

Pouco me importa as coisas retílíneas

a perfeição lógica nos fatos irracionais da vida

Eu não sou tão somente a cidade

e a cidade não é tão somente eu

Somos gêmeos siameses que nunca tiveram juntos.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Diálogos Cordelescos

PEQUENA ORAÇÃO
Por favor, ó minha santa
Me livre da tentação
E com a tua intercessão
Me cubra com a tua manta
Pois sei que tua graça é tanta
Eu peço a ti, ao bom Jesus
Com a fé que me conduz
Que me leva a salvação
Traga chuva pro sertão
Me guiando pela luz.

Letras que podem ser musicadas

MINHA FLOR DE CAJUEIRO

Para Mirella Costa

Ó minha flor de cajueiro

Ó minha chuva cristalina

Vem cá me deixar verde

Vem com todo amor

Abrandar a minha sina

Há quanto tempo

Que não te vejo

Eu tenho sede

De te encontrar

De matar essa vontade

No meu peito

De consumir o teu calor

Nesse aconchego

Balançando numa rede:

Quero te amar.

Ó minha flor de cajueiro

Ó minha chuva cristalina

Vem cá me deixar verde

Vem com todo amor

Abrandar a minha sina

Fico penando

Quando estou longe

No meu sertão

Me ponho a cantar

Cantando com muita saudade

Pelo amor dessa beldade

Balançando numa rede:

Quero te amar.

Ó minha flor de cajueiro

Ó minha chuva cristalina

Vem cá me deixar verde

Vem com todo amor

Abrandar a minha sina

quinta-feira, 8 de abril de 2010

DIVINA COMÉDIA URBANA

MEU LADO CIDADE E PROVÍNCIA

Os rastros citadinos tatuam minha alma
Desfocando as impressões provincianas
Que me moldam as singularidades
Não tenho vocação:
Para elegância
Para ostentação
Para poluição
Para vínculos descartáveis
Não tenho vocação para ser cidade
Mas a sou
Ainda que trôpega
Ainda que sôfrega
Cidade e província
Já se tornaram o sustentáculo
Do meu ser presente.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Um dedo de Prosa dentro da Poesia

SONETO AO AMIGO QUE DESENHAVA NAS NUVENS
Ao amigo Marcelo do Giqui

Quantos dos meus amigos iram ao além-túmulo
Sem que eu possa afagar as suas faces dormentes
Lembrando aqueles dias regrados com dor e húmulo
Das lembranças guardadas no crisol das mentes.

Quantos hão de ir ao vale do que é indecifrável
Em que a esfinge devora a nossa convicção
Deixando-me incompleto e mais insustentável
A esperar minha hora naquela estação.

E o que resta na vida é crer nessa amizade
Que supera a muralha de qualquer castelo
Derrubando a masmorra da mortalidade

Cunhando no meu peito o que há de mais belo
Na essência singular desta humanidade
Ficando o meu “até logo” ao querido Marcelo!

Ejaculação Precoce (Haicais)

O meu nome é nada

Neste planeta do tudo

Onde está minha órbita?

Ejaculação Precoce (Haicais)

A reta que faço

Na masmorra da poética

Entorta o meu ser.

Ejaculação Precoce (Haicais)

Quanto pesa a dor?

Para quem é fingidor

Diga-me Pessoa!

Ejaculação Precoce (Haicais)

A cada centímetro

Da poesia desmedida

Perco-me poeta.

Ejaculação Precoce (Haicais)

A mentira não é

Uma verdade inventada

Mas uma elegia.

Ejaculação Precoce (Haicais)

Há rastros na estrada

Mesmo superficiais

Que nunca se apagam.