segunda-feira, 31 de maio de 2010
UM ABOIO LITERÁRIO
domingo, 30 de maio de 2010
DIALOGOS CORDELESCOS
sábado, 29 de maio de 2010
sexta-feira, 28 de maio de 2010
quinta-feira, 27 de maio de 2010
quarta-feira, 26 de maio de 2010
terça-feira, 25 de maio de 2010
DIVINA COMEDIA URBANA
Meu olhar contorna a órbita da tua visão
Numa sensação obscura de um déjà vu
Ou será um déjà vécu? Um êxtase do espírito
Desintegro-me no raio da visão que vem de ti
Para renascer solilóquio no meio da multidão
Quem ostenta essa visão lancintante?
Essas púpilas cintilantes que me reveste de dúvida?
Essa dúbia sensação de estar só e acompanhado?
de estar vivo e finado?
Quem? Quem?!
Pandora!
A que tudo dá!
A que possui tudo!
Encarnada nessa cidade!
segunda-feira, 24 de maio de 2010
DIÁLOGOS CORDELESCOS
sábado, 22 de maio de 2010
DIÁLOGOS CORDELESCOS
sexta-feira, 21 de maio de 2010
DIVINA COMEDIA URBANA
quinta-feira, 20 de maio de 2010
Um dedo de prosa dentro da poesia
quarta-feira, 19 de maio de 2010
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Letras que podem ser musicadas!
OI, não quero você, simples assim!
Oi, não quero você
Você não tem respeito para comigo
Oi, será é um castigo!
Viver com você
É padecer no paraíso! (Bis)
Com você não tenho internet
Não tenho nada, nem telefonia!
Não tenho vez, não tenho voz
Só raiva, dor e agonia!
O seu “Call Center” é um caos
Uma grande anarquia!
Ainda morro desse mal
Vou trocar minha franquia!
Oi, não quero você
Você não tem respeito para comigo
Oi, será é um castigo!
Viver com você
É padecer no paraíso! (Bis)
Estou off-line deste mundo
Eu não consigo me comunicar
O meu Fixo está mudo
Já não me serve o celular
E você nem liga pro meus prantos
Sempre sou que devo ligar
Mas agora chegou ao fim
Você não vai mais me enganar!
Oi, não quero você
Você não tem respeito para comigo
Oi, será é um castigo!
Viver com você
É padecer no paraíso! (Bis)
domingo, 16 de maio de 2010
EJACULAÇÃO PRECOCE (Haicais)
SER CRIANÇA
-I-
Do que é feito a infância
Na tecedura do tempo?
É um fio de importância?
-II-
Talvez passatempo?
Mas qual será sua substância?
Coisas sem respostas!
sábado, 15 de maio de 2010
DIVINA COMEDIA URBANA
A cidade coseu-me
Com linhas tênues
E agulha flácida
Num movimento típico
De ziguezague
Cingiu-me as mangas
Encolheu as calças
Apertou-me a blusa
Na máquina de costura de suas vísceras
Tento e não consigo
Fugir de sua moda
Mas ela (a cidade)
Embale-me no seu colo
Dar-me uma nova roupa
Para que eu pense que sou novo
E eu caio no seu engano mais gostoso.
sexta-feira, 14 de maio de 2010
DIALOGOS CORDELESCOS
quinta-feira, 13 de maio de 2010
UM ABOIO FUNUBRE
O sino da Igreja-matriz dobrava-se pelas mãos do Zé Curica, prenunciando a celebração eucarística do domingo. Mamãe já trovejava pelos cantos da casa:
- Roupa de domingo! Viu?
- Mas depois podemos ir à praça?
- Depois da missa do Padre Ducéu, sim.
A melhor roupa, aquela pouco usada, cheirando (se é que cheira!) a naftalina só era usada no domingo. Ainda morávamos por detrás da Igreja, numa casa de taipa, mais ou menos onde hoje tem uma clínica de análise. Lembro-me pouco, mas o pouco que lembro é que os discursos do Padre Ducéu tinham uma relação muito intima com a educação. Não durou pouco para que eu me certificasse que a educação na vida do padre era a sua maior tônica. Eu ficava irrequieto com aquela paixão imensurável pela educação, mais tarde percebi que essa paixão só contamina as pessoas de alma boa. E isso ninguém podia duvidar, Padre Ducéu tinha uma alma boa.
Contudo, resumi-lo a um paladino da educação é um sacrilégio imperdoável. Posso afirmar categoricamente que o teatro entrou em minha vida, pela contribuição indireta dele. Afinal, ensaiávamos no salão paroquial e gozávamos de uma liberdade naquele espaço como um catequista e/ou dirigente pastoral. Nossas peças na sua maioria eram profanas, nunca o Padre Ducéu nos cerceou de usar o espaço. Na verdade algumas pessoas envolvidas na Igreja criticavam o seu “desleixo”. Mas ele sabia o que fazia e como sabia. Até por isso e através disso, acabei por me embrenhar nos movimentos pastorais e missionários. Um momento da minha vida inesquecível e enriquecedor que até hoje me molda como ser humano. Fiz amigos para o resto da vida e aprendi coisas que nem a escola, a vida, a família e academia me ensinariam.
Aliás, outra qualidade de nosso eterno vigário que também era subentendida como “desleixo” ou “ingerência” era o jeito fácil que entravamos e saiamos da casa paroquial. Devorávamos as frutas de seu quintal, sobretudo as azeitonas. Apreciávamos as artes sacras espalhadas pela casa, os livros sagrados e proibidos e sua contagiante acolhida. Tomávamos café com o próprio; quantos tiveram essa honra? Transitávamos em seu carro - ainda que não fosse tão seguro (risos). Falou em nós porque sei que muitos compartilharam esses momentos.
Ainda menino, quem não lembra, corria em direção do Padre Ducéu:
- Padre me dar uma prata! – Aí de súbito o santo homem levantava-me pelas magras bochechas com o seu sorriso inesquecível.
Mas Padre Ducéu além de educador, incentivador cultural, brincalhão, era uma pessoa de uma inteligência desmedida. A suas palestras – por vezes brinco – iam do penico a bomba atômica. Nada fugia de suas retinas! E tão inteligente que suas visões sobre alguns dogmas católicos não eram tão homogêneas com as diretrizes canônicas do Vaticano. Cheguei a discutir algumas delas com ele e ele como sempre me surpreendia com suas convicções próprias e piadas feitas na hora. Que, aliás, outra qualidade dele era o seu inconfundível bom humor. Aquele bom humor sadio, cheio de picardias que alegravam o espírito de todos.
O seu lado político também era nítido, a sua vontade de ajudar os filhos de sua terra, propiciou diversos benefícios.
E se eu continuasse a ressaltar todas as qualidades do Monsenhor (título pouco dito a ele) Ducéu e o seu trabalho em prol de nossa comunidade, certamente, preenche-se-riam livros e livros.
Recuso-me com veemência tratar de sua ausência. Escondo-me dela, como quem foge de um fantasma, tentando afugentá-la com reminiscências que ainda estão frescas na memória. Mesmo sabendo que meus olhos o virão num ataúde. Não posso apagar a chama de sua vivacidade. Recuso-me, recuso-me, recuso-me. Conclamando os conterrâneos a manter vivo dentro de cada um: a essência sobrecelestial do nosso estimado Padre Ducéu.
quarta-feira, 12 de maio de 2010
BAÚ DO ABOIADOR
MINHA FOTO 3/4
Desconheço os traços de minha face
Mesmo quando as vejo no espelho hirto
Não pude medir o contorno preciso
Deste rosto híspido, torpe e sem charme
Esta fronte da qual vivo a macular
Dando-lhe definições distorcidas
Ao encará-la claramente imprimida
Num pedaço de papel retangular
Não pode ser eu nesta mísera imagem
Imbuído por uma mutação sinistra
Mostrando-se de uma forma esquisita
Um rosto fúnebre de uma visagem
Mas eu na minha realidade concreta
Não sou o que agora vejo nesta foto
Abnego a qualquer um este torpe modo
Que exagera nas minhas formas certas.terça-feira, 11 de maio de 2010
BAÚ DO ABOIADOR
PRIMEIRO AMOR
Abra o seu coração, Irê
Com meu beijo-chave
Vou-me, se preciso a Hades
Entregar minha alma
Em troca de sua carne
Salve Irê! Salve...
- poesia escrita em 01.12.1998.
segunda-feira, 10 de maio de 2010
BAÚ DO ABOIADOR
SÚPLICA NORDESTINA
As picardias meninis de meu itinerário
Ceifaram-me o crânio disforme e crescido
Eu, um Hércule-quasímodo de Euclides
Disperso numa terra contemptível como um servo.
Nas construções babilônicas dos reles pusilânimes
Ouso cismar os cantos de minha terra
Que evaporou na estrada, entre a poeira
Onde a sequidão domou-me o íntimo.
E o meu coração rústico e transitivo
Pulsa; um pulsar pluviométrico.
E o meu coração rústico e transitivo
Lateja, um latejar de regresso...
...O regresso a minha terra seca.
domingo, 9 de maio de 2010
BAÚ DO ABOIADOR
CANTE BRASIL
Cante Uirapuru;
O seu canto mais raro
Cante Gaivota;
O seu canto náutico
Cante Canário;
O seu canto mais santo
Cante Bem ti vi;
O seu canto mais romântico
Cante Sabiá;
O seu canto de saudade
Cante ó meu Brasil;
O seu samba de verdade.sábado, 8 de maio de 2010
BAÚ DO ABOIADOR
CÓPULA DOS DEUSES
Ó ninféia,
Não ouse entoar nênias a meu respeito
Ainda não possuo epígrafe póstuma
E venha a mim com sua véstia diáfana
Desvendar as volúpias proibidas dos deuses.
Quero o fluído quente de teu vaso
Urgindo copiosamente o meu diaulo hirto
Dar-te-ei também meu visco esbranquiçado
Numa cerimônia dual nos vergéis de Baco.
sexta-feira, 7 de maio de 2010
BAÚ DO ABOIADOR
ELEGIA A CHICO ZÉ DE JOANA
Quando um carnavalesco morre
Ele vai pro céu de confetes e serpentinas
Vai pro céu de Pierrô e Columbina
Ele fica mais próximo de Deus
Vira um querubim; guardião da folia
Que propaga uma luz de escarcéu
Mudando os tons coloridos do céu
Para as cores vivas e concisas da alegria
Adeus seu Chico Zé de Joana
Repouse na mais pura paz
E, lá de cima, proteja os nossos carnavais.
quinta-feira, 6 de maio de 2010
BAÚ DO ABOIADOR
IRÃ, PARA ONDE IRÁS?
Estrelas de fogo que caem
Estrelas de sangue caídas
Na face ferida de Teerã...
Estrelas de fogo que mancham
Estrelas de sangue que sangram
Os corifeus sãos do velho Irã.
Irã,
E agora para onde eles irão?
Os corifeus, os anjos e os messias
O teu céu é um sepulcro de estrelas caídas.
E agora Irã para onde irás?
Se não te roubarem o amanhã
Ouço o choro rasgado de Teerã.
quarta-feira, 5 de maio de 2010
BAÚ DO ABOIADOR
JAGUARUANA: DENTRO E FORA DE MIM
Há outra cidade dentro de mim
De sobrados imperiosos e solitários
Donde a história continua calada
Sendo velada pelos velhos telhados
Caibros, morcegos, aranhas e gatos.
Há outra cidade dentro de mim
De ruas, vias, avenidas envelhecidas
Simão, Padre, Coronel Antônio, Cohab
Artérias tortas, míseras e partidas
Mausoléus de minha infância retraída.
Há outra cidade dentro de mim
De vida provinciana, se é que vive
Feito uma donzela posta na janela
Que olha o movimento da cidade
Enquanto o tempo lhe dá a puberdade.
Há outra cidade dentro de mim
De mulheres enfeitadas de Santas
Coloridas como uma rede inatura
Olho de peixe, sol-à-sol, tijubana
Mulheres que se chamam Sant'ana.
Há outra cidade dentro de mim
E é a mesma fora de mim.
terça-feira, 4 de maio de 2010
BAÚ DO ABOIADOR
ODE DA SOLEDADE
Soledade;
Até os monásticos regozijam a concupiscência
Quando os murros íngremes amputam-lhes o horizonte
Nem me recordo de minha última quimera
Recuso-me de vez entrever Pablo Neruda
E onde tu estavas quando cortei os pulsos
As paredes tornaram-se meu próprio mausoléu
Esperei as tuas flores, mas elas não vieram
Por quê?
Soledade;
Frívolo. Entre os silvícolas me sobreponho jocoso e frio
Desgarrado de teus templos e devaneios santos
O meu infortúnio é a minha passagem para a heroicidade
Mesmo que eu seja um herege mítico de Deus
E onde tu estavas quando me prostrei inebriado
Nas catedrais e lupanares de um Deus onipresente
E mais uma vez esperei tua benção, mas ela não foi dada
Por quê?
Soledade;
Que o céu desabe sob meu frontispício magro
E os imbecis podem vomitar na minha poesia
Já esqueci como se faz um soneto
Meu brasão está quebrado, e o livro?
Onde tu estavas quando me afoguei
Os arranha-céus arranharam minha alma
E você nem veio para costurar os retalhos
Por quê?
Soledade;
Sou um homem corroído pelos abutres de seda
Um poeta de bar, amante das amazonas
Soledade;
Soledade, soledade regressas mais tarde
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Ejaculação Precoce (Haicais)
Confesso que não sou
Apenas estou versando
A lira da dor.
Fico transitando
No caminho do torpor
Se não fores; vou!
Ejaculação Precoce (Haicais)
Meu semblante de aço
Que se desfaz no detalhe
Daquele teu abraço.
Eu sou um estilhaço
Da parte que não se talhe
Eu me abro no passo.
UM ABOIO
A décima terceira sessão da Câmara de Vereadores de Jaguaruana-Ceará, cuja sessão fora presidida pela vereadora Liana Almeida, Presidente da Câmara Municipal, fora marcada pela leitura do projeto de lei 012/2010 que trata da criação do dia da Lei Orgânica do Município, de autoria do vereador João de Deus e esboçada pelo Aboiador que ora tece essas mal traçadas linhas. Fico aqui na expectativa do projeto ser aprovado pelos edis. No dia treze de maio de 2010, poderemos quem sabe prestar uma singela e merecida homenagem ao nosso dispositivo maior, na estância municipal.