terça-feira, 28 de setembro de 2010

ADÁGIOS (IM)POPULARES

FRASES DA SEMANA

“Estão violando até o Cabaré da Boquinha!” (Chico Tripa)
“Marina é igual à Maria Colorau só pensa em madeira” (Zé do Antão)
“Serra tem mais azar que mulher de bode” (Zezim de Ceição)
“O Plínio tem mais prega que sanfona” (Neide)
“A Dilma tem um cabelo de goma” (Suzete)  

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Um dedo de prosa dentro da poesia!

Diante dos meus olhos nada é monocromático
Há cores por todos os lados
Numa tela multidimensional que chamam vida
Ainda que corrompida,
Pequena, pouco acendida,
Rasurada, entorpecida

Pinte a sua
Não deixe que a pintem!

sábado, 25 de setembro de 2010

Um dedo de prosa dentro da poesia!

Eu tenho saudade do teu cuscuz
Do cheiro daquele queijo caseiro
Do baião-de-dois de Maria de Jesus
Carne de bode assada no braseiro
Do gosto bom e doce da siriguela
Da canjica borbulhando na panela
Do café que tem cheiro brasileiro.

O meu sertão é tão festeiro
Não é só seca e desolação
Terra de um povo hospitaleiro
Que guardo com amor no coração
E quem não gosta dessa gente
Só pode ser um grande demente
Que perdeu o senso da razão.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Letras que podem ser musicadas!

Porque você maltrata assim o meu coração
Porque eu ainda sou apaixonado assim
Morena, vem aqui para perto d’eu
Eu quero ser o teu Romeu
Só no compasso do meu baião.

Porque você nunca olha para mim
Porque você não dança comigo
Morena não devora o meu coração
Não me deixe nessa prisão
Com esse sofrimento tão ruim!

Vem parar o meu chororô
Que o remédio é o teu amor
Que eu quero só pra mim
Vem consolar esse meu peito
Que só encontro aconchego
Tendo você perto de mim.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

DIÁLOGOS CORDELESCOS

Dei cascudo na testa de Sansão
Fiz as tábuas para Arca de Noé
Ensinei aquela dança a Salomé
Devorei na dentada um alazão
Pelejei nas quebradas do sertão
Com poetas briosos e imortais
Costurei os 4 pontos cardeais
Na soleira da porta do universo
No oceano, eu morei foi submerso
E o que é que me falta fazer mais?    

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

DIÁLOGOS CORDELESCOS

Padre Rocha, minha gente
Merece nosso respeito.


No baú dessa memória
Que estava meio perdida
Resgatei uma falecida
Figura de trajetória
Que fez parte da história
Ao fazê-la do seu jeito
Eu dou loas ao sujeito
Por seu espírito clemente
Padre Rocha, minha gente
Merece nosso respeito.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

DIVINA COMÉDIA URBANA

As luzes artificiais escondem-me as luzes das estrelas
Trago o óleo diesel nas ruas da cidade
Não há como suportar toda essa urbanidade
Se dentro de mim o bucólico é mais atraente
Tenho sofrido com essa convicção paradoxal
Isso mesmo!
A cidade é um paraíso para muitos
Mas para mim é um purgatório
Que me direciona para o inferno

Desculpe-me os adoradores da urbanidade
Mas eu prefiro ver a vida passar mais lentamente
Sem coletivo lotado e nem engarrafamento

Quero-a assim lentamente, sem aperreios
E tranqüila
Como um dia de domingo na província. 

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

DIÁLOGOS CORDELESCOS

Essa modalidade poética tem como estrutura de rima a seguinte forma: AABCCB, com tonicidade seguindo o seguinte esquema: 3,6,10. Eu batizei de "martelinhos"


Tão ruim quanto chá de marmeleiro
Este amor pueril e presepeiro
Que arrancou do meu peito o coração
Sem querer se tornou um imperativo
Já sou não sou desta terra nem nativo
Desconheço os contornos do meu chão.

Me deixaste igual seca no sertão
Namorando a malvada solidão
Com os versos que eu tiro da memória
Tendo ao lado uma dose de cachaça
Pra matar de uma vez essa desgraça
Vou falando um pouquinho da história.

domingo, 19 de setembro de 2010

Um dedo de prosa dentro da poesia!

Jaguaruana e os seus porquês

Porque se louva a estupidez em detrimento das moções de sabedoria?
Porque se ostenta a vaidade se é na simplicidade onde reina a beleza?
Porque se apequena a nossa grandiosidade enrustida?
Porque se alegram copiosamente diante da desgraça alheia?
Porque o estardalhaço nas coisas míseras e o silêncio nas coisas boas?
Porque se posterga a cultura local e embriagar-se com a cultura de fora?
Porque se aboleta a história enganosa e apagar-se a memória local?
Porque se deitam em camas e pisam na valorosa rede de dormir?
Por que
Por que
Minha cidade precisa responder essas indagações
Para que se possa pensar no seu desenvolvimento.

sábado, 18 de setembro de 2010

Letras que podem ser musicadas!

SEGUNDA PARTE DO SAMBA: ELEGIA A EMÍLIA

Ela foi republicana
Uma mulher tão soberana
Que viveu na retidão
A Rainha do Ignoto
É um livro primoroso
Que saiu de suas mãos
Esquecida pelo tempo
Mas hoje eu vou lembrar
Dessa mulher
Do meu querido do Ceará


Êêêêê, Emília
Não te esqueci
Vou torná-la infinita
No meu samba de triz.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

UM ABOIO DE MEMÓRIA

Na busca incessante de reconstruir a memória jaguaruanense:

"Na verdade, Manoel de Goes e seu filho Simão de Goes de Vasconcelos, obtiveram sesmarias em vários pontos do Ceará. “Na Memória de Feijó, a Chapada do Apodi é chamada Catinga do Goes. Em documentos de 1811, em que – para execução da Provisão Régia de 1793 – o ouvidor Rademaker dá posse à Câmara de Aracati so-bre certos terrenos, há também referência à Catinga do Goes. (...) Catinga do Goes era também o nome da povoação que deu origem à atual cidade de Jaguaruana”. (Cf. BRAGA, Renato. Dicionário geográfico e histórico do Ceará. Fortaleza: Im-prensa Universitária do Ceará, 1967. pp. 336-37.)"

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Um dedo de prosa dentro da poesia!

CANTOS À JAGUARUANA!

-II-
Por onde andavas? Que há tempos não a vejo.
A minha cama tem sentindo a tua ausência
Os meus lençóis ainda vivem o ensejo
Em que me abandonaste na adolescência

Mas como me deixaste assim tão só
Naquela hora em que amor era semente
Plantada no jardim oculto da mente
Do meu eu que não tiveste um pouco de dó

Agora vens com o semblante cansado
Bater na porta do meu quarto pequeno
E eu que por ti, fui demais, desprezado

Não guardo nem um ódio tão vil e obsceno
Eu te dou a melhor roupa, faço bom grado
Dou casa pra ti não dormir no sereno.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

UM ABOIO EDUCATIVO

EDUCAÇÃO JAGUARUANENSE                



Ao retornar o assunto da Educação do município, queria reiterar, que as minhas colocações críticas não têm como escopo denegrir trabalho sócio-educacional de ninguém. Na verdade, o intuito maior é alertar as autoridades públicas para os índices que medem a eficiência das políticas educacionais e despertar na Administração local uma atitude positiva e definitiva para se erradicar lacunas no processo educativo. Os dados aqui levantados são do Governo Estadual, Secretaria de Educação Básica do Estado do Ceará (Seduc), IBGE e PNAD, órgãos de idoneidade inquestionável. O presente texto vai relatar sobre a Taxa de Escolarização Líquida, mas o que é isso: “A taxa de escolarização líquida fornece a proporção da população matriculada no nível/modalidade de ensino considerado adequado conforme as seguintes faixas etárias: educação infantil: menores de 6 anos; ensino fundamental de 7 a 14 anos; ensino médio de 15 a 17 anos e ensino superior de 18 a 24 anos.”(Fonte: IBGE e PNAD microdados). A nossa Taxa de Escolarização Líquida de 2009 é de 89,7% no Ensino Público Fundamental (Competência Municipal) muito abaixo da média do Estado que são 94,2%, uma diferença considerável de 4,5%. Em outras palavras, de cada 100 alunos aproximadamente 90 alunos está com idade correspondente a sua série escolar. Os números são claros em dizer que nossa educação ainda está longe de ser, pelo menos, mediana. Essa distorção sócio-educacional causa um retardamento na vida escolar dos nossos alunos, enquanto que em outras cidades os alunos fazem e conluiem o ensino fundamental com idade certa, os nossos não. Até por isso e sendo certamente um reflexo dessa anomalia, o índice de abandono escolar de Jaguaruana está um 1% maior que a média do Estado: Jaguaruana tem o desonroso percentual de 4,6% e o Ceará de 3,6%.
O Governo Municipal deve esquecer a vanglória de dizer que está tudo bem por puro marketing. Admitir a fragilidade não é sinal de medo ou fracasso, pelo contrário é sinal de coragem e vontade de inovar. O Prefeito tem que tornar a educação à bandeira primeira do município. Isso até parece disco arranhado de tantas vezes repetido, mas não custa nada repetir enfaticamente. Afinal de contas, da educação emerge inúmeros benefícios sociológicos. Esqueçam das analogias baratas de dizer que hoje estar melhor que ontem, essa comparação é inverossímil ao se perceber que outrora também os tempos eram outros e não se dispunha dos recursos que hoje deságuam no Poder Público Municipal. Não estou aqui tirando a culpa dos Administradores anteriores, eles maiores são culpados por nunca ter tido a educação como prioridade. Mas lembre-se é preciso começar agora reverter esse maléfico desajuste educacional.

Um dedo de prosa dentro da poesia

CANTOS À JAGUARUANA!

-I-
As tuas ruas tortas grudam-se na minha aorta
Sem ti não durmo, minha alma parece morta
Sem ti não vivo, minha mente fica turva
Sem ti perco a reta, sem querer faço curva.

Meu refúgio miúdo: berço e adro de mim
Proscênio das minhas insignificâncias
Aonde interpreto sempre com relutância
As peripécias de um negro pixaim.

Sei que não olhas, finge não me ver na tua frente
Porém insisto, dou-te flores de poema
E não faço deste teu desprezo um problema

Tenho sido um enamorado paciente
Contudo saibas que minha afeição não é extrema
E não me julgues um escravo reticente.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

ADÁGIOS (IM)POPULARES

Adágios (Im)populares

Uma andorinha só não faz eleição
Da discussão nasce... o processo judicial
De boas intenções o Congresso tá cheio
De grão em grão a galinha passa fome

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

UM ABOIO BIOGRÁFICO

PADRE ROCHA – O SARCEDOTE DO TEATRO!

“O inferno está cheio de cabeças de padres”
Frase supostamente dita por Padre Rocha



Padre Antônio Cândido da Rocha (1854-1932), Padre Rocha para os seus conterrâneos, padre, orador, jornalista, professor, Deputado Provincial e Constituinte, Diretor da Escola Normal de Fortaleza e Dramaturgo nasceu no distrito de paz Caatinga do Góis (Ex-União e atual Jaguaruana) - território na época ainda subordinado a Comarca de Aracati – no dia 06 de Fevereiro de 1854. Curiosamente, um ano antes (1853) Dom Luis Antônio dos Santos, o primeiro bispo do Ceará, havia visitado o distrito de paz Caatinga do Góis e Antônio José de Freitas aproveitou o ensejo para sensibilizá-lo sobre necessidade de ali se fundar uma freguesia, haja vista que já existia uma intensa movimentação religiosa capitaneada pela Irmandade de Sant’Ana fundada no dia 31 de maio de 1851. Padre Rocha era filho de José Francisco da Silva Rocha e Tereza Maria de Jesus, aos 19 anos ingressou no Seminário da Diocese de Fortaleza – capital da Província – nos idos de março de 1873. Nesse ínterim, no dia 04 de dezembro de 1863 pela Lei Provincial nº 1083 era instituído a Freguesia de Sant’Ana no distrito de paz Caatinga do Góis, Padre Rocha tinha 9 anos e 10 meses. O vigário da freguesia só viria a ser nomeado por Dom Luis Antônio dos Santos no dia 19 de janeiro de 1864, sendo o pároco escolhido o Padre Alexandre Correia de Araujo Melo natural de Aracati, o mesmo só viria definitivamente assumir a freguesia no dia 30 de Abril de 1864. Certamente, o Padre Alexandre Correia de Araujo Melo contribui bastante na vocação sacerdotal de Padre Rocha. Quando tinha 11 anos 7 meses o distrito de paz Caatinga do Góis elevou-se a Vila, mudando o seu nome para União. A Vila de União recém criada já ostenta a fama de formar inúmeros sacerdotes, muitos de seus filhos paroquiaram dezenas de cidades no Ceará, Nordeste e Brasil. Padre Rocha sob a disciplina espartana do Seminário viria receber a prima tonsura (Cerimônia religiosa em que o bispo dá um corte no cabelo do ordenando ao conferir-lhe o primeiro grau do clericato) com três anos e oito meses de estudos, ritos e orações, precisamente no dia 30 de novembro de 1876. No dia 30 de novembro de 1877, viriam ordens menores na sua graduação monástica. As ordens de subdiaconato e diaconato (Clérigo da segunda ordem, imediatamente inferior ao padre, e que o ajuda no altar durante a missa) seriam nas respectivas datas 27 e 30 de novembro de 1878. O presbiterato (No catolicismo, ordem que confere o sacerdócio) fora lhe concedido no dia 30 de novembro de 1879, a sua primeira missão aconteceu na Igreja-matriz de União no dia 8 de dezembro de 1879, Padre Rocha já estava com 25 anos. Nessa época o vigário da Freguesia de União era o Padre . No dia 3 de Fevereiro de 1880, Padre Rocha assumiria a freguesia de seu torrão natal, aonde iniciaria definitivamente o seu exercício vicariato. Contudo a religião não lhe dava satisfação plena, por isso ele acabou ingressando na política e no magistério. Logrou o êxito de no biênio de 1884/1885 se tornar Deputado Provincial do Estado do Ceará. A Vila de União também ia se desenvolvendo, em 22 de janeiro de 1885 era criado o Poder Judiciário gerido pelo Capitão João Evangelista de Carvalho e Francisco José Marques, seguidos pelo cidadão Francisco Joaquim de Paula. José Severiano de Almeida receberia a nomeação de Tabelião do Júri no dia 23 de janeiro de 1885. Já no dia 12 de Agosto de 1887 nomeou-se vitaliciamente para o ofício de tabelião público e escrivão geral o cidadão Antão Lemos de Almeida, que só veio assumir o cargo em 01 de setembro de 1887. Aos quatorze dias de setembro 1888 criou-se a coletoria das rendas pela tesouraria da Fazenda do Ceará e aprovada através do Aviso nº 109, de 22.10.1888, sendo nomeado o cidadão Francisco das Chagas Rocha como coletor e escrivão o Sr. Antonio Joaquim Ferreira Gondim. Deixou a Freguesia de União no dia 1 de setembro de 1889, dirigindo-se a Capital da Província para continuar na arte do magistério e da política. A Coroa Portuguesa já estava em decadência total e as aspirações republicanas ecoavam pelos quatro cantos do país, tão assim que naquele mesmo ano (1889) no dia 15 de novembro é proclamado a República do Brasil. Os ideais americanos e o lema de Moore encontravam reflexos nos republicanos daqui que desejava aquela liberdade civil. Certamente, Padre Rocha já tinha convicções republicanas até porque o império está com a imagem arranhada perante a Igreja Católica e foi essas convicções que o fez ser Deputado Constituinte de 1891 da Província do Estado do Ceará. A Velha República nascia como uma fotocópia medíocre do exemplo americano, Estados Unidos do Brasil já passava bem a idéia dessa influência. Deve-se lembrar que 1890 (um ano depois da Proclamação da República) houve as discussões e negociações de poderes no novo sistema de governo. Ao pregar a autonomia as Províncias, cada uma delas tiveram que elaborar suas Constituições desde que não fossem contraditórias legalmente a Constituição Federal (conceito da Pirâmide de Hans Kelsen). Padre Rocha contribuiu na feitura da nova Constituição da Província do Ceará. Naquele mesmo ano (1891) no dia 6 de junho de 1891, foi nomeado pelo Governador da Província José Clarindo de Queirós (1841 – 1893) o Diretor da Escola Normal de Fortaleza. Com queda de José Clarindo de Queirós em 16 de Fevereiro de 1892, pela força do golpe de Floriano Peixoto, que queria fora dos governos estaduais todos os aliados de Deodoro da Fonseca. Essa convulsão política dentro da Província fez com Padre Rocha fosse para Norte, precisamente a região do Amazonas, aonde no dia 24 de maio de 1892 foi nomeado Vigário da Freguesia de Fonte Boa (AM) cidade localizada no Sudoeste Amazonense, na região conhecido por Alto Solimões. Curiosamente, um ano antes em 1891 no dia 23 de março Fonte Boa elevou-se a categoria de Vila, a freguesia já existia desde 1858, exatamente no dia 06 de novembro. Não se sabe ao certo, por falta de fontes de pesquisas, quanto tempo Padre Rocha ficou na freguesia. Que se sabe de certo é que ele regressou ao Ceará e no ano de 1895 ingressou no universo do teatro, através de duas peças teatrais tipografadas nas Oficinas Studart, Fortaleza, Rua Formosa n. 46 e publicados sob o pseudônimo Um sacerdote: As Boas Obras (Um drama em três atos), de 56 pp. e Aviso às Moças ou A Meia Pataca (Uma comédia em dois atos), 14 pp. O preâmbulo do teatro jaguaruense, quiçá do Ceará, tem como patrono e pioneiro Padre Rocha. No dia 12 de novembro de 1932, Padre Rocha faleceu na sua cidade natal (Jaguaruana, que na época ainda era União).   
     Moacir Ribeiro da Silva

Na busca incessante de reconstruir a memória jaguaruanense!
Fontes de consulta:
Diccionario Bio-bibliographico Cearense - Barão de Studart
1001 Cearenses Notáveis - Autor F. da Silva Nobre - Impressso pela Casa do Ceará Editora - Rio de Janeiro – 1996
Ceará. Assembléia Legislativa. Memorial Deputado
Pontes Neto.
Os clérigos na Assembléia Provincial do Ceará:
1821-1889/ Coordenação, pesquisa e texto Osmar
Maia Diógenes. _Fortaleza: INESP, 2008.
221 p.;il
ISBN: 978-85-87764-84-3
1. Padres, Deputados Estaduais-Ceará. 2.
Deputados, Biografia. 3. Ceará, Assembléia
Provincial. 4. Instituto de Estudos e Pesquisas sobre
o Desenvolvimento do Estado do Ceará. I. Diógenes,
Osmar Maia. II. Título.
www.jaguaruana.ce.gov.br
pt.wikipedia.org


domingo, 12 de setembro de 2010

UM ABOIO VADIO

VAI VADIAR! VAI VADIAR!



O portal G1 teceu uma reportagem deverás interessante que demonstra a anomalia jurídica que ainda persiste no nosso aparelho judiciário. A lei penal que inibe a vadiagem é mais um dos absurdos que nesse país persiste como sinal de nossa ignorância maior. O artigo 59 do decreto-lei 3.688 de 1941 trata assim em seu texto legal: "entregar-se alguém habitualmente à ociosidade, sendo válido para o trabalho, sem ter renda que lhe assegure meios bastantes de subsistência, ou prover à própria subsistência mediante ocupação ilícita", com pena de reclusão de 15 dias a 3 meses. Essa distorção jurídica refere o princípio da isonomia, por esse turno, é inconstitucional! Mas foi um dispositivo que perpassou várias mudanças históricas do Brasil, permanecendo imutável e demonstrando que o nosso país ainda é um lugar extremamente conservador.

sábado, 11 de setembro de 2010

UM ABOIO BIOGRÁFICO

Biografia de Padre Antônio Cândido da Rocha - Primeira Parte

Padre Antônio Cândido da Rocha (1854-1932), Padre Rocha para os seus conterrâneos, nasceu no distrito de paz Caatinga do Góis (Ex-União e atual Jaguaruana) - território na época ainda subordinado a Comarca de Aracati – no dia 06 de Fevereiro de 1854. Curiosamente, um ano antes (1853) Dom Luis Antônio dos Santos, o primeiro bispo do Ceará, havia visitado o distrito de paz Caatinga do Góis e Antônio José de Freitas aproveitou o ensejo para sensibilizá-lo sobre necessidade de ali se fundar uma freguesia, haja vista que já existia uma intensa movimentação religiosa capitaneada pela Irmandade de Sant’Ana fundada no dia 31 de maio de 1851. Padre Rocha era filho de José Francisco da Silva Rocha e Tereza Maria de Jesus, aos 19 anos ingressou no Seminário da Diocese de Fortaleza – capital da Província – nos idos de março de 1873. Nesse ínterim, no dia 04 de dezembro de 1863 pela Lei Provincial nº 1083 era instituído a Freguesia de Sant’Ana no distrito de paz Caatinga do Góis, Padre Rocha tinha 9 anos e 10 meses. O vigário da freguesia só viria a ser nomeado por Dom Luis Antônio dos Santos no dia 19 de janeiro de 1864, sendo o pároco escolhido o Padre Alexandre Correia de Araujo Melo natural de Aracati, o mesmo só viria definitivamente assumir a freguesia no dia 31 de Abril de 1864. Certamente, o Padre Alexandre Correia de Araujo Melo contribui bastante na vocação sacerdotal de Padre Rocha. Quando tinha 11 anos 7 meses o distrito de paz Caatinga do Góis elevou-se a Vila, mudando o seu nome para União. A Vila de União recém criada já ostenta a fama de formar inúmeros sacerdotes, muitos de seus filhos paroquiaram dezenas de cidades no Ceará, Nordeste e Brasil. Padre Rocha sob a disciplina espartana do Seminário viria receber a prima tonsura (Cerimônia religiosa em que o bispo dá um corte no cabelo do ordenando ao conferir-lhe o primeiro grau do clericato) com três anos e oito meses de estudos, ritos e orações, precisamente no dia 30 de novembro de 1876. No dia 30 de novembro de 1877, viriam ordens menores na sua graduação monástica. As ordens de subdiaconato e diaconato (Clérigo da segunda ordem, imediatamente inferior ao padre, e que o ajuda no altar durante a missa) seriam nas respectivas datas 27 e 30 de novembro de 1878. O presbiterato (No catolicismo, ordem que confere o sacerdócio) fora lhe concedido no dia 30 de novembro de 1879, a sua primeira missão aconteceu na Igreja-matriz de União no dia 8 de dezembro de 1879, Padre Rocha já estava com 25 anos.
Fotos retiradas: www.ibge.gov.br

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Um dedo de prosa dentro da poesia!

Acabou-se o período de hinos a Jaguaruana (Ceará)

Estribilho
Jaguaruana, meu crisol idílico
Meu berço e minha campa
Meu amor por ti é hílico
O teu brasão é minha estampa!

O clarim ressoou, exortando a liberdade
Ao tocar na cidade um hino de penhor
Aos heróis desta terra que com mui valor
Deram ao nosso povo um solo de unidade
Acabando com os grilhões da iniqüidade
Retirando-nos das mãos sujas do opressor
Que enjaulava os anseios de fraternidade.

Estribilho
Jaguaruana, meu crisol idílico
Meu berço e minha campa
Meu amor por ti é hílico
O teu brasão é minha estampa!

É preciso cantar com força essa hosana
Em respeito às riquezas do nosso passado
Para que nunca seja um traço apagado
Da história do povo de Jaguaruana
Que sofreu por demais com a garra tirana
De uma elite que diz ter por nós um cuidado
Mas que ultrajam a nossa essência soberana.

Estribilho
Jaguaruana, meu crisol idílico
Meu berço e minha campa
Meu amor por ti é hílico
O teu brasão é minha estampa!

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Um dedo de prosa dentro da poesia!

Foi em quatro de setembro
Que se quebraram os grilhões
E a liberdade ecoou
Dentro dos nossos corações
Salve, salve Terra tão soberana!
Salve, Salve, Salve minha Jaguaruana.

O braço de nossa união
Venceu toda maldade
Hoje cantamos alegres
O hino da liberdade
Salve, salve Terra tão soberana!
Salve, Salve, Salve minha Jaguaruana.

A nossa bandeira augusta
Representa nossa nação
Uma nação cearense
Filho e filha do sertão
Salve, salve Terra tão soberana!
Salve, Salve, Salve minha Jaguaruana.

Saudemos nossa cidade
Com devoção e respeito
O amor a essa terra
Guardamos no peito
Salve, salve Terra tão soberana!
Salve, Salve, Salve minha Jaguaruana.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Um dedo de prosa dentro da poesia!

OUTRO HINO PARA JAGUARUANA! (1ª parte)

-I-
À margem esquerda do rio
Eis que surge uma cidade pomposa
Uma terra de um povo bravio
Pátria-mãe soberana e briosa!
Que no campo sangrento da luta
Não fugira ao ardor da disputa
A sua alma nunca fora medrosa!

Estribilho
Caantiga e União já fora
Jaguaruana hoje é
Salve essa terra divina
De um povo de força e de fé!(BIS)

-II-
Do aljube funesto do algoz
Libertou-se minha terra altaneira
E ao povo foi dada a voz
Diante da corte Real-brasileira
E mesmo sofrendo diatribe
Ó Deusa do Vale Jaguaribe
Defendera viril a sua fronteira!

Estribilho
Caantiga e União já fora
Jaguaruana hoje é
Salve essa terra divina
De um povo de força e de fé!(BIS)

-III-
Seus filhos com muito amor
Rendem votos de puro ufanismo
E a sua glória é um esplendor
Que ilumina o nacionalismo
De uma nação que é tão varonil
Guardiã das riquezas do Brasil
Defendendo-a com pacifismo!

Estribilho
Caantiga e União já fora
Jaguaruana hoje é
Salve essa terra divina
De um povo de força e de fé!(BIS)

terça-feira, 7 de setembro de 2010

UM ABOIO HISTÓRICO

Será 120 ou 145 anos de emancipação política de Jaguaruana?

                Essa indagação tem uma estreita ligação com as lutas políticas de minha cidade. Sabe-se, qualquer um, que a elevação à vila pela Lei Provincial nº 1183 de 04.09.1865 para os parâmetros jurídicos da época equivale à condição de município com autonomia política. Tal fato se comprova pela dita Lei Provincial obrigar a construção de uma câmara de vereadores e de detenção, prática comum para época. O distrito de paz Caantiga do Góis passaria a partir daquela data ser Vila União, desmembrada da Vila de Aracati e abrangendo o território de Passagem de Pedras (atual Itaiçaba). Um fato curioso é que o território de Palhano, na condição de distrito de paz denominado de “Cruz do Palhano”, pertenceu à Vila União conforme a Lei Provincial nº 2215 de 12.08.1889, comprovando mais uma vez que a emancipação política já era notória e reconhecida pelo Estado. No ano subseqüente, o Decreto Provincial nº 58 de 04.09.1890 “Cruz de Palhano” retornaria a ser do território de São Bernardo das Russas. A partir desse prisma, Jaguaruana deveria está completando 145 anos de emancipação política, a emancipação religiosa viria anteriormente conforme a Lei Provincial nº 1083 de 04.12.1863 que delimitou o território do distrito de paz. Nesse caso no dia 04 de dezembro de 2010, Jaguaruana estará completando 147 anos de emancipação religiosa, acontecimento esse que deve ser também comemorado com toda pompa que essa data merece.

                Mas porque se comemoram apenas 120 anos de emancipação política? Hipoteticamente, poder-se-ia afirmar que houve uma má interpretação histórica ao delimitar o marco de nossa liberdade a partir do Decreto Estadual nº 66 de 11.09.1890, que elevou de vila a cidade a nostálgica União. Contudo não podemos confundir nomenclaturas jurídicas com emancipação política, duas coisas completamente distintas.
                O que parece um engano histórico, a meu ver, fora uma estratégia política para exterminar a importância histórica daquele que fora o grande libertador de nossa cidade: Tenente-Coronel Antônio José de Freitas, mas não só ele. Houve uma proposital intenção do extermínio de nossa memória que existia antes do ano de 1890. Porque será? Simplesmente questões políticas que permearam conflitos entre famílias e segmentos sociais. A elite política que dominou e domina as rédeas do poder da minha terra foram os verdadeiros assassinos de uma história que só temos uma vaga lembrança.
                Independente do dilema aqui exposto não pode deixar de me rejubilar com a data de aniversário de minha cidade, por fim felicitando-me com os meus conterrâneos.     
Fonte das fotos: http://www.ibge.gov.br/

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Um dedo de prosa dentro da poesia!

My little soul
My little blue
My little jazz
My little truth
you is ink and brush
Please push!
the door is open
the door of my heart.

domingo, 5 de setembro de 2010

UM ABOIO DE JÚBILO

A VOLTA DE EMÍLIA FREITAS A JAGUARUANA
A minha alma encontra-se em êxtase pleno. Estou preste a resgatar uma filha ilustre de minha terra que andou longe de nossa vista. A elite jaguaruanense, sobretudo política, tentou silenciá-la, colocando-a numa jaula do ostracismo inculto, mas tenho a honra de arrancá-la das trevas. Emília Freitas, em breve, reencontrar-se-á com seu povo e a sua terra de devoção. Os meus conterrâneos a virão nas páginas de seu maior romance que se tem notícia: A Rainha do Ignoto. Aos que não conhece o romance, por motivos óbvios, não vou sintetizar a história, mas adianto que esse romance psicológico é tido por muitos um marco na literatura nacional. A Rainha do Ignoto subverteu seu tempo em inúmeros âmbitos: escola literária, temática, realismo-fantástico e idéias feministas. Os filhos de Jaguaruana irão se identificar com várias coisas no livro: leiam e descubram!
Logo estarei em Jaguaruana para doar 9 (nove) livros do romance. Sei que é uma contribuição pequena, contudo de valor imensurável. As gerações de hoje e de amanhã não dirão que não tiveram oportunidade de ler um romance de uma escritora genuinamente jaguaruanense. O plano de distribuição dos exemplares vai ser da seguinte forma: Biblioteca Municipal – 3 exemplares; Escola Manoel Sátiro – 3 exemplares; Escola Francisco Jaguaribe – 3 exemplares. Devo salientar que o meu escopo não se finda na simples distribuição dos livros em questão, a minha intenção é despertar nas pessoas de minha cidade a valorização de Emília Freitas e que essas pessoas não a deixe mais morrer no esquecimento coletivo. Da mesma forma que escrevi no meu samba em homenagem a Emília: “Esquecida pelo tempo/ Mas hoje eu vou lembrar/ Dessa mulher do meu querido Ceará”.

sábado, 4 de setembro de 2010

UM ABOIO

No dia 31.08.2010 o Banco do Nordeste através do seu edital de cultura, anunciou os projetos habilitados de diversas cidades nas seguintes categorias: literatura, música, audiovisual, artes visuais, artes integradas e artes cênicas. Dois projetos de minha autoria estão concorrendo no páreo. Devo salientar que a etapa de habilitação é de caráter eliminatório, contudo não é definitivo. Haverá mais uma etapa, essa definitiva, para seleção dos projetos. Por incrível que pareça a minha preocupação não reside no fato da última etapa de seleção, mas sim em algo que transcende isso. Os únicos projetos classificados, quiçá os únicos inscritos, da cidade de Jaguaruana foram os meus, evidenciando um problema que deixa a minha cidade à margem dos investimentos culturais; comuns através das políticas de editais. Essa fragilidade impede que nossa cidade tenha uma sobre-vida cultural, o poder público tem sua parcela de culpa por não dispor de mecanismo que possa extirpar esse mal. No caso, o poder público teria condições de instituir um corpo de funcionários especializados na área de gestão de projetos, servindo no âmbito da consultoria e assessoria para todos os envolvidos em atividades culturais desprovidos de capacitação na elaboração de projetos.
Quando se diz que a nossa administração pública sofre da ausência de inteligência e capacidades administrativas nas políticas públicas, ainda dizem que sou polemista e hiperbólico. A cada dia demonstro através de textos que a minha crítica tem consistência. Espero que o Prefeito acorde e extirpe de sua administração todos os males.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Um dedo de prosa dentro da poesia!

HOSANA À BANDEIRA DE JAGUARUANA

Estribilho
Ó salve augusto pendão
Pendão de uma gente ordeira
Saudemos de pé então
O hastear de nossa bandeira.

__________________________________
-I-
Virtuoso pendão tremulante
De uma terra amada por nós
Hoje somos libertos, triunfantes
Vencemos o nosso algoz
Emblema que cinge meu peito
Estampado em nossa bandeira
Ó minha flâmula altaneira
A quem devemos respeito.
________________________________
Estribilho
Ó salve augusto pendão
Pendão de uma gente ordeira
Saudemos de pé então
O hastear de nossa bandeira.
________________________________
-II-
A marca de nossa terra
Símbolo do amor e da paz
O seu valor nunca se encerra
O seu brasão não se desfaz
Sendo a arma e o escudo
Dentro de cada coração
Tremular no topo pendão
Com o nosso amor massudo.
________________________
Estribilho
Ó salve augusto pendão
Pendão de uma gente ordeira
Saudemos de pé então
O hastear de nossa bandeira.
_______________________________

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

UM ABOIO

Na minha cidade nunca houve oposição política, sempre houve a situação e o outro lado que quer ser situação. Oposição política não pode ser vista como rivalidade desportista, não se trata de existir lado A e lado B. Num Estado democrático de fato e de direito o exercício de se opor politicamente é tão comum quanto o próprio governo. A história está aí para provar tal fato personificado nas figuras dos liberais, conservadores e jacobinos. Karl Marx ao definir a história como um embate de classes já sinalizava com a cultura de oposição.
Jaguaruana nunca houve oposição por um simples detalhe: os dois ou mais grupos políticos existentes na cidade tem os mesmos propósitos. Opositores políticos não podem ter os mesmos ideais dos que estão no poder, porque se assim forem são gêmeos e se são gêmeos não há oposição, mas sim jogo de interesse. Na “Terra da rede” são assim, todos só querem sentar-se na cadeira do Paço Municipal, ninguém pensa na oposição, na construção de uma política alternativa que seja diferente das velhas práticas politiqueiras ainda em voga.
Será que um dia teremos realmente uma oposição?