quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

DIÁLOGOS CORDELESCOS

COCO TRAVA-LINGUA MORRANIANOS

EMBOLADOR 1
bambo, bema, bime, bumba
Bumba, bime, bema, bambo
Mambo, momo, membro, mumo
Mumo, membro, momo, mambo
Vulto, vila, vela, vala
Tambo, tilo, tela, tala
Tala, tela, tilo, tambo.

OS DOIS
Quero ver você travar
Quero ver você dizer
Mato, massa, maracá
Malva, muco e mussambê(Bis)

EMBOLADOR 2
mela, mile, mola, mula
mula, mola, mile, mela
rela, rola, rima, rata
rata, rima, rola, rela
xaca, xeco, xiça, xunga
sela, sala, sila, sunga
Sunga, sila, sala, sela.

OS DOIS
Quero ver você travar
Quero ver você dizer
Mato, massa, maracá
Malva, muco e mussambê(Bis)

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Um dedo de prosa dentro da poesia!

QUANDO O “OUTRO” FALA!


Ao Paulo Eduardo Mendes



Se não me falha a memória
Eu sou aquele dos dias de chumbo nos jornais
O outro sem nome, mas com história
Aquele que vagou a esmo nas ondas dos rádios
Exortando vozes que perdi pelos caminhos do tempo
Lembrou? O dono da voz era o “outro”...
Não o outro... no caso eu! Entendeu?
Deleitei-me nas coxias, transfigurei-me
Encarnei personagens como se fossem minhas próprias encarnações
 Fui eu e outros ou será que fui o “outro” e eus?
Pouco importa!
Quando todos disseram que eu era o “outro”
Eu sempre fui eu!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

DIÁLOGOS CORDELESCOS

GABINETE – (PELEJA DO MOACIR COM O DIABO) – PARTE 4


DIABO:
Meu chicote bem trançado
Vou tacá-lo no seu lombo
Eu só quero ver o tombo
No terreiro acentuado
Você tá amaldiçoado
Tanto aqui como no além
Eu comprei um cartão
Pra viajar no trem
Sem cartão ninguém vai
Sem cartão ninguém vem
Sem cartão ninguém dá
Sem cartão ninguém tem
Tanto vem como vai
Tanto vai como vem
Tanto tem tanto dá
Tanto dá como tem
Nem vem nem vai
Nem vai nem vem
Nem tem nem dá
Nem dá nem tem
Se você for poeta
Faça assim também
Minha casa é palacete
Quem não canta Gabinete
Não é cantor pra ninguém.


MOACIR:
Vamos ver quem nessa briga
Tem as mãos e o braço forte
Não suplique pela sorte
Nem tampouco faça figa
O meu soco na barriga
É pior do que de cem
Eu comprei um cartão
Pra viajar no trem
Sem cartão ninguém vai
Sem cartão ninguém vem
Sem cartão ninguém dá
Sem cartão ninguém tem
Tanto vem como vai
Tanto vai como vem
Tanto tem tanto dá
Tanto dá como tem
Nem vem nem vai
Nem vai nem vem
Nem tem nem dá
Nem dá nem tem
Se você for poeta
Faça assim também
Pare de fazer piquete
Quem não canta Gabinete
Não é cantor pra ninguém.

domingo, 19 de dezembro de 2010

DIÁLOGOS CORDELESCOS

FELIZ NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO A GALOPE! - PARTE 3
Diante da data que é tão magistral
Rendemos mil votos ao povo decente
Amigos, amor,da criança ao parente
A todos que tenham um “quê” fraternal
Que seja bendito mais esse Natal
E o novo ano que não demora a chegar
Sonhando com a paz e o seu triunfar
Bondade, carinho, família e trabalho
Que nada na vida não seja mais falho
Cantando galope na beira do mar.

sábado, 18 de dezembro de 2010

DIÁLOGOS CORDELESCOS

FELIZ NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO A GALOPE! - PARTE 2

A prova de amor que Ele deu a sua nação
Mandando seu Filho para uma lavoura
Jesus nosso rei lá da sua manjedoura
Iria lavrar o mais novo cristão
Devendo cumprir a sagrada missão
De ser o cordeiro que iria tirar
Os muitos pecados de todo lugar
Usando o perdão, louvor, fé, caridade
Jesus é o caminho, o fulgente e a verdade
Cantando galope na beira do mar.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

DIÁLOGOS CORDELESCOS

GALOPES REAIS


Orquídeas de sangue surgem no mundo
Compondo um jardim monstruoso de dor
As armas letais sobrepõem todo amor
Deixando no homem um risco profundo
O mundo inocente se torna infecundo
Escuto as crianças de fome chorar
A nossa esperança já quer se matar
Por não suportar a pesada tristeza
Ao ver que o humano é somente vileza
Cantando galope na beira do mar.

DIÁLOGOS CORDELESCOS

FELIZ NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO A GALOPE! - PARTE 1


Na noite tão turva uma estrela brilhou
Guiando três reis do bendito Oriente
José com Maria; um casal tão decente
Seguiu tudo aquilo que Deus ordenou
No dia da luz em que a graça soprou
Os anjos no céu começaram tocar
Pastores na terra puderam cantar
Louvando os poderes do Nosso Senhor
Pois Ele mandava a sua prova de amor
Cantando galope na beira do mar.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

DIÁLOGOS CORDELESCOS

VOMITANDO ZÉ LIMEIRA


Congada de rei que nasceu na Alemanha
Das mãos molambentas do rei da Inglaterra
Que veio morar nos confins dessa terra
Na casa de taipa lá no Pacatanha
Mas lá conheceu uma miséria tacanha
E foi-se pro lado de Sampa morar
Mas quando chegou, pensou logo em voltar
Voltando pra praia do Furo da Gata
Num carro de luxo que é feito de lata
Soltando o barroso no vaso do lar.

DIÁLOGOS CORDELESCOS

GABINETE – (PELEJA DO MOACIR COM O DIABO) – PARTE 3

DIABO:
Me respeite seu moleque
Sou poeta com laurel
Mas você não tem plantel
Pois a sua honra tá em xeque
Renda-me salamaleque!
Se não quer ficar aquém
Eu comprei um cartão
Pra viajar no trem
Sem cartão ninguém vai
Sem cartão ninguém vem
Sem cartão ninguém dá
Sem cartão ninguém tem
Tanto vem como vai
Tanto vai como vem
Tanto tem tanto dá
Tanto dá como tem
Nem vem nem vai
Nem vai nem vem
Nem tem nem dá
Nem dá nem tem
Se você for poeta
Faça assim também
Vou chutar seu tamborete!
Quem não canta Gabinete
Não é cantor pra ninguém.

MOACIR:
Sem sai da linha reta
Eu conheço o seu passado
Eu já li o livro sagrado
E bem sei qual é sua meta
Isaías o profeta
Descreveu-lhe muito bem
Eu comprei um cartão
Pra viajar no trem
Sem cartão ninguém vai
Sem cartão ninguém vem
Sem cartão ninguém dá
Sem cartão ninguém tem
Tanto vem como vai
Tanto vai como vem
Tanto tem tanto dá
Tanto dá como tem
Nem vem nem vai
Nem vai nem vem
Nem tem nem dá
Nem dá nem tem
Se você for poeta
Faça assim também
Nem apanhe o sabonete!
Quem não canta Gabinete
Não é cantor pra ninguém.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

UM ABOIO

As lamúrias dos antropófagos incultos ecoam pela cidade. Não adiantou o mau agouro, meu santo é forte. Sei que estão se perguntando: porque esse negrinho está sendo agraciado com reconhecimentos estaduais e nacionais? É antropófago inculto o mundo não gira na sua órbita. O negrinho pobre e metido a artista nem começou a mostrar suas unhas, ainda tem bala na agulha.
Jaguaruana não será mais refém dos antropófagos incultos que dia a dia massacram a cultura popular. Como diria Ariano Suassuna: a cultura popular é como a mulher do piolho! Podem afogar, sufocar, escarnecer, contudo enquanto houver um resquício de força vital nada estará perdido.

E esperem mais, o negrinho tem muito mais surpresas para vocês.

DIÁLOGOS CORDELESCOS

GABINETE – (PELEJA DO MOACIR COM O DIABO) – PARTE 2
DIABO:
Moacir nunca foi macho
Vive só na incubação
Não pode ver um negão
Que se enfeita com penacho
Vai chamando pro riacho
Pra mostrar o “xenhenhem”
Eu comprei um cartão
Pra viajar no trem
Sem cartão ninguém vai
Sem cartão ninguém vem
Sem cartão ninguém dá
Sem cartão ninguém tem
Tanto vem como vai
Tanto vai como vem
Tanto tem tanto dá
Tanto dá como tem
Nem vem nem vai
Nem vai nem vem
Nem tem nem dá
Nem dá nem tem
Se você for poeta
Faça assim também
O seu apelido é alfinete
Quem não canta Gabinete
Não é cantor pra ninguém.
MOACIR:
Esse bicho do meu lado
É um sujeito bem sisudo
Apesar de ser chifrudo
De feder o condenado
E já foi até escorraçado
Pelo homem de Belém
 Eu comprei um cartão
Pra viajar no trem
Sem cartão ninguém vai
Sem cartão ninguém vem
Sem cartão ninguém dá
Sem cartão ninguém tem
Tanto vem como vai
Tanto vai como vem
Tanto tem tanto dá
Tanto dá como tem
Nem vem nem vai
Nem vai nem vem
Nem tem nem dá
Nem dá nem tem
Se você for poeta
Faça assim também
Você tá “chei” de cacoete
Quem não canta Gabinete
Não é cantor pra ninguém.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

UM ABOIO DE ALEGRIA

Hoje dia 14 de dezembro de 2010, saiu no Diário Oficial da União os contemplados do Prêmio Mais Cultura de Literatura de Cordel 2010 – Edição Patativa do Assaré, o primeiro do gênero a abranger a Literatura de Cordel, Cantoria, Produções acadêmicas nessa vertente e Eventos do gênero. Participei da categoria Criação e Produção com o folheto intitulado “Saudade de minha amada”, juntamente com vários outros folhetos. Tive a alegria de ser (23º) vigésimo terceiro contemplado na categoria folheto e conquistar um Prêmio que tenho orgulho por demais. Primeiro
por ser o primeiro do gênero e segundo por está entre os meus ídolos; cordelistas de renome e que tive o prazer de ler. É uma consagração não há minha pessoa, mas a minha cidade Jaguaruana, demonstrando que é uma terra fecunda de talentos, sendo necessário somente que os Órgãos Públicos dêem um empurrãozinho. Não se precisa de ações mirabolantes ou com estardalhaço!
Quando escolhi o cordel como paixão primeira, decidi andar numa zona turva da arte. Atualmente com essa iniciativa como Prêmio, inicia-se uma réstia de luz sobre a cultura popular. O Governo Federal felizmente acordou e agora tem valorizado o nosso chão. 

DIÁLOGOS CORDELESCOS

VOMITANDO ZÉ LIMEIRA

Menino com verme gozando saúde
Tambor africano na orquestra de cordas
Mingau caloroso eu começo nas bordas
Eu gosto do cheiro do bolo de grude
Ao som do forró de um meloso alaúde
Eu sambo na pista sem som escutar
Será hoje que mundo irá se acabar
É bom que não acabe depois do café
Me dê dois minutos, glorioso Javé
Que vou lá no mato somente cagar!

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

UM ABOIO NO FORROBODÓ

O forró é mais uma tradição que por detrás de sua origem tem um mosaico de miscigenações culturais. Dizem que ela deriva de danças tradicionais: portuguesa e holandesa, apimentadas pelo toré (dança indígena) e dança negra. É dança que sintetiza a mistura brasileira dessa nação. Para Câmara Cascudo, o termo forró é originário da palavra africana forrobodó - que é do dialeto banto - que significa: arraste-pé, farra, confusão e desordem. O seu ritmo e sua dança são amparados pelo que se convencionou chamar de regional composto de sanfona, triangulo e zabumba. As noites nordestinas são bastante animadas, ainda mais quando chega o período junino.
Deve-se reconhecer que Luiz Gonzaga foi um dos grandes arautos do ritmo. Sem se esquecer de outros como: Alceu Valença, Alcymar Monteiro, Chico Salles, Dominguinhos, Elba Ramalho, Flávio José, Genival Lacerda, Geraldo Azevedo, Jackson do Pandeiro, Jorge de Altinho, João do Vale, Marinês, Sivuca, Trio Nordestino e Zé Ramalho.
O dia 13 de Dezembro, também data de nascimento de Luiz Gonzaga, é considerado o Dia Nacional do Forró, uma dia para ser dançado não somente no Nordeste, mas em todos os rincões desse Brasil!

DIÁLOGOS CORDELESCOS

GABINETE – (PELEJA DO MOACIR COM O DIABO) – PARTE 1

DIABO:
Vou cantar em outro estilo
Porque sou bom na poesia
Quero ver a sua fobia
Feito medo de pupilo
Estou igual a um crocodilo
Pra lhe levar lá pro além
Eu comprei um cartão
Pra viajar no trem
Sem cartão ninguém vai
Sem cartão ninguém vem
Sem cartão ninguém dá
Sem cartão ninguém tem
Tanto vem como vai
Tanto vai como vem
Tanto tem tanto dá
Tanto dá como tem
Nem vem nem vai
Nem vai nem vem
Nem tem nem dá
Nem dá nem tem
Se você for poeta
Faça assim também
Sinta o peso do porrete
Quem não canta Gabinete
Não é cantor pra ninguém.

MOACIR:
Vai levar samba de pau
O cantador de sua marca
Quero ouvir toda comarca
Lhe chamando: canelau!
Vou chamar a bacurau
Pra prender um Zé Ninguém
Eu comprei um cartão
Pra viajar no trem
Sem cartão ninguém vai
Sem cartão ninguém vem
Sem cartão ninguém dá
Sem cartão ninguém tem
Tanto vem como vai
Tanto vai como vem
Tanto tem tanto dá
Tanto dá como tem
Nem vem nem vai
Nem vai nem vem
Nem tem nem dá
Nem dá nem tem
Se você for poeta
Faça assim também
Vê se aprende algum macete
Quem não canta Gabinete
Não é cantor pra ninguém.

domingo, 12 de dezembro de 2010

DIALOGOS CORDELESCOS

VOMITANDO ZÉ LIMEIRA

Morei por dez anos no bucho da gata
Comendo bemóis, estribilhos e cantos
Sou bardo herege de todos os santos
Que a lira singela do peito desata
Sou homem que acorda, virando barata
Sentando no alpendre do meu recordar
Quem hoje sorrir amanhã vai chorar
Sou parte daquele boneco de pau
Que chora no pano, pedindo mingau
Nas ondas ingênuas das coisas do ar.

sábado, 11 de dezembro de 2010

DIÁLOGOS CORDELESCOS

É Treze por doze (Peleja de Moacir com o Diabo)
Parte 8

DIABO:
Não adianta denegrir
Minha imagem é intocável
Mas já você é deplorável
Pois só quer me infringir
Olhe aqui seu Moacir
Vá viver nos cabarés!
É treze por doze, é onze por dez
É nove por oito, é sete por seis
É cinco por quatro, mais um
Mais dois e mais três...
A sua lira não é de nada
Só sabe fazer zoada
O cantador de vocês.

MOACIR:
Sua imagem é mais fuleira
Que a ficha de um criminoso
Você foi um anjo maldoso
Que no céu por sua sujeira
Fora expulso na carreira
Com um monte de infiéis
É treze por doze, é onze por dez
É nove por oito, é sete por seis
É cinco por quatro, mais um
Mais dois e mais três...
Louvado seja o Senhor!
Não passa de um perdedor
O cantador de vocês.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

DIÁLOGOS CORDELESCOS

É Treze por doze (Peleja de Moacir com o Diabo)
Parte 7
DIABO:
Não me morda o calcanhar
Que eu não vou morder o seu
Eu não gosto de plebeu
De uma origem tão vulgar
É melhor você calar
E vá fazer os seus galés
É treze por doze, é onze por dez
É nove por oito, é sete por seis
É cinco por quatro, mais um
Mais dois e mais três...
Pense num cabra mofino
Se requebra e fala fino
O Cantador de vocês.
MOACIR:
Eu sou pedra no sapato
Uma mosca na sua sopa
E você é pano de estopa
Cozido de pé de pato
Aquilo que enterra o gato
Faxineiro de convés
É treze por doze, é onze por dez
É nove por oito, é sete por seis
É cinco por quatro, mais um
Mais dois e mais três...
Tou do lado de um nojento
Tolo, pobre e lazarento
O cantador de vocês.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

UM ABOIO

DILMA E A INDICAÇÃO DOS MINISTÉRIOS: CADÊ O VIÉS TECNICISTA?
A dança das cadeiras ministeriais começou! Entra governo e sai governo, mas a forma de indicação aos cargos dos Ministérios continua o mesmo. O poder político e em nome da governabilidade as políticas públicas do país são geridas por políticos que não tem qualificação profissional para os cargos que foram indicados. Percebe-se que as indicações dos Ministérios seguem um pragmatismo que sobrepõe os verdadeiros interesses da nação. Durante a campanha eleitoral Dilma disse e reafirmou várias vezes que as suas escolhas para os altos escalões do governo
iria ser amparado pelo viés do tecnicismo. Contudo das duas uma: ou a Dilma não está escolhendo os nomes ou ela rendeu-se a pressão partidária de sua cúpula e resolveu lotear os cargos com seus pares. A verdade é que os nomes que já foram indicados não têm o lado tecnicista e/ou de carreira como foi muito propalado em campanha. Se alguém duvida, é necessário analisar nome a nome. Talvez o único que escape essa indicação do Presidente do Banco Central, afinal o político na sua sã consciência não quer esse cargo nem banhado de ouro. Bem, vamos à análise:


·     Alexandre Tombini, economista e ocupa do cargo de Diretoria de Normas do Banco Central, conseqüentemente é um funcionário de carreira que inclusive na Gestão de Henrique Meireles o representou em diversas reuniões com a cúpula do governo. Será o Presidente do Banco Central. Como disse anteriormente, talvez o único em que se usou o critério tecnicista;
·        Alfredo Nascimento (pasmem!) é formado em Letras e Matemática, permanecerá no Ministério dos Transportes como prêmio de consolação, haja vista que perdera a eleição no Estado do Amazonas. O pobre coitado do homem ia fica desempregado. Na sua vida profissional nunca desempenhou um cargo que fosse ligado aos transportes. Na verdade ele entra no lote do PR (Partido Republicano). Cadê o tecnicismo?;


·        Antônio Palocci por razões óbvias irá ser o Ministro da Casa Civil, por ter sido o principal articulador político da Campanha de Dilma. É do lote do PT. Já era um nome cotado para o cargo. Acredito que Palocci seja uma das poucas indicações de Dilma! É formado em Medicina, talvez ele sirva para curar alguns males da governabilidade. Mas alguém viu por aí o lado tecnicista?;

·        Edilson Lobão é o “remake” daquele pseudofilme: “A volta dos que não foram!” a sua indicação (ou regresso, como preferir) ao Ministério de Minas e Energia faz parte do lote do PMDB, mais precisamente do Coronel Sarney. Lobão é jornalista e advogado que há tempos milita na política maranhense, tendo passado por inúmeros cargos políticos. Pergunto-me onde está o lado tecnicista dele, contudo Dilma deve devota de um tecnicismo subjetivo;
·        Garibaldi Alves Filho, antes de tudo, é do lote do PMDB. Pertencente a uma das famílias políticas mais tradicionais do Rio Grande do Norte, o próprio assim como pai é o retrato fiel das oligarquias nordestinas que sustentaram o coronelismo até os dias de hoje. Será o Ministro da Previdência Social (mesmo não gostando muito, será que ele queria mais?), é formado em Direito tendo carreira na área jornalística. Vamos torcer para que ele saiba pelos menos o que é um Fator Previdenciário, o seu antecessor também não sabia. Não tem nenhum conhecimento técnico na área. E tome subjetivismo de Dilma!

·        Gilberto Carvalho é do lote do Lula, será o Secretário Geral da Presidência da República, mas para quem começou na organização das agendas, da segurança e das atividades do Presidente, o Plano de Cargos e Carreiras (PCC) do Palácio do Planalto é de uma eficiência e eficácia que beiram o exagero. O que consta como formação profissional é que ele foi ex-seminarista. O tecnicismo de Dilma abrange até dissidente de formação eclesiástica;

·        Guido Mantega do lote do PT que permanecerá no Ministério da Fazenda. O italiano de Gênova, adepto do Keynes, terá que lidar com a nova fase de informatização da Receita Federal, além de racionar o processo tributário através da tal sonhada reforma tributária. Não houve também indicação tecnicista, mas sim um indicação partidária e propriamente política;



No momento paro por aqui, mas certamente irei continuar a comentar todos os indicados e demonstrando que o lado tecnicista que tanto defendeu Dilma só foi conversar boi (ou melhor, eleitor) dormir.

Letras que podem ser musicadas!

AOS AMIGOS QUE PARTIRAM

VOZ 1:
Já amanheceu
E você se foi
Sem dizer adeus
Sem dizer um “oi”
Fora para além
Dos vales coloridos
Deixando todos nós
Um pouco mais entristecidos.

VOZ 2:
Mas meu amigo
Não quero chorar
Sei que algum dia
A gente vai se encontrar

VOZ 1:
Mas meu amigo
Eu quero dizer
Que sua lembrança
Não vai perecer!

VOZ 2:
Lembro aquele dia
Em que você partiu
A gente não se via
E nem se despediu
Mas guardo aqui no peito
A chama do seu ser
E saiba meu amigo
Que eu amo você!

VOZ 1:
Mas meu amigo
Não quero chorar
Sei que algum dia
A gente vai se encontrar

VOZ 2:
Mas meu amigo
Eu quero dizer
Que sua lembrança
Não vai perecer!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

UM ABOIO

Quando a educação vai entrar na pauta das esferas públicas do governo? O resultado do PISA – um Programa Internacional de Avaliação Comparada que avalia os índices de educação dos alunos das redes públicas e particulares de ensino no país e no mundo – recentemente divulgado derruba a mentira dos governos quando dizem que a educação é prioridade. Os números demonstraram a incapacidade escabrosa dos governantes na área mais estratégica para o desenvolvimento. Todos se defendem e passam a culpa para uma esfera superior, o culpado sempre é um ente oculto.
O Ministro da Educação Fernando Haddad, em um discurso pouco eufórico, disse que o investimento da educação tem que ser elevado para sanar alguns males que norteiam as nossas escolas. Contudo, acredito, que o simples aumento dos investimentos na educação não logrará êxito, se não houver uma gestão inteligente dos recursos e de qualidade. A rede pública de ensino tem que passar por um choque de gestão e de estrutura. As escolas têm que ser confortáveis e atraentes, não
se podem admitir aquelas escolas sujas e deterioradas comumente vistas no interior, sobretudo, do Ceará. O ambiente escolar deve ser um lugar aonde o aluno tenha, antes de tudo, prazer em freqüentar e não um martírio. Dentre outros, não se precisa citar as fragilidades e os anseios das redes públicas, os que trabalham dentro das escolas sabem muito melhor disso. Outro fato é que o Governo Federal deveria gerenciar todas as categorias educacionais: fundamental, médio e superior. Todo professor deveria ser um servidor público federal com privilégios maiores que muitos cargos. Os governantes só defendem a valorização salarial dos professores, contudo isso por si só não motivam. É necessário conceder privilégios específicos para quem exercem o magistério.

Não era necessário do PISA para se ver a nossa deprimente educação, simplesmente é só o Presidente, o Ministro, o governador e os secretários de educação saírem de seus gabinete e visitarem esse Brasil de caboclo, de mãe Preta e pai João.     

Letras que podem ser musicadas

SAUDADE JAGUARUANENSE





Dos olhos caem lágrimas de uma saudade

Que maltratam com maldade esse pobre coração

Eu sinto falta do rincão velho estimado

Que no poema é retratado como uma recordação



Eu vou voltar

Minha Jaguaruana

Esperei aí, que vou chegar!



Prepara a rede no alpendre lá de casa

Que hoje abro as minhas asas em direção do meu lugar

E vou cantar numa grande sinergia

Pra mostrar a alegria dos seus filhos a versejar



Eu vou voltar

Minha Jaguaruana

Esperei aí, que vou chegar!




Quero ver as suas praças, quero sua Matriz

E o povo tão feliz numa vida aperreada

Quero ver suas meadas colorindo o meu sertão

Quero a rede de algodão espalhada na calçada.



Eu vou voltar

Minha Jaguaruana

Esperei aí, que vou chegar!



Quero ver o “boi tisnado” dançando lá no Giquí

Da cultura que é dali quero ser abençoado

Quero um bom reisado do honroso Mestre Grilo

A rabeca de Quinco, pastoril e o que é sagrado!



Eu vou voltar

Minha Jaguaruana

Esperei aí, que vou chegar!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

DIÁLOGOS CORDELESCOS

É Treze por doze (Peleja de Moacir com o Diabo)

Parte 6



DIABO:

Um cabra com sua feiúra

Nunca foi feliz na vida

Tem a saga corroída

Pela força da amargura

Um sujeito sem postura

Parecido aos batorés

É treze por doze, é onze por dez

É nove por oito, é sete por seis

É cinco por quatro, mais um

Mais dois e mais três...

Meu canto ninguém contesta

Eu vou dar murro na testa

Do Cantador de vocês.



MOACIR:

As moças quando me ver

Ficam logo em alvoroço

Me chamando de bom moço

“Eu quero te dar prazer

E contigo eu vou viver

Dando amor e cafunés”

É treze por doze, é onze por dez

É nove por oito, é sete por seis

É cinco por quatro, mais um

Mais dois e mais três...

Não vá mexer no meu angu

Pois é grande o sabacu

No Cantador de vocês.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

UM ABOIO

Ando irritadíssimo com a insensatez da Secretaria Estadual do Meio Ambiente do Estado do Ceará – Semace. Uma denúncia que fiz em 29 de setembro de 2010 sob o nº 3.094/2010 continua sem resposta, quão a hipótese de Hodge. Das vezes que ligo só ficam me jogando de setor para setor como frescobol. Não suporto tanta humilhação! Por incrível que pareça nesse país quem busca contribuir para o bem comum, e nesse caso o meio-ambiente, é tratado como um palhaço. Os tais servidores públicos (que não servem a ninguém) são de uma brutalidade indecorosa. Até a Ouvidoria da Secretaria compactua com o estado deplorável de letargia. 
Acontece que não é a ineficiência e a ineficácia da Semace que me atormenta o juízo, mas sim a preservação ecológica do meu Ceará. Hoje a Semace só funciona para arrecadar dinheiro com licenças ambientais, que parte delas é emitida pela força econômica de grupos empresarial em detrimento do nosso frágil bioma. Não precisa ser um engenheiro ambiental e nem um fiscal especializado para ver as constantes ameaças ao meio-ambiente, só a Semace não ver (será?) Eu tenho diversas denúncias sobre crimes ambientais, mas sou tolhido no momento que vou denunciar na Semace. Sinto-me ainda mais impotente, contudo tenho estudado a Constituição e o Código Ambiental para processar o Estado pela negligência, o desrespeito ao cidadão e, sobretudo, o abuso de poder. Já não dá mais para suportar um Governo e uma Secretaria que ainda tem um pensamento neolítico de Administração Público, onde o povo não tem vez e nem voz.

DIÁLOGOS CORDELESCOS

VOMITANDO ZÉ LIMEIRA


Cascudo na testa do pai do progresso
O choro meloso de quem tá com verme
Arranque o revólver do sujeito inerme
Cantando a serpente do podre sucesso
Na festa da vida, me dar cá um ingresso
Que morte eu não posso e nem quero esperar
E se ela quiser qualquer dia me levar
Eu vou deprimido sem muita vontade
Levando no peito somente a saudade
Das coisas benditas do nosso lugar.

Um dedo de prosa dentro da poesia!

NECRODULIA ERÓGENA

O seu rosto lívido repousa na minha mente
As flores que lhe envolviam e o cheiro do incenso
Ah como eu desejava num ato de necrofilia
Arrancar-te do ataúde para uma última cópula

Mas não podia, ainda que o desejo ardesse por dentro
O jeito era contentar-me com os louvores e orações
A genitália rígida avolumando-se na calça preta
Não podia me tirar à última fagulha de juízo!

E minha cabeça ficava num eterno imaginar
Aquela língua fria encontrando-se com a minha
Como seria o sexo? Como seria o orgasmo?

Chorei e chorei copiosamente por horas
Não somente pela ausência repentina
Mas por uma vontade deverás contida!

DIÁLOGOS CORDELESCOS

É Treze por doze (Peleja de Moacir com o Diabo)

Parte 5



DIABO:

Minha lira tem valor

Vale mais do que ouro e prata

Enquanto a sua fere e mata

É coisa de perdedor

Você é mesmo um fingidor

Não merece rapapés

É treze por doze, é onze por dez

É nove por oito, é sete por seis

É cinco por quatro, mais um

Mais dois e mais três...

Mandem trazer um penico

Que hoje quem paga mico

É o cantador de vocês.



MOACIR:

Mas se valesse dinheiro

Sua lira de Cantador

Não nutria um beija-flor

Fastioso em cativeiro

Coitado do bodegueiro

Que esperasse por seus réis

É treze por doze, é onze por dez

É nove por oito, é sete por seis

É cinco por quatro, mais um

Mais dois e mais três...

Na viola não bombeio

Pense num bicho que é feio
O cantador de vocês.

domingo, 5 de dezembro de 2010

UM ABOIO

POLÍTICA JAGUARUANENSE

O filósofo de Estagira, conhecido por Aristóteles afirmou, certa vez, que o ser humano é um animal político. Na visão aristotélica o cerne da política seria os esforços humanos para se conseguir a felicidade coletiva da Pólis (cidade). A política numa pequena conceituação a arte que busca o bem comum. Contudo em Jaguaruana essa palavra fora distorcida e considerada extremamente prejudicial ao desenvolvimento de uma cidade. Por muito tempo e ainda no presente, a política é utilizada para perseguir, destruir e perpetuar pessoas no poder. Meu torrão tornou-se refém daquilo que podia ser a sua redenção.  Muitos facínoras governaram minha cidade com propósitos pessoais e total detrimento da coletividade. O atraso é um cônjuge de minha cidade, vagueia por todos os lados. Ainda que indesejável por uma parte do povo, o atraso é uma figura pitoresca que não sai da boca dos antropófagos incultos.
E fica uma indagação no ar: quando o meu povo conheça a verdadeira face da política definida por Aristóteles?  

sábado, 4 de dezembro de 2010

UM ABOIO

A POLÍTICA DE EDITAIS E O DESAFIO DE SER UM
POUCO MAIS DEMOCRÁTICO!



A política pública de editais de cultura tem sido um esforço do Estado no sentido de democratizar os recursos governamentais e distribuí-los entre as inúmeras manifestações culturais espalhadas pelo Brasil. Os editais de culturais, através de seleções públicas, buscam triar projetos artísticos através de suasespecificidades, destinando recursos diretos as entidades e/ou pessoas físicas envolvidas com a produção de artes no Brasil. Ainda que o intuito deste mecanismo público seja a distribuição racional e isonômica dos recursos para arte, percebe-se que na prática a tal política pública gera uma desigualdade na distribuição de recursos, bem como não atende com objetividade manifestações culturais legítimas e que estão à mercê da extinção, o que está previsto na Constituição Federal de 1988 no artigo 215, parágrafo 1º. O rigor burocrático e o formalismo imposto pelo Estado sobrepõem muitas vezes o valor e a qualidade das manifestações artísticas. Não se quer desqualificar a política de Editais, contudo é evidente uma reestruturação do tratamento e da forma que se tem realizado as seleções públicas de projetos culturais.
A cultura popular é a categoria artística que mais sofre com desprezo do Aparelho Estatal, só agora tem começado a ganhar uma atenção maior, sobretudo através de Editais específicos que tem surgido ultimamente.  Contudo, o modelo de seleção pública tem deixado de fora os grandes mestres de cultura e os verdadeiros arautos da cultura genuinamente brasileira. Quando não, os mestres são vitimas de aproveitadores que tem os explorados em projetos que beneficiam somente os aproveitadores. Sabe-se que a maioria dos mestres de cultura são desprovidos de uma escolaridade adequada, uma grande parte não chegou a nem pisar num ambiente escolar, viveram a vida toda preservando a herança imaterial de nossa gente e nunca receberam sequer “um obrigado” do Estado.  Acredita-se que as culturas populares deviam ter um tratamento diferenciado nas seleções públicas de editais, contudo se torna importante que todas as cidades brasileiras mapeassem seu tesouro imaterial e os seus mestres que comporiam um grande Cadastro de Mestres de Cultura (CadCult) e os editais na área de preservação de riqueza imateriais deste mestres fossem contemplando paulatinamente todos, de acordo com o orçamento do governo. É apenas uma sugestão.

A verdade que a seleção pública de projetos culturais pudesse dispor de um tratamento diferenciado para os que têm pouco costume com os ditames burocráticos e formais, mas fossem produtores de riquezas culturais deveras importantes para o país. Seria como se diz no Direito: um tratamento desigual para os iguais.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Um dedo de prosa dentro da poesia!

O que sou? Quem eu sou?
Sou parte da parte
               que parte
Sem dizer adeus!
Indomáveis quão
Todos os espíritos
Todos os “eus”.

Sou além
Do alguém
Que se faz de ninguém
Tecendo sonhos
Na árvore lingüística

Não quero a pena
Nem tinta e papel

Sou nanquim
A outra parte de mim
Que no fim
Vai cintilar
E quando perceberem
Eu irei flutuar!

DIÁLOGOS CORDELESCOS

É Treze por doze (Peleja de Moacir com o Diabo)
Parte 4
DIABO:
Quando canto o meu repente
Pega fogo na floresta
O planeta se abre em festa
O sertão nadar na enchente
Mas já sua arte é deprimente
Não valendo nenhum réis
É treze por doze, é onze por dez
É nove por oito, é sete por seis
É cinco por quatro, mais um
Mais dois e mais três...
Tenho a força de Sansão
Sendo um grande charlatão
O cantando de vocês.
MOACIR:
Quando começo a cantar
Espoca o sol e cai a lua
A lira sai pela rua
A prosa bebe no bar
E quando é seu versejar
O mundo sofre um revés
É treze por doze, é onze por dez
É nove por oito, é sete por seis
É cinco por quatro, mais um
Mais dois e mais três...
Sou Sargento e você cabo
Vou cortar o longo rabo
Do cantador de vocês.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

UM ABOIO DE UM SAMBA DE UM NOTA SÓ

O DIA NACIONAL DO SAMBA
O samba é ritmo genuinamente brasileiro com raízes africanas, segundo alguns historiadores a palavra samba deriva de corruptela africana “semba” que significa umbigada. Deve-se salientar que o termo samba tem característica genérica e nomeia vários ritmos e danças pelo país. O dia 2 de dezembro na verdade é uma homenagem ao samba carioca, criado pelos negros que se refugiavam nos morros. Enquanto os salões se deleitavam com os ritmos e as danças européias, os morros eram tomados por um ritmo cadenciado pelo batuque, as cordas dos violões e cavaquinhos; coisa de marginal como era conhecida na época. A cidade virava as costas para o ritmo que tempo depois se tornaria o símbolo-mor de toda uma nação. Graças a pessoas como a Tia Ciata (Hilária Batista de Almeida) e tantos outros que bravamente perpetuou uma tradição deverás fascinante e nascida das
camadas menos favorecidas do país.
Antes dos morros, o samba acontecia nos rituais dos escravos nas senzalas espalhada no Brasil, sobretudo no Recônvaco Baiano. É uma cultura secular que por conta do grande preconceito racial só veio alcançar notoriedade em 1917, resultante do grande sucesso da música “Pelo telefone” de Donga e Mauro. Com a “Aquarela do Brasil” de Ary Barroso, uma espécie de Hino Nacional não-oficial, o samba se internacionalizou e promoveu o país. O samba tornou-se o rótulo do Brasil. Contudo o governo brasileiro só veio considerar o samba patrimônio cultural da nação no ano de
2007.

Hoje, o baticum peculiar do samba é conhecido por todos os brasileiros e respeitado mundialmente. É tido pelos movimentos negros como um símbolo da resistência no país, sobrepujando o preconceito e a petulância de uma elite que nunca aceitou a verdadeira integração cultural das raças.  

DIÁLOGOS CORDELESCOS

É Treze por doze (Peleja de Moacir com o Diabo)

Parte 3



DIABO:

Olhe o respeito mortal

Que você tem que saber

Se quer mesmo merecer

A fama de genial

Saiba que sou maioral

O melhor dos bacharéis

É treze por doze, é onze por dez

É nove por oito, é sete por seis

É cinco por quatro, mais um

Mais dois e mais três...

Vou selá-lo num estalo

Pois não passa dum cavalo

O cantador de vocês.



MOACIR:

Mas ser cavalo é melhor

Do que ser bicho chifrudo

Sou sujeito bem massudo

Meu talento é bem maior

Sendo que você é o pior

De todos os menestréis

É treze por doze, é onze por dez

É nove por oito, é sete por seis

É cinco por quatro, mais um

Mais dois e mais três...

Eu não sou de engoli sapo

E será hoje que eu capo

O cantador de vocês.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

DIÁLOGOS CORDELESCOS

É Treze por doze (Peleja de Moacir com o Diabo)
Parte 2

DIABO:
Eu não fujo dessa rinha
Vou mostrar pra essa comarca
Que poeta da sua marca
Há tempos saiu de linha
É pior que uma galinha
Cantando que nem guinés
É treze por doze, é onze por dez
É nove por oito, é sete por seis
É cinco por quatro, mais um
Mais dois e mais três...
Eu cansei do seu “tô fraco”
Vai pular que nem macaco
O cantador de vocês.

MOACIR:
Eu suporto sua catinga
Mas eu não agüento o seu canto
O seu repente é um espanto
Que derruba inté mandinga
E você já perdeu a ginga
Um sujeito sem plantéis
É treze por doze, é onze por dez
É nove por oito, é sete por seis
É cinco por quatro, mais um
Mais dois e mais três...
Ô fedor exagerado
E só pode está cagado
O cantador de vocês.