segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

DIÁLOGOS CORDELESCOS

COCO TRAVA-LINGUA MORRANIANOS

EMBOLADOR 1:
Arco, arca, arma, alto, aro, asno, asma
Asma, asno, aro, alto, arma, arca arco
Barco, borda, bica, boca
Boca, bica, borda, barco
Coco, coca, conga, congo
D’arco, darda, duto, dongo
Dongo, duto, darda, d’arco.

OS DOIS
Quero ver você travar
Quero ver você dizer
Mato, massa, maracá
Malva, muco e mussambê(Bis)

EMBOLADOR 2:
Era, ébrio, erma, erva, epa, essa, evo
Evo, essa, epa, erva, erma, ébrio, era
Fera, fora, figa, fabro
Fabro, figa, fora, fera
Gabro, gacha, gato, galo
Hera, hora, hidra, halo
Halo, hidra, hora, hera.

OS DOIS
Quero ver você travar
Quero ver você dizer
Mato, massa, maracá
Malva, muco e mussambê(Bis)

DIÁLOGOS CORDELESCOS

VOMITANDO ZÉ LIMEIRA

Casei co’a metade da lua sertaneja
No dia em que o sol foi tomar sua cachaça
A gente ficou num assento da praça
Depois de assistirmos a missa na igreja
Tomamos dois chás de uma boa carqueja
Mas a lua faceira danou-se a falar:
“A minha vontade é querer procriar
Na cama, no mato, no tanque e no espaço
Eu quero parir no modelo de um maço
Um grupo de estrela que enfeite meu lar”.

DIÁLOGOS CORDELESCOS

VOMITANDO ZÉ LIMEIRA

Eu vi na cacunda daquele cometa
Dezoito galáxias de nata e de leite
O espaço pra mim tem aroma de azeite
Coitado do arcanjo que toca corneta
Eu vim do nordeste que é de outro planeta
Plantando cultura que nem sei expressar
Na taça de vinho é que vou me afogar
Não sou Zé Limeira e nem lima ou limão
Sou resto de lapa que não é do Lapão
Quem disse que dou que procure Dacar.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

EJACULAÇÃO PRECOCE - HAICAI

SEXO NO HAICAI – IV

Que se fundem só
Na vagina do universo e
No buraco-negro!

EJACULAÇÃO PRECOCE - HAICAI

SEXO NO HAICAI – II

Vêem no vazio
De duas almas que no cio
Roçam as suas pernas.

EJACULAÇÃO PRECOCE - HAICAI

SEXO NO HAICAI – III

E beijam-se os púbis
Admirados por gametas
Quão astros e cometas.

EJACULAÇÃO PRECOCE - HAICAIS

SEXO NO HAICAI - I

Um gole de vinho
Aquele olhar sudoríparo
E as mãos que se vêem

Um dedo de prosa dentro da poesia!

ITAÚ FEITO PRA TE FUDER!

Eu não sou feito pra você
Eu só fui feito pra ter lucros
As pessoas para mim são números
Que nem ligo... juro!
Os juros são os meus remédios
Para aliviar o tédio
Dos meus senhores feudais!

Sou o Itaú, prazer!
Se você não pode me ter
Com perdão,
Vai se fuder!

Propaganda é alma do negócio
Mas quem manda na verdade é o sócio
Se você é cliente
Fiquei ciente
Que eu não ligo pra você!

Sou o Itaú, prazer!
Se você não pode me ter
Com perdão,
Vai se fuder!

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

UM ABOIO


VELHOS E ETERNOS ERROS JAGUARUANENSES



Jaguaruana historicamente sempre esteve propício as enchentes. A sua localização no Baixo Jaguaribe, sua proximidade com a foz do rio de mesmo nome e o seu contorno territorial que tem a forma de uma concavidade já demonstra o seu risco iminente de alagamentos. É lógico que o problema é antigo, quiçá, jurássico! Mas nem por isso a Administração Pública deve se acomodar e se conformar com as medidas paliativas, através das ações de sua defesa civil. Cadê o Plano Diretor? Cadê a Rede de Esgoto e o sistema hidráulico que vise o escoamento das águas? Cadê a fiscalizações das edificações e das ocupações desenfreadas das áreas de riscos? Só porque o problema é antigo o Poder Público Municipal vai lavar as mãos?
A verdade dos fatos é que pregar o assistencialismo nessas horas é mais proveitoso politicamente do que resolver os problemas na raiz. Assim como a indústria da seca; a da enchente é igualmente lucrativa para os donos do poder. Desde que o mundo é mundo essa prática asquerosa tem subsidiado as políticas sociais e conservado no poder inúmeras oligarquias no Brasil. Não há desculpa, porque certamente a Administração Pública não tem um plano estratégico para essa problemática. E há provas para fato. Quem duvida é só olhar ao seu redor e ver até obras públicas concluídas ou não em área de risco! Isso demonstra que nem Administração Pública respeita a lei e os fenômenos naturais.
Um plano estratégico para minimizar os danos das enchentes e fenômenos naturais é um conjunto de políticas estruturais que qualquer cidade do planeta deve adotar. Há recursos através da Caixa Econômica, BNDES, BIRD, BID, Ministérios sobretudo das Cidades e Integração Nacional, dentre outros que financiam tais ações. Por isso não desculpa! Há verbas e o que falta é simplesmente a Administração Pública se tocar e resolver o problema!

domingo, 23 de janeiro de 2011

Um dedo de prosa dentro da poesia!

ELEGIA JAGUARUANENSE

Guerreira audaz e rutilante
A paladina do meu sertão
Minha cidade; berço triunfante
Terra das redes de algodão.
Jaguaruana, meu afã é te amar
Quero ontem, hoje e amanhã
Todos os dias te cortejar!

Um dedo de prosa dentro da poesia

MADIVOVÓ I

Naquele banco Cervantes me enrabou
Naquele banco Machado me beijou
Wod Allen nem ligou pra mim, mas eu assisti seus filmes
Mas os olhos verdes e aqueles cabelos lisos e negros de Madivovó me tornou Moacir
E eu amo ser um galho de sua estirpe
De ser Hipólito e Passarim!

Um dedo de prosa dentro da poesia

MADIVOVÓ

Herdamos dois bancos de madeira tosca
Que na área de nossa casa acolhia todo o povo
Minha casa era um mundo pequeno, maior que Júpiter!
Maior que a via-láctea e mil vezes maior que o "universo numa casca de noz"
Não era relatividade, era realidade que até Einstein ficaria cabreiro
Era uma física quântica nordestina
Equação matuta que Mário Schenberg tomando caipirinha resolveria
Eis o que sou!

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Um dedo de Prosa dentro da poesia!

MISSÃO VELHA

Não é simplesmente o portal da pujança caririense
Nem só os encantos da pedra da glória
Há algo maior que sobrepuja o seu jeito de urbe miúda
Há sangue, suor e lágrima que adornam a alma de um povo
Um povo que se veste todo os dias com a bondade
Que dorme e acorda sorrindo para o tempo
E ensina-me no íntimo que outro mundo é possível!

UM ABOIO



A banda de música é um dos traços mais emblemáticos das coisas interioranas. Lembro-me dos dobrados rasgando a aurora, despertando os galos e passarinhos. Há algo mais poético e cultural que isso?
Hoje pela manhã fui surpreendido pela extinção da Banda Municipal de Música da cidade Aracati-Ceará, banda esta do grande musicista Senhor Bruno! Acredito que Aracati perdeu mais que uma banda de música, acabou por perder uma parcela considerável de sua identidade cultural. Entrando de cabeça na alcova escura da mediocridade!

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Um dedo de prosa dentro da poesia!

SOPRO DE MIM!

Marginei a margem da mansidão
Viajando por vias vicinais
Que ligam o bem e o mal
A minha alma e a minha carne
O que mora dentro de mim
E as sombras que me evade

Ruminei na ribanceira sem rio
Bebendo das águas imagéticas
Regurgitadas do meu hipotálamo insone
Que adormeceu no parapeito da razão
Meu corpo diz “sim”
Minha alma diz “não”
Mas prefiro o “talvez”!

E do talvez, descubro todas as coisas do mundo!

UM ABOIO

A VELHA MENTIRA SOBRE O SALÁRIO MÍNIMO

 Todo início de ano no Brasil o Governo Federal trava uma luta hercúlea junto com o Poder Legislativo (Câmara de Deputados e Senado) no sentido de mensurar o reajuste do salário mínimo. Incrível que tal medida – nesse período - passa a ser o único ponto nevrálgico de todos os males, configurando-se como o equalizador de uma economia como um todo. Pode-se dizer que a política salarial está intrínseca a dimensão econômica, social e legal. Entende-se que a política salarial tem um impacto direto nas rendas das famílias, das empresas e do governo, resplandecendo nos fluxos de consumo, produção, financeiras e tributárias. Contudo, os discursos reducionistas de ver o salário mínimo como um estorvo econômico é esquecer que esse mecanismo de remuneração é, na verdade, uma via de mão dupla. Se nossa sociedade - como as demais – estivesse alicerçada na transparência de seus gastos e receitas, bem como expurgasse a especulação exacerbada, as maquiagens contábeis, a corrupção, a imprudência e a ingerência. Talvez o Governo enxergasse para além do rombo da previdência, déficit primário e retorno da inflação. O maior programa social de qualquer nação converge-se com a sua política salarial, através dela se reduz as disparidades da distribuição de renda e contribui para ascensão social de certos segmentos, por isso não se pode dar ouvido ao discurso capenga do governo que insiste em se conservar no prisma econômico. Além disso, o Governo esquece-se de uma garantia constitucional que deveria nortear a feitura de sua política salarial, transcrita na Constituição Federal de 1988, Capítulo II dos Direitos Sociais, art. 7º, inciso IV: “salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim”. Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) o salário mínimo para obedecer ao preceito constitucional que lhe deu origem seria necessário que o seu valor fosse de R$ 2.227,53 (valor incogitável pelo Governo).

  Se o Governo oferece a educação, a saúde, a moradia, o transporte, o lazer e uma previdência social digna, certamente, o valor de R$ 540,00 (proposta governamental) seria até demais. Acontece que o Governo não faz sua parte e busca sufocar a parte mais fraca nessa relação entre sociedade e Estado, sustentando o discurso de que não se pode ceder nenhum centímetro. A velha mentira sobre o salário mínino todos os anos veste-se com novas desculpas esfarrapadas, ocultando o verdadeiro vilão: o próprio Governo. Nesse caso, pergunta-se: o que o Governo tem feito para frear seus gastos que comprometem diretamente o superávit primário, esbofeteando nossa economia bem nas partes baixas; a reforma tributária quando sairá para dirimir as distorções que impedem o crescimento de nossas empresas; e a infra-estrutura? Percebe-se que a polêmica anual do reajuste salarial vai perdurar por algum tempo. Até que o Governo se toque e faça o seu dever de casa, parando de por a culpa no cachorro que comeu o seu caderno.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Letras que podem ser musicadas

Essa música trata-se de uma música infantil em homenagem as meninas do interior


MENINA DA TRANÇA DE CORDA

Letra e música: Moacir Morran

Menina da trança de corda
Me acorda quando o sol nascer
Não se sinta assim tão pequena
Minha flor de açucena
Eu quero você!
Lhe espero no pé de juazeiro
Ali defronte a Matriz
Eu quero dizer-lhe um segredo
Sem você não sou feliz! (Bis)

Menina da trança de corda
Me acorda quando a lua morrer
Sei que não é mais criança
Mas a sua lembrança
Não vai perecer
Eu quero lhe ver sorrindo
No verdor da sua idade
Espero lhe ver florindo
Poemas pela cidade. (Bis)

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

UM ABOIO

DE VOLTA AO PASSADO: A PONTE DE ARACATI
Antigamente, balsas faziam a ligação interestadual entre o Ceará e o Rio Grande do Norte nas águas do Rio Jaguaribe na cidade de Aracati. Aquela cidade histórica sonhava na época com uma ponte que lhe arrancasse o isolamento. Até que no dia 27 de julho de 1959 seria inaugurada a famosa Ponte Presidente Juscelino Kubitschek (JK), sendo um marco histórico para todo o Aracati e região circunvizinha. A terra de Adolfo Caminha encontrava-se com um dos emblemas do progresso e já não se sentia uma cidade isolada por um rio de todo resto do Ceará. Um fantasma aquoso que assombrava a cidade era sobrepujado. Por anos a fio a Ponte JK manteve-se firme, suportando todas as intempéries. Depois de anos de completo desprezo, na gestão de Lula a Ponte JK recebeu uma atenção (a obra foi orçada no valor total de 29,4 milhões de reais), contudo uma atenção que se tornou um grande estorvo. Alvo de ingerências, letargias e investigações pela Polícia Federal a obra da nova ponte e a restauração da antiga estão completamente atrasadas e é a prova cabal de que o Estado, representado por bestiais autoridades, transformou-se no covil da ignorância.
            Quinta-feira, dia 30 de dezembro de 2010, fui testemunha de um retorno ao passado. Precisamente fui levado para antes de 1959, a fila quilométrica de carros e a espera por mais de duas horas para chegar à cidade de Aracati, levou-me a imaginar que a Ponte JK nem existia mais. E eu estava certo!   Afinal de contas, as autoridades políticas haviam conseguido o impossível: a viagem no tempo. Eles conseguiram deixar o Aracati na década de 50. Um triunfo científico e um despautério social; faces distintas de uma mesma moeda! Contudo pior que tudo isso foi à desculpa injustificável e as mentiras das autoridades. Uma das mais hilárias foi a do Bismarck Maia (Secretário de Turismo do Estado do Ceará) demonstrando uma falsa preocupação com o caso (acredito eu que ele não seja cego e o caos ocorrido no final de ano já era anunciado), colocou-se disposto a resolver o grande estorvo. Entendo Bismarck, sabendo de sua veia política e oportunista, que suas palavras poderiam ter sido ditas muito antes e se o seu empenho tivesse sido há tempo, talvez não estivesse nesse imbróglio. Não que seja toda culpa dele, mas seria bom que ele assumisse pelo menos a sua omissão, como Secretário de Estado e, sobretudo, filho de Aracati. Aliás, culpado nessas horas é um sujeito invisível. A verdade que a cidade de Aracati não merece esse desprezo, ainda mais de seus filhos políticos que poderiam fazer alguma coisa.
Não sou filho de Aracati, mas já morei por alguns anos naquela cidade prazerosa e cultural. Encontro-me bastante indignado com a negligência governamental ferindo uma cidade que estimo de coração!

DIÁLOGOS CORDELESCOS

GALOPES REAIS - II


Não pense você que sou tão pessimista
Se falo da dor e das lutas sangrentas
Por mais que o galope verseje tormentas
O mundo que vivo, virou terrorista
E aquela vetusta questão pacifista
Nas rodas de papo ninguém quer falar
A essência de tudo é a palavra matar
Rasgando a bandeira do amor e da paz
O homem de hoje rasteja pra traz
Cantando galope na beira do mar.

DIÁLOGOS CORDELESCOS

VOMITANDO ZÉ LIMEIRA

UM NOVO ANO LIMERIANO

Se no ano passado morri lá em dezembro
Resnaço no verso de um ano vindouro
Que nem um velhote que dava no couro
O meu carnaval só começa em novembro
Mas danço na pista no mês de setembro
Bem no ano em que o mundo pensou em acabar
E agora se ver este mundo tornar
De um côma induzido que não há indução
Eu rezo pra Santa e não lembro oração
Pisando nas brasas trazidas do mar.