segunda-feira, 30 de maio de 2011

DIÁLOGOS CORDELESCOS

VOMITANDO ZÉ LIMEIRA

A noite suspira que nem o poeta
Poeta vomita que nem um doente
Doente na fila que nem indigente
Mendigo fazendo no solo uma reta
E que de tão torta virou bicicleta
Pra dentro do siso poder pedalar
O velho esquecer e o bisonho lembrar
Na luta diária da minha preguiça
O que é catrevagem o povo cobiça
Versando o fracasso no seu pobre olhar.

sábado, 28 de maio de 2011

DIÁLOGOS CORDELESCOS

VOMITANDO ZÉ LIMEIRA

Cidade pequena na ponta da agulha
Agulha apontada pro rumo do norte
O norte fugindo das garras da morte
A morte fazendo no lago borbulha
Borbulha sonhando em morar numa tulha
A tulha que nada se tem pra guardar
A guarda sem farda querendo marchar
A marcha que sai sem nem ser convocada
Galope que feito de forma rimada
Pegando palavras voando no mar.  

quinta-feira, 26 de maio de 2011

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Um dedo de prosa dentro da poesia!

Eu não preciso da tua primavera para tornar-me orquídea
Nem do verão para me bronzear com o sol dos teus olhos
As chuvas de teu inverno não enchem meus açudes
O teu outono só tem me dado frutas miúdas e amargas
Deixe-me aqui mergulhado nos lençóis, postergando a manhã
Quero a deserção de tua órbita,
                                             afastar-me de teu campo gravitacional
Copular com as estrelas
Escorregar nos anéis de saturno
Perder-me em Júpiter
E devorar Plutão
Quero reescrever a minha própria astronomia.

terça-feira, 24 de maio de 2011

UM ABOIO

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PARA A SAÚDE: O BRASIL NA CONTRAMÃO DO PROGRESSO


Há tempos se vem desenhando nos porões do Poder Legislativo Federal amparado pelo Poder Executivo, a concepção de um novo (velho) tributo. Velho porque é um remake da CPMF (Contribuição Provisória de Movimentação Financeira), criada no Governo de Fernando Henrique Cardoso com o pretexto de financiar a saúde e novo porque nascerá com uma nova nomenclatura CSS (Contribuição Social para a Saúde). Categoricamente, um despautério que vilipendia com veemência a nação brasileira.

Primeiramente pela esperteza jurídica de se colocar o tal tributo como contribuição, o que impede uma divisão racional dos recursos para os Estados e Distrito Federal e deixa nas mãos da União um montante de recurso a seu bel-prazer. Segundo quem garante que os recursos arrecadados pelo novo tributo serão integralmente utilizados na área da saúde, que a exemplo da CPMF tornou-se tapa-buraco de outras dívidas governamentais pela anuência de um mecanismo legal chamado de DRU (Desvinculação das Receitas da União) para ajustar a força, na maioria das vezes, o superávit primário. Terceiro cadê a tal reforma tributária na sua plenitude para otimizar, simplificar e sobretudo reduzir a carga tributária? Quarto se fosse criar tributo para tudo que fosse área deficitária, teriam que criar CSE (Contribuição Social para a Educação), ou a CSSB (Contribuição Social para o Saneamento Básico), ou a CSH (Contribuição Social para a Habitação) e assim por diante.

O Brasil ultimamente tem alcançado recordes sucessivos de arrecadação tributária com percentuais acima da inflação e os índices de crescimento do país. Não há nesse caso escassez ou queda de recursos que justificasse a criação de um novo tributo para suprir os caixas governamentais. Na verdade a grande moléstia do governo tem sido os seus gastos desenfreados e desnecessários que desviam recursos de áreas importantes para as áreas frívolas. A tal falta de prioridade e, sobretudo, de gestão. Diante de tanto gasto governamental pergunta-se: Como um Estado perdulário pode exigir de seus cidadãos mais uma obrigação tributária?

           A CSS, que queira Deus nunca sai do papel, é mais uma sigla a pesar no bolso do cidadão e das empresas que engrandecem nossa economia, servindo de remendo para o abismo sem fim das contas públicas. Certamente, não resolverá o estado deplorável do Sistema Único de Saúde como aconteceu com a CPMF. Além disso, provocará desestímulo econômico ao enfraquecer diretamente as rendas das famílias e das empresas. Por isso, o Brasil não pode correr na contramão do progresso!

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Um dedo de prosa dentro da poesia!

LAMENTOS DE UM ANTROPÓFAGO!


Há um cálice sobre a mesa com o teu sangue
Que só beberei nas horas sombrias e mortas
Orando sobre o teu túmulo dentro de mim
Incorporei a tua alma ao comer tuas vísceras

Sussurrando versos oníricos de maldição
E esquartejando a tua genitália miúda
Sob o pentagrama da minha sala de jantar
Ó vida pútrida que nos orna a carne

A morte é a única via que nos fortalece
Descarnar-nos dessa couraça de dor e lamentação
Arrebatando-nos para um grau maior

Seja para o inferno, seja para o Éden
Estou exaurido de tomar almas
E eu hei de deitar no colo da morte!

quarta-feira, 18 de maio de 2011

UM ABOIO


UMA NOITE FELIZ          


Acordou com um troço na cabeça. Aquilo surgiu de repente e resolveu atentá-lo insistentemente, mesmo com as tarefas diárias e suas preocupações financeiras aquilo continuou permeando seus pensamentos. Uma voz cavernosa persistia como um eco infindável: mate alguém! Pediu ao patrão que saísse mais cedo, não se sentia bem e talvez fosse ao hospital. O patrão concordou. Ele foi para um bar, pediu um uísque sem gelo e desligou o celular. Em pouco tempo, tomou quatro dose de meio copo sem pestanejar. A voz interior calou-se, até por isso penso que aquilo tudo era a ausência de álcool no corpo. Pediu a conta, logo depois ligando o celular chamou um táxi. Seguiu para casa. No caminho recebeu uma ligação de Amália, uma amiga de trabalho. “Alô, sim... estou melhor... acredito que foi uma indisposição, mas acredito que é passageiro... não... não precisa se incomodar... eu vou ficar bom... ah! como é? você está na porta da minha casa! Está bom, tudo bem, estou chegando... tá, beijo”. Quando desligou o celular foi tomado por uma raiva, ele odiava que as pessoas se intrometessem na sua vida. Talvez por isso nunca casasse e nem tivera qualquer relação amorosa, estava acostumado a ser uma espécie de ermitão urbano e se satisfazia com álcool, cigarros e internet. A voz tornou com mais intensidade, trazendo consigo o seu eco. O táxi deixou-lhe na porta de casa, pagou o taxista e virando para o lado da casa abriu um sorriso para Amália que olhava as flores no jardim. “são tulipas originárias da Pérsia”. “que susto! Não o vi chegar”. “Desculpe-me, como diria são tulipas”. “Hum, são lindas”. “É, mas a beleza das orquídeas é mais atraente”. “Não vai me convidar para entrar”. “Perdão, a casa está muito bagunçada”. “Eu não me importo e isso é óbvio que a casa de homem só viva eternamente bagunçada” gargalhando. Ele abriu um sorriso miúdo e dirigiu-se a porta, ela o seguiu. Quando pôs os pés na sala vislumbrou um castiçal sobre a sua mesa de centro e sua mente premeditou o crime. Mandou que ela sentasse no sofá, ofereceu um café e foi a cozinha preparar. Ela interveio e disse que poderia fazer o café... aquilo o deixou mais enfurecido.  Sentou na sala e ligou a televisão. “Como você gosta?”. “Aham?”. “O café como você gosta?”. “Tanto faz desde que seja café”. “Vou fazer um capuccino”. “Tudo bem, se você não se incomoda vou trocar de roupa”. No quarto a sua mente outra vez domou-lhe. Ele tirou sua roupa, trocando-a por uma bermuda jeans e uma blusa de algodão. Enrolou o cinto da calça de linho em volta da palma da mão direita e segui para cozinha. Amália coava o café quando foi surpreendida por trás com ele envolvendo o seu pescoço com um cinto e apertando com toda a força. Derramou-se o café sobre a mesa, a mão direita buscou inutilmente puxar o cinto que a sufoca e a outra tentava impedir o seu assassino, mas as suas forças iam sendo vencidas assim como a sua vida se entregava ao fim. Morreu e ele estirou seu corpo no chão da cozinha. A sua bermuda estava molhada, percebeu-se que era sêmen e estava imbuído de um tesão insuportável. Arrancou a roupa da defunta e transou ali mesmo. A noite enterrou o corpo de Amália no quintal e sentiu-se que naquele dia tinha sido o homem mais feliz do mundo.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

REFLEXÕES DE VANTUIR


BULLYING: A DESCULPA PRA TUDO



"Eu não pago minhas contas por que sofri bullying!".

"Eu sou um cafajeste por que sofri bullying quando criança”.

“Essa criança não pode ser minha por que o bullying me deixou estéril”.

“Fica comigo senão lhe processo por bullying”

“A economia tem mostrado sinais de desaceleração por conta do bullying ter aumentado.”

terça-feira, 10 de maio de 2011

UM ABOIO

SUSPIROS SOLILÓQUIOS

          O seu gosto persiste na minha boca, revirando as minhas projeções mnemônicas. Tudo me leva a lembrar você, como uma espécie de paranóia. Nas ruas, confundo seu rosto nos rostos das pessoas, penso ouvir sua voz e, por vezes pergunto-me, se você já me esqueceu.  Bin Laden está morto, o mundo todo amedrontado com possíveis atentados e eu aqui olhando a geladeira e imaginando o que você comeu no almoço. Às vezes, encontro-me com seu perfume nos bares e volto ao passado. Doce cruel lembrança que me rasga a carne! No outro lado do mundo lágrimas caem por conta dos desastres naturais e eu choro assistindo uma propaganda de biscoitos; aqueles que ela adora!
            Onde ela está que não me tira essa anátema, afugentando as feras invisíveis da solidão. Não suporto mais o sofá e a televisão! Quero sucumbir às paredes de meu cárcere e rouba-lhe um beijo debaixo dos lençóis. Quero fazê-la sorrir nas manhãs chuvosas ou tempo plúmbeo e conversar sobre as flores que morreram no jardim. Quero versejar no seu ouvido Pablo Neruda com o hálito de um vinho tinto. Ficar em silêncio, cantando com os olhos o que sinto por você, mas solidão como um carcereiro exemplar furta-me o direito de vê-la. Não tenho ânimo, conformo-me em procrastinar o inadiável ao trocá-la por uma garrafa de uísque com o pretexto de suavizar a dor que como um abutre devora a carne pútrida.

domingo, 8 de maio de 2011

DIÁLOGOS CORDELESCOS

VOMINTANDO ZÉ LIMEIRA

Eu vi o Bin Laden retirando a sua barba
Tocando matraca lá na procissão
Obama invejoso pediu um alcorão
Querendo também um chapéu com sobarba
O que sobra de mim é a pura rebarba
Que eu jogo na lata pra se reciclar
Quem quer que não queira, não vá demorar
Pois quem se demora é quem chega primeiro
Nasci na Jurema, mas sou um estrangeiro
Montando  num jegue que custa a chegar!

sábado, 7 de maio de 2011

DIÁLOGOS CORDELESCOS

Ó terra tão fausta que grande saudade
Meu peito miúdo não agüenta essa dor
Eu quero voltar pro meu berço de amor
Cantá-lo nos versos com muita vontade
No palco invisível da minha verdade
Eu hei de tecer um poema exemplar
Na tela pulcríssima deste lugar
Ó terra bendita; profícuo celeiro
Que encanta o meu povo viril e altaneiro
Cantando galope na beira do mar.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Um dedo de prosa dentro da poesia!


A TAL DA PAZ!

Será que a paz virá do sangue jorrado?
Das feridas abertas e inflamadas das almas?
Do cheiro da pólvora e a truculência do canhão?
Dos tratados e acordos que legitimam o revide?

Será que ela virá da explosão do homem-bomba
Das contendas religiosas que se comportam como heréticas?
Dos deuses enfurecidos e domados pelos sentimentos humanos?
Ou da nossa surdez que não nos deixa ouvir o outro?

A paz hoje é uma semente numa terra infértil
Tornamo-nos estéreis, incapazes de lavrar a paz
Ainda que seja dentro de nós mesmos!

A paz é um emplastro intragável
A paz é um alucinógeno que não dar nóia
A paz é uma parábola inaudita!  

quinta-feira, 5 de maio de 2011

UM ABOIO


ARGEMIRA DEU A LUZ A JAGUARUANA! UMA HOMENAGEM POST-MORTEM



Houve um tempo em que nas plagas do sertão a obstetrícia soava mais que um palavrão do que uma questão de saúde pública. Não havia hospitais e nem posto de saúde, as pessoas recorriam simplesmente as rezadeiras e as plantas medicinais quando queriam curar qualquer patologia. Contudo nas horas do parto só uma pessoa era capaz fazê-lo com parcimônia e sem o risco de uma mortalidade prematura: a parteira. A parteira até um tempo atrás era a obstetriz do sertão, acompanhando suas pacientes antes, durante e depois do parto. Tais mulheres detinham um conhecimento invejável sobre “arte de dar a luz”, apesar de haver altas taxas de mortalidade infantil decorrente muitas vezes da desnutrição e da penúria, era raro ouvi-se falar de infecções pós-parto ou erros durante a operação que pudessem prejudicar a mãe ou o filho. As famílias sertanejas, na sua maioria, eram bastante numerosas quando se tratava de filhos o que aumentava o trabalho árduo das parteiras e as suas responsabilidades na hora de proteger a vida da mãe e dos herdeiros.   E por muito tempo foi assim, aos primeiros gemidos de dor da esposa grávida a parteira era chamada. Aliás, algumas parteiras já passavam a residir com a sua paciente quando estava próximo de parir. O parto naquela época era humanizado diferente de hoje que se tornou um ato rotineiro e sem importância. As parteiras geralmente tornavam-se segunda mãe porque elas ficavam cuidando da criança por um tempo até as mães recuperar-se do resguardo (período pós-parto em a paciente repousa e toma certas precauções). E o melhor de tudo isso, as parteiras na maioria das vezes faziam tudo isso de graça, por conta do grande número de famílias carentes que povoavam o sertão. As grandes paladinas da vida mereciam o título de Doutor Honoris Causa de todas as Universidades Brasileiras pelos serviços prestados a nossa sociedade, bem como as maiores condecorações do governo brasileiro.

Uma delas foi-se para recinto celestial sem tido o júbilo de se reconhecida pelo seu trabalho em prol da sociedade jaguaruanense. Dona Argemira ainda chegou a ser homenageada no II Encontro dos Filhos e amigos de Jaguaruana realizado no Cresse no dia 30 de Outubro de 2010 na cidade de Fortaleza, uma justa e merecida homenagem a quem merece nossas infindáveis gratidões. O autor que subscreve também já lhe prestou homenagem através de poemas, canções e textos, exaltando a grande parteira como um patrimônio imaterial de incalculável valor, porém foram muito poucas as homenagens. Hoje dominado pela tristeza presto a família meus pêsames e a consolação divina de sabemos que D. Argemira está ao lado de Deus, ajudando-O a dar a luz aos anjos!

UM ABOIO


ODE A MINHA TERRA



                Lá o tempo é letárgico morosamente prazenteiro, empurrado pelos cantos dos galos e os sons dos batelões1. Não há pressa. O relógio, por vezes, sente-se inútil e tenta suicídio pulando da ponte do João Gomes. A vida anda de pés descalços sem se importar com os dribles da morte, toma uma cachacinha e come um sarrabulho no mercado velho. A morte senta-se na calçada e conversa com o “Sardanha” que balbucia: “Morrer é bom, né?”. As ruas de pedras toscas testemunham os estalos dos cacos dos jegues tocando o chão, os gemidos das carroças d’água, os tangidos de seus carroceiros, o leiteiro, o homem com o balaio de pão sobre a cabeça e as mulheres carregando inúmeras redes nos ombros. Os lunáticos tomam a cidade como se fossem conquistadores ibéricos, fincando suas bandeiras em nosso imaginário.

                Quem não conhece a cidade pode achar que se trata de mais uma cidadezinha esquecida no tempo, mas o que poucos imaginam e presumem é que essa cidade guarda no seu interior a força de uma locomotiva. Minha cidade assemelha-se a caatinga que se apresenta seca e aparentemente sem vida, omitindo dos olhos leigos as suas riquezas imensuráveis.

(1)Nome dado ao local do fabrico de redes de dormir, onde acontece quase todo o processo produtivo.  

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Letras que podem ser musicadas!

SENHOR, MEU DEUS

Minhas noites sem Você são tão vazias
Meus dias vãos se embora sem perceber
Tudo ao meu redor só há melancolia
Não sei vou sobreviver!
Senhor, meu Deus, perdão por tudo que eu fiz
Senhor, meu Deus, sem Ti eu nunca hei de ser feliz! (Bis)

Não sei por que deixei Você de lado
Trocando-O por aventuras pueris
Desculpa por ter Lhe magoado
Meus dias têm sido muito gris
Senhor, meu Deus, preciso muito de você
Senhor, meu Deus, contigo eu hei de renascer! (Bis)

Hoje volto aqui para a sua casa
Como filho pródigo humilhado
Vejo que em Você a alegria extravasa
Dizendo: Vem a mim filho amado!
Senhor, meu Deus, obrigado pelo seu imenso amor
Senhor, meu Deus, a ti renderei todo o louvor! (Bis)

terça-feira, 3 de maio de 2011

ADÁGIOS (IM)POPULARES


“Nada do que foi será de novo do jeito que nunca foi um dia”



“A fruta proibida é mais encarecida”



“Antes aqui do que na C.P.I.”



“A ocasião faz o político”



“Briga de marido e mulher, só quem se mete é Advogado”



“Cada um que se governe. E o governo nos atrapalhe”

segunda-feira, 2 de maio de 2011

UM ABOIO


CONTO PORNOGRÁFICO SOBRE MEU TEMPO



O conhaque deslizou lépido para o meu copo, sacolejando os cubos de gelos, como se adivinhasse meu estado. Afrouxei a gravata e desabotoei a gola. Tomei num só gole o conhaque, jogando o copo contra a porta da cozinha. Segui até o banheiro, queria ver meu rosto, mas o espelho insistia em refletir um embuste. O que se ver não é o que se ver. Essa tez não é minha. Eu não tenho esse olhar oblívio. Onde estão as marcas dos tempos que ingeri com fumo, álcool e desgraça? Não! Rugas porque se escondem? Porque a idade não me segue? E os cabelos parecem adormecer no seu sonho negro e nunca acordaram embranquecidos. Bruscamente, com a mão esquerda derrubei tudo que estava sobre o balcão do lavabo. Na sala, o telefone toca. Atendo e é ela. “sim, sei... você não quis dizer que eu sou jovem... foi apenas uma forma de expressão... entendi... sério! Eu não estou magoado... verdade... se você não acredita, eu não posso fazer nada... como é que é? Você vem pra cá... não, não, não precisa... não é isso... não me entenda mal... tudo bem pode vim”.

       Trinta minutos depois, ouço toques leves na porta. Mentalmente já adivinho que seja ela. Mal abro a porta e o seu perfume invade minha casa sem pedir licença. Ela com uma mão na cintura e a outra massageando os longos cabelos pergunta suavemente: “Posso entrar?”. “sim, sente-se”. “obrigada”. “posso te servir algo de sua preferência”. “conhaque, por favor”. “pois, não”. Tive que ir a cozinha pegar dois copos foi quando feri o pé com os estilhaços do copo que eu havia jogado. Soltei sem querer uma interjeição de dor, ela foi a minha direção e muito prestativa perguntou-me onde ficava o quarto. Apontei, apoiando-me nela segui para cama. Ela ficou me falando de suas habilidades de enfermeira e quis saber onde ficava a caixinha dos primeiros socorros. Eu insisti que não era nada, ela aproximou-se de meu rosto e tascou um beijo demorado. A sua mão correu meu corpo parando sobre a minha genitália, enquanto que com a outra desabotoava sua roupa. Cessou o beijo, seguindo com a boca em direção do corte que ainda não estancara. Chupou... seguiu chupando até ter a certeza do estancamento. Fiquei imóvel como um fantoche libertino. Ela sorriu com desejo, agarrando meu pau... fechei os olhos e senti sua boca cálida devorá-lo num movimento repetitivo de cima para baixo. Enquanto abocanhava meu pau ia tirando o resto da roupa e em segundos estava totalmente nua. Depois subira beijando até o meu rosto. Agarrei seu corpo acomodando com o meu, ela deitou-se sobre mim. Pouco a pouco penetrei sua genitália e ela começou a mexer-se suavemente. No meu ouvido ela gemia como se cantasse ópera. Pediu-me sussurrando que a colocasse de quatro e segurasse com força sua cintura, obedeci. Ela encostou o rosto no colchão, erguendo alto o quadril. Agora que capitaneava os movimentos era eu. Acelerado, empurrando-a pela cintura contra o meu pau. As minhas mãos tateavam no seu dorso o meu tesão mais recôndito. Os seus gemidos cresciam, deixando expressar outro desejo: “quero papai e mamãe”. Fizemos logo em seguida, acelerando os movimentos. Ela olhou-me bem safada e disse alto: “vou gozar, papai!”. Aumentei os movimentos e ela se contorceu dando gemidos maiores. Ela gozou passando a língua na minha orelha. Sai de cima dela, ela abraçou-me pegando o meu pau. “Vou masturbá-lo até gozar, mas tem que gozar olhando para mim”. E assim foi, gozei molhando a cama e os lençóis.
                 Ela levantou-se foi à cozinha, pegou o conhaque e nós dois bebemos na garrafa. Quando acabou a bebida, ela olhou o relógio e disse que tinha que ir. E antes de sair disse-me: Nunca envelheça! Dormi e mais tarde quando eu acordei já era noite. Segui para o banheiro e desafiei de novo o espelho, percebi rugas no canto dos olhos. Ah! Porque o tempo me alcançou... ó tempo ingrato não ouse repousa sobre o meu corpo... não pinte meus cabelos... deixe as rugas retidas dentro de mim... eu não suporto seu fardo e nem quero lhe namorar. São nessas horas que se descobre que ser jovem ou ser velho está no olhar de outrem.

domingo, 1 de maio de 2011

UM ABOIO


OS NEOCAPITALISTAS QUE SE DIZEM SOCIALISTAS E COMUNISTAS!

  

O Brasil curiosamente deve ser o único país do mundo em que as convicções partidárias e ideológicas não têm valor algum no processo político e democrático. Por incrível que pareça esses absurdos vem se arrastando desde o império. Naquela época existiam apenas dois partidos: os Conservadores e os Liberais. Esse bipartidarismo dividido por duas ideologias tão dispares, mas que não evitava o absurdo de na maioria das vezes os conservadores serem mais liberais que os Liberais e, por este turno, os Liberais serem mais conservadores que os Conservadores. E seguiu-se pela nossa história. Houve até Presidente vira-casaca que foi fascista, comunista e capitalista. Aliás, aqui se muda mais de tendência política do que de roupa.

Ao ver pessoas como: Luizianne Lins, Inácio Arruda, Cid, Ciro Gomes e tantos outros que se proclamando direta e indiretamente como socialista e comunista, uma pergunta fica no ar: Será que essas figuras sabem o que dizem? Mesmo que fossem de tendência reformista, certamente, nenhum deles e os seus respectivos partidos não teriam nenhum plano de modificação do sistema capitalista. Na verdade eles estariam fundando o neocapitalismo, que na cabeça deles é um capitalismo socialista e/ou comunista! O caso do Inácio Arruda é o mais engraçado, para não diz trágico! Será que ele sabe o que é comunismo? O partido em que ele se filiou tem um histórico brioso nesse país e nasceu com o intuito de instaurar o sistema comunista em detrimento ao capitalismo. O que Senador tem feito por isso? Senador cadê a extinção das propriedades privadas em nome da coletividade? Karl Marx deve está batendo a cabeça no seu túmulo.

Luizianne Lins, prefeita de Fortaleza, disse certa vez que era socialista. Olho sua administração e não consigo ver um traço sequer de convicções socialistas. Pelo contrário, todas as ações de governo reafirmaram o poderio capitalista, ou melhor, o neocapitalismo.  Já o PSB (Partido Socialista do Brasil) de Cid e Ciro Gomes juntos com Luizianne e Inácio forma o chamado samba do crioulo doido das tendências políticas.
Na verdade, essas pessoas supracitadas são na verdade aquele tipo de gente que se diz no interior que acende uma vela para Deus e outra para o capeta, sendo a própria contradição em pessoa!