quarta-feira, 27 de julho de 2011

Um dedo de prosa dentro da poesia!

MENINA IMBURANA

Menina Imburana quem foi que te trouxe pro meu sertão
Talvez fosse a lua tão bela e faceira, jogou-te semente no meu coração
Ou será que foi sol querendo te amar, que te fez imburana
Vontade profana que me faz versejar.

Menina Imburana floresce de novo no meu violão
Me embala na nota e nos versos quebrados de uma canção
Me faz mamulengo no teu teatrar que eu te faço poesia
No fim deste dia, nós vamos casar.

terça-feira, 26 de julho de 2011

DIÁLOGOS CORDELESCOS

NOSSA SENHORA SANTANA DE JAGUARUANA



Nossa Santa querida eu vou louvar
Nesse dia festivo com amor
Dedilhando um poema de lavor
Na cadência da lira popular
O martelo de verso vai troar
Sobre o prego da minha inspiração
Ressoando o penhor da gratidão
Que se tem por Santana, avó querida
Protegei os teus devotos nessa lida
Derramando esplendor e salvação.

Protegei meu torrão com mui carinho
Protegei nossa rede e o tecelão
Protegei a carnaúba e o ribeirão
Protegei a caatinga e o passarinho
E protegei este bardo miudinho
Que tem cor encorpada do café
Salve avó de Jesus de Nazaré!
Padroeira da Terra de Ivonete (*)
Cuja sua grandeza se reflete
Neste povo que se orna com a fé.

________________________________
(*) Ivonete Maia, jornalista.

DIÁLOGOS CORDELESCOS

VOMITANDO ZÉ LIMEIRA

Sentei no batente do meu pensamento
Fumando as ideias que andam sorrindo
No bar vi a verdade bebendo e cuspindo
Na cara do tempo e na frente do vento
Loucura no mundo se vende no cento
No prazo e na vista, quem pode pagar
Mas eu que não tenho, só posso apertar
Aperto a cachola que solta a espoleta
É hoje que caso com a Risoleta
No templo festivo do Seu Valdemar.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

ADIVINHAÇÕES POPULARES

Puxando pelo cabelo
Eu arranco um chumaço
E de pouco em pouco
Vou enchendo o meu saco.











Resposta: Algodão

quarta-feira, 20 de julho de 2011

DIÁLOGOS CORDELESCOS

VOMINTANDO ZÉ LIMEIRA!

O novo evangelho está dentro do antigo
Segundo a escritura de São Salomão
Eu o vi redigindo no barro do chão
Assim como quem vai plantando o seu trigo
O meu eu na verdade é quem segue consigo
Por entre pronomes dum verbo vulgar
Que nunca na vida quisera falar
Por falta de tempo, relógio e espaço
Só compro verdura na forma de maço
Na feira invisível do meu lagamar.    

sexta-feira, 15 de julho de 2011

DIÁLOGOS CORDELESCOS

VOMITANDO ZÉ LIMEIRA

Um dia sozinho andejei acompanhado
Do lado do tempo e da chuva feroz
Já vi quatro gansos cantando sem voz
Na Ponta do Seixas num dia fechado
Estrela miúda na boca do gado
Eu vi meu planeta na bila do olhar
Daquela morena que quis me matar
Que não me matou, mas virei falecido
Já tive de tudo sem nunca ter tido
Nas cordas da lira do que é popular.  

terça-feira, 12 de julho de 2011

DIÁLOGOS CORDELESCOS

VOMITANDO ZÉ LIMEIRA

Cocei com os dedos a testa dum prego
Por cima da taba do velho cacique
O mar que conheço nasceu no alambique
Do engenho invisível do meu superego
Meu guia na estrada tem olho de cego
E ver quase tudo que dá pra enxergar
Só não ver a estrada, o céu, o sol e nem mar
Mas eu vou à labuta matar o meu sono
Fazendo da rede o meu mais novo trono
No reino encantado do meu improvisar.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

UM ABOIO

ONDE ESTÁ O EXEMPLO?



A famosa Lei seca é o apelido dado a Lei nº 11.705 de 19 de junho de 2008 que proíbe o consumo de álcool por condutores de veículo, quando este estiver dirigindo. Nos últimos tempos legisladores tem sido pegos pelos tentáculos invisíveis da dita lei e os mesmos, ainda que não se tenha comprovado os seus estados, recusaram-se a soprar no bafômetro. Alegações defensivas a parte, os legisladores tem demonstrado no mínimo um mau exemplo perante a opinião pública. O primeiro a ser pego fora o senador Aécio Neves, depois veio o Índio e por último nesse dias o Romário. Todos se recusaram a soprar o bafômetro, utilizando-se do pretexto legal de não produzirem provas contra si; algo plausível. Mas como diz aquele velho adágio: é legal, mas não é moral. Os legisladores estavam dentro de seus direitos legais quando da recusa, contudo que eles como os construtores da lei (inclusive daquele em que foram acometidos) deveriam pautar-se pelo bom exemplo, afinal os cidadãos brasileiros precisam se espelhar nos homens públicos para obedecer à lei. Os homens públicos devem seguir a lei com retidão, demonstrando ao cidadão que as leis existem para serem cumpridas desde que atendam o bem comum.

Agora já pensaram se todos se recusarem a soprar no bafômetro e pior que isso: se todos começarem a achar que lei não é para ser cumprida! Hoje é uma recusa de soprar no bafômetro, amanhã é uma quebra dos direitos humanos. Se nossas leis são falhas é porque temos homens públicos falhos. E se os homens públicos dão um exemplo de desobediência legal, com certeza o país pode a qualquer momento entrar num colapso jurídico.

Aos legisladores é bom não esquecer que mesmo tirando o paletó, o status de homem público não cai e o principio da moralidade lhe segue como uma sombra sob a luz.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Um dedo de prosa dentro da poesia!


ÂMAGO DE QUALQUER LUTA!


O que você faz quando a luz se vai?
Quando a última porta se fecha?
E a chance que tinha nas mãos escapa?
O que você faz?
Faz o óbvio?!
Desiste.

O que você faz quando os olhos se cerram?
As forças evadem-se de seu corpo?
E ninguém lhe estende a mão?
O que você faz?
Faz o óbvio?!
Desiste.

O que você faz quando cai?
Quando o amor de sua vida lhe diz não?
E o mundo parece lhe engolir?
O que você faz?
Faz o óbvio?!
Desiste.

Desistir não é óbvio!
                                                    Desistir é anti-vida
Viva!

Se a luz se foi
Acenda a própria!

Se a porta se fechou
Construa uma nova

Se a chance escapou
Apanhe-a no chão
                        

Se os olhos se cerram
Tateie

Se as forças se evadiram
Guarde-se na fé

Se o mundo ameaça lhe engolir
Enfrente-o

Se o amor de sua vida lhe diz não
Plante flores pelos seus canteiros
Amor é como abelha que se deleita com flores.

Se tudo não der certo
Desbrave novos horizontes!

A única coisa que é antinatural é desistir!

segunda-feira, 4 de julho de 2011

UM ABOIO


Fala-se na necessidade de um deputado estadual filho da terra, contudo essa iniciativa não nasce de um dia para o outro. O problema de algumas lideranças políticas que se candidatam ao cargo é que querem ia ao céu sem a prece, ou seja, não constroem um trabalho político conciso e querem que os eleitores embarquem nas suas lutas quixotescas. Quem trabalha com política sabe que uma liderança política a nível estadual tem que aglutinar ao seu redor força política de peso. Além disso, é preciso fazer seu nome na comunidade, na cidade e na região. Quando me refiro a fazer o seu nome não é fazer assistencialismo pirotécnico e nem estar na mídia local. Inicialmente é costurar parceria com lideranças locais, ser ponte de projetos sociais entre comunidades e governo, construindo laços políticos com nomes fortes no cenário político estadual e federal. A exemplo, das escolas de samba que começam a trabalhar para o próximo desfile na quarta-feira de cinzas. Os candidatos jaguaruanenses são iguais a peru de natal morrem de véspera. Mas por quê? Ora porque acham que a política só se processa nas vésperas e nas eleições, esquecendo que a política sobrepõe o tempo e o espaço.

Um grande exemplo que simplifica isso vem de um grande político chamado Luiz Inácio Lula da Silva, quando perdeu sua primeira eleição; sabe o que ele fez? Primeiramente ele entendeu que pouca gente o conhecia, não sabiam de sua história e nem tampouco entendiam seus planos políticos. Ali nascia a Caravana da Cidadania onde ele rodou todo o país se apresentando para o povo, inclusive esteve em Jaguaruana. Nessa viagem, ele nem se apresentava como candidato, mas sim apenas como um ativista das causas sociais. Não deu outra! Isso é lógica política!

Entendo que neste momento, aliás, em todos os momentos é primordial um representante de nossa terra genuinamente filho daqui, contudo não podemos colocar qualquer um só porque se diz filho de Jaguaruana. O buraco é mais embaixo! Tem que ser uma pessoa preparada, politicamente conciliadora e, sobretudo, democrática. Uma pessoa que não precisa de pirotecnia e nem esbanjamento de dinheiro para se mostrar que é o nome certo, contudo tem que ser presente – se possível onipresente. Que apresente uma plataforma de governo coerente (o que é mais difícil) e transmita confiança! Não adianta nessas horas dizer que um deputado jaguaruanense iria resolver alguma coisa; eu duvido. Já tivemos e nem por isso nossa cidade foi lembrada e muito menos beneficiada com alguma coisa; a história está aí para provar!

sábado, 2 de julho de 2011

UM ABOIO


A nossa história não me deixa mentir, a cidade que hoje ostenta toda essa força produtiva e incontestável, lá atrás precisou de um componente que andava esquecido de nosso meio: a união! Quando ainda éramos Caatinga do Góis, os nossos antepassados lutaram contra patacuda comarca de Aracati que na época era um importantíssimo centro econômico da província do Ceará, pela o status de distrito de paz; era o primeiro passo para nossa emancipação. A comarca de Aracati resistiu o que pode, inclusive deu o título de distrito de paz ao Giqui com intuito de rachar e extirpar a luta. Contudo, a união deu-nos o que era merecido, Caatinga do Góis viria a se tornar distrito de paz, derrotando as vontades despóticas de Aracati. Após essa vitória gloriosa, a palavra união passou a dormir em nossas redes, passear pela Rua da Matriz e Comércio e vislumbrar ao longe a imponência da Serra D’Antas. Éramos tão íntimos da palavra união que a primeira entidade associativa que lutou pela emancipação apropriou-se do nome “União”. O objetivo era tornar-se vila (titulo da época imperial que equivaleria ao título de cidade), não foi fácil, outra vez Aracati entrou no caminho e nessa hora a união de nosso povo derrubou o gigante. Éramos vila legalmente em 1865 e nessa época já estávamos tão íntimos da palavra união que todo o povo decidiu o nome daquela vila, seria: Vila de União. O romance com a união ia se criando outros triunfos como, por exemplo, a abolição dos escravos antes do estado e do Brasil. Até que um dia, alguns conterrâneos contaminados pelo poder decidiram escorraçar a palavra união de nossa cidade, trocando-a pelo jogo politiqueiro.

Aquela Vila de União dividiu-se em dois partidos que se digladiavam pelo trono do paço municipal. Os velhos tempos de unidos já fazia parte apenas das conversas saudosas dos antigos moradores. Íamos ficando tão afastado da palavra união, que o seu nome já não figurava o nome de nossa cidade. Viramos Jaguaruana e esquecemos-nos de chamar a união para ver o novo nome. Sem a união, o atraso apoderou-se das nossas casas e aqui instalou seus tentáculos. A política bipolarizada contribuía ainda mais para que o atraso fosse se tornando uma amásia.
Não nego que sinto falta da união, ainda que nunca tenha alcançado sua estadia na minha cidade. E sei que é ela que vai nos salvar!