sexta-feira, 24 de julho de 2009

DIÁLOGOS CORDELESCOS

CORDEL CONTÁBIL


Quando a contabilidade
Nesse mundo apareceu
Nossa razão engatinhava
E não existia nem liceu
Surgindo como uma luz
Pra acabar co’aquele breu.

O homem inda selvagem
Namorou, com liberdade,
Aquele novo saber
De tão grande utilidade
Passando pra gerações
Aquela habilidade.

Usando-a no dia-a-dia
Pra precisar com certeza
As subidas e os declínios
Referente à sua riqueza
No campo do pastoril
Através de sua agudeza.

Conferindo os animais
No começo e fim do dia
O homem tão primitivo
Registrava cada cria
Com pedrinhas num buraco
Que lhe serviriam de guia.

Aquilo era seu inventário
Seu aporte pra decisão
Na hora dos seus escambos
Já se sabia a direção
Tendo por base a contagem
Dos animais de criação.

Os registros dos seus fluxos
Eram pinturas rupestres
Que gravadas nas cavernas
Por mãos de homens silvestres
Registravam as suas vidas
Naquela arte que eram mestres.

Antes de ser social
O homem era contábil
Mesmo sem os algarismos
O seu saber não era lábil
E na contabilidade
Foi tornando-se mais hábil.

Na Suméria ou Babilônia
Começou-se a escriturar
Cada fato era um registro
Que na argila ia se gravar
Desse jeito o patrimônio
Poderia se acompanhar.

Velejou por setes mares
Usando a navegação
Fomentou todo o comércio
De nação para nação
Ajudando no controle
Dos fluxos de transação.

Mesmo estando em todo canto
Eis que surge a novidade
Um estudo italiano
Sobre a contabilidade
Deu-lhe foro de ciência
Perante a posteridade.

Foi com Luca Pacioli
Que se dera esse momento
Observando os navegantes
Atentou-se a um elemento
Que os próprios assim usavam
Durante o Renascimento.

Para cada operação
Duas contas eram gravadas
É o método conhecido
Das tais partilhas dobradas
Que o grande monge italiano
Mostrou como eram usadas.

Cada registro se via
A origem e a aplicação
Não importava a natureza
E não havia distinção
Toda conta registrada
Seguiria a mesma razão.

Assim o saber contábil
Entranhou-se em nossa essência
Em todo e qualquer nação
Foi tomando consistência
Por sua grande relevância
Como um modelo de ciência.

Mas pra que serve esse ramo?
E qual a sua utilidade?
Qual o seu grau de importância?
Em nossa sociedade
E que conceito é adequado?
Para contabilidade.

É uma ciência social
Cujo foco é o patrimônio
Com Exatas tem fusão
Espécie de matrimônio
E o seu campo de atuação
Não tem nada de lacônio!

Ao fornecer os subsídios:
Balanço, demonstração,
Análise, estudo e fluxo
Livros: Diário e Razão
Percebe-se aí sua importância
Nas horas de decisão.

As informações contábeis
Ajudam a descrever
O estado de uma entidade
Se fazendo perceber
Os pontos mais importantes
Pra uma entidade crescer

Mas não só no crescimento
É que se ver sua importância
Na previsão de um declínio
Ou no incentivo à constância
Qualquer empresa percebe
A sua grande relevância.

Não somente nos negócios
Mas também na economia
Sem a contabilidade
Nada disso existiria
E o planeta sem controle
Acabaria nesse dia.

Por isso até o Contador
Deve ser valorizado!
O governo deveria
Dizer-lhe: “muito obrigado!”
Sendo mais reconhecido
E bem como ovacionado.

No passado, no presente
No futuro com certeza
Que não sabe, saberá!
Todos virão com clareza
Nossa contabilidade
Demonstrando sua grandeza.

Muito pouco se falou
Muito mais tenho a falar
Porém aqui o espaço é pouco
Não deu nem pra começar
Ficando aqui o desafio
Pra quem quiser continuar.

E quem achar que é mentira
O que expresso no papel
Quero ver você escrever
O contrário do cordel
Dizer que o saber contábil
Não é tão digno de laurel.

Seja você qualquer um
Pessoa física ou entidade
Com pouco ou muito dinheiro
Fique sabendo a verdade
Ninguém vive nesse mundo
Sem a contabilidade!

Dedico esse Cordel ao maior Contador que eu já conheci: meu pai.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

ABOIO

As coisas não são! No máximo, elas ostentam uma transitoriedade que parece perpétua, mas suas essências são tão movediças quanto o gelo exposto ao calor. Nada é concreto, tudo tem a suavidade e flexibilidade nas suas formas, no seu jeito de ser e nas suas atitudes. Até as paralelas já próximas ao infinito cruzam-se para subverter a lógica e copular com a poética. Nada é só sim, nada é só não, há espaço para um talvez e certamente há outro universo de possibilidades. Por que se contentar com o não e o sim, com o escuro e o claro, com o denso e o leve? Essas lógicas dualísticas atrofiam os limites imensuráveis dos seres humanos, reduzem o campo de visão e atuação de qualquer um. O mundo rasteja-se letárgico para um desenvolvimento pífio, trazendo nas costas erros imperdoáveis. Desde que homo sapiens resolveu sair das cavernas e abraçar uma ciência capenga que se apóia numa bengala dualística, o coitado do primata construir durante todo esse tempo a sua própria sepultura. Nossa ciência é assassina, ela mortifica a coisa mais importante dentro do ser humano: a superação, a ousadia de ir além do limite e de subverter o que os olhos ainda não vêem com clareza. Isso não é ciência! Ciência cristaliza, impediu muitas vezes durante a história de homem ir mais além.

terça-feira, 14 de julho de 2009

DIÁLOGOS CORDELESCOS


"Quando a contabilidade
Nesse mundo apareceu
Nossa razão engatinhava
E não existia nem liceu
Surgindo como uma luz
Pra acabar co’aquele breu.
(...)Seja você qualquer um
Pessoa física ou entidade
Com pouco ou muito dinheiro
Fique sabendo a verdade
Ninguém vive nesse mundo
Sem a contabilidade!"