segunda-feira, 30 de agosto de 2010

UM ABOIO

Outro fato que me deixa aturdido é uma questão que todos os prefeitos de Jaguaruana nunca obedeceram, um mecanismo legal chamado de Plano Diretor. O Plano Diretor, uma exigência constitucional para cidade com mais de 20.000 (vinte mil) habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento do Município. Sua principal finalidade é orientar a atuação do poder público e da iniciativa privada na construção dos espaços urbano e rural na oferta dos serviços públicos essenciais, visando assegurar melhores condições de vida para a população. Em outras palavras, o Poder Público obrigatoriamente deve regular, fiscalizar e permitir as construções em áreas adequadas que não causem riscos e/ou perigo a sociedade. Andando pela cidade percebem-se nitidamente edificações e intervenções públicas em áreas de risco, o que se caracteriza numa atrocidade legal. Há obras públicas que desrespeitam o Plano Diretor, desorganizando a ocupação e ordenação urbana. Porque há ruas fechadas em Jaguaruana? Porque há ruas que são tortas e com desenhos urbanos completamente distorcidos?
O Plano Diretor não é simplesmente mais uma lei a ser cumprida, pelo contrário sem a sua utilização a cidade pode enfrentar outros problemas maiores. Lembram-se dos incidentes que acontecem nas enchentes no sul e sudeste? As raízes desses incidentes estão no descumprimento do Plano Diretor e as áreas de riscos vão crescendo vertiginosamente. Até as enchentes que aconteceram em nossa cidade poderiam ter sido atenuadas se nossa organização urbana estivesse dentro dos parâmetros da lei.
Será que o nosso poder público, que só pensa em micareta, está pensando nisso? Afinal, podemos nos deparar com uma quadra invernosa, e aí? Vamos para com discursos evasivos e evitar uma coisa pior. É preciso cumprir o Plano Diretor de nossa cidade, tirá-lo da gaveta e colocá-lo em prática literalmente.

domingo, 29 de agosto de 2010

DIVINA COMÉDIA URBANA

Os carros passam
E vidas vão neles
Há vidas ao redor
Vidas enclausuradas
Regozijando a falsa liberdade
De um ser cimento e concreto
Que corre nas veias: a cidade

sábado, 28 de agosto de 2010

Um dedo de prosa dentro da poesia

-I-
Quem essa menina
Que é igual à água de pote
Boa de beber com gosto
Bebo Emília
Cada sílaba
Da poesia mais telúrica
Bebo Emília
Cada verso
Eu te peço
Também beba!
_______________________________________
-II
Quem essa mulher
Tão doce que nem caju
Mas que sabe ser azeda
Que nem umbu!
Dancei aí
Que danço cá
Neste lundu.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

UM ABOIO

Ouvi boatos, por isso não posso atestar a veracidade da informação obtida. Mas uma pessoa disse-me ter ouvido através do meio de comunicação da cidade que é a Prefeitura quem está trazendo a micareta. Não acreditei muito nessa informação, até porque micareta não é competência do poder público pelo simples fato de se tratar de uma festa fechada geralmente organizada por uma empresa. Empresa essa que se chama “Bahia Entretenimentos”, segundo essa pessoa. Acredito que a pessoa que está espalhando essa notícia deve está equivocada. Contudo, se olharmos bem; é algo assustador essa informação! Se realmente é a Prefeitura que está trazendo – o que acho muito difícil – essa micareta, isso é algo imperdoável. Primeiramente, por agir com um ente perdulário ao utilizar o erário público num evento fechado. Segundo por desrespeitar um dia patriótico para nós cidadãos jaguaruanenses, sendo passível até de se está cometendo um crime lesa-pátria. Muitos podem achar exagero! Mas se essa informação for verdadeira, é como se o governo federal vende-se o dia 7 de setembro e cobrasse para que as pessoas fossem assistir um evento cívico. Outras palavras, um absurdo!

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

UM ABOIO SEM BABAÇÃO

QUAL O LIMITE DA BAJULAÇÃO?
Segundo a visão de Tiago Almeida (no link: http://thiagoalmeida.wordpress.com/2007/09/28/origem-dos-bajuladores-puxa-sacos/) a palavra bajulador origina-se do termo latim bajulos que significa “carregador”, não é toa que o termo puxa-saco talvez advenha desse gênero. A verdade é que o bajulador veio durante a história se firmando no imaginário universal, geralmente, ligado a pessoas de má índole. Os que bajulam são tidos como que buscam subir os degraus da carreira na sombra de seus superiores, procurando, na maioria das vezes, tomar o lugar dos seus superiores. A esfera pública é o habitat natural do puxa-saquismo crônico, os administradores públicos parecem adorar a atmosfera de bajulação, contudo toda essa adulação excessiva pode ruir uma gerência, direção, administração e governabilidade. Na obra “O príncipe” de autoria do grande Nicolau Maquiavel, o capítulo XXIII intitulado “Como se afastam os aduladores” demonstra claramente a preocupação do autor do iminente perigo que há para um governador (personificado na figura do príncipe) de se cercar de bajuladores. Por isso Maquiavel inteligentemente dar o remédio para se acabar com adulação: “Não há outro meio de guardar-se da adulação, a não ser fazendo com que os homens entendam que não te ofendem dizendo a verdade; mas, quando todos podem dizer-te a verdade, passam a faltar-te com a reverência”. Adiante, ele recomenda ao governador (príncipe) que escolha os homens sábios, dando-lhes a liberdade de exercer a verdade quando os assuntos forem atinentes a governabilidade, políticas públicas, problemas, entre outros assuntos. Dessa forma, poderá o governador consultá-los sem medo de errar, uma vez que as pessoas que o rodeiam trabalham com a verdade.
Na minha mísera opinião, o governante que se cerca de babões certamente demonstra a sua incapacidade e o descompromisso político com os seus munícipes. Ao invés de indicar pessoas estúpidas que simplesmente exaltam a sua vaidade, o governador deveria desprender-se de seu narcisismo, buscando nos anseios do povo as diretrizes e as pessoas que podem contribuir com o seu governo.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

UM ABOIO (500)

POSTAGEM 500
Hoje precisamente (24.08.2010) estou completando quinhentas postagens no blog. Um número, creio eu, que é bastante considerável, se for confrontado com as intempéries do tempo, sem acesso a internet em casa (hoje eu já tenho) e muitas vezes a falta de criatividade para escrever. Esse blog é um desafio para mim, é o estímulo desestimulante para não se esquecer de exercer a escrita. Ainda que cheio de erros gramaticais, concordâncias verbais e nominais, constituindo-se num grande assassinato a última flor do Lácio. Mas isso não me esmorece, vou morrer escrevendo do meu jeito errado, quem sabe um dia eu aprendo no além. Quero agradecer aos amigos, família, namorada (Mirella) e os visitantes eventuais que por aqui pairam. Muito obrigado!

DIVINA COMÉDIA HUMANA

TROVA URBANA

Cidade apocalíptica
Deixe-me beijar o armagedon
O mundo que eu conheço
São as dobras do edredom.

UM ABOIO

COITO INTERROMPIDO
Arrancou os botões um a um com os dentes, tirando-me a camisa com avidez. Fiquei inerte. As pontas dos seus dedos cálidos roçavam meu tórax. Meus olhos seguiam aqueles dedos querendo antecipar por uma fração de segundos os movimentos posteriores. Desatava lentamente o cinto, beijando o topo do púbis, descendo os lábios até a genitália. Os olhos fechados buscam aguçar ainda mais o libido, mas se não minha pouca capacidade de se concentrar... não teria saído desse transe orgástico. E eu acordei!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

ABOIO E POESIA

Hoje D. Argemira está completando 99 anos de idade, uma data importantíssima para se comemorar a sua presença entre nós. Ela é um patrimônio imaterial de Jaguaruana-Ceará, estupidamente renegada pelo Poder Público, através de sua Secretaria de Cultura. Eu não poderia deixar de homenagear uma pessoa que está enraizada no imaginário popular de nossa gente.
Mote:
Das mãos de Dona Argemira
Nasceu minha Jaguaruana.
Nesse dia especial
Na data de vinte e três
No final do oitavo mês
Em um ano eleitoral
Quero aqui ser cordial
Nessa hora tão bacana
Uma Dama soberana
Que perfuma a minha lira
Das mãos de Dona Argemira
Nasceu minha Jaguaruana.
Foram muitas gestações
Na minha terra primeira
Se não fosse essa parteira
Que ajudou por gerações
Rendo congratulações
A essa figura de gana
Uma pessoa humana
E que minha gente admira
Das mãos de Dona Argemira
Nasceu minha Jaguaruana.

Letras que podem ser musicadas

IAIÁ DE SANTANA, JOAQUIM, MARIA E JESUS (Epílogo da peça)


Ana gerou Maria – Iaiá
Maria gerou Jesus
E o povo de nossa terra – Iaiá
Encontrou a luz. (bis)

Ó salve a fé de Joaquim
Que no deserto ficou
Orando para pedir
Dádiva ao nosso Senhor
E com sua fé e com a raça
Ele o abençoou.

Ana gerou Maria – Iaiá
Maria gerou Jesus
E o povo de nossa terra – Iaiá
Encontrou a luz. (bis)

Ó salve a fé de Santana
Que suplicou na oração
Ao Nosso Senhor tão bendito
Na hora da precisão
Que uma criança amada
Nasceste em sua geração.

Ana gerou Maria – Iaiá
Maria gerou Jesus
E o povo de nossa terra – Iaiá
Encontrou a luz. (bis)

Nasceu, nasceu uma menina
Cujo seu nome é Maria
Dela nasceu Meu Jesus
Meu Redentor e Guia
E o mundo que era só ódio
Tornou-se amor e alforria.

Ana gerou Maria – Iaiá
Maria gerou Jesus
E o povo de nossa terra – Iaiá
Encontrou a luz. (bis)

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

UM ABOIO


PARA ONDE VÃO AS NOSSAS FEZES?
No dia hoje acordei com uma notícia que nem soa como uma surpresa: A maioria dos brasileiros não tem qualquer acesso à rede de esgoto. Outra vez direciono meu prisma a Jaguaruana. Apesar de o Ceará está bem colocado na abrangência da rede de esgoto (se comparado a outros Estados da Federação), segundo a pesquisa Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, ainda há cidade no Estado que não tem sequer um centímetro de esgoto. Nesse caso Jaguaruana está vergonhosamente enquadrada. Sabe-se que a cultura do saneamento básico no Brasil é muito precária, apesar de que ainda no período monárquico já se via essa preocupação na cidade do Rio de Janeiro. Por causa daquele velho jargão política que dizia que rede de esgoto não dar voto porque fica debaixo do chão, muitos políticos nunca nem se importaram em colocar a rede de esgoto nos seus planos de governos. Os números levantados pela pesquisa são assustadores, demonstram sinais evidentes de nosso subdesenvolvimento.
A minha cidade vai completar 120 anos de emancipação política e 175 anos de emancipação religiosa, dispomos de tantas tecnologias como telefones, celulares, emissoras de rádio, computadores e até internet banda larga, contudo a rede de esgoto continua sendo um artigo de luxo até para os mais endinheirados da cidade. Os administradores públicos não sabem a importância de uma rede de esgoto dentro de nossa sociedade. Só uma rede de esgoto implantada na sede de um município de Jaguaruana reduziria os problemas de saúde em mais da metade dos percentuais de hoje. Essa redução traria grandes benefícios à cidade. O custo-benefício desse empreendimento é comprovadamente cientificado. Todos os índices que mensuram o desenvolvimento de uma cidade crescem vertiginosamente, só com a implantação de uma simples rede de esgoto. Será que os administradores que passaram e os que estão ainda pararam para pensar nisso? Creio que não.
Os dejetos da cidade não têm um tratamento minimamente humano, são jogados em qualquer parte, poluindo rios, matas e via pública. Um verdadeiro crime contra a natureza! Só para pontuar outro benefício é no sentido de controlar enchentes, pois as redes de esgoto facilitam o escoamento das águas com um sistema hidráulico eficiente.
Ainda torço que a minha Jaguaruana possa ter uma rede de esgoto antes do século XXII e que Deus me permita testemunhar esse desenvolvimento.

Fontes: IBGE e UOL

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

DIALOGOS CORDELESCOS

Minha terra é a minha vida
Uma parte do alimento
Que me dá todo sustento
Nessa lida tão sofrida
Minha terra que é querida
Tão pequena e tropicana
A sua força é soberana
Enfrentando a tirania
Eu só teço a poesia
Na minha Jaguaruana.

DIALOGOS CORDELESCOS

Tenho estado tão distante
Das garras do meu rincão
Uma dor no coração
Me machuca a todo instante
A saudade lancinante
Doendo toda semana
Tortura draconiana
Que me deixa em agonia
Eu só teço a poesia
Na minha Jaguaruana.

DIALOGOS CORDELESCOS

A minha palavra não tem simetria
Não tem a grafia do bom português
É fruta do conde no campo burguês
Comida na casa de um cego de guia
A lua forasteira cantando pro dia
O sol bonachão na poltrona do lar
Canal de tevê sempre fora do ar
Na casa de pobre não tem dia de feira
Menino que chora só quer mamadeira
Louvando o Senhor na miragem do mar.

UM ABOIO

A PRIVATIZAÇÃO DA HISTÓRIA
Enfim perdemos a noção da incompetência do Governo Municipal de Jaguaruana. Quando se pensa que não há mais nada de ruim para Administração Pública fazer... por fim apareça a última: a privatização da festa do município! A tal micareta alardeada na cidade é uma afronta a tradição jaguaruanense de se comemorar a nossa emancipação de uma forma livre e gratuita. O Administrador Público de uma forma despótica e sem consultar o povo alugou a nossa avenida para empresários (um tanto misteriosos). Falo misteriosos por uma série de fatores intrínsecos e extrínsecos, por não ver nos anúncios e folderes o nome da empresa organizadora. Adiante explicitarei os inúmeros fatores que demonstram a burrice governamental da Administração Pública:
- Primeiramente, ver-se muito raramente e raramente mesmos (não conheço nenhum exemplo) “micaretas de vergonha” acontecerem durante festas de emancipação. Os Administradores inteligentes sabem que micareta é micareta, festa do município é festa do município (a coisa é óbvia). As duas não podem acontecer ao mesmo tempo e ficam praticamente inviáveis numa cidade pequena;
- Uma micareta formata os moldes da cidade, há interdições que modificam trânsito e causam transtornos, poluição sonora altamente perniciosa, poluição fisiológica (urina e fezes) por vários pontos da cidade;
- A ilusão de que a micareta fomenta a cadeia produtiva da cidade, sobretudo o comércio e serviço, é completamente falso. Se pegarmos o ponto de vista econômico, grande parte (cerca de 90%) dos recursos captados na micareta fica nas mãos da empresa organizadora. Os outros 10% é dividido pela Prefeitura, empregados temporários e os ambulantes que trabalham durante a festa. Em outras palavras o dinheiro ganho na micareta vai embora sem dar nem um “tchauzinho”;
- Outra questão vem do fato de que os dias da micareta culminam com o final da semana do município. O dia 11 mais precisamente é um dia de uma grande importância histórica em que não podemos ver a nossa Avenida Simão de Góis fechada ou qualquer outra rua, separando os que podem se divertir e os que não têm condição de se divertir. Afinal, o dia 11 é o marco de nossa libertação do domínio ditatorial da cidade de Aracati e a Prefeitura vai comemorar isso fazendo segregação?
- Pelo prisma cultural, percebe-se a disposição obtusa da Prefeitura de ceder o espaço público para culturas alheias se manifestarem, enquanto que a nossa cultura popular e local é completamente postergada;
E poderia ficar aqui falando amiúde sobre todos os fatos que comprovam que a micareta da forma e no dia em que se estar fazendo é maior sinal de burrice que eu já vi. Acredito que só as ponderações feitas aqui já comprovam a minha tese. Mas uma pergunta não quer calar: “Existe vida inteligente dentro da Prefeitura?”

domingo, 15 de agosto de 2010

Um dedo de prosa dentro da poesia!

MANOEL SÁTIRO 80 ANOS

Oitenta primaveras que ela completa
De uma história que não se perece
Que persiste ditosa como uma prece
Declamada pela boca de um poeta
E o seu brilho que ainda resplandece
A educação tem sido sempre a sua meta
Sua presença aos nossos filhos enobrece
Formando-os para uma vida mais correta.
Estribilho:
Manoel Sátiro,
o átrio do saber inovador
Rendemos voto de penhor
Educandário soberano e brioso
Manoel Sátiro,
Seu passado é glorioso
Seu presente é construção
E o futuro é grandioso.
Deu aos nossos filhos o conhecimento
A criticidade que é tão salutar
Na reconstrução do livre-pensamento
Dentro das correntes da arte de ensinar
Carrega no peito o reconhecimento
De cada habitante deste lugar
Que o seu trabalho pujante é um monumento
Que de nossas mentes não vão se apagar.

sábado, 14 de agosto de 2010

UM ABOIO

Ali estava eu sentado sobre a minha insignificância, hipnotizado pela tela rútila do computador; minha caravela dentro da “internet”. De repente, três toques fortes na porta. Ao abrir a porta, um senhor distinto de passeio completo. Automático disse: “sim”. “Queira me perdoar, eu me chamo cultura, posso entrar”. Meio cabreiro permite sua entrada, oferecendo-lhe o único assento que tinha. Ele acomodou-se, cruzou as pernas e mirou-me nos olhos: “Tem alguma bebida a oferecer as visitas?”. “Tem cachaça? Serve para um homem tão alinhado”. “Claro que sim”. Peguei a bebida e a ofereci num copo americano. Então perguntei: “você disse que era quem mesmo?”. Depois de um golpe abrupto: “Cultura, bem acho que já hora de dizer o motivo da visita”. “Eu também”. “Bem, eu estou querendo muito uma mulher”. “Sim, sei”. “Mas ela me esnoba, nem liga para mim. Eu amo e queria muito ficar com ela”. “Ok, mas o que eu tenho a haver com isso”. “Você a conhece”. “Eu a conheço?”. “Com certeza, o fato é que eu preciso de você para se aproximar dela. E afastar uns carinhas que só a querem por interesse”. “Ela é rica?”. “Riquíssima, você que é próximo dela sabe muito bem”. “Eu sei?” sorri. “Pois é, você tem que me ajudar, eu quero está próximo dela, mas no momento tem sido difícil essa aproximação”. “Sim e o que eu tenho fazer”. “Seja você e você me ajudar muito. Jogue a sua semente nessa mulher e eu triunfarei!”. “Agora que o negócio enrolou, eu não estou entendo patavina”. “Faça o que estou dizendo”, falou retirando-se em direção a porta. Antes que fechasse a porta, fiz uma última pergunta: “Quem essa mulher? Qual o seu nome?” E ele me respondeu com uma voz distante: “Jaguaruana”.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

DIÁLOGOS CORDELESCOS

O eleitor que é “ficha limpa”
Não se mete na roubada
De vender e trocar voto
Praticando a coisa errada
O seu voto é regalia
Que não pode ser comprada.
Não caia nessa cilada!
Não se deixe intimidar
O eleitor que vende o voto
Qual exemplo pode dar?
Pois além de ser um crime
Que vai lhe prejudicar.
O direito de votar
Fruto da democracia
É um direito resguardado
De nossa cidadania
Não se vende e nem se compra
Essa grande garantia.
Pois não se vende a alforria
De escolher o dirigente
Que durante um quadriênio
Representa a nossa gente
Com caráter exemplar
Ser honesto e competente.
O eleitor que é inteligente
Não se vende tão barato
Por telha, pneu e bicicleta
Pra votar em candidato
Ele vota é na proposta
Do que ele achar que é sensato.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Letras que podem ser musicadas!

ODE AO VENTO-ARACATI
Vento tão leve me leve para ver o mar
Me arranca do alpendre do meu sertão
Rasga minhas véstias, decanta minh’alma
Que faço farra no meu coração.
Vento que vem. Vento que vai
Navegue por dentro de mim
Vento moreno, do lábio pequeno
Meu vento-aracati.
Vento não negue o frescor do poema
Que sacode açucena no matagal
Mareja os meus olhos e beija minha boca
Bafeja tua força no meu arraial
Vento que vem. Vento que vai
Navegue por dentro de mim
Vento moreno, do lábio pequeno
Meu vento-aracati.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

DIÁLOGOS CORDELESCOS

HISTÓRIA REAL DA MULHER-CAVALO - XXII

“Dei-me um pouco sua atenção
Pro que agora eu vou dizer
O feitiço monstruoso
Eu não posso desfazer
Até posso, mas não faço
Só pra servir de embaraço
E pra ver você aprender”.
“Mas isso vai perecer
Se uma pessoa bondosa
Diante de sua presença
Rezar com fé poderosa
Cada conta de um rosário
Bem defronte ao Santuário
Da Medalha Milagrosa”.
Essa saga curiosa
Que por ora chega ao fim
Nunca foi fantasiosa
Foi o que contaram a mim
Sei que sou poeta tonto
Mas a história que eu conto
Que realmente foi assim.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

DIÁLOGOS CORDELESCOS

HISTÓRIA REAL DA MULHER-CAVALO - XXI

“Fiquei um tanto pesaroso
Quando tomara a atitude
De acordar com Ferrabrás
Uma coisa sem virtude
Quem se une com a maldade
Prova dela a crueldade
Construindo o seu ataúde”.
“Quero agora a licitude,
A sua paz e o seu perdão
Te peço humildemente
Que me tire à maldição
Nessa hora tão profana
Me dando a forma humana
Te peço de coração”.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

DIALOGOS CORDELESCOS

HISTÓRIA REAL DA MULHER-CAVALO - XX

Aquela fatalidade
Que o capeta lhe rogou
Dentro de poucos instantes
Conceição se transformou
Aparentava um mutante
Uma cena apavorante
Que até o Cão se retirou.
A pobre mulher rezou
Ao Senhor tão glorioso
Que Jesus apareceu
Com semblante luminoso:
“Ó Jesus Cristo me acuda
Eu preciso da sua ajuda
Num momento doloroso”.

domingo, 8 de agosto de 2010

DIÁLOGOS CORDELESCOS

HISTÓRIA REAL DA MULHER-CAVALO - XIX

O capeta nessa hora
Gritando que nem leão
Praguejou para mulher
Lhe rogando a maldição:
“Ao cantar aquele galo
Tu serás mulher-cavalo
Que é pior que a perdição”.
“Andando nesse mundão
De cidade pra cidade
Procurando os sete filhos
Por toda uma eternidade
Pra aprender que com capeta
Não se faz essa mutreta
E fica na impunidade”.

sábado, 7 de agosto de 2010

DIÁLOGOS CORDELESCOS

HISTÓRIA REAL DA MULHER-CAVALO - XVIII

“Dentro de mim, nasceu um corte
Com o que se sucedeu
Eu lhe dou toda razão
E lhe pago o que for seu
Mas lhe suplico piedade
Me diga a localidade
Que o nojento faleceu”.
“Pois pague a agora o que é meu
E deixe de “nove-hora”
Busque seus panos de bunda
E pro inferno “vamo” embora”!
Ana Conceição da Luz
Gritou: “Em nome de Jesus
Ponha-se daqui pra fora”.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

DIÁLOGOS CORDELESCOS

HISTÓRIA REAL DA MULHER-CAVALO - XVII

“Se quiser eu me rastejo,
Suplicando ajoelhada.
Me revele o paradeiro
E qual o rumo da estrada?
Certamente eu vou pagar
O que irás me revelar
Da forma mais adequada”.
“Você já tá endividada
E nem brinque com a sorte
O cruel José Morais
Já beijou a face da morte
O contrato foi cumprido
Cumpra agora o prometido
Que já lhe dei o meu suporte”.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

DIÁLOGOS CORDELESCOS

HISTÓRIA REAL DA MULHER-CAVALO - XVII

“Mas que caboclo engenhoso!”
Disse pobre Conceição
“Onde fica o esconderijo
Daquele ente de ladrão”
Mas o capeta ao falar
Tratando de clarear
Foi dizendo a condição.
_____________________________
“Tenha calma Conceição
Que você tem só um desejo
A sua jura foi de morte
Que farei sem dar bocejo
Já dizer o paradeiro
Dos filhos e do fuleiro
Eu não direi o lugarejo”.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

UM ABOIO

A cidade de Jaguaruana-Ceará sofre um atraso crônico, que já se tornou parte de nossa cultura. Todos os nossos administradores passados e presentes, incluindo todos os vereadores também, na esfera pública e política, capitanearam o retrocesso dessa cidade. A clarividência dessa afirmação encontra-se comprovada nos números que medem o processo de um município. Hoje eu vou ressaltar mais: o conhecido Índice de Desenvolvimento Municipal (IDM), utilizando-se de dados apurados no ano de 2008 (última vez feita essa mensuração). Depois do IDEB, o IDM evidencia o nosso estado deplorável de subdesenvolvimento em várias instâncias que esse índice mensura. No ranking do IDM, somos 58º com um índice vergonhoso de 31,61, perdendo para municípios “ditos” pequenos como Itaiçaba (índice: 33,69) e Quixeré (índice: 35,42). A incapacidade de nossos Administradores públicos é revelada pelos números deploráveis de desenvolvimento que nossa cidade amarga. Todos nós sabemos de nossa capacidade desenvolvimentista, bem como nosso potencial econômico, mas parece que os Administradores (todos eles) não sabem ou fingem que não sabem.
Quando falo em ignorância administrativa, ainda têm pessoas tão burras quanto os administradores que dizem que minto. Os números estão aí ao alcance de qualquer cidadão. Reitero os números não mentem e o reflexo da ignorância administrativa resplandece nesses índices. A nossa história política casou-se com o atraso e até hoje não houve divórcio, continuamos reféns dos descasos públicos do poder local. Todos os administradores públicos não têm compromisso com a cidade, mas sim com o grupo político a quem está atrelado.
Nesse ano as promessas infundadas se avolumam e saltam das bocas mal-intencionadas de alguns políticos, contudo eles não apresentam um plano de governo conciso e consonante com a realidade local aos seus eleitores. Vive do “gastar de saliva” na ânsia de ludibriar as pessoas desinformadas. Esse ano é preciso pensar e repensar, dando um voto para quem tem plano diretamente ligado a nossa cidade, nada de coisas genéricas e sem noção. E exigir que o candidato e candidata mostrem seu plano de governo, preferencialmente registrado em cartório, para que possamos avaliar no final de seu mandato se o mesmo cumpriu o que foi prometido.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

DIÁLOGOS CORDELESCOS

A HISTÓRIA REAL DA MULHER-CAVALO - XIV

Ao escutar aquele intento
O capeta apareceu
Perguntando pra Ceição:
“O que foi que sucedeu”?
Conceição lhe explicou
O capeta ponderou:
“Esse caso agora é meu”.
_______________________
“Eu já sei quem cometeu
Esse fato vergonhoso,
Foi seu pai José Morais
Um caboclo tão maldoso
Que retirando os seus brilhos
Acabou levando os filhos
Prum lugar misterioso”.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

DIÁLOGOS CORDELESCOS

A HISTÓRIA REAL DA MULHER-CAVALO - XIII
Procurando a filharada
Fez na casa uma revista
Percorreu todo recinto
Como um especialista
Que procura por bandido
Os filhos tinham sumido
Sem deixar nenhuma pista.
________________________________
Aquela mulher simplista
Exclamava para o vento:
“A morte para o facínora!
Eu faço aqui um juramento
Em nome da minha paz
Eu quero que o Satanás
Me atenda nesse momento”.

domingo, 1 de agosto de 2010

DIÁLOGOS CORDELESCOS

A HISTÓRIA REAL DA MULHER-CAVALO - XII

Conceição lá no curral
E o seu pai na residência
Massacrou o pobre Joaquim
Que não deu nem resistência
Lhe deixou todo cortado
Levando os filhos amados
Sem sentir uma clemência.
__________________________
E Conceição na inocência
Dirigiu-se a sua morada
Mas ao ver a porta aberta
Fico tão desesperada
Viu somente o seu Joaquim
Envolvido de carmim
Com a sua vida extirpada.