sábado, 15 de outubro de 2011

UM ABOIO


A educação, no Brasil, é uma prioridade que todo e qualquer político tem na ponta da língua um discurso pré-fabricado de apologia. O professor é tido como um profissional que merece todas as regalias e valorizações possíveis. A pergunta que fica no ar é: porque os políticos admitem a importância da educação e dos professores, mas não refletem isso nas suas atribuições legais quanto estão no poder? Há uma resposta simples para isso: hipocrisia! A verdade é que falar bem da educação e dos professores é uma zona de conforto para qualquer político ou candidato, um formalismo apregoado por qualquer assessor ou profissional de marketing. O que não se ver em qualquer um político é um plano político especificamente para a educação e, sobretudo, para o professor. Alguns políticos se defendem dizendo que lutam por construção de escola, contratação de profissional e/ou concessão de bolsa. Lamento contrariá-los, mas essas coisas não são políticas educacionais. Política educacional não se restringe as chamadas ações que dão votos por ser nítida aos olhos nus, ela age no imperceptível.

No dia de hoje (15) em que se comemora o dia do professor, o que se deseja do fundo do coração é que as autoridades competentes extirpem a deplorável situação que se encontra os grandes profissionais da educação, melhorando os prismas financeiros, profissionais e sociais.  

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

terça-feira, 4 de outubro de 2011

REFLEXÕES DE VANTUIR

"Uma foda do Id, do Ego, do Superego e do alterego é na verdade uma orgia freudiana que nem Freud explica. Ou seja, Freud é foda!"

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Um dedo de prosa dentro da poesia!


Meus olhos de Sol


O sol ainda que não o veja, nasce nos olhos de quem o almeja
E eu o almejo, desenhando-o nas dobras do meu hipotálamo
Arranque os olhos como um Édipo ensandecido
E se entregue aos leões imagéticos e latentes
A inércia é cicuta!
                   O inerme é um moribundo contente que se acha saudável.    

domingo, 25 de setembro de 2011

Letras que podem ser musicadas

SAUDADE JAGUARUANENSE
Quando eu saí dali, não levei meu coração
O pobre ficou ali no jardim do meu torrão
Deitando numa tijubana, esperando meu amor
Meu amor é Jaguaruana que lá na estrada ficou (bis)

Hoje é grande a saudade
Mas um dia eu vou matar
Vou buscar felicidade
Vou voltar pro meu lugar
Terra de gente bonita
De Emília e de Sant’Ana
Do bendito Padre Rocha
Que saudade tão tirana.

Já devoro a poeira neste carro tão veloz
O poema sem papel se agarra numa voz
No cordel da minha mente, o verso se torna dor
Minha dor é Jaguaruana que lá na estrada ficou (bis)

Hoje é grande a saudade
Mas um dia eu vou matar
Vou buscar felicidade
Vou voltar pro meu lugar
Terra de gente bonita
De Emília e de Sant’Ana
Do bendito Padre Rocha
Que saudade tão tirana.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

ADIVINHAÇÕES POPULARES

ADIVINHAÇÃO POPULAR
 

Se trabalho é palavrão
E provoca fatigar
Dou metade do que tenho
Pra você não trabalhar.





Resposta: Preguiça

domingo, 4 de setembro de 2011

UM ABOIO


INTROSPECÇÃO CITADINA



Jaguaruana, meu berço fulgurante, nos dias que se aproximam de seu aniversário, fiquei imbuído por uma introspecção. Bem da verdade não seria um mergulho em mim, mas é como se eu me colocasse no lugar da cidade e esboçasse uma introspecção citadina. E como em toda avaliação, ainda esta seja um tanto esdrúxula, surge inúmeras indagações que por incrível que pareça continuam sem respostas, apesar de nossa história tão longeva. Estamos à véspera de uma nova eleição municipal e esta introspecção citadina é importante ser feita por todos os cidadãos jaguaruanenses. Alguns talvez vão dizer que seja cedo fazer qualquer avaliação eleitoral, ainda mais se não há a formação de um quadro político definitiva para o embate. A estes eu digo que a introspecção não está preocupada em nomear pessoas ou denominá-las como mocinhos ou vilões, é algo mais pessoal, ou melhor, mais cidade, se assim posso me expressar. Seria o conflito do “eu”, como se este “eu” – reitero – fosse Jaguaruana.

Cada munícipe deve montar mnemonicamente o seu retrato de cidade. Isso que descrevo aqui pode parecer algo onírico, idéias alicerçadas em bases incorpóreas, cuja sustentação dilui-se ao menor confronto com a realidade. Engana-se o leitor que entender por este prisma. Quando uso a palavra introspecção, apesar do viés psicológico, a sua aplicação tem um efeito direto na esfera realística de nosso cotidiano. Particularmente, tenho pensado demasiadamente em fomentar um grupo de discussão política (sob a luz da ciência política) e de formular um documento de intenções que poderia ser assinado e registrado em cartório por todos os candidatos ao Paço Municipal, também sei que não disponho desse tempo. Por isso no momento queria sugestionar aos amigos, colegas e todos os jaguaruanenses essa introspecção tecida no silêncio de cada íntimo.

Agora de nada vai adiantar essa introspecção citadina, se a mesma adormecer na omissão que reproduzimos no dia-a-dia. Ela deve demonstrada nas ações políticas que cabem ao cidadão, na formação da opinião pública local e, sobretudo, nas plataformas políticas dos possíveis candidatos. Nesse dias festivos de aplausos e alegria, não vai custar nada a qualquer cidadão tentar – cada um do seu modo – personificar “Jaguaruana” dentro de si.

sábado, 3 de setembro de 2011


GRACIOSA ORQUÍDEA DO VALE (JAGUARUANA)
 
Ó Terra que se adorna de histórias
Alimentando-se de sua força varonil
Cada ser humano desta terra
É uma estrela a brilhar pelo Brasil.
 
Graciosa orquídea deste Vale
Que se banha no velho Jaguaribe
A sua história é cercada de coragem
Ao vencer o inimigo e a diatribe
Tendo por escopo a liberdade
Voando por sobre adversidade
Semelhante a briosa abibe.

Ó Terra que se adorna de histórias
Alimentando-se de sua força varonil
Cada ser humano desta terra
É uma estrela a brilhar pelo Brasil.

Graciosa orquídea deste Vale
Sua riqueza transborda no olhar
Nas carnaúbas sublimes e frondosas
Que se ver espalhadas por todo lugar
Na sua cultura robusta e marcante
De uma gente guerreira e atuante
Que constrói sua poesia no tear.

Ó Terra que se adorna de histórias
Alimentando-se de sua força varonil
Cada ser humano desta terra
É uma estrela a brilhar pelo Brasil.

Graciosa orquídea deste Vale
Devagar vai fazendo o seu porvir
Hasteando a bandeira da labuta
Conjugado com o verbo progredir
Sem esquecer as glórias do passado
Cada filho deste torrão amado
Que não conhece a palavra desistir.

Ó Terra que se adorna de histórias
Alimentando-se de sua força varonil
Cada ser humano desta terra
É uma estrela a brilhar pelo Brasil.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

ADIVINHAÇÕES POPULARES

ADIVINHAÇÕES POPULARES


O que é o que é?
Tem cabeça e longo pescoço
Não tem braço, perna e corpo
Ele é feito de aço, não tem nada de osso
Prende porta, caibro e peça
Batem no coco dele a beça
Mas não sente dor!















Resposta: Prego

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

ADIVINHAÇÕES POPULARES


ADIVINHAÇÕES POPULARES

Há certas coisas na vida
Que a ciência não explica
O que é que quanto mais se tira
Bem maior ele fica?









Resposta: Buraco.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

DIÁLOGOS CORDELESCOS


OS TEMPOS NÃO VOLTAM MAIS / VOMITANDO ZÉ LIMEIRA
 

Eu morei dentro do zero
Bem ali na Palestina
Me juntei com Severina
Concubina de Seu Nero
Um cantador de Bolero
Lá da beirada do cais
Do porto de Bananais
Terra da santa trindade
Hoje me deu uma saudade
Os tempos não voltam mais.

Recordo da Borborema
Que Dom João usava calça
Navegando a sua balça
Que nem uma piracema
Foi quando teve um dilema
Chamando seus serviçais
Ora, arranjem uns florais
Que vou assinar um papel
Eu sou Princesa Isabel
Os tempos não voltam mais.
 
Naquele mesmo lundu
Quem gritou foi Zé Dirceu:
“Os vinte por cento é meu”
No Palácio Jaburu
Foi quando Zé de Manu
Morava em Minas Gerais
Numa vila por detrás
Da grande Serra Pelada
Pois me caparam na estrada
Os tempos não voltam mais.
 
Jesus foi pra Maringá
Mas gostava do Leblon
Convidando Agamenon
Prum retiro em Calcutá
Eles comeram cará
Na casa de Caifás
Judas foi seu capataz
E padrim de casamento
Surge aí o novo Testamento
E os tempos não voltam mais.

O cangaceiro Corisco
Morava numa favela
Quando numa caravela
Atravessou o São Francisco
Construindo um obelisco
No brega de São Tomás
As putas lhe pediam mais:
Queremos uma futrica
Com meio metro de pica
Os tempos não voltam mais.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

UM ABOIO

SALÁRIOS, MENTIRAS & VIDEOTAPE: O que será de nossa educação?



Alguns vão lembrar aquele filme: ”sexo, mentiras & videotape” e não estão errados. Pena que o remake que está sendo dirigido pelo nosso governador infelizmente é uma versão trash que Steve Soderbergh ficaria de cabelo em pé! E por ter uma sinopse completamente diferente da obra de Soderbergh, o título deste filme inglório teria que se compatível ao contexto que vivemos atualmente. Vamos aos meandros do filme:



SALÁRIOS



            O preâmbulo desta nefasta obra cinematográfica, genuinamente cearense, começa com a polêmica aprovação do Piso Salarial dos Professores (uma das poucas ações benéficas do governo brasileiro desde os primórdios da República) e sua ardilosa contestação de constitucionalidade perante o STF. Contudo, o que o “Diretor” da película Cid Gomes não esperava era que o seu filme fosse transcender script adquirido vida própria. O STF contrariando as vontades despóticas do “Diretor” votou pela constitucionalidade do Piso, favorecendo milhares de professores. O “Diretor” ao perceber que sua obra tinha criado autonomia, decidiu comandar ao modo rústico dos “Ferreira Gomes” passando por cima do arcabouço jurídico e das atribuições políticas de um mandatário.

            Frente à atitude despótica de um “Diretor” que perdeu as rédeas de seu filme, os professores cobertos de razão instauram uma greve. A adesão da classe fora bastante significativa o que fez o “Diretor” explodir num narcisismo político que beira o limite da desinformação. Se o script havia criado vida própria, agora era o elenco que se rebelava e isso era ponta de um iceberg que poderia acabar por destituir o “Diretor”.



MENTIRAS

            Quando eu ainda era menino, os velhos ateneus criavam o falso arquétipo que a arte de ensinar era um sacerdócio. Os professores eram monacais que de seus templos de doutrinação deveriam fazer votos de pobreza, de humildade e de mordaça. O sacerdócio da educação tornava-se uma forma de omitir o dever do Estado de ofertar educação de qualidade, transferindo a responsabilidade para o cidadão e este deveriam se preciso sacrificar a própria vida pelo ensino. Alguns dos meus ex-professores viveram a essa mentira sem perceber que a cada dia eram subtraídos naquilo que é mais caro para o ser humano: a sua dignidade. Nunca foram reconhecidos pelos seus esforços extra-humanos, adoeceram com o pó de giz e as precárias instalações escolares e deram as suas vidas para eu (e tantos outros) pudessem sonhar com um país melhor. É preciso desfazer essa mentira: PROFESSOR É PROFISSÃO!

            “Diretor”, por favor, diga-me: “Professor não pode sonhar?” “Não pode ter casa?” “Não pode ter comida?” “Não pode receber salário?”. Acredito que nem os padres ou pastores viveriam em prol de seu sacerdócio sem casa, sem ajuda de custo, sem comida e sem sonho. Os padres e/ou pastores ainda tem outra vantagem fronte aos professores: o reconhecimento! Mas agora eu entendi que o “Diretor” quer que o seu elenco (os professores) trabalharem de graça. Amigo “Diretor” há tempos que o professores trabalham de graça para o Estado, porque o que eles recebem não pode ser chamado nem em ajuda de custo. Há professores no interior do Ceará que ganha R$ 150,00 por mês, por vezes menos que o bolsa-família. Isso não é trabalhar de graça?

            Outra mentira é a glamorização dos prédios educacionais com intuito ardiloso de dizer que a educação está evoluindo. Puro narcisismo político! A transformação educação não pode ser capenga ou incompleta, sob pena de nadarmos e morrermos na praia. Tornam-se em vão os investimentos nos prédios, se o humano que vai usá-los não consegue suprir suas necessidades primárias. A educação só vai mudar realmente neste país, no Nordeste e no Ceará quando for democratizado e quando falo democratizado não me refiro tão somente a decisões pré-estabelecidas por uma estância maior. As decisões educacionais não pode se concentrar nas mãos de poucos; como se estes tivessem a plena noção das necessidades de todos.



VIDEOTAPE

            E o termo acima é bastante adequado para se falar de um arcaísmo que se esconde nos anos eleitorais. A figura do professor nos discursos políticos é quase santa (outra vez algo ligado ao sacerdócio), a sua função social dentro do contexto de nação é tão importante (e às vezes até mais) que um médico, engenheiro, executivo e até mesmo um mandatário político. Pena que as analogias só ficam na seara de cargos e funções, o bom mesmo é que o salário dos professores fosse equiparado aos dos médicos, dos engenheiros, dos executivos e dos mandatários políticos. Eu não se vocês perceberam, mas os discursos políticos acerca dos professores são videotapes; ou melhor, uma espécie de déjà vu que se apresenta como déjà entendu que é proferida só para arrancar aplausos dos distraídos e bajuladores de plantão. O problema destes discursos-videotape que eles são alicerçados na hipocrisia e na incongruência política; que juntas ocultam o arcaísmo de que educação não dá votos e que sua disseminação pode tornar a nossa nação perigosamente autônoma: pesadelo de qualquer sistema corrupto.                   



QUANDO SERÁ “THE END”?

            As próximas cenas deste filme infame já trazem contornos extraordinários. O poder judiciário entrou no filme como vilão coadjuvante tentando criminalizar um direito constitucional dos professores, através de uma decisão inverossímil que se assemelha aos efeitos especiais hollywoodianos: será um golpe do “Diretor” procurando tomar a direção do filme? Não sei!

            Só sei que sinto vergonha de se representado por um Governador (apesar de não ter votado nele) que humilha as pessoas que mais admiro e devo imensurável gratidão: os professores!

COCO TRAVA-LINGUA MORRANIANOS

EMBOLADOR 1:
Cangalha, cossa, cor, casca
Casca, cor, cossa, cangalha
Mortalha, morto, marmota
Marmota, morto, mortalha
Barba, barbicha, brasão
Calha, cá, capa, capão
Capão, capa, cá, calha.

OS DOIS:
Quero ver você travar
Quero ver você dizer
Mato, massa, maracá
Malva, muco e mussambê (Bis)

EMBOLADOR 2:
Bota, bula, bufo, bala
Bala, bufo, bula, bota
Jota, jaga, jaco, jato
Jato, jaco, jaga, jota
Fossa, fila, fofa, fole
Mota, moto, mato, mole
Mole, mato, moto, mota. 

OS DOIS:
Quero ver você travar
Quero ver você dizer
Mato, massa, maracá
Malva, muco e mussambê (Bis)

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

ADIVINHAÇÕES POPULARES


ADIVINHAÇÕES POPULARES
 

É uma boca muito grande
Mas que não morde ninguém
Não tem olhos e nem corpo
E não tem cara de alguém
Sua luz não resplandece
O sol morre e ela aparece
Trazendo a treva que vem.













Resposta: A boca da noite

sábado, 27 de agosto de 2011

DIÁLOGOS CORDELESCOS


TROVAS SERTANEJAS

Fui criado com feijão
Carne velha, ovo, alfenim
E assistindo o Casimiro
Do brincante Garranchim.

Eu já fui um espadachim
Minha espada era de talo
Da saudosa carnaúba
Que também fazia cavalo.

Nesta rede que me embalo
Num balanço bem bacana
Uma rede tão gostosa
É lá de Jaguaruana.

Neste povo reina a gana
Que exercita a sua fé
Na missa da Serra Dantas
Que vai do topo ao sopé. 

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

O BAÚ DO ABOIADOR

RUA PADRE ROCHA


Quem te vê assim, ó ruazinha
Deitada sobre uma onça adormecida
Subitamente, fica embriagado com êxtase
E imbuído por uma paixão vadia
 
Ó ruazinha que sofre de escoliose
 
Ainda amo-te assim mesmo, ó rua tortinha
Não tão torta como se diz
Mas assim como um pedaço de linha
Que se enrolou num novelo infeliz.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

DIÁLOGOS CORDELESCOS

Eu faço um convite de muito valor
De um reles livreto de minha autoria
Que eu hei de lançar com bastante alegria
Dirijo um convite repleto de amor:
A moça, o rapaz, a senhora e o senhor
Ninguém da cidade não pode faltar
Eu hei de no evento também palestrar
Falando de coisas de nossa cultura
História, pessoas, peleja e bravura
Cantando galope na beira do mar.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

DIÁLOGOS CORDELESCOS


Se eu disser que é meia canja
Você diz que é canja e meia
Se eu disse que a moça é bela
Você diz que ela tá feia
Se eu disser que o sol é gordo
Você diz que a lua é cheia
Se eu disser que tô com fome
Você diz que aqui não ceia.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

ADIVINHAÇÕES POPULARES


ADIVINHAÇÕES POPULARES
O povo diz que é ilusão
Mesmo vendo-o no ponteiro
Quem o ganha, nunca o guarda
Quem o perde sente falta
Inté falam que é dinheiro!








Resposta: O tempo.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

ADIVINHAÇÕES POPULARES


ADIVINHAÇÕES POPULARES

É sustento duma enxada
E da vassoura é aderente
Dizem que lá no Quartel
É uma espécie de patente?







Resposta: Cabo.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

ADIVINHAÇÕES POPULARES


ADIVINHAÇÕES POPULARES
 

Um vem da casa do trigo
O outro nasce do animal
Que apesar de diferentes
Eles fazem um casal
Pode ser a qualquer hora
Mas é bom no matinal.












Resposta: Pão e manteiga.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

ADIVINHAÇÕES POPULARES


ADIVINHAÇÕES POPULARES

Dente que não morde
Cabeça que não pensa
O que resta dessa réstia
Quem soube ganha uma prenda!
 













Resposta: Alho

domingo, 14 de agosto de 2011

DIÁLOGOS CORDELESCOS

TROVAS SERTANEJAS - II

Doce bom é quebra-queixo
Feito pelo Seu “Manel”(*)
Faz mulé pegar marido
E dá juízo pro argel.

A abelha que faz o mel
No pote que morre a sede
E é da mão de um tecelão
Que nasce a querida rede.

A minha trova é parede
Duro que nem uma ripa
Vou comer no Serafim
Um prato cheio de tripa.

Quero dar uma chulipa
Neste tempo-crocodilo
Dando um salve bem sonoro
Ao saudoso Mestre Nilo.

____________________________________________
(*) Nome abreviado do grande Doceiro Popular Manoel Martins de Almeida

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Um dedo de prosa dentro da poesia


ODE DECANTADA À MIRELLA

A saudade é lâmina deveras afiada
Que me rasga as entranhas por dentro
Um sentir que lateja bem no centro
Desta minha alma tão fragilizada
E como dizer o que sinto a ti?
Se o meu sentir é incomunicável
É uma sensação quase imensurável
Que rompe a barreira do discenir
Por isso te enamoro na ausência
Beijo-te no vazio, afago a memória
Lembrar de ti é a minha única glória
É quando garimpo minha consciência.

Mirella, meus olhos são sentinelas
Que te guardam dos perigos ocultos
Meus braços são âncoras robustas
Que te guardam das garras dos obtusos.

Não temas a minha insanidade poética
Meu jeito exótico e bucólico de ser
Meus reles discursos de subverter
Que entoo e grito de forma profética
O amor oculta-se em faces diferentes
Desprezando o previsível e a retidão
O amor é uma flor no jardim das mentes
Que exala o perfume do poema e da emoção
Poderia mostrar-te mil formas de amar
E te ofertar uma galáxias de soneto
Mas como o amor não é branco e preto
Deixo-te livre para poder o pintar.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

BAÚ DO ABOIADOR

Eu sou um grão desta terra açoitada
Sem água, sem rio, sem nada
Aonde os confins se abraçam
Num baile da fome e da desgraça
E eu quem sou em meio esta farra?
Um sertanejo vestido de sol e poeira
Ou um repentista de alma arranhada
Entoando poesias rasgadas na feira
Sou cada torrão desta terra queimada
Aonde Deus e o Diabo dançam capoeira
Ambos juntos aos negros da senzala
Pulam e dançam no terreiro de Pai Pereira
Sou a voz chorosa de uma beata donzela
A ladainha entoando como prece
Sou, antes de tudo, cabra da peste
Que não se vende e nem se entrega
Sou o Nordeste na sua forma mais tosca
Estou no rosto da lavadeira moça
Enamorando o rio de um forma louca.
Não sou mais que um homem sertanejo
Assim mesmo feio e cheio de desejo
De vê minha terra sempre verde
E não mais sofrer com a sede.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

DIÁLOGOS CORDELESCOS

TROVAS SERTANEJAS

Eu vinha com a castanha
E você com o caju
Eu pegue três avoantes
E você pegou um nambu.

No fogão só tem angu
No quintal só tem capote
Minha cerca é de mourão
No meu poço tem caçote.

Se a noitinha vou pro xote
Vou calçado de galocha
Pra passar o “Serafim”(*)
Rumo a Rua Padre Rocha.

Eu vi uma cabrita mocha
Na estrada do São José
A menina quando apronta
Tá querendo ser “mulé”.

Foi na fazenda Mundé
Que tomei banho de lata
Comida quando malfeita
Não se encosta nem barata.

Mas coisa boa é mulata
Que requebra no forró
Faz chover no meu sertão
Passa a perna no coió.
______________________________________
(*) O nome dado ao trecho do Rio Jaguaribe na cidade de Jaguaruana-Ceará, mas precisamente próximo ao Taboleiro e Carnaubal.

domingo, 7 de agosto de 2011

DIÁLOGOS CORDELESCOS


TODOS CONTRA A BOCA-DE-LEÃO

Sua licença meu senhor
Sua atenção minha senhora
Que residem no sertão
Ao que vou falar agora
De um enorme malefício
Que assassina a nossa flora.

Pois já passa bem da hora!
De falar dessa ameaça
Que por dentro do sertão
Já se tornou uma desgraça
Atacando a carnaúba
Como a praga de uma traça.

Esse fato não tem graça
Tá na hora de acabar
Com a farra dessa planta
Vinda de Madagascar
Que no clima do sertão
Conseguiu proliferar.

E no sertão a se espalhar
Igualmente uma infecção
Ferindo nosso bioma
Que grande devastação!
Por isso que todo povo
Chamam: boca-de-leão.

Só pra dá uma explicação
Sobre essa planta invasora
Que é rasteira e trepadeira
Uma praga domadora
Cryptostegia grandiflora
É o nome da matadora!

Como uma metralhadora
E a explosão de uma granada
Cryptostegia grandiflora
Iniciou sua caçada
Na flora da caantiga
Na área que é devastada.

A caatinga infestada
Por essa planta estrangeira
Que domina todo solo
Onde está a carnaubeira
Maltratando o nosso símbolo
Igualmente uma matadeira.

Os nomes dessa fuleira
Nas quebradas do sertão
É “leite-de-bom-jesus”
Vulga “boca-de-leão”
"Unha-de-moça” e “viúva”
Até mesmo “Unha-do-cão”.

Chega de lamentação!
Não dá mais pra suportar
Essa boca-de-leão
É preciso exterminar
Cortando pela raiz
E buscando destocar.

Pra depois incendiar
Os seus ramos num local
Muito bem apropriado
Sem perigo ambiental
Impedido que essa planta
Continue com seu mal.

Sendo também ideal
Replantar carnaubeira
Nos locais de onde tirou
Essa planta sorrateira
Pra acabar com essa praga
De uma forma derradeira.  

Não caia nessa bobeira
De pensar que é natural
Que nada pode ser feito
Que a sua ajuda é trivial
Toda ajuda nessa hora
É, por demais, primordial.

O nosso carnaubal
Precisa dessa medida
Pra não entrar em extinção
A nossa “árvore da vida”
Insígnia do nosso Estado
Que tem que ser defendida.


MOACIR MORRAN

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Um dedo de prosa dentro da poesia!

MENINA IMBURANA

Menina Imburana quem foi que te trouxe pro meu sertão
Talvez fosse a lua tão bela e faceira, jogou-te semente no meu coração
Ou será que foi sol querendo te amar, que te fez imburana
Vontade profana que me faz versejar.

Menina Imburana floresce de novo no meu violão
Me embala na nota e nos versos quebrados de uma canção
Me faz mamulengo no teu teatrar que eu te faço poesia
No fim deste dia, nós vamos casar.

terça-feira, 26 de julho de 2011

DIÁLOGOS CORDELESCOS

NOSSA SENHORA SANTANA DE JAGUARUANA



Nossa Santa querida eu vou louvar
Nesse dia festivo com amor
Dedilhando um poema de lavor
Na cadência da lira popular
O martelo de verso vai troar
Sobre o prego da minha inspiração
Ressoando o penhor da gratidão
Que se tem por Santana, avó querida
Protegei os teus devotos nessa lida
Derramando esplendor e salvação.

Protegei meu torrão com mui carinho
Protegei nossa rede e o tecelão
Protegei a carnaúba e o ribeirão
Protegei a caatinga e o passarinho
E protegei este bardo miudinho
Que tem cor encorpada do café
Salve avó de Jesus de Nazaré!
Padroeira da Terra de Ivonete (*)
Cuja sua grandeza se reflete
Neste povo que se orna com a fé.

________________________________
(*) Ivonete Maia, jornalista.

DIÁLOGOS CORDELESCOS

VOMITANDO ZÉ LIMEIRA

Sentei no batente do meu pensamento
Fumando as ideias que andam sorrindo
No bar vi a verdade bebendo e cuspindo
Na cara do tempo e na frente do vento
Loucura no mundo se vende no cento
No prazo e na vista, quem pode pagar
Mas eu que não tenho, só posso apertar
Aperto a cachola que solta a espoleta
É hoje que caso com a Risoleta
No templo festivo do Seu Valdemar.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

ADIVINHAÇÕES POPULARES

Puxando pelo cabelo
Eu arranco um chumaço
E de pouco em pouco
Vou enchendo o meu saco.











Resposta: Algodão

quarta-feira, 20 de julho de 2011

DIÁLOGOS CORDELESCOS

VOMINTANDO ZÉ LIMEIRA!

O novo evangelho está dentro do antigo
Segundo a escritura de São Salomão
Eu o vi redigindo no barro do chão
Assim como quem vai plantando o seu trigo
O meu eu na verdade é quem segue consigo
Por entre pronomes dum verbo vulgar
Que nunca na vida quisera falar
Por falta de tempo, relógio e espaço
Só compro verdura na forma de maço
Na feira invisível do meu lagamar.    

sexta-feira, 15 de julho de 2011

DIÁLOGOS CORDELESCOS

VOMITANDO ZÉ LIMEIRA

Um dia sozinho andejei acompanhado
Do lado do tempo e da chuva feroz
Já vi quatro gansos cantando sem voz
Na Ponta do Seixas num dia fechado
Estrela miúda na boca do gado
Eu vi meu planeta na bila do olhar
Daquela morena que quis me matar
Que não me matou, mas virei falecido
Já tive de tudo sem nunca ter tido
Nas cordas da lira do que é popular.  

terça-feira, 12 de julho de 2011

DIÁLOGOS CORDELESCOS

VOMITANDO ZÉ LIMEIRA

Cocei com os dedos a testa dum prego
Por cima da taba do velho cacique
O mar que conheço nasceu no alambique
Do engenho invisível do meu superego
Meu guia na estrada tem olho de cego
E ver quase tudo que dá pra enxergar
Só não ver a estrada, o céu, o sol e nem mar
Mas eu vou à labuta matar o meu sono
Fazendo da rede o meu mais novo trono
No reino encantado do meu improvisar.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

UM ABOIO

ONDE ESTÁ O EXEMPLO?



A famosa Lei seca é o apelido dado a Lei nº 11.705 de 19 de junho de 2008 que proíbe o consumo de álcool por condutores de veículo, quando este estiver dirigindo. Nos últimos tempos legisladores tem sido pegos pelos tentáculos invisíveis da dita lei e os mesmos, ainda que não se tenha comprovado os seus estados, recusaram-se a soprar no bafômetro. Alegações defensivas a parte, os legisladores tem demonstrado no mínimo um mau exemplo perante a opinião pública. O primeiro a ser pego fora o senador Aécio Neves, depois veio o Índio e por último nesse dias o Romário. Todos se recusaram a soprar o bafômetro, utilizando-se do pretexto legal de não produzirem provas contra si; algo plausível. Mas como diz aquele velho adágio: é legal, mas não é moral. Os legisladores estavam dentro de seus direitos legais quando da recusa, contudo que eles como os construtores da lei (inclusive daquele em que foram acometidos) deveriam pautar-se pelo bom exemplo, afinal os cidadãos brasileiros precisam se espelhar nos homens públicos para obedecer à lei. Os homens públicos devem seguir a lei com retidão, demonstrando ao cidadão que as leis existem para serem cumpridas desde que atendam o bem comum.

Agora já pensaram se todos se recusarem a soprar no bafômetro e pior que isso: se todos começarem a achar que lei não é para ser cumprida! Hoje é uma recusa de soprar no bafômetro, amanhã é uma quebra dos direitos humanos. Se nossas leis são falhas é porque temos homens públicos falhos. E se os homens públicos dão um exemplo de desobediência legal, com certeza o país pode a qualquer momento entrar num colapso jurídico.

Aos legisladores é bom não esquecer que mesmo tirando o paletó, o status de homem público não cai e o principio da moralidade lhe segue como uma sombra sob a luz.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Um dedo de prosa dentro da poesia!


ÂMAGO DE QUALQUER LUTA!


O que você faz quando a luz se vai?
Quando a última porta se fecha?
E a chance que tinha nas mãos escapa?
O que você faz?
Faz o óbvio?!
Desiste.

O que você faz quando os olhos se cerram?
As forças evadem-se de seu corpo?
E ninguém lhe estende a mão?
O que você faz?
Faz o óbvio?!
Desiste.

O que você faz quando cai?
Quando o amor de sua vida lhe diz não?
E o mundo parece lhe engolir?
O que você faz?
Faz o óbvio?!
Desiste.

Desistir não é óbvio!
                                                    Desistir é anti-vida
Viva!

Se a luz se foi
Acenda a própria!

Se a porta se fechou
Construa uma nova

Se a chance escapou
Apanhe-a no chão
                        

Se os olhos se cerram
Tateie

Se as forças se evadiram
Guarde-se na fé

Se o mundo ameaça lhe engolir
Enfrente-o

Se o amor de sua vida lhe diz não
Plante flores pelos seus canteiros
Amor é como abelha que se deleita com flores.

Se tudo não der certo
Desbrave novos horizontes!

A única coisa que é antinatural é desistir!