sexta-feira, 28 de setembro de 2007

DIÁLOGOS CORDELESCOS

GALOPANDO NA CULTURA

Cultura da terra na mão dessa gente
Herança bendita que forma o Brasil
Que tira do povo seu estado servil
Pra dar liberdade no tempo presente
Que cuida da terra e que planta a semente
Da força sensata do que é popular
E no seu universo, eu hei de habitar
Na dança, no verso, na reza e no canto
Ascendo uma vela pra tudo que é santo
Cantando galope na beira do mar.

Meu nome é Brasil do sertão nordestino
Sou rastro ancestral que nasceu no sertão
A lenda indelével do boi barbatão
Mateus, Catirina, Cancão, Severino
Sou velho, sou moço, sou homem, menino
Que quer aprender e também ensinar
Virando um brincante que adora brincar
O frevo, ciranda, quadrilha e xaxado
Juntar numa roda o profano e o sagrado
Cantando galope na beira do mar.

O povo e a cultura dançando na praça
No rádio, na banca, na escola e na tela
No campo, cidade, edifício e favela
Folclore a granel, sendo dado de graça
E quando nossa arte tirar a mordaça
O povo vai ver o Brasil começar
Um novo país que veremos brilhar
No rosto sofrido de um povo feliz
Que ver a miséria, torcendo o nariz
Cantando galope na beira do mar.

Eu quero partir nosso pão de cultura
Co’o povo faminto de todo rincão
Eu quero a cumbuca de lira e feijão
O doce sabor de uma boa rapadura
Cozer a panela que faz a mistura
Da raça, da fé, do sabor e pensar
De tudo que leva uma gente a formar
Perfil singular que não há nesse mundo
O povo daqui certamente é fecundo
Cantando galope na beira do mar.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Um dedo de prosa dentro da poesia

SONETOS ERÓTICOS

CANTO QUARTO


Embriagados pela obsessão carnal
De devorarmos um ao outro na cama
Queria eu derrame-lhe meu prazer seminal
Diminuir ainda que pouco aquela chama

Ascendendo depois uma “marijuana”
Debruçando-me em um novo prazer
Aquela vontade lúbrica e insana
Na minha genitália fez-me reviver

Havia uma força imperceptível
Uma sede insaciável de amar
De permanecer ali indivisível

Um só corpo conjugando o delirar
Descrevendo com sons o indescritível
Que nem eu e nem ela sabem precisar.

Um dedo de prosa dentro da poesia

SONETOS ERÓTICOS


CANTO TERCEIRO


Reaparecia-me essa lembrança libidinosa
Sem que me revelasse àquela fisionomia
Perguntava-me: Quem era a Dama misteriosa?
Que juntos reinventávamos o termo orgia

O orgasmo vinha daquela nossa sinergia
Da vontade sudorípara e perigosa
Dos gritos “safado, puta e gostosa”
Do sorriso, do choro, do júbilo e da agonia

No chão, na cama, na rede, no mato
Não há espaço geográfico para o sexo
O desejo carnal não tem nexo

Não lhe cabe um controle exato
E cada um de nós é o reflexo
Do que fazemos naquele ato.

Um dedo de prosa dentro da poesia

SONETOS ERÓTICOS

CANTO SEGUNDO


Nossos gametas convergiam-se num ritual
Regrado a vinho, palavrões e carícias
Na cadência melódica e genital
Gozávamos todas as nossas impudicícias

A cada espasmo e ejaculação
Tecíamos no tempo presente
Uma teia complexa e latente
Que alguns batizam: paixão!

Sentia sua mão na minha genitália
Minha língua regava-lhe o mamilo
Sem pudor, sem noção e sem represália

Nossas loucuras eram abafadas pelo sigilo
Ocultávamos a nossa sofreguidão animália
Da prenoção exagerada de um povo-crocodilo.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Um dedo de prosa dentro da poesia

SONETOS ERÓTICOS


CANTO PRIMEIRO


Há uma fragrância intrínseca no ar
Adornando o ambiente com o passado
Há uma lembrança minha a ruminar
Cada fração de segundo contado

Não me vem nenhum semblante
Nem um retalho mnemônico
Que pinte na minha tela pensante
As feições daquele rosto canônico

Lembro-me somente do seu cheiro
Dos incandescentes lábios vermelhos
A refletir nos meus olhos; dois espelhos

Estávamos debruçados num braseiro
Colidindo os corpos e os pentelhos
Umedecidos pela água do chuveiro.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

UM ABOIO

O MEU GRITO DE ALERTA
O mundo é uma redoma invisível, onde estamos enjaulados e atrelados ao chão pelo campo gravitacional. Somos pássaros inócuos em uma gaiola com proporções planetárias, mesmo assim o mundo parece pequeno; parece nos espremer entre quatro paredes... Há uma sensação de claustrofobia ao mesmo tempo em que não conseguimos dominar e entender todas as arestas do globo. Diante de nossas retinas, tudo aparece agigantado. O mundo é um grande colosso completamente desconhecido, recôndito no que a gente mais ignora. Esse paradoxo dimensional do mundo deixa-nos confuso quanto as nossas limitações. Quando se tem uma visão atrofiada do mundo, nossas ações são miúdas por mais que haja uma intenção maior. O planeta Terra não se reduz ao quintal de minha casa ou a cerca elétrica do meu condomínio. As viseiras ilusórias devem ser extirpadas dos olhos de todos, já não há razão para acharmos que as coisas que acontecem no outro lado mundo não nos influenciam. Abracemos a teoria do caos, o efeito borboleta de um jeito benéfico, trazendo para si uma indagação: qual a minha responsabilidade nisso tudo? Não há fragmentação de atos a serem praticados, não se trata de fazer a sua parte, mas de fazer mais que o necessário! Se for necessário plantar mil árvores que se faça, porém não tenha a falsa impressão da sua parte foi feita. A nossa missão é perpétua, não existe a noção de dever cumprida, exceto com a morte.
Pensar um mundo pequeno acaba por provocar dentro da opinião pública a idéia de que se eu cuidar da minha casa, eu estarei fazendo a minha parte e poderei dormir sem remorso. As coisas não são tão fáceis assim, essa lógica terá que ser revista... Se o mundo é nosso, nada mais justo que todos nós o assumamos como de nossa responsabilidade. Mesmo que venhamos a dividir responsabilidades, cada um dos bilhões de ser humanos existentes responde solidariamente por tudo. A extinção ronda-nos como um fantasma a cada dia mais nítido, a vida está por um fio... e nesse momento não há culpados, mas sim responsáveis. Os recursos naturais estão ainda mais escassos, comprometendo assim a continuação de nossa espécie e de todas as demais. A convivência com sustentabilidade é a única forma de se barrar uma mortificação em massa, novas formas de reestruturar nossas áreas verdes, o replantio de espécies nativas concatenadas diretamente com seus respectivos ecossistemas, a redução drástica da emissão de poluentes e a desaceleração das indústrias poluidoras são alguns dos pontos que temos obrigação de implantar. Contribuindo assim com um mundo maior e menor ao mesmo tempo, desde que em ambos os mundos o ser humano possa viver dignamente

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

DIÁLOGOS CORDELESCOS

MORENA DO CURTUME

Quando a morena aparece
O sertão fica feliz
Cai a chuva naquele triz
A terra seca agradece
E eu fico pedindo em prece
A minha pobre santinha
Essa moça vai ser minha
Eu sonho com esse dia
Quero aquela companhia
Morando na minha casinha.

E quem vê seu rebolado
Que não é nada displicente
Que derruba a fé dum crente
Faz correr um aleijado
Um cego fica curado
Fica bem que passa mal
Um doido volta ao normal
Um magrinho cria sustança
Quando avista a sua poupança
Dançando no festival.

A morena é como o cão
Não deixa ninguém tranqüilo
Ela carrega um estilo
Com sabor de perdição
Ela como um cacimbão
Que não dar pra ver o fim
Ah se ela olhasse pra mim
Dando um pouco de atenção.

Não tem nego que resista
A morena do “Curtume”
O cheiro do seu perfume
Já me faz perder a vista
Fico perdido na pista
Como um rei que perde o trono
Feito um cachorro sem dono
Que vive de casa em casa
A borboleta sem asa
O solitário colono.

DIVINA COMÉDIA URBANA

INSÔNIA

As luzes dos postes são pirilampos que não piscam
Os ruídos dos carros, os gritos humanos e
o barulho dos sons mecânicos
completam uma sinfonia ensurdecedora
Que não deixa a cidade dormir

domingo, 23 de setembro de 2007

NOTA DE ESCLARECIMENTO

CPMF: UM ASSALTO A NAÇÃO!





A CPMF tem uma origem sombria como tudo que acontece nesse país. O seu preâmbulo partiu da criação do IPMF (Imposto Provisório sobre Movimentações Financeiras) sob o amparo da Emenda Constitucional n.º 3, de 17 de março de 1993 e pela Lei Complementar n.º 77/1993, com uma alíquota de 0,25%, que acabou sendo derrubada pelo STF por ferir o Princípio da Anterioridade ( que diz que impostos não podem ser instituídos e cobrados no mesmo ano) e até hoje há uma batalha judicial para que o Governo faça uma ressarcimento aos contribuintes, deu o ponta-pé num tributo que até hoje tira a paciência de qualquer. Essa atitude arbitrária do governo foi tão facínora quanto o confisco das poupanças na Era Collor. Depois de toda essa turbulência, eis que surge a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras) na Emenda Constitucional n.º 12, de 16 de agosto de 1996 e pela Lei n.º 9.311/1996, com uma alíquota de 0,20%, com prazo determinado de 2 anos para o seu término e seu repasse seria exclusivamente para o setor da saúde. Lembro-me do Ministro da Saúde Abid Jatene quando propôs a CPMF e seu caráter provisório com o escopo apenas de contribuir temporariamente com saúde pública, sanando distorções e oxigenando um setor asfixiado pela inoperância governamental. O que a gente não sabia e nem, talvez, ilustríssimo Abid Jatene é que fomos vítimas de um estelionato. No dia 22 de janeiro de 1999, a CPMF deveria ter sido extinta como previa a Emenda Constitucional e pela Lei que tratava do assunto. Contudo, tanto FHC e Lula optaram por preservar essa contribuição e com um agravante. Ambos utilizaram-se de um mecanismo na administração pública conhecido como DRU (Desvinculação das Receitas da União), aplicando-o na CPMF. A DRU possibilitou ao governo usa o dinheiro da CPMF em outras áreas do governo como Previdência Social, Fundo de Combate à Pobreza e até nos cálculos de superávit primário, a meu ver aqui está o erro dos dois governos e que impossibilita a extinção da CPMF, correndo o risco de se tornar permanente! Essa burrada sem precedente, tornou a CPMF tanto importante como qualquer tributo que existe hoje.
Quando o incapacitado Presidente da República disse que nenhum governo pode sobreviver sem a CPMF, a culpa é somente do governo que não formulou mecanismos para acabar a dependência financeira dessa contribuição nas contas públicas. Porque nós devemos pagar a conta pela burrice e a negligência de nossos governantes? Isso não justo! E outra coisa quando o Presidente faz uma declaração estúpida dessa, ele está sinalizando com a imortalização dessa cobrança, haja vista que a CPMF tornou-se o band-aid para fechar as Contas Públicas. A Contribuição “Provisória” sobre Movimentações Financeiras é uma imposição covarde, pois seu foco de arrecadação é o contribuinte de baixa renda e o microempresário por causa do seu efeito cascata, ou melhor, efeito “Foz de Iguaçu”. E não achem que estou exagerando, pelo contrário, é até um eufemismo chamar de “Foz de Iguaçu” o efeito cascata dessa contribuição. A cobrança da CPMF está vinculada sobre impostos, taxas, contribuições, tributos, incidindo também na industrialização até o consumidor final. O brasileiro paga muito caro! Segundo estudos do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário) se houver a prorrogação da CPMF só arrecadação per capita, ou seja, o valor que cada um brasileiro pagará será cerca de R$ 187,95 e por família será cerca de R$ 626,41. Trocando em miúdos, um assalto! Uma apunhalada covarde em nossa nação. Dias atrás, outra vez, o Presidente falou mais impropério ao afirmar que o sujeito que tivesse o mínimo de juízo saberia da importância da prorrogação da CPMF. Eu particularmente acho incrível como tem pessoas, como Presidente, que acha que vivemos numa ditadura, aonde tudo que o governo manda fazer tem que ser aceito. Saiba desinformado Presidente, eu não aceito a CPMF e tenho juízo... Infelizmente eu não posso dizer o mesmo do Senhor que deveria dar um exemplo e começar a estudar, para pelo menos entender de finanças públicas e perceber a merda que está fazendo! Mas tudo bem se o Senhor quiser continuar assim, afinal de contas o problema é teu e o azar é nosso!

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Letras que podem ser musicadas!

BALADA DO AMOR INCOMUM



Se eu te encontrar, menina
Eu te pego com paixão
Irei te esquartejar
Arrancar teus olhos
Sangrar a tua jugular
Hei de mostrar um amor
Tão forte quanto a dor

Uma verdade
Que nenhuma divindade
Ousou pregar!
Irei escapelar
Toda tua epiderme
Artéria por artéria
Irei romper com carinho
Quebrar do osso grande
Ao ossinho
O teu sangue será o meu vinho!

O teu crânio, eu irei espatifar
Quero espalhar teu miolo
Pelos cantos do meu quarto
E dizer sem embaraço:
Que eu sempre te amei!

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Um dedo de prosa dentro da poesia

SONETO FÚNEBRE A EDUARDO CAMPOS



Seus escritos são símbolos indeléveis
Impressos nas páginas invisíveis da memória
A sua voz exortava palavras balsâmicas
Incrustadas de uma sabedoria milenar

Todos os rastros tipografados em vida
Tornar-se-ão um relicário de inspiração
Para estirpes e estirpes que hão de vir
Embalados pelo seu entusiasmo singular

Na verdade, o “Manuelito” não morre
Quem morre somos nós a cada segundo
Na ausência do mestre tão estimado

Ficamos como defuntos rastejantes
Uma parte de nós será hoje enterrada
No ataúde esplendido de Eduardo!

UM ABOIO TRISTE

MINHAS ÚLTIMAS LOAS AO GRANDE EDUARDO CAMPOS


A televisão, o rádio, a literatura e o teatro pedem uma pausa e vão ao velório do grande multimídia Eduardo Campos, ou melhor, Manuel Eduardo Pinheiro Campos (85) morreu nessa quarta-feira (19) vítima de Acidente Vascular Cerebral (AVC) no Hospital Monte Klinikun, onde está internado a 15 dias. “Manuelito” simplesmente Eduardo Campos jornalista, radialista, escritor, teatrólogo e um arauto da cultura cearense – agora com sua partida repentina e dolorosa – deixou-nos na orfandade. Particularmente, eu o tinha como um tutor, uma referência ímpar de cultura. Anos atrás, tive a ousadia de lhe escrever uma carta – aconselhado por um amigo seu o Professor Nonato residente em Jaguaruana (Ceará) – na ocasião mandei alguns poemas meus e lhe perguntei sobre a possibilidade de uma publicação própria. Confesso que não acreditei muito que o grande Eduardo Campos respondesse minha humilde carta, contudo para minha surpresa o carteiro um belo dia entrega-me uma correspondência manuscrita pelo próprio. Não havia palavras para descrever a emoção que sentir naquele momento, era algo espetacular... Um homem da magnitude de “Manuelito” teve a humildade que lhe era peculiar de responder a um poeta de centésima categoria do interior do Ceará. Até hoje nunca esqueci aquele fato, o qual me fez tornar fã dessa colossal figura cearense. Queria acompanhar esses últimos momentos de Eduardo, mas minha condição de pobre não me deixa... Mas quero aqui externar minha admiração ao honorável Eduardo Campos, o paladino da cultura e da história cearense.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Letras que podem ser musicadas!

BALADA DO AMOR COMUM


Meu amor,
O nosso amor está no ar
Em ondas eletromagnéticas
Dentro e fora da dialética
Que só a gente sabe mensurar

Meu amor,
Nosso amor é um axioma
É o olhar de um escultor
A beleza de uma flor
Despejando o seu aroma

Não há nada que me impeça
De viver essa paixão
Com você não tenho pressa
Eu espero a decisão
Meu caminho está traçado
Na palma de sua mão
Eu sou o seu criado
Cansado da solidão.

DEPUTADOS QUE RESPONDERAM O MEU E-MAIL SOBRE CPMF

O deputado Gervásio Silva, mandou-me um ofício sobre o assunto, o qual reproduzo na íntegra:


Ofício circular n.º 166/2007.

Brasília, 18 de setembro de 2007.

Prezado Senhor (a)

Diante da crescente polêmica em torno da votação da CPMF no Congresso Nacional, venho por meio deste responder aos e-mails e ofícios que tenho recebido, assim como divulgar informações que julgo importantes para a transparência da discussão desse assunto.
No site abaixo, podemos encontrar um painel muito bem montado, fruto de um trabalho sério, do Fórum do Empreendedor e do Sescon – SP – Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis com o apoio de muitas outras entidades que lutam pelo respeito à moral, à ética e à democracia.

http://www.forumdoempreendedor.org.br/template.php?pagina=pesquisa_pol_cpmf/resultado

O painel demonstra de forma muito objetiva, QUAIS PARLAMENTARES SÃO:

A) CONTRA A PRORROGAÇÃO DA CPMF ( os dispostos a respeitar a vontade da esmagadora maioria do povo brasileiro).

B) A FAVOR DA PRORROGAÇÃO DA CPMF (os que votarão p/ satisfazer o governo e não o povo que os elegeu).

C) OS INDECISOS ( os que precisam se decidir, pois foram eleitos para decidirem e não para ficarem indecisos).

O painel possui filtros que permite-nos visualizar as intenções de votos dos parlamentares de várias maneiras, por exemplo: só os que votarão contra a prorrogação, só os que votaram a favor, só os de um determinado partido, contra ou a favor, qual a posição de um determinado parlamentar, Senador ou Deputado, qual a posição do seu partido etc., basta preencher o "campo" = filtro desejado e clicar em pesquisar.

A votação da proposta que prorroga a CPMF está em processo de negociação entre os líderes partidários, os quais ainda não chegaram a nenhum consenso entre si.
Cordialmente,

GERVÁSIO SILVA
Deputado Federal

"Quero aqui externar minha gratidão ao nobre deputado que atenciosamente me respondeu o e-mail, com esse ato Gervásio Silva demonstra comungar com os ideais democráticos e legitimos."

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

UM ABOIO

MONOLÓGO DO LEVIATÃ (OU DO MEU EU)
Dentro de minhas entranhas há um enorme leviatã. Não passo de um mero casulo dessa monstruosidade intrínseca a minha alma. Esse meu lado recôndito é a essência verdadeira do meu “eu”... Tudo mais são gestos que falseiam a personalidade, guardada dentro desse corpo esguio. Deságua em mim toda hipocrisia, a mentira e má-educação e eu me deleito de tudo isso como um alucinógeno... Um ser repugnante que deveria ser execrado do meio social de qualquer ser humano. Como espécies humanas descartáveis que suas morte em nada fariam falta a qualquer um.

Há um leviatã que vejo refletido no meu espelho; meu “eu” demoníaco, assassino e vampiresco. Cuja maldade é o único ar que ele respira, sua razão indispensável para a vida. Sou o sementeiro da ilusão doentia e espalho a peçonha dos sentimentos não sentidos. Não mereço o amor, compaixão e nem a mais minúscula atenção de qualquer ser. O isolamento e o desprezo declarado devem desabar sobre mim como um fado de 10 mil toneladas, esmagando-se cada osso, cada víscera e cada órgão. Não há fim mais desejado e adequado do que todas as dores perpétuas do mundo cravejadas no peito desse leviatã que escreveu esse mísero texto.

domingo, 16 de setembro de 2007

NOTA DE ESCLARECIMENTO




Excelentíssimo Representante do Povo


Por intermédio dessa missiva e na qualidade de brasileiro, quite com minhas obrigações eleitorais, militares e tributárias venho mui respeitosamente pedir-lhe um minúsculo favor. Nada de espetaculoso! Nada que sobrepuje o nível da racionalidade e que ferira os princípios constitucionais. Conheço as atribuições legais do Congresso Nacional, sei de sua importância na manutenção e no fluxo da democracia num Estado de direito. Os legisladores detêm em suas mãos os anseios de uma nação, haja vista que os mesmos representam diretamente o povo, tornando-os assim o segmento mais democrata entre todas as correntes políticas do país. Lembro-me bem da criação da CPMF (Contribuição Provisória sobre a Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira) sob égida da lei nº 9.311 de 24 de outubro de 1996 com o intuito (deverás salutar) de subsidiar a área da saúde, precisamente, o Fundo Nacional de Saúde. Com o passar do tempo o seu foco de subsídio fora ampliado cobrindo diversas áreas do governo, inclusive a Previdência Social. A CPMF passou a ser, com o perdão da palavra, o tapa-buraco do governo nas finanças públicas, sendo usada até nos cálculos de superávit primário. Enquanto que o seu principal objetivo o financiamento da saúde, passou a ser algo terciário. Em meu Estado, por exemplo, estamos na iminência de um greve de médicos por causa da defasagem da tabela de preços do SUS, falta material médico e clínico, a oferta de exames essenciais como simples exame de sangue já não há. O maior hospital do Estado já não suporta a grande demanda que a cada cresce em progressão geométrica. Por causa disso, eu tenho uma impressão de que a CPMF não vem sendo usada ou o seu gasto é mal gerenciado. Eu trabalho na área fiscal e acompanho de perto a arrecadação de tributos pela Receita Federal do Brasil e vejo que é proporcionalmente inverso ao repasse em obras social. Infelizmente, o Estado não vem cumprindo o seu papel corretamente. Há um sangradouro e é preciso estancá-lo!

Eu não tenho condições para obter um plano de saúde, infelizmente sou assalariado. Tenho uma conta-corrente, conta-poupança e capitalização, já perdi a conta de quanto contribui em CPMF. Só sei que sempre que precisei de atendimento na rede pública de saúde, nunca tive. Sempre paguei por fora uma consulta, um exame e um tratamento. Agradeço demais a Deus por até hoje por me proteger de uma enfermidade crônica e letal, porque sei que vou morrer a míngua por mais que tenha contribuido significamente com o saúde de meu país. Hoje eu vou desprovido de rancor – por mais que eu tenha motivos para alimentar esse sentimento – pedir-lhe que vote contra a prorrogação da CPMF e por uma razão simples: se antes dessa contribuição a nossa saúde era uma calamidade e hoje continua a mesma coisa se não for pior, qual o motivo de continuarmos pagando algo que se tornou supérfluo para nós milhões de brasileiros? Cobrir roubos nas dívidas, atender as expectativas do superávit primários e estruturação da Previdência Social não podem ser levados em consideração, pelo fato da CPMF não ter nascido inicialmente para esse fim. Esse remanejamento é um ato temerário na administração pública, fruto da incompetência administrativa, haja vista que a CPMF por ser um tributo temporário não poderia ser remanejado para âmbito tão complexos.

Sei que esse e-mail nunca será lido por nenhum parlamentar, nem do meu Estado, não obterei resposta alguma e isso me fere o coração. Porém, uma coisa eu sei... eu vou poder encostar minha cabeça no travesseiro com certeza que fiz minha parte, participei do espaço democrático que me é dado... vou poder olhar olho-no-olho de cada um e dizer: eu tentei!
QUEM ESTIVER INTERESSADO EM ASSINAR O ABAIXO-ASSINADO CONTRA PRORROGAÇÃO DA CPMF. VÁ AO LINK: http://www.contraacpmf.com.br/cpmf.asp

UM ABOIO

Vomitando José Simão



Rasga-lata! Rasga lata(*)! Calango Janjão avexado! Secretário Escrachador da República!

Nova propagada: um senador custa R$ 50.000,00 – todo o senado federal no dia da votação secreta R$ 3.750.000,00 – resultado da votação não tem preço! Para todas as coisas dentro do governo federal existe o cartão corporativo! Rárárá

E o show de pancadaria no Senado... Adorei! Pela primeira vez, deputados e senadores realmente suaram a camisa! Rárárá

O Amnésico Lula está em mais uma viagem presidencial! Qual foi a última vez mesmo que ele visitou o Brasil? Rárárá

Mais uma do Presidente (não é o conhaque) que o congresso usou os mecanismos possíveis na votação do senador Renã Cangalheiros... Só falta saber se ele falou isso bêbado ou sombrio. Rapadura é doce, mas é dura... Então segura a minha, segura!

Pega na minha e balança! Quem não canta, entra na dança... eu vou pegar o beco, capar o gato, dá o pé na carreira.

(*) rasga-lata nome vulgar de uma espécie de bombinhas de São João tipicamente usadas no Nordeste.

UM ABOIO

HONESTIDADE: ARTIGO PERDIDO!?


Qual a verdadeira essência do termo honestidade? A honestidade tem uma semântica complexa, haja vista que filosoficamente é algo rodeado por uma complexidade ainda hoje estudada. Porém não é inalcançável. É um sentimento interno que deve ser externado sem publicidade e praticado sem a certeza de alguma recompensa. A honestidade assim como amor tem caráter espontâneo e é exercida pelas reações mais puras de nossa alma. Não há uma receita de bolo, uma manual de instrução e/ou um regimento... Apesar de que podemos ensiná-la e praticá-la sem seguir um padrão pré-estabelecido. Ser honesto não é precisamente está em consonância com lei, mesmo respeitando-a. Para a honestidade não existe o pequeno ato ou grande ato de ser honesto, todas as suas ações tem o mesmo grau de importância! Do troco a mais que fora recebido a roubo de 1 bilhão, ambos são execráveis. É preciso dizer isso para relembrar uma velha propagada, veiculada nos meios de comunicação, em que suas chamadas alertavam o povo para dar o “bom exemplo”, por incrível que pareça nas imagens só apareciam atos pequenos praticado no cotidiano, em nenhum momento passava um burocrata desviando milhões, como se os pequenos atos fossem os culpados de nossa corrupção a nível nacional. Passando – nas entrelinhas da campanha – que o culpado de tudo é o povo. Na realidade isso é uma verdade atrofiada! Sei que os pequenos atos contribuem para os maiores, mas atrelar os pequenos atos como a mola-mestra da corrupção é o mesmo que dizer que o “peido” é o grande culpado pelo aquecimento global. Não tem cabimento!

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

NOTÍCIAS (IM) POPULARES

Governo de Estado e União garantem recursos para conclusão das obras do Metrofor

Fonte: www.ceara.gov.br


Um aboio: Agora vai... vai encher os bolsos ainda mais de um bando de malandros!

O Caso Renan

Charge do chargista do Jornal O Povo Clayton. Link: http://www.opovo.com.br/opovo/charge/728726.html


Renan Calheiros creditou sua vergonhosa absolvição a democracia (mas como?). Se entendermos a democracia como governo do povo, aonde foi que esse resultado refletiu a vontade popular? Será que o povo está em consonância com senado? Essas perguntas já têm uma resposta conhecida e percebe-se aí que essa tal “democracia” regurgitada a esmo pelos os agentes públicos não passa de um embuste. Uma alegoria estúpida para encobrir o corporativo político e a cumplicidade. Recentes pesquisas mostram que a maioria dos legisladores responde a processos judiciais que – por culpa da “porra” do foro privilegiado e da imunidade – tramitam no Supremo (e letárgico!) Tribunal Federal. Trocando em miúdos, tem mais gente encrencada com a justiça no Congresso Nacional do que muitos presídios espalhados pelo país. Nossos impostos, taxas e contribuições alimentam verdadeiras quadrilhas dentro de Brasília, composta de todas facções e tendências ideológicas.

Quando Renan diz que foi a força imagética da democracia, ele apenas está dando um novo nome para o que chamam de “manutenção da governabilidade”. O PT buscando o favorecimento em dezenas de votações no Senado decidiu compactuar com o PMDB... Eu vou além, o PT fez isso também porque é de sua natureza o famoso “jeitinho brasileiro”. Nessa história não há santos! E essas palavras por incrível que pareça não são minhas! É de um outro senador que certa vez na Plenária acabou por auto se acusar. Inácio Arruda (PC do B-Ceará) afirmou: “Que ali (no senado) não havia santos”. Mas claro que isso só se passar óleo de peroba! E depois dizem que eu sou extremista! :D

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

UM ABOIO

CONSIDERAÇÕES DO ABOIADOR DE VERSO SOBRE A SITUAÇÃO DE NOSSO PAÍS

Posso não ter a capacidade intelectual e jurídica de um magistrado. É bem verdade que nem possuo um diploma de ensino superior. Igualo-me a milhares de brasileiros, com pouca educação, uma visão vaga das leis e noções de justiça, mas nem por isso a gente não consegue enxerga a impunidade nesse país; uma moléstia endêmica que nos apavora todos os dias. Não é uma impunidade cega que privilegia a todos, mas sim uma impunidade com olhos de águia que acoberta uma quadrilha sórdida instalada no poder. Seja qual for, a do Estado democrático de direitos ou do Estado paralelo, esse último alimenta o primeiro e o primeiro alimenta esse último. Estamos sitiados por ladrões de todo os lados que usurpam os direitos, as liberdades e, sobretudo, a riqueza. O Brasil hoje é um país potencialmente pobre por causa da incompetência e a roubalheira de nossos agentes públicos.

Talvez, alguns leitores possam achar que estou magoado com absolvição do Renan Calheiros e as pessoas execráveis que votaram a seu favor. A minha mágoa é antiga e esse episódio é apenas mais uma depositada em meu peito, como uma adaga que me perfura o tórax. Fico receoso com que vem acontecendo nos últimos anos, as autoridades públicas têm simplesmente cagado por sobre a ética e limpado a bunda com as páginas da Constituição. Não há no Brasil, uma instituição completamente idônea e o pior os facínoras são uma maioria em todas as estâncias do Estado. A grande dificuldade que se encontra hoje é achar uma pessoa honesta e decente dentro de uma repartição pública que ocupe altos cargos, tendo poder de decisão e polícia. A honestidade é uma palavra morta e sepultada pela justiça brasileira!

Hão de pensar que essas palavras são de um homem rendido, um pessimista convicto que não acredita na mudança e até numa palavra que o Presidente Lula quis até assassinar: a esperança. Na verdade, não. Felizmente corre dentro de mim a poesia, não me furto de sonhar, não me entrego aos carrascos esquerdistas e direitistas. Acredito no Brasil! Mas o que eu não posso perder é a minha indignação e a minha ousadia. Enquanto eu puder aboiar no cenário invisível do cyber espaço, a minha vontade de protestar será como o oceano que nunca chega ao fim

Letras que podem ser musicadas!

É sujeira no Senado
É sujeira no congresso
Eu já atordoado
De vê tanto retrocesso(bis)

É bandido engravatado
É ladrão de paletó
Lalau, velhaco e coió
Em Brasília tá lotado
Senador e deputado
Servidor e presidente
Não se tira um decente
No governo do Brasil
Uma quadrilha imbecil
Tão sacana e delinqüente.

É sujeira no Senado
É sujeira no congresso
Eu já atordoado
De vê tanto retrocesso(bis)

É o Renan na presidência
É o Sarney de general
É o Collor no comensal
É a justiça com dormência
O povo sem paciência
Pagando toda essa conta
Até quando essa afronta
Ainda vai continuar
E de tanto eu maquinar
A cabeça já tá tonta.

É sujeira no Senado
É sujeira no congresso
Eu já atordoado
De vê tanto retrocesso(bis)

Eu só vejo a impunidade
Dentro e fora da justiça
Que liberta uma mundiça
Em nome da imunidade
Mas quer sabe uma verdade
Que se fingem esquecer
É que vale mais o “ter”
Do que o crime cometido
Nossa lei não é pro bandido
Que se aloja no Poder.

É sujeira no Senado
É sujeira no congresso
Eu já atordoado
De vê tanto retrocesso(bis)

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

UM ABOIO

As palavras desatam-se da boca e levitam nos ares. As palavras camuflam-se em símbolos gráficos e aglomeram-se em vernáculos, transcritos nos papéis, muros e qualquer uma superfície que pode ser escrita. As palavras foram o verdadeiro divisor de águas para a raça humana, no âmbito de uma comunicação ampla e perfeita. Já não se pode postergar essa herança de nosso convívio social e nem reduzir sua grandeza no fluxo de comunicação. Com advento da Internet, as palavras ressurgiram como uma fênix que eclode das próprias cinzas. Até pouco tempo éramos devorados por uma linguagem verbal, as palavras resumiam-se a sons meramente vagos e simplórios que advinham dos programas televisivos. Minha geração não sentia as palavras em toda a sua plenitude e nem agregada aos recursos lingüísticos que temos, não havia acesso a livros, jornais e inúmeras fontes de consultas disponíveis na oceânica rede de computadores. Sei há distorções, verdadeiros homicídios a lingüística, mas convenhamos que o mundo hoje democratizou ainda mais a informação e nos proporcionou uma réstia de luz, através da palavra, para escaparmos da extinção.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

DATA ESPECIAL

DIA 11 DE SETEMBRO É O ANIVERSÁRIO DE EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DA MINHA CIDADE, CUJO NOME É JAGUARUANA(CEARÁ). DIANTE DISSO, ESCREVI ESSAS ESTROFES DE IMPORVISO PARA PRESTIGIAR ESSA CIDADE QUE AMO TANTO:

Pode apagar a velinha
Ó minha Jaguaruana
Nessa data soberana
Vou cantar-te uma modinha
Um poema para a Rainha
Do Vale Jaguaribano
Versos simples dum cigano
De um lirista que é teu filho
Que se alimenta do brilho
Desse lugar provinciano.

E grande é a felicidade
Que carrego aqui no meu peito
E conservo com respeito
O meu amor a essa cidade
Com toda sinceridade
Eu solfejo essa canção
Com as cordas do violão
Faço rima e faço verso
Não há lugar no universo
Melhor do que o meu rincão.

No mundo não há lugar
Um canto que seja igual
Roma, Paris e Nepal
Saara, Egito e Dakar
Madri, Hanói e Gibraltar
Chaval, Crato, Camocim
E nem Quixeramobim
Não tem nem comparação
Salve, salve o meu rincão
Que vive dentro de mim.

UM ABOIO

Há exatamente sete anos atrás, no dia 11 de setembro de 2001, integrantes do grupo árabe al-Qaeda realizaram o maior atentado a uma nação. O ataque as Torres Gêmeas no Estados Unidos sacramentou-se como um novo marco bélico desse século. “O império contra o terror” parecia configurar-se numa terceira guerra mundial, mas com tempo esse conflito tornou-se uma pseuda Jihad (guerra santa), que escondia na sua verdadeira essência propósitos inescrupulosos. Atualmente a dominação americana sobre o mundo oriente é uma questão de honra, apesar de tudo isso já ter se defasado, sobretudo entre os americanos. A guerra no Iraque até hoje é uma ópera de sangue que sobrepujou os direitos humanos e pôs a ONU numa situação vexatória, causando uma desconfiança global sobre a sua eficiência e importância. Agruras à parte, o dia 11 de setembro é para os americanos principalmente um momento singular de reflexão e de lembrar que o mundo não se resume aos seus umbigos.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

DIÁLOGOS CORDELESCOS

DUAS ESTROFES DE ARRIBAÇÃO

Cheiro de terra rachada
Mormaço na imensidão
A cantiga da cigarra
Que lamenta a solidão
E o simplório nordestino
Que contempla o seu destino
Em cima de um caminhão.

Procura um novo grotão
O nativo escorraçado
Buscando uma nova terra
Pra viver mais sossegado
Saindo lá do Nordeste
Deságua lá no Sudeste
Como um rio descontrolado.

Um dedo de prosa dentro da poesia

Quero o beijo escondido no escuro
E dois corpos encostados no muro

Com mãos que contam história
Gravando o momento
No porão da memória
Sorrindo, cantando
Chorando e compondo
Na teia imaterial do mundo

O nosso amor profundo
Imortal e superior
Que nem as graças divinas
Do grandioso Senhor.

UM ABOIO

MAIS UM DIA!
Acordei-me exaurido. De olhos fechados, como um sonâmbulo, levantei do leito e fui para banheiro de toalha em punho. Entreguei-me as gotículas frias do meu chuveiro, era um novo dia... Mais uma chance de vida que eu iria perdê-la comumente dentro de um ambiente de trabalho e logo depois na faculdade. Sem realizar nada de engrandecimento e nem heróico, minha vida é monótona quão o roteiro de novela mexicana. Por mais diferentes sejam as circunstâncias, parece-me que o ritmo da vida urbana trata de tornar tudo isso uma eterna repetição mordaz. E os seres humanos passam a se conformar à monotonia patológica, reduzindo seus limites e conformando-se com a condição de meros espectadores. Diante de tantas reflexões me arrumei, juntei meus apetrechos e parti para o ponto de ônibus, entregando-me a essa cicuta que todo dia bebemos, em nome da sobrevivência na selva urbana.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

UM ABOIO

Meu aboio de Saudade!

Contemplo as horas como se elas fossem grãos de areia numa ampulheta imaginária. A saudade causa-me uma apreensão aterrorizadora, fico a devanear com mergulho que farei às minhas raízes. Algo paradoxal para um cidadão do mundo – como eu - que sempre ousou voar mais que os urubus, que nunca se contentara com a vivência parcimoniosa e quase letárgica de minha cidade. Hoje ainda que ínfima a distância que estou dos meus próximos, sinto-me na condição de náufrago em uma das várias ilhas da Indonésia na iminência de voltar à civilização. Essa vontade ressequida domina-me os poros do corpo, já não posso conter meus sentidos e todos eles se convergem para essa saudade que ora me acomete. Mas hei de findá-la, evaporando-a com a quentura do reencontro tão desejado com minhas raízes!

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Dia 05 de Setembro - Dia da Amazônia

O Cantador improvisou essa estrofe:



Hoje é o dia da Amazônia
Num tempo tão poluído
Desprezam a natureza
E o nosso mundo ferido
Pede agora o seu socorro
Nesse momento sofrido.

Um dedo de prosa dentro da poesia

Não me importa se a felicidade
É prazo ou vista
Eu a quero oferecida
Em todo canto da cidade
Seja com índices inflacionários
Cartões, cheques ou numerários
A preço de banana
E quem sabe até grátis!
Que a felicidade seja praxe
Sendo um ciclo que não desate
Das entranhas do ser humano.

DIÁLOGOS CORDELESCOS

O AMOR QUE É VISTO EM TUDO



Em tudo que eu contemplo
Eu só vejo o meu amor:
Uma torneira pingando
A aba do ventilador
A radiola tocando
Lá no Zé Encanador(*)
Dois pardais namorando
Um liquidificador

Para tudo que eu olho
Eu só vejo minha paixão:
Uma manchete de jornal
Um corpo estendido no chão
Uma beata no missal
Vela, defunto e caixão
Minhas cuecas no varal
Uma cuia de feijão.

Olhando qualquer paisagem
Eu só vejo a minha amada:
Um jumento relinchando
Uma calça cagada
A criança reclamando
Minha roupa engomada
Uma rede balançando
Um tropeço na escada!


(*) Lupanar (pra não dizer cabaré!) localizado em Aracati-Ceará

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Um dedo de prosa dentro da poesia!

Hei de entregar-me à estrada de asfalto, dentro de um monstro movido a óleo diesel, vou ao rumo de minhas raízes. Assassinar a saudade que tenho de todos os meus amores, beber de suas fontes, sugar todas as suas forças como ser vampiresco que se alimenta de encontros. Nos dias em que estarei nas fontes de todos os meus poderes, irei debulhar o tempo devagarzinho e consumir cada centésimo como se fossem as eternidades dos seres divinos. Copularei com Jaguaruana, deixando dentro de suas partes meu gameta, uma semente de mim naquela cidade.

LETRAS QUE PODEM SER MUSICADAS

Toda noite é uma lamúria
Da minha solidão
São as grades tão férreas
Que prendem o meu coração
Eu não consigo mais
Viver sem o teu abraço
É só nele que me acho
É nele que me perco
E encontro à paz

É tua paz em quem cura
Me livra da loucura
Que é viver

É tua paz que me segura
Adocicando a amargura
Do meu sofrer.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

UM ABOIO

Em resposta a frase do Presidente Lula, Nick Walken grande Brasilianista disse essa frase:


“A ética e a moral não estão no partido e sim nos seus participantes. Siglas são coisas mortas se não há humanos sob seu controle” NICK WALKEN (1966)

Um dedo de prosa dentro da poesia!

ESCATOFILIA POÉTICA!


O coco do meu amor
É coisa fina, é bossa nova
Lá no banheiro quando desova
E já sobe aquele odor
Eu fico louco e aperreado
Canto até desafinado
Perco dote de cantor.

O coco do meu amor
É pequeno, é gigante
É um tolete apaixonante
Boiando no cagador
Ao vê-lo flutuar
Fico com vontade de cagar
Já me desce até uma dor

O coco do meu amor
É tão lindo e tão enxuto
“Abre a flor e cai o fruto”(*)
Que coisa de esplendor!
Eu tô pra ver melhor poesia
A melhor escatologia
Cantada por Cantador.




(*) Abre a flor e o fruto cai – é uma charada popular que trata do ato de cagar em si.

LETRAS QUE PODEM SER MUSICADAS

UM SAMBA "BEZERRISTA" E PORNOGRÁFICO PARA OS DIAS ATUAIS


Dá-me cá meu mensalão
Ò Seu delinqüente!
Você roubou minha nação
E vai entrar na chapa quente.(Bis)

Eu espero que o seu julgamento
Seja tão breve e eficiente
Que o canalhocrata não seja solto
E nem tido nos autos como inocente.
Quero todos na prisão
Apanhando pra chuchu
E que não concordar comigo
Pode tomar no seu cu.

Dá-me cá meu mensalão
Ò Seu delinqüente!
Você roubou minha nação
E vai entrar na chapa quente.(Bis)

Quero ver engravatado
Sendo algemado no camburão
Assim como preto da favela
Quero a justiça sem distinção
Quero todos na prisão
Apanhando pra chuchu
E que não concordar comigo
Pode tomar no seu cu.

Dá-me cá meu mensalão
Ò Seu delinqüente!
Você roubou minha nação
E vai entrar na chapa quente.(Bis)