terça-feira, 30 de novembro de 2010

DIÁLOGOS CORDELESCOS

É Treze por doze (Peleja de Moacir com o Diabo)
Parte 1
DIABO:
Eu sou anjo da perdição
Vim aqui pra destruir
O pobre do Moacir
Lhe tirar a salvação
Quero ver sua prostração
Pra beijar aqui meus pés
É treze por doze, é onze por dez
É nove por oito, é sete por seis
É cinco por quatro, mais um
Mais dois e mais três...
O meu cantar é afinado
E levarei o condenado
Do cantador de vocês.
MOACIR:
Deus me livre do Tinhoso
Com as armas de Miguel
No cantar, sou bacharel
O meu repente é engenhoso
Vou expulsar o fedegoso
Na base de pontapés
É treze por doze, é onze por dez
É nove por oito, é sete por seis
É cinco por quatro, mais um
Mais dois e mais três...
Não caia do tamborete
Que hoje eu meto o cacete
No cantador de vocês.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

DIÁLOGOS CORDELESCOS

Eu moro na Capital
Mas sou lá do interior
Sou um tanto prosador
E minha alma não é caipora
O meu poema tem espora
Mas também tem galhardia
Coqueiro da Bahia
Quero ver meu bem, agora
Quer ir mais eu, vamo
Quer ir mais eu, vambora.

Quem quiser seguir meu rastro
Pegue lá seu matulão
Que eu levo meu violão
Pra fazer versos da hora
Vamos lá depois da aurora
Quando manhã inda tá fria
Coqueiro da Bahia
Quero ver meu bem, agora
Quer ir mais eu, vamo
Quer ir mais eu, vambora.

domingo, 28 de novembro de 2010

Letras que podem ser musicadas!

ESTENDE O FIO!
RENDEIRAS
Ó morena
O que você vai fazer
Me diz aí,
Que eu quero ver. (4x)
TECELOAS
Já vou, manhinha
Vou o fio estender. (4x)
RENDEIRA (SOLISTA)
Balança o fio
Com paixão
No dia-a-dia
Vá ganhando o seu feijão
Assim, morena
Um dia vamos vencer.
RENDEIRAS
 Assim, morena
Um dia vamos vencer.
RENDEIRAS
Ó morena
O que você vai fazer
Me diz aí,
Que eu quero ver. (4x)
TECELOAS
Já vou, manhinha
Vou o fio estender. (4x)
RENDEIRA (SOLISTA)
Estende o fio
Sob o sol
Deixe secar
Da manhã ao arrebol
Depois, morena
É melhor o fio recolher.
RENDEIRAS
Depois, morena
É melhor o fio recolher.
RENDEIRAS
Ó morena
O que você vai fazer
Me diz aí,
Que eu quero ver. (4x)
TECELOAS
Já vou, manhinha
Vou o fio estender. (4x)

sábado, 27 de novembro de 2010

DIÁLOGOS CORDELESCOS

NO TEMPO DE PAI TOMAZ, PRETO VELHO E PAI VICENTE!

Me lembro do meu sertão
Com as cores da cultura
Com sabor de rapadura
Com o robusto alazão
O verde da plantação
A lua no céu crescente
E aquele canto repente
Do poeta contumaz
No tempo de Pai Tomaz
Preto Velho e Pai Vicente.

Do bendito pastoril
Nas festanças de Natal
O Reisado de Magal
Nos confins de Tamboril
O sorriso meninil
Estampado em minha gente
Ao bailar alegremente
No forró de Zé Lilás
No tempo de Pai Tomaz
Preto Velho e Pai Vicente.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

VOMITANDO ZÉ LIMEIRA!

Um dedo de prosa na mão do momento
Faísca de luz no negrume da mente
Subida ligeira da estrela cadente
Relincho constante do parco jumento
Até pra mentir, sei fazer juramento
No júri, na casa, na praça, no altar
Nadei pelo mar do país de Dakar
Levando comigo o Planalto Central
O prato do dia é mingau de curau
Na mesa miúda do Seu Calabar.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

DIÁLOGOS CORDELESCOS

Chicote de sola no lombo e na venta
O coice invocado dum burro cevado
Catinga de bunda e o cabelo cagado
Mordida doída de alguma jumenta
Cair de uma vez num marzão de pimenta
Expor o meu corpo a explosão nuclear
Prefiro isso tudo que estou a relatar
Do que está do lado de quem não se logra
É duro quem vive do lado da sogra
Cantando galope na beira do mar.

Um dedo de prosa dentro da poesia!

A VIDA NA AVENIDA PAULISTA: UM DISCURSO DOS DIAS ATUAIS

-V-

Eu acho que vi a vida
Passar sem ser percebida
Lá pela Paulista

Mas é bom deixá-la
Nesta avenida passar
Ela tem direito

Não vamos negar
E pouco importa quem seja
Ela ainda é vida

Tem que respeitar
Ó Abra alas minha gente
Pra vida passar!

Um dedo de prosa dentro da poesia!

A VIDA NA AVENIDA PAULISTA: UM DISCURSO DOS DIAS ATUAIS

-VI-

Brigando na esquina
Será a vida um nordestino?
Homossexual?

Ou será um artista
Na parada do sinal
A vida não é rapa

A vida é ambulante
Não tem cara de fiscal
E nem de prefeito

Vida é aquele jeito
Que subverte o ter e o ser
É a arte do viver.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Um dedo de prosa dentro da poesia

A VIDA NA AVENIDA PAULISTA: UM DISCURSO DOS DIAS ATUAIS

-III -

A vida é quão um rei
Não teme nem a polícia
Não sabe o que é lei

Vida é vitalícia
Seu mandato é indefinido
Furo de notícia!

E que não se lê
É película em cartaz
E que ninguém vê

Eu acho que vi a vida
Com um vestido de chita
Lá pela Paulista

Um dedo de prosa dentro da poesia!

A VIDA NA AVENIDA PAULISTA: UM DISCURSO DOS DIAS ATUAIS

-II-
Ou será que não
Porém eu creio que sim
Embora o Alckmin

O Kassab e afins
Procurem te conspurcar
Vetando o expressar

Através da lei
Se há uma coisa que sei:
Eles vão passar

Um dedo de prosa dentro da poesia!

A VIDA NA AVENIDA PAULISTA: UM DISCURSO DOS DIAS ATUAIS


-I-
Eu acho que vi a vida
Passar sem ser percebida
Lá pela Paulista

Com os pés no chão
Andava como um artista
Buscava a Consolação

DIÁLOGOS CORDELESCOS

Sica, seca, sola e sula

Sula, sola seca e sica
Bica, broto, beta, baço
Baço, beta, broto, bica
Nada, nuba, nuga, nato
Mica, mula, maço, mato
Mato, maço, mula, mica.

Eu quero ver você travar
Eu quero ver você dizer
Mato, massa, maracá
Mirra, mula, mussabê (bis)

Manto, mata, mate, morra
Morra, mate, mata, manto
Tanto, trama, troço, traça
Traça, troço, trama, tanto
Lábil, limbo, loca, lata
Banto, bola, beca, bata
Bata, bola, beca, banto

Eu quero ver você travar

Eu quero ver você dizer
Mato, massa, maracá
Mirra, mula, mussabê (bis)

UM ABOIO SÓBRIO

REDUÇÃO DO ICMS SOBRE AS BEBIDAS QUENTES NO CEARÁ: QUEBRA DO PRINCÍPIO DA ESSENCIALIDADE?



           Quando da criação – nos moldes atuais - do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços – ICMS na Constituição Federal – CF/88, o legislador quis com uma boa intenção atrelar ao ICMS o princípio da essencialidade (CF/88, art. 155 – parágrafo segundo, inciso III), que em linhas gerais permite a redução das alíquotas sobre produtos e/ou serviços que são extremamente essenciais à população. Isso contribui com o princípio da equidade ao desonerar segmentos sociais menos abastados, possibilitando um maior poder aquisitivo salarial e reduzindo as disparidades da distribuição de renda no país. É um instrumento reconhecidamente benéfico, contudo muito mal utilizado pelo Poder Público. Nos últimos anos os governos têm trabalhado as reduções de alíquotas do ICMS sem se preocuparem com o princípio da essencialidade, percebem-se o nítido interesse de alguns segmentos empresariais sobrepondo os princípios na hora dessas reduções.

           O Governo do Ceará, na gestão de Cid Ferreira Gomes, mandou para a Assembléia Legislativa um projeto de lei que preza pela redução da alíquota do ICMS sobre diversas mercadorias, contudo uma categoria de produto: bebidas alcoólicas quentes têm polemizado as discussões no Plenário 13 de Maio. As entidades de saúde públicas e sociais, bem como médicos, já se posicionaram contra a redução do ICMS sobre as bebidas, alegando que tal medida vai estimular o consumo e, por conseguinte, causar problemas sociais e de saúde pública. O governo se defende da maneira mais descarada ao afirmar que as reduções nesses itens têm caráter de guerra fiscal, contribuindo no escoamento dos produtos locais no mercado. Agora, eu pergunto: cadê a essencialidade na redução de alíquota do ICMS sobre as bebidas quentes? Será que os arautos do projeto de lei têm uma explicação cabível para o meu questionamento acima? Lembrando que nos parâmetros das ciências jurídicas se a lei quebra o princípio, a mesma perde a sua legitimidade. Nesse caso o Governo do Ceará, inconsciente ou não, quer beneficiar despoticamente um segmento empresarial em detrimento de toda a sociedade cearense.

             Estudos levantados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmam que o consumo de bebidas alcoólicas tem crescido em todo o mundo simultaneamente os acidentes, a violência e as doenças provenientes da consumação alcoólica seguem a mesma ascensão, tornando-se um problema de saúde pública que precisa ser urgentemente extirpado. A tributação severa das drogas sociais inibe o consumo e transformou-se numa arma de defesa dentro de nossa sociedade. O Governo do Ceará parece remar contracorrente e insiste numa proposta que atingirá diretamente a vida de todo o cidadão.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Um dedo de prosa dentro da poesia

CONFISSÕES A JAGUARUANA



Faço-lhe uma récita discordante
No palco de suas retinas miúdas
Teço meus sonetos sonolentos
No tear sublime de seus cabelos.

Nada me nutre a alma errante
Sem não há a sua essência rústica
O meu sangue minguado se confunde
Com o seu sangue mais puro.

Ó majestosa rainha
Que reina meus sentidos
Destroçar-me na saudade
De vê-la ainda que pouca.

Toda a minha lamúria
A voz e o grito artístico
Rendem-se a ti
Vertendo-se em gratidão.

Obrigado por tudo
Agradeço por nada
De ter nascido de seu ventre
E ser um pouco essa cidade.

UM ABOIO

MORRE MAIS UMA MARIA NOS TERMINAIS DE FORTALEZA




Ontem (21.11.2010) quando cheguei ao Terminal do Papicu, vindo da casa do meu irmão, fazia alguns minutos que havia acontecido o atropelamento. O corpo de D. Maria de Lourdes já estava sem vida e rodeado de gente. Busquei, ainda que não seja jornalista, sondar as duas versões. De um lado fatalidade do outro lado imprudência, alguns funcionários tentaram salvaguardar a integridade física do motorista o escondendo da ira dos revoltosos. Nada mais justo. Outros tentavam consolar os familiares, auxiliando de alguma forma a vítima. Testemunhei cada ato e os discursos proferidos pelos dois lados. Meditei com parcimônia.

A imprensa cearense cobriu o fato como algo corriqueiro e mais um na estatística. Jornal O povo, na sua cegueira jornalística, ainda colocou em discussão apenas a imprudência de motoristas e pedestres. Creio que existe mais um personagem nesse fato: o poder público. Pergunta-se: as medidas de segurança nos terminais são aplicadas adequadamente? Tem pessoal especializado suficiente para esclarecer a população? O ritmo estressante dos motoristas não afeta a qualidade de seu trabalho? A logística malfeita dos nossos coletivos não contribui muitas vezes que o usuário se arrisque para não perder um ônibus? Porque demorou tanto o atendimento médico? Milhares de questionamentos são feitos e todos deságuam na negligência governamental. Os grandes especialistas atentam-se ao fato em si, como se este fosse algo esporádico e sem uma origem muito mais complexa.

A verdade é que todos os dias, os usuários e funcionários de transporte coletivo – dentro ou fora de terminal – colocam as suas vidas em risco e ninguém vê isso. Fortaleza é uma bomba-relógio prestes a explodir, mas as autoridades (in)competentes insistem em pintar uma Fortaleza que não existe. Quantos ainda terão que morrer para que os especialistas estúpidos vejam que este fato transcende a imprudência do binômio (usuário e motoristas).

Um dedo de prosa dentro da poesia!

Mas o que será aquilo a que chamam de vida
Será energia incutida dentro de uma carne?
Um resto qualquer de alma pura e adormecida?
O sopro frugal do Senhor Deus pelos ares?
Ó quão tormentos e pesares são o viver
Melhor mesmo é feder na crosta da necrópole
Tomar de uma vez em um gole ao entardecer
O absinto peçonhento do sangue da prole
Da prole sombria das entranhas do seu Ser.
Sou o arroto de uma noite sem dor e gemido
O crânio esquecido no terreno baldio
A foice, a faca, a bala e o pavio acendido
Início e final, sou páginas de livro!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Letras que podem ser musicadas!

A MORENA LINDA DO MEU BEM QUERER



Venha meu amor
Para minha rede
Balançar com sede
Sede de amar
Venha meu amor
Venha para mim
Com todo o carinho
Que eu sinto por ti(bis)


Quando estou só
Sem te ver
Fico louco de sofrer
Vem pra mim
Quero ter
A morena linda
Do meu bem querer


Venha meu amor
Para minha rede
Balançar com sede
Sede de amar
Venha meu amor
Venha para mim
Com todo o carinho
Que eu sinto por ti(bis)


Eu fico assim
Ao te ver
Em que órbita
Qual o meu ser?
A minha vida
Não tem prazer
Sem a morena linda
Do meu bem querer.


Venha meu amor
Para minha rede
Balançar com sede
Sede de amar
Venha meu amor
Venha para mim
Com todo o carinho
Que eu sinto por ti(bis)

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

DIVINA COMÉDIA URBANA

Beijei todas as orquídeas de conhaque

Naquela noite que saímos pela cidade
A minha e a sua vida como caiaque
Navegaram nesse asfalto da casualidade.


Entre saque e assalto, pureza e promiscuidade
A Deusa de concreto me alerta para o seu ataque
O ataque onírico cheio de paixão e banalidade
De uma cidade muda que grasna mil sotaques.


Eu só mais um, mas também sou um milhão
Não me aceito como um número natural
E nem um índice qualquer da população


Sou carne, osso, espírito e vendaval
Completo que insiste em ser fração
Citadino que nunca deixou de ser rural.

UM ABOIO

NOTA DO ABOIADOR




Encontro-me entre os habilitados para o Prêmio Mais Cultura de Literatura de Cordel 2010– Edição Patativa do Assaré. Certamente, fiquei feliz em figurar entre os grandes arautos da literatura de cordel e com chances reais de conseguir obter a premiação. Devo afirmar que se eu for contemplado com esse prêmio, será uma imensurável honraria para um cordelista bisonho do meu quilate.



O link abaixo tem a lista dos habilitados e inabilitados do Prêmio

http://mais.cultura.gov.br/files/2010/06/microsoft-word-minuta-portaria-043-habilitados-inabilitados.pdf

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

UM ABOIO

Crise da Contabilidade e da Auditoria Contábil: O rombo do Panamericano!



A contabilidade está na berlinda mais uma. O escândalo da inconsistência contábil nos demonstrativos da Empresa Banco Panamericano, que tem como acionista majoritário a holding Grupo Silvio Santos, ganhou manchetes nos principais jornais e telejornais do Brasil. O valor do rombo resultante da inconsistência fora de 2,5 bilhões, sendo contornado pelo empréstimo feito ao Fundo Garantidor de Crédito mediante garantia de outros patrimônios das outras 44 empresas da holding. O cerne da questão que se é imprescindível levantar não reina simplesmente nas inconsistências contábeis que via acontecendo desde 2006, segundo Luiz Sandoval presidente do Grupo Silvio Santos. É preciso transcender na questão e perguntar-se: porque as auditorias: interna e externa não perceberam a inconsistência e ressalvaram nos seus relatórios? No sítio do Estadão, na seção de Economia & Negócios, o Banco Central jogou a responsabilidade do imbróglio para as empresas de auditoria. Afinal, o Banco Panamericano opera na bolsa e possui inúmeros acionistas que tem como base de informação os relatórios administrativos e os demonstrativos contábeis. Além disso, o Banco é obrigado por determinação do Banco Central de fazer auditoria interna e externa, ressaltando-se que não é qualquer empresa de auditoria que pode fazer esse trabalho com instituição financeira. Em razão disso, por iniciativa brilhante do Senador Aloísio Mercante (PT-SP) as empresas de auditoria envolvidas diretamente e/ou indiretamente com o Banco Panamericano foram convidadas a comparecer a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, com intuito de darem explicações cabíveis sobre o rombo que passou despercebido. As empresas são: Deloitte e KPMG, ambas podem responder solidariamente com os quem praticaram a inconsistência se for provada a fraude.

Pode-se afirmar sem medo que a crise do Panamericano é também a crise das empresas de auditoria e, sobretudo da contabilidade no contexto geral. O governo tem que urgentemente agir no sentido de proteger o acionista minoritário das inconsistências, fraude com ou sem dolo, crimes nas demonstrações contábeis que são ratificadas irresponsavelmente pelas auditorias internas e externas. A contabilidade não pode ser conspurcada por empresários, executivos, contadores e auditores inescrupulosos. Acreditar-se que um controle mais rigoroso sobre a auditoria e a contabilidade das instituições financeiras, grandes empresas e conglomerados, certamente, propiciarão uma segurança sócio-financeira a nossa economia. Os cidadãos não podem ficar a mercê de abutres que se entorpecem com a possibilidade de se ganhar dinheiro fácil.

“E como futuro contador e auditor, não posso aceitar que um bando de tolos jogue a contabilidade na lama, como se fosse a ciência das fraudes e coisas escusas. A contabilidade é a ciência social que carrega no ombro o controle econômico-financeiro do mundo, extremamente essencial ao ser humano, sem ela já teríamos voltado ao tempo das cavernas”. (Moacir Ribeiro da Silva).

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

DIÁLOGOS CORDELESCOS

VOMITANDO ZÉ LIMEIRA


Eu canto na estrela que aponta pro norte
Sem harpa, viola, sem boca e sem voz
Cheguei neste espaço num grande albatroz
Desnudo e carente colado na morte
E a vida querendo ceifar-me num corte
Cingido o meu peito com as coisas do ar
Quem é nessa hora que vai me ajudar
Montando os pedaços do velho mosaico
Eu rezo pra Deus, mas sou mesmo um ser laico
Na missa festiva do Santo Gaspar.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

UM ABOIO NORDESTINO

O Brasil não precisa do Nordeste?



Ao ler diversos jovens vociferarem através dos caracteres do tuíter que o Nordeste é o estorvo do Brasil. Pensei:


(propositalmente, só coloquei cinco nomes em cada categoria)


JUSTIÇA E POLÍTICA


O que seria do Brasil sem Clóvis Bevilacqua (autor do Código Civil)?
O que seria do Brasil sem Rui Barbosa (magistral Jurista)?
O que seria do Brasil sem Paulo Bonavides (Constitucionalista)?
O que seria do Brasil sem Tobias Barreto (filósofo)?
O que seria do Brasil sem Joaquim Nabuco (Abolicionista)?


LITERATURA


O que seria do Brasil sem Augusto dos Anjos (poeta)?
O que seria do Brasil sem Castro Alves (Poeta)?
O que seria do Brasil sem Gonçalves Dias (poeta)?
O que seria do Brasil sem José de Alencar (Escritor)?
O que seria do Brasil sem Jorge Amado (Escritor)?


CINEMA


O que seria do Brasil sem Glauber Rocha (cineasta)?
O que seria do Brasil sem Luís Carlos Barreto (Diretor de fotografia)?
O que seria do Brasil sem Wagner Moura (ator)?
O que seria do Brasil sem José Wilker (ator)?
O que seria do Brasil sem Lázaro Ramos (ator)?


NOVELA


O que seria do Brasil sem Dias Gomes (autor de novelas)?
O que seria do Brasil sem Emiliano Queiroz (ator)?
O que seria do Brasil sem Luiza Tomé (atriz)?
O que seria do Brasil sem José Dumont (ator)?
O que seria do Brasil sem Bruno Garcia (ator)?


HUMOR


O que seria do Brasil sem Chico Anysio (humorista)?
O que seria do Brasil sem Arnaud Rodrigues (humorista)?
O que seria do Brasil sem Tom Cavalcante (humorista)?
O que seria do Brasil sem Renato Aragão (humorista)?
O que seria do Brasil sem Tiririca (humorista)? (que São Paulo elegeu, não é piada)


MÚSICA


O que seria do Brasil sem Eleazar de Carvalho (maestro)?
O que seria do Brasil sem Hermeto Pascoal (multinstrumentalista)?
O que seria do Brasil sem Sivuca (músico e compositor)?
O que seria do Brasil sem Luiz Gonzaga (Sanfoneiro)?
O que seria do Brasil sem Tom Zé (cantor)?


EMPRESÁRIOS


O que seria do Brasil sem Delmiro Gouveia (empresário)?
O que seria do Brasil sem Assis Chateaubriand (empresário)?
O que seria do Brasil sem Edson Queiroz (empresário)?
O que seria do Brasil sem Manoel Dias Branco (empresário)?
O que seria do Brasil sem José Macedo (empresário)?


Poderia ficar aqui amiúde e demonstrar todas as contribuições do Nordeste ao Brasil, inclusive nas construções de São Paulo e Brasília. Os nordestinos que como soldados da borracha ajudaram o Brasil na Segunda Guerra e tantos outros fatos. A verdade é que o Nordeste sucumbiu para que o Brasil fosse o que hoje é e diante disso, digo: na verdade, o Brasil precisa do Nordeste!


Quem quiser incluir mais nomes nas categorias e bem como criar outras categorias fiquem a vontade. Todos nós sabemos que milhares de filhos ilustres do Nordeste contribuíram por demais para o engrandecimento do Brasil!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

UM ABOIO

ESCOLA E RAÇA: A ESCOLA TEM QUE SE PINTAR DE NEGRO, MAS ANTES DE TUDO SER COLORIDA!

                Aproxima-se mais uma Semana da Consciência Negra e com ela o velho debate da situação do negro no Brasil. Apesar de grandes transformações no campo sócio-político e, sobretudo, econômico ainda temos graves sintomas de conflitos raciais, tanto entre os negros como entre os demais brasileiros das diversas etnias. As nossas instituições políticas, religiosas, educativas e culturais carregam nos seus âmagos uma história de exclusão racial e um processo forçada de “embranquecimento” social. O negro e as diversas etnias (tidas como minoritárias) continuam sendo ligados culturalmente a miséria e a marginalidade, inclusive são economicamente injustiçados e impossibilitados de usufruir de políticas públicas comum a todos os cidadãos. Somos um país vergonhosamente injusto e categoricamente discriminatório, apesar de termos leis que pregam a igualdade racial, de gênero e religiosa. No dia-a-dia o preconceito alastra-se em todos os ambientes sociais, postergando o direito legítimo de inúmeros cidadãos que são impedidos de seus exercícios legais por causa de sua cor. Até aonde se deveria primar pelo pluralismo como primeira grandeza, ultimamente, tornou-se o ninho do nazifascismo: a escola!
                A verdade é que nunca seremos o “País do Futuro” se o nosso modelo de escola continuar da forma que está (tanto particular como público). No máximo seremos o “País sem Futuro”! (e até teria graça isso se não fosse verdade). É de conhecimento de todos que são dois os principais alicerces que moldam o perfil de um cidadão: família e escola. Se um dos dois é falho, compromete-se todo o cidadão. Essas duas instituições têm está consonantes e primar por valores que construam uma sociedade mais digna e fraterna. Nos últimos anos a violência nas escolas tem crescido vertiginosamente pelo mundo e grande parte dessa convulsão vem de diferenças raciais, mas mesmo que não fosse por este fato ainda sim seria intrigante. Como uma instituição amparada por valores estimados pela sociedade transformou-se no recinto das maiores barbaridades humanas? É no mínimo estranho se ver tais fenômenos sociais de tamanha vileza acontecerem dentro de espaço como estes. Desse fato, surgi outras perguntas: será que nosso perfil educacional é o adequado para o mundo atual? Porque há pouca diversidade racial, social, religiosa e cultural dentro da escola? Por muito tempo a escola e a sociedade fecharam os olhos para questão racial, social, religiosa e cultural, acabaram por não ensinar as gerações a conviver com a diferença. Inconscientemente, estimularam a intolerância. A televisão, o videogame, o cinema e a internet (na lacuna criada pela escola e a família) propagaram a violência boba e gratuita. O mundo todo tem se transformado em guetos raciais: negros com negros, asiáticos com asiáticos, brancos com brancos e etc. Surgiu até nesses os últimos anos um movimento (no Brasil) São Paulo para Paulistas (será que vão devolver São Paulo para os índios? os verdadeiros donos). Esses movimentos que pregam a intolerância, a soberba e imparidade seja ela racial, de gênero e/ou regional são as maiores formas e vetores de violência que podem existir. Não se trata de se dá espaço ao negro, em detrimento do branco, do índio e/ou mestiço. Na verdade tem que se ter paridade social, cultural, política e econômica para todos os segmentos étnicos.
                Agora é bom começar na escola essa transformação. Ela deve ser pintada de negro, mas não somente disso, a escola tem que ser colorida de corpo e alma, só assim a violência vai reduzir a partir do momento que nossas gerações e as vindouras aprenderem a repousar os seus ânimos no colo da tolerância.

Um dedo de prosa dentro da poesia!

Ó cidade devassa
Deixe-me ver teus seios fartos
Faz-me cometer um pecado

Ó cidade sagrada
Acompanha-me na procissão
Proteja-me nas encruzilhadas

Ó cidade pequena
De ruas tortas e tão lindas
Verdadeiros versos de meu poema

Ó cidade bacana
Quando penso que aqui há pouco
Essa cidade me engana

É por essa e outra
Que amo
Jaguaruana!

DIVINA COMÉDIA URBANA

Quero os micróbios citadinos atacando minhas células bucólicas

Devorem o meu DNA caboclo e o sangue mameluco
Mas nada, ó micróbios inúteis!
Vocês atacam os outros e eu não
Será que eu sou imune?
Devo ser!
Então se afastem micróbios!!!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

UM ABOIO

O PAÍS NA ERA MAYARA PETRUSO!




Quando se pensou que todos os holofotes eram para Dilma, eis que surgi outra mulher para roubar a cena. Numa explosão emotiva e pueril, a estudante de Direito Mayara Petruso registrou seu inconformismo ante a derrota de José Serra, dirigindo a sua indignação aos nordestinos. Dentre as várias frases preconceituosas, uma se destaca pela vileza vilipendiosa: "Nordestisto (sic) não é gente. Faça um favor a SP: mate um nordestino afogado!” Essa frase não é uma mera frase de preconceito nela está contida a intolerância, o nazifascismo e a cultura de violência; uma tríade totalmente abominável em qualquer parte do mundo. E mais reascende um temor que alguns nordestinos guardam no seu íntimo: aversão do povo do sul para com os residentes no Nordeste e no Norte.

Ao pegar o trecho: “Nordestisto (sic) não é gente.” Pode-se dizer que Mayara comunga de uma visão que o nordestino não se enquadra dentro do perfil da raça humana, equiparando-o a um animal ou quem sabe um hominídeo. Há nesse trecho uma clara divisão racial, ainda que recôndita nas entrelinhas. Na mente despreparada de Mayara, talvez educada pelos seus pais, o nordestino é aquele coitado que fora escorraçado pela seca e a penúria, chegando aos grandes centros urbanos para aumentar os problemas sociológicos dali. Já a outra parte: “mate um nordestino afogado!” fala-se por si só. O ódio incutido em Mayara é tão macabro quanto de um serial killer que não suporta conviver com os diferentes. Alguns buscam minimizar o episódio deprimente, afirmando que não foi nada de mais e que Mayara disse em tom de brincadeira. Primeiramente o que disse essa garota é algo grave sim e se foi brincadeira é de péssimo mau gosto. Ela deve pagar, não simplesmente porque mereça, mas para servir de exemplo para outros que tentem repetir o que ela fez.

Claro que indiciar somente Mayara é pouco demais, a partir dela todos puderam ver um país preconceituoso que se esconde por debaixo do falso pluralismo cultural se manifestando vergonhosamente. Na sua maioria uma leva de jovens o que me deixa mais triste.

Espero que o Brasil não feche os olhos para esses acontecimentos vis e que medidas cabíveis sejam tomadas. É uma questão de justiça!

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

UM ABOIO REVOLTADO

O CIDADÃO NÃO TEM VOZ PERANTE O GOVERNO DO ESTADO



                No dia 29/09/2010 formalizei uma denúncia ambiental a Semace (Secretária de Meio-ambiente do Estado Ceará), mas nunca pense que isso fosse se tornar uma dor de cabeça para mim e não para os que agridem a natureza. A atendente me disse que eu teria uma resposta dentro de vinte dias (prazo que no dia achei muito longo, contudo ela me disse que era por causa do pouco número de fiscais). Já se fez mais um mês e eu foi quem tive que entrar em contato com o órgão, procurando um parecer. Um absurdo! Ainda mais: no dia 03/11/2010 a ouvidoria (pasmem!) dizendo-me que não há nenhuma denúncia em meu nome e me tratando como uma besta quadrada. Cadê a gestão governamental dessas secretarias? O bioma de caatinga está completamente ameaçado tanto pelos agressores quanto pelos órgãos governamentais que se dizem defensores da natureza. No mesmo dia mais uma ligação da Semace, afirmando que a funcionária que me atendeu havia cometido um erro no preenchimento da minha denúncia (outro absurdo sem precedente). Aonde a burrice governamental vai parar? E nós cidadãos somos reféns dessa omissão sem limites.

             Agora quando o governo ou governador vier com a mentira que o povo pode participar e ajudar denunciando as agressões à natureza, eu vou pensar mil vezes antes de contribuir. Chega de mentiras!

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

UM ABOIO

Ainda estava turvo, a noite ia se esvaecendo paulatinamente. Não obedecia ao tempo, seguia o seu próprio ritmo. “Essa noite é mais longa que as anteriores” dizia-me à surdina. Será? Mas quem eu queria enganar. A insônia havia relativizado minha noite, tornando-a um martírio atemporal. Que angústia é desejar com veemência a luz do dia perpassando as venezianas em detrimento da noite que com seus uivos peculiares habita dentro e fora de mim. Meu Deus, já me acomodei por todos os lados da cama e nada parece me contagiar com o sono. Cerrar os olhos, envolve-se nos lençóis, acomodar a cabeça no travesseiro... nada.


Bem que a noite só por hoje podia sair mais cedo, pois o meu sono é como sol só aparece pelo dia!

Mahatma Gandhi (Mais Frases)

"Os fracos nunca podem perdoar."



"O medo tem alguma utilidade, mas a covardia não."


"O amor é a força mais sutil do mundo."


"As religiões são caminhos diferentes convergindo para o mesmo ponto. Que importância faz se seguimos por caminhos diferentes, desde que alcancemos o mesmo objetivo?"


"A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido e não na vitoria propriamente dita."

Um dedo de prosa dentro da poesia

Meu Hino Stoker


Escorre o teu sangue pelo canto de minha boca
O néctar cálido que suguei do teu corpo
Agora tua alma é sórdida e
                           comunga de minha maldição
Encarna-te todas as semelhanças do anjo da lua
Devorando também os prazeres mais turvos
Morreste na minha mordida
                            e renasceste da minha sede de sangue

Ó brutal amante me ame
Ó serva amaldiçoada me encante
Agora tu és maior que estes seres perenes!