segunda-feira, 29 de outubro de 2007

DIÁLOGOS CORDELESCOS

...

No mar de Canoa, minha balsa de verso
Navega sozinho no brilho da lua
Na rima vestida da mão seminua
Que toca e dedilha, tecendo o universo
Na viola brejeira não fico disperso
Eu canto e replico no meu improvisar
Não há nesse mundo que saiba cantar
Que siga meu siso em qualquer desafio
No verso e na rima sou porca no cio
Cantando galope na beira do mar.

Um dedo de prosa dentro da poesia

A MAGIA DA MÚSICA

Não importa a nota
Não importa a música
Não ligo para acústica
O que importa é a força
A energia e a forma
O jeito que ela te toca
Transforma
Em vibrações melódicas!

Um dedo de prosa dentro da poesia

Espatifaram meu cálice
Beberam meu vinho
Rasgaram o meu linho
Não querem meu ápice
Ninguém derruba meu vôo
Ninguém induz o meu choro
Ninguém estraga meu riso
Coragem é o meu apelido
Vontade é a minha maconha
Já não me visto de vergonha
A vergonha eu jogo no lixo
Sou eu que faço meu estilo
Sou eu que canto o meu canto
Às vezes profano e santo.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Um dedo de prosa dentro da poesia

Há algo de novo nos olhos do velho
Há algo de velho nos olhos do novo
Há uma força recôndita no corpo do povo
No corpo do povo há um imenso país
Um país que sonha e estrangula a sua raiz
Há na raiz um outro país
Negro
Mulato
Ibérico
Indígena
E um pedaço de cada quinhão do nosso planeta
Rico
E esquecidos
Pelos os que fazem um outro país
Que deverás desconheço
Desse Brasil, não sou brasileiro!

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Um dedo de prosa dentro da poesia

Na linha hirta da sobrevivência
Eu vou cantando o samba
Da Divina Providência

Deus é quem sabe, só Ele vai saber
O que no meu presente, passado e futuro
Tudo que pode acontecer

Tenho as armas de São Jorge!
As bençãos de Iemanjá!
Minha guia é Nanã
E a proteção de todo orixá!

Na linha trêmula da sobrevivência
Equilibro-me com o apoio da vida
E os aplausos da minha paciência

Cada luta que é vencida
Fortaleço a minha consciência
De que um dia eu hei de ser feliz
Nem que tenha que cantar bis.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

UM ABOIO

Jaguaruana - meu apelo

Meus olhos vêem além do que se pode observar, não me entorpeço com alucinações imagéticas que abstraio de símbolos manipulados. Ponho o ouvido no tórax da minha cidade e ausculto uma respiração debilitada e os estalos de ossos frágeis. Jaguaruana esmorece no colo do atraso, suas forças esvaem-se quão a acetona ao léu. Ninguém ouve as queixas de uma cidade adoecida a beira da morte. Os filhos dessa cidade seguem como gados num matadouro, conformados e inseguros com o que há no fim do corredor. Busco ver e ouvir os filhos que vão mudar seus percursos e negar essa condição deprimente. Resgatar a minha cidade dessa situação, dando-a ares novos e não este que anda poluído com a promiscuidade política.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

DIÁLOGOS CORDELESCOS

VOMITANDO ZÉ LIMEIRA...


Andando descalço, eu percorro ligeiro
Nepal, Argentina, Brasil, Istambul
Navego num trem que descamba no sul
Eu desço em Icó, meu reduto estrangeiro
Eu fico na frente, mas sou o derradeiro
Eu sou dos confins do torrão Mianmar
Não sei pra que lado que fica o lugar
Só sei que não sei, mas eu hei de aprender
O que não se escreve e nem dá para ler
Na escola da vida que eu pude estudar

Capítulo de Novela

Parte 1 - "O encontro"
Quinze minutos haviam se passado e nem sinal. “Não acredito que ele esqueceu” disse em pensamento ao olhar o relógio na parede. Primeiro de Agosto de dois mil e sete, depois de um certo tempo conversando formalmente no ponto de ônibus, que sempre se encontravam no começo do dia, surgiu ali uma coisa nova em dois seres que nem se conheciam. No começo olhares ingênuos colidiam-se naturalmente, pouco a pouco se tornavam constantes e menos ingênuos. Vieram depois interjeições formais: um oi e um olá, sem perder a intensidade dos olhares. Após isso foi um pulo para uma conversa, que todos os dias aconteciam e encerrava-se nos fins de semana, começando de novo só na segunda. Até que veio o convite: “aparece lá em casa, domingo tem futebol na tevê”, “Não sei, geralmente não saio aos domingos, gosto de relaxar”, “Tudo bem, desculpe-me a ousadia, a gente nem tem essa intimidade toda”, “Não se preocupe, eu até gostei da idéia, só assim eu diversifico meu domingo”, “Então, você vai?”, “Claro, a gente comprar umas cervejas e fazer uns tira-gostos, o que acha?”, “Eu sei fazer uns torresmos que são muito bons”, “Combinado, então”, “Combinado, lá vem meu ônibus, tchau!”, “Tchau”.

UM ABOIO

As minhas lágrimas são afluentes de um rio chamado: Saudade. Quais os contornos desse sentimento que nutro no coração? Que vontade incorpórea é essa de derramar meus desejos sobre um corpo. Um cigarro aceso, um cinzeiro, um cálice seco e a sede nos olhos. A bebida da saudade é o beijo e a bebida do beijo é a saliva. Sinto-me como Plutão distante, recolhido na frieza do silêncio, equilibrando-se a beira do abismo do esquecimento. Eu aceito o desprezo, mas nunca o esquecimento! Tenho calafrios só de pensar que um certo alguém me apagou de sua vida. É desastroso! O esquecimento é anulação da existência. E se esse alguém é quem amo, é como se eu fosse sepultado em vida.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

UM ABOIO PATRIÓTICO

PASSANDO O CÚ NA BANDEIRA! PASSANDO A BANDEIRA NO CÚ!


Prefiro limpar a bunda suja na bandeira do Brasil, alguns biltres pseudopatrícios irão acusar-me de crime de lesa-pátria. Mas o que é uma nódoa de merda na bandeira diante da grande roubalheira que se vive dia-a-dia nos confins de Brasília? Quer dizer que as autoridades públicas que juram diante de uma nação honrá-la em qualquer circunstância, defender a pátria e a bandeira (o salve lindo pendão da esperança) não estariam incorrendo no mesmo ato. Aliás, com um agravante, a nódoa qualquer sabão simplório elimina com uma lavagem... e a corrupção, quem consegue eliminá-la? Hoje em dia há uma inversão de jurisprudências (a inteligência jurídica no Brasil é um pouco tendenciosa) um ladrão de galinha tem um processo unilateral e sumário, enquanto que o magnata tem um processo moroso e cheio de detalhes supérfluos. Ao ver esses facínoras beijando a bandeira, seria bem melhor que ela tivesse suja de fezes... as fezes de nossa indignação!

Limpar o cú sobre a “ordem e progresso”, tornar-se-ia aquele slogan mais bem visto e condizente com um Brasil, cuja história foi fabricada para encobrir a enorme escatologia – patrocinada pelas elites - que sempre alicerçou todos momentos desse país. A merda é nosso maior patrimônio, às vezes por bem ou por mal.
Com tudo isso, deu-me uma vontade de ir ao banheiro e acho vou passar a minha bandeira no rabo. Fecha aspas e ponto final.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Um dedo de prosa dentro da poesia

AS VERDADES SIMBÓLICAS DO MUNDO


Cansei dos signos límpidos,
Arredondados, simétricos

Cansei dos signos divinos
Diabolicamente inventados
Para suavizar a estupidez
De quem não gosta
Da verdade

A verdade é feia, desdentada
Tem halitose e é trôpega

A verdade é como cachaça
Que queima a garganta
De quem a tomar num gole

Cansei da verdade almofadinha
De paletó, gravata e calça de linho

Cansei da verdade destilada
Pronta para não ferir e nem matar

Essas verdades simbólicas
Não passam de alegorias diáfanas
Num carnaval sanguinolento
Da prepotência e da vaidade.

Um dedo de prosa dentro da poesia

ARACATI (UM CURTO RELATO)


Aracati é o reduto das minhas fragilidades
É o lugar em que queimo todas as vaidades
No brilho ardente de um bagulho proibido
Aracati expressão dolorosa da minha libido
Aonde ejaculo o esperma da minha arte
Aracati baluarte da história, da minha história
Que escrevi, li e esqueci a minha parte.

UM ABOIO

MONOLOGO AO MEU CORAÇÃO
Ah! Esse pedaço de carne que bombeia meu sangue pelo corpo. Quem te vi, quem te vê! Se antes era vagabundo, imprudente e despudorado, hoje em dia vive trôpego pelos cantos, embriagado por sentimentos ocultos e paradoxais. O que será que aconteceu, hein coração? Torna-se um covarde e em um ato de traição declarada renega as vontades do resto do corpo? Ah! Coração rebelde que jogar sobre mim todos os males do mundo. Sinto-me como um estrupício, o mais baixo ser de toda a face da terra. Meu coração já não me aceita e para me castigar joga sobre mim o remorso, a consciência pesada e todo qualquer sentimento que me deixa minúsculo, tão minúsculo quanto o átomo. Se não foste tão importante, podia ter certeza que o jogaria fora, incinerando-o na primeira fornalha que avistasse. Mas está atrelado a minha vida e sem ti, eu não existo! Meu Deus, o que fazer?
Como ouvir um coração que não consigo decodificar sua linguagem latejante? Encontro-me surdo e ligeiramente cego. Escoro-me em falsas verdades e doces hipocrisias... busco fugir das minhas responsabilidade nos braços cálidos da estupidez, mas sempre bato o rosto contra o muro e choro as futilidades que eu mesmo criei. Ó coração despótico como antes era fácil ser homem, vivia a flutuar numa liberdade lúbrica sobre um céu que pensei desenhar com as minhas próprias mãos. Tudo era um embuste, passei parte da minha vida fugindo do inevitável, gastando meu tempo com as verdadeiras drogas mundanas. Não estou arrependido, isso não! Apenas busquei meus desejos em aventuras vazias e sórdidas. Meu coração hoje calejado de tudo isso, implora uma decantação... é preciso reconstruir minha essência humana e tratar de por em prática a missão para qual vim ao mundo. Mesmo não sabendo ao certo que missão é essa. Melhor ainda, quando não sabemos a missão fica melhor a vida, assim não temos a noção que nossa missão chega ao fim. Podendo criar novas e mais novas missões. Diante de tudo isso, busco discernimento para compreender esse pedaço de carne que pulsa aqui dentro e que tantas vezes esqueci que tinha um.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Um dedo de prosa dentro da poesia

Ao Grande Paulo Autran



Há naquele proscênio uma tristeza
Avivada pelas luzes da ribalta
Já não vejo o olhar da alteza
Só percebo ali a sua alma peralta

A energia de sua arte e seu talento
Embriagar-me com uma saudade retida
Busco devorar aquele momento
E apagar de mim aquela partida

Ó Paulo, não se vá sem minha reverência
Não me deixe sem um “até a vista!”
Sei que o homem morre, mas não o artista!

Então viva, viva na minha consciência
Amparado pela grande luminescência
De sua capacidade deverás pluralista.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Um dedo de prosa dentro da poesia

Teu escarro me excita
Adoro aquela excreção amarela
Que sai de tua boca
Tenho vontade de beijá-la
E sugar tudo aquilo de uma vez
Ó néctar que chamam catarro
Ah como eu me amarro
Na tua composição
E da forma em que é expelido
Eu fico assim... estremecido
Quase tísico de paixão!

EXTRA! EXTRA!

Recebo com muito entusiasmo a informação que foi publicado no dia 06.10.2007, no Jornal O Povo precisamente no suplemento "Jornal do leitor" o soneto em homenagem a Eduardo Campos. Sinto de alma lavada por render essa justa homenagem. Quem quiser averiguar a informação pode clicar no link a seguir: http://www.opovo.com.br/opovo/jornaldoleitor/733923.html


Salve, salve Eduardo!

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

DIÁLOGOS CORDELESCOS

VOMITANDO ZÉ LIMEIRA


Sou lasca de pau que foi feito de argila
Pandeiro de couro que toca uma valsa
Princesa Isabel que requebra na salsa
Menina bonita que vira gorila
Sujeito sozinho pegando uma fila
A fome tirana que faz engordar
É tanto o mormaço que vou congelar
Eu hei de fazer minha cama no mundo
Sonhando acordado num sono profundo
Tocando forró lá na beira do mar.

Um dedo de prosa dentro da poesia

SONETO DA VERDADEIRA FACE!


Chegarei montado sobre correntes de ar
Depois daquela tempestade de verão
Hei de vir vestido de paletó açafrão
Tão radiante quanto o sol a iluminar

Degustarei seu segredo e sua tentação
No prato imagético que não sei precisar
Serei o seu palco de arte e de ilusão
Um inteiro pela metade para completar

Sou pusilânime num corpo puro
Meus beijos são doses de cicuta
Não passo de um filho da puta

Cretino, cafajeste, um sem futuro
Que da mentira se desfruta
Perpetuando o seu lado imaturo.

domingo, 7 de outubro de 2007

UM ABOIO

Eu comi Kerouac


Eu nasci emergido em um líquido amniótico do movimento beat, apesar de não ser tão velho assim. Quem nunca teve vontade de se desvencilhar do seu meio social, entregando-se ao doce sabor do imprevisto. Talvez algumas pessoas vão dizer que não, porém sei que muito já pensaram nisso pelo menos na juventude. Quero dizer de antemão que nunca li nenhum dos autores beatniks, não tive o prazer de decifrar sua literatura tão primordial para o “boom” na cultura mundial. Mesmo sem essa noção segura do movimento, eu sentia no meu sangue o estilo beat e aquela vontade de não me ater a uma vida fechada e nocivamente calma. A estrada chamava-me quase em tom hipnótico. Não confundam! Esse sentimento não era unicamente sair pelo mundo a pé com as centenas de “sem-rumos” que transitam por aí. Eu queria mais, queria conhecer a Rota 66 que havia dentro de mim e que por preguiça urbana eu a havia esquecido. Posso afirmar também que não busco me inserir nesse movimento, mas que havia dentro de mim esse movimento isso eu tinha certeza!
Os itinerários que já fiz na vida, não se comparar com os dos escritores do movimento, mas tive sensações análogas. O sabor exótico de pôr literalmente o “Pé na estrada” não era simplesmente com intuito de aventura, era busca do conhecimento que era banida das escolas e universidades. Além disso, as cidades haviam abnegado-as, empurrando-nos para uma condição conformista da realidade. Uma tentativa de se encontrar! Todos nós temos um pouco de beat dentro da alma, a vontade subverter o padrão e de expressar a essência de nosso ser. E essa sensação para mim é afrodisíaca, um tesão incontrolável de enrabar Kerouac e seus companheiros, abstraindo todas as suas energia literais.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

UM ABOIO

O GRANDE TRUNFO DO ESTADO: A HIPOCRISIA ESTATAL



A carga tributária nacional abocanha aproximadamente 37% do PIB, configurando-se no maior fado que os brasileiros têm que carregar durante toda a sua vida. Uma reforma tributária em que se contemple a redução de impostos é algo tão distante quanto uma política isonômica de distribuição de renda no país. O maior entrave dessa conquista chama-se governo. O aparelho estatal brasileiro é como um viciado em droga que não tem força de vontade para largar o vício, as equipes econômicas (as verdadeiras autoridades que mandam no país) não conseguem amenizar os tributos por causa de um governo que gasta acima de seu limite orçamentário. A situação é caótica, cortar impostos é cortar regalias e qual governo está disposto a isso? Nenhum. A reforma poderá até vim, mas assim como o da Previdência vai apenas fazer um remendo no enorme abismo que está aí. Não haverá um governo que corte na própria carne em benefício dos seus cidadãos? Nenhum. Mas sabe porquê? Os nossos governos durante a sua cronologia histórica só foram bons em uma coisa: na hipocrisia! Todos defendiam a reduções de impostos, mas nenhum se expôs ao flagelo. A hipocrisia estatal é a única repartição pública que trabalha a todo vapor, seguindo corretamente o seu regimento interno e externo em contraposição dos demais setores dos governos. Isso possibilitou um desfiladeiro entre o discurso e a prática, o fazer e o está feito, a cobrança de impostos e a sua aplicação no meio social; e é nesse último caso quero me aprofundar mais um pouco no texto.
O Estado como a instituição maior de um país, busca regular e melhorar o meio social de seu povo. Os impostos, tributos, contribuições e taxas – cada qual com sua essência tributária regulamentada por lei, inclusive sua aplicação – são os elementos vitais para a infra-estrutura e o pleno exercício do governo para cumprimentos de suas obrigações constitucionais. A educação, a saúde, a segurança, trabalho, seguridade social e etc são deveres do Estado, financiados pelas arrecadações fiscais. Usando-se da lógica podemos presumir que os percentuais de nossos tributos são suficientes para arcar com as contas públicas, possibilitando ao governo cumprir seu papel na esfera social. Não havendo espaço para deformidades, negligências e ausência desses deveres, uma vez que os impostos são arrecadados para esses fins. Contudo, a hipocrisia estatal através de uma série de leis capciosas deturpa a governabilidade, prejudicando diretamente o povo. Cada vez mais o governo otimiza as formas de arrecadação e diminui os focos de sonegação, através até da Polícia Federal que já desarticulou uma centena de esquemas pelo território nacional, o crescimento das cifras devoradas pelo fisco atingem percentuais nunca antes estimados. Se isso seguisse uma linha de raciocínio, os serviços sociais deveriam está melhores e ampliados, mas a verdade é que a hipocrisia estatal não falha nas suas ações e esse excedente considerável desce pelo ralo da corrupção, da incompetência e, sobretudo, da desvinculação de seu papel no meio social. O governo deixou de ser um poder público para ser o “salva-vidas” do setor privado, concedendo privilégios aos poderosos e magnatas internacionais.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

DIÁLOGOS CORDELESCOS

No mar azulado, surgiu Caravela
Singrando veloz, ancorou nessa América
E trouxe pra gente a herança ibérica
Do bardo cigano de vida singela
Cantando nas vilas, cantiga tão bela
Com versos perfeitos se punha inventar
Trazendo notícias de todo lugar
Pro povo tão pobre daquele reinado
Assim foi descrito do tempo passado
Cantando galope na beira do mar.

Porém há quem diga que há outra origem
Quem vem dos costumes do clã mulçumano
Não sei se é verdade ou terrível engano
A origem é incerta, há muita “fuligem”
Deixando de lado, a verdade e a vertigem
Eu vou de mansinho no meu versejar
Trotando na linha do que é popular
Eu falo duma arte tão pura e bacana
Que é linda, robusta, viril, soberana
Cantando galope na beira do mar.

Palavra cosida no verso repente
Faz rima correta na estrofe divina
Pintando a poesia de raiz nordestina
Jorrado da boca no tempo presente
Na vida terrestre não tem quem invente
Cultura tão linda, um valor singular
Se a gente soubesse que é bom preservar
O canto berrante de dois cantadores
Que cantam a vida com todas as cores
Cantando galope na beira do mar.

DIÁLOGOS CORDELESCOS

A lira cabocla suspensa na corda
A viola moleca e o cantor repentista
O coco de roda, o ganzá e o coquista
Cultura fecunda que é posta na borda
Que sofre o desprezo de tão grande horda
Que vive em Brasília somente a roubar
É tanto ladrão que faz pena contar
Fazendo a cultura tornar-se pequena
Na base da força tirada de cena
Cantando galope na beira do mar.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

UM ABOIO

Dei-me um barril de pólvora e hei de explodir toda essa falta de bom senso que se ver desfilar nos bastidores de Brasília. Terrorista, eu? Seria mais cabível me chamar de Salvador da Pátria (Ultrajada! Salve-a!). Posso até está excedendo nas palavras, mas quem nunca pensou em dinamitar Brasília e acabar com esse câncer político? Hoje em dia a crise de representação política sofre de um enfraquecimento hediondo, estamos chegando a ponto de que os anseios populares são alardes que os representantes políticos fingem não ouvir. A palavra democracia toda hora é invocada para limpar ou tentar legitimar a pocilga parlamentar e governamental, e nesse ponto a crise de representação cresce ainda mais. Ultimamente, sinto-me sozinho, o Estado tem tomado corpo próprio; vontade própria. Minha opinião passou a ser coisa supérflua na estruturação ou melhoria da máquina. A verdadeira governabilidade do povo desceu pelo cano de descarga e ainda somos obrigados a pagar as orgias dos políticos. Sinto-me exaurido, meus direitos são postergados, meus deveres são cumprido ao quadrado e ainda tenho ter paciência: Por que o Brasil, está mudando ou vai mudar; política é assim; tem corrupção, mas melhorou muito. Ahhhh! Vão tomar no cu! Eu quero um país livre e não posso ficar esperando o bonde passar!

DIÁLOGOS CORDELESCOS

O rio do tempo é quem move a história
E o gesto humano é quem molda o momento
Usando o poder que tem seu pensamento
O homem transforma qualquer trajetória
Escreve co’as mãos no livro-memória
O rastro de vida que lhe é singular
Costume, cultura e o que for salutar
Compondo uma forma bem mais soberana
Sem arte não há nem a raça humana
Cantando galope na beira do mar.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

DIÁLOGOS CORDELESCOS

Galopando na Cultura


O nosso Brasil sem o rumo e a visão
Perdeu na história o que há de valor
E deu sua riqueza na mão do opressor
Jogando no lixo o saber da nação
Negando o seu jeito e o que há nesse chão
Herança e cultura de cunho popular
Os muitos valores do nosso lugar
São bases robustas de nossa memória
O berço humano de toda história
Cantando galope na beira do mar.

Quem segue o que digo na lira cantante
Vai ver a verdade no verso e na rima
Eu canto em tom baixo co’a voz lá pra cima
Pra ouvir o meu som quem tiver bem distante
No verso, eu descrevo o que for importante
Debato o problema, me ponho a pensar
Aponto o que é errado, tentando ajeitar
Assim vou seguindo na linha da lira
Meu canto na noite de prata delira
Cantando galope na beira do mar.

Letras que podem ser musicadas!

UM POP DEMOCRÁTICO PARA MIANMÁ

Se Mianmá é bom
Se Mianmá é bom
Melhor ainda seria
Melhor ainda seria
Se lá houvesse a democracia

Eu não sou monge
E nem sou de lá
Mas quero nesse instante
Que libertem Mianmá!
Eu não sou daqui
Vivo em qualquer lugar
Os militares hão de cair
Nas terras tão belas de Mianmá!