terça-feira, 22 de março de 2011

Um dedo de prosa dentro da poesia!

A VOZ DE QUEM SE AMA!

As plumas densas de tuas palavras
Feriram-me como adagas afiadas
Como queres que eu fique?
Se tuas palavras são ligeiramente letíferas
Apaixonadamente cicutadas
E eu me entrego a elas como um Sócrates
Como um Hemingway dando um tiro nas próprias partes!

Não me cesse
Não me censure
Deixe que tuas palavras me costurem
Quero beber o que advém de tua boca
E o que não advém e esconde-se no teu sótão!

E quando cessares as palavras
Que me lavram como terra úmida
Quero permanecer refém do teu discurso
Ainda que ele se dê através de um beijo.      

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