quarta-feira, 29 de junho de 2011

UM ABOIO

A INTERIORIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR E O DESAFIO DE SE IMPLANTAR A UFERSA NA CIDADE DE JAGUARUANA


Moacir Morran



Recentemente, na história educacional do Brasil as instituições de ensino superior se concentravam nos grandes centros urbanos, sendo a sua maioria esmagadora concentrada nas capitais. Uma espécie de êxodo educacional era uma prática comum, se o estudante quisesse transpor o incipiente ensino médio teria que sair do interior para um grande centro urbano e mais se desejasse obter um título de engenheiro, por exemplo, ele teria que voar ainda mais longe até as capitais. As universidades federais eram ainda mais concentradas, se comparadas com as estaduais. Essa má distribuição educacional (mil vezes pior que a má distribuição de renda) gerava o pior dos males econômico: uma população ativa desqualificada. Por causa disso hoje quando vivemos o que os economistas chamam de pleno emprego o país está à beira de um apagão de mão-de-obra, ou seja, a concentração educacional contribuiu para o atrofiamento do número de pessoas qualificadas no mercado de trabalho, que hoje superaquecido não consegue empregados. Na Era Lula procedeu-se o aumento de Universidades e Institutos Federais, sobretudo pelo interior do Brasil; uma atitude deverás correta. Ainda que se tenham muito a avançar, contudo a interiorização da educação superior iniciada recentemente é um sinal benéfico de que estamos no caminho certo.

A Universidade Federal Rural do Semi-árido (UFERSA) é uma das soluções para se minimizar a má distribuição educacional no país, sobretudo em uma área tão injustiçada pelos parcos recursos do governo. Até hoje a tal iniciativa se restringia apenas ao Estado vizinho do Rio Grande do Norte, nos últimos dias surgiu à ótima notícia de sua expansão além das fronteiras potiguares. O Ceará, enfim, ganhará um Campus Avançado da UFERSA. A única cidade que desde o início do processo se prontificou a receber a UFERSA foi Jaguaruana, no Baixo Jaguaribe Estado do Ceará, inclusive sendo também a única a realizar uma audiência pública sobre o fato. E Jaguaruana a merece por diversos motivos, contudo há um que é primordial: não há uma universidade pública federal na região que compreende a cidade, cujos locais circunvizinhos são: Russas, Palhano, Itaiçaba, Fortim, Icapuí e Aracati. Um contingente citadino que até hoje está fora da política de inclusão educacional superior, amargando um êxodo de talentos que necessitam sair de seus recintos para se qualificar nos grandes centros urbanos.

Algumas vozes hão de rosnar que Jaguaruana é uma cidade pequena que lhe falta o glamour dos grandes centros urbanos e/ou cidades-pólo. E é aí que se sobrepõe o melhor dos motivos para que seja lá a implantação da UFERSA, como podemos pensar na inclusão educacional superior nos pequenos rincões, se não forem colocadas Universidades lá? O Semi-árido brasileiro é composto de inúmeras cidades pequenas e será que elas não merecem dispor de uma entidade de educação superior? O governo federal tem afirmado que elas têm direito sim através da UFERSA e seus diversos Campi espalhados no Rio Grande Norte, por exemplo.

O povo de Jaguaruana está eufórico com a possível vinda da UFERSA, a juventude tem se mostrado esperançosa. Os meios de comunicação local demonstram o seu pode de mobilização ao vincular anúncio de incentivo a UFERSA. Há mobilizações na internet, através das redes sociais, blog e e-mail. Os políticos tem se comprometido também com a luta. Nunca tinha visto na minha vida uma cidade inteira tão unida por um ideal e só por isso tenho certeza: A UFERSA será implantada na cidade de Jaguaruana.

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