quarta-feira, 30 de maio de 2007

DIÁLOGOS CORDELESCOS

GALOPE DO MEU (UNI) VERSO MALDITO (MAU DITO) – PRIMEIRA PARTE


O verso maldito da minha canção
É faca amolada na pedra esmeril
É o som de papoco de um velho fuzil
A força invisível do sol no sertão
Um prato de caldo daquele feijão
A marcha bonita de um povo a rezar
É chuva bendita que custa a chegar
Promessa que é feita em qualquer santuário
Meu verso maldito parece um corsário
Cantando galope na beira do mar.

Os olhos pequenos da moça bonita
A lua que ilumina de prata esse chão
O gosto do leite, do queijo e baião
As formas floridas de um pano de chita
Prazer que se tem co’uma boa visita
O cheiro comum do café a torrar
O vento tão bom que nos faz refrescar
A rede no alpendre no eterno balanço
Meu verso maldito é cantiga que eu danço
Cantando galope na beira do mar.

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