quarta-feira, 30 de maio de 2007

Último Adeus ao Poeta "Índio Moreno"

O Dia de Minha Morte
Raimundo Herculano de Moura

Blão... Blão... Blão...
A finados plange o sino
A triste voz do bronze secular
Reclama minha vida
Que fera morte acaba de roubar

Ao negro som deste hino de amargura
que enche a cidade de mortal pesar
meus saudosos amigos... devagar
levam meu corpo para sepultura

Eis-me agora na escura soledade
com minha carne o verme alimentando
um esquecido, enfim, da humanidade

Porém minha alma, para o céu voando
Vê minha noiva, branca de saudade,
na minha campa, triste, soluçando.

(Poema transcrito no site: http://www.luacheia.art.br/)

Morreu na madrugada do dia 30.05.2007 um dos maiores poetas do nosso Aracati. Raimundo Herculano de Moura, o "índio moreno", desgarrou-se de nosso convívio terreno ainda no alvorecer do dia, sem um último adeus de seus próximos. Autor da obra: Coisas velhas saídas da beira do túmulo. O índio Moreno deixou-nos muito mais que uma miscelânea de poesias, ele fechou um ciclo poético, um traço lírico que jamais vai se repetir em nosso mundo. Nosso Aracati amanheceu na orfandade e conseqüentemente menos poético!

P.S.: Recebi a notícia de Silvanise Ponciano, grande agitadora cultural e brilhante atriz. Amanhã, farei um poema em homenagem ao grande Poeta.

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