Ó CIDADE, EU TE CONHEÇO
Arranha-me ó arranha-céu!
Deixa-me despencar do seu alto
Quero sentir meus ossos espatifando-se no asfalto
Quero ser a capa de amanhã do jornal
“Suicida pára cidade!”
Carrega-me ó coletivo lotado!
Castiga-me nessa via-crucis urbana
Sob os olhos dessa cidade bacana
Que me furta as estrelas do céu
“Ah que saudade do céu de minha terra!”
Assalta-me ó “Shopping’s” dos bandidos
Faz-me consumir o que não é consumível
Dá-me o falso prazer do que é não é aprazível
Uma felicidade estúpida que pode ser parcelada
“ Falsa felicidade em 30, 60 e 90”
Ó cidade eu te conheço bem
Sei de tuas manhas, tuas vontades
Sei de suas trilhas e armadilhas
Conheço o ponto, quilometro
Centímetro, metro, milha
Eu te conheço e tu me conheces
Sabes os meus jeitos, as minhas preces
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