sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Diálogos Cordelescos

ZILDA ARNS – HOMENAGEM EM CORDEL
PRIMEIRA PARTE


Meu coração está contrito
E a poesia melancólica
O Brasil ficou de luto!
E toda a Igreja Católica
Chora a repentina morte
De uma mulher de alma forte
E trajetória apostólica.

Quem não conhece Zilda Arns
Precisaria conhecer
Um exemplo brasileiro
Que não se pode esquecer
E na lira do cordel
Falo dela no papel
Para quem quiser saber.

Ela nasceu em Forquilhinha
Bem ao sul deste Brasil
E lá mesmo, começou
A sua vida estudantil
Formando-se em medicina
E devagar nascia a sina
De uma mulher varonil.

E lá em Santa Catarina
Começou na Capital
No hospital de crianças
A sua vida laboral
Nem passava por seu tino
Que este seria o seu destino
No contexto social.

A sua larga experiência
No tratamento da infância
Abriram novos caminhos:
Uma tenra militância
Que marcou sua trajetória
Dentro da nossa história
Com grande significância.

O seu fruto mais fecundo
De altruísmo e pujança
É por todo conhecida
Por Pastoral da Criança
Um movimento sutil
Que ajudou todo o Brasil
A nutrir-se de esperança.
Seja no Norte e no Sul
Em todo Centro e Nordeste
Seja cidade e sertão
Atingindo até o Sudeste
A Pastoral da Criança
Tem reduzido a matança
Da fome, miséria e peste.

O trabalho social
Que é feito pela entidade
Combate a desnutrição
Nos que possuem pouca idade
Sua rede de filantropia
É quem tem parado a sangria
Da nossa mortalidade.

Atuando na saúde
E também na nutrição
As crianças do Brasil
Ganharam mais proteção
Cuidado no nascimento
E no desenvolvimento
Como qualquer cidadão.

A pastoral da criança
Espalhou pelo país
O trabalho em mutirão
Cravejando a sua raiz
Nos ensinos de Jesus
E até hoje se conduz
Nas coisas que o Mestre diz.

Mas não só no social
Há também educação!
Pra criança, pais e agente
Os princípios de cristão
Pra se viver de verdade
Como uma comunidade
Construindo uma nação.

E tendo sempre a sua frente
Dona Zilda, a fundadora
Que cuidava da entidade
Com amor de genitora
Que defendeu com nobreza
A supressão da pobreza
Na sociedade opressora.

E agora me vem o fato
A deixar-me diminuto
O triste fim de Zilda Arns
Foi pra mim um golpe bruto
O meu céu já não é celeste
E toda nação se veste
Tão somente a cor do luto.

O Terremoto do Haiti
Vitimou nossa heroína
Que andejou pelo Brasil
Parecendo peregrina
A cultivar a semente
Da bondade na gente
Como quem tem uma sina.

Uma sina que é marcada
Com toda vivacidade
De ressoar o evangelho
Através da caridade
E de respeitar o irmão
Plantando no coração
O grão da fraternidade.

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