segunda-feira, 2 de maio de 2011

UM ABOIO


CONTO PORNOGRÁFICO SOBRE MEU TEMPO



O conhaque deslizou lépido para o meu copo, sacolejando os cubos de gelos, como se adivinhasse meu estado. Afrouxei a gravata e desabotoei a gola. Tomei num só gole o conhaque, jogando o copo contra a porta da cozinha. Segui até o banheiro, queria ver meu rosto, mas o espelho insistia em refletir um embuste. O que se ver não é o que se ver. Essa tez não é minha. Eu não tenho esse olhar oblívio. Onde estão as marcas dos tempos que ingeri com fumo, álcool e desgraça? Não! Rugas porque se escondem? Porque a idade não me segue? E os cabelos parecem adormecer no seu sonho negro e nunca acordaram embranquecidos. Bruscamente, com a mão esquerda derrubei tudo que estava sobre o balcão do lavabo. Na sala, o telefone toca. Atendo e é ela. “sim, sei... você não quis dizer que eu sou jovem... foi apenas uma forma de expressão... entendi... sério! Eu não estou magoado... verdade... se você não acredita, eu não posso fazer nada... como é que é? Você vem pra cá... não, não, não precisa... não é isso... não me entenda mal... tudo bem pode vim”.

       Trinta minutos depois, ouço toques leves na porta. Mentalmente já adivinho que seja ela. Mal abro a porta e o seu perfume invade minha casa sem pedir licença. Ela com uma mão na cintura e a outra massageando os longos cabelos pergunta suavemente: “Posso entrar?”. “sim, sente-se”. “obrigada”. “posso te servir algo de sua preferência”. “conhaque, por favor”. “pois, não”. Tive que ir a cozinha pegar dois copos foi quando feri o pé com os estilhaços do copo que eu havia jogado. Soltei sem querer uma interjeição de dor, ela foi a minha direção e muito prestativa perguntou-me onde ficava o quarto. Apontei, apoiando-me nela segui para cama. Ela ficou me falando de suas habilidades de enfermeira e quis saber onde ficava a caixinha dos primeiros socorros. Eu insisti que não era nada, ela aproximou-se de meu rosto e tascou um beijo demorado. A sua mão correu meu corpo parando sobre a minha genitália, enquanto que com a outra desabotoava sua roupa. Cessou o beijo, seguindo com a boca em direção do corte que ainda não estancara. Chupou... seguiu chupando até ter a certeza do estancamento. Fiquei imóvel como um fantoche libertino. Ela sorriu com desejo, agarrando meu pau... fechei os olhos e senti sua boca cálida devorá-lo num movimento repetitivo de cima para baixo. Enquanto abocanhava meu pau ia tirando o resto da roupa e em segundos estava totalmente nua. Depois subira beijando até o meu rosto. Agarrei seu corpo acomodando com o meu, ela deitou-se sobre mim. Pouco a pouco penetrei sua genitália e ela começou a mexer-se suavemente. No meu ouvido ela gemia como se cantasse ópera. Pediu-me sussurrando que a colocasse de quatro e segurasse com força sua cintura, obedeci. Ela encostou o rosto no colchão, erguendo alto o quadril. Agora que capitaneava os movimentos era eu. Acelerado, empurrando-a pela cintura contra o meu pau. As minhas mãos tateavam no seu dorso o meu tesão mais recôndito. Os seus gemidos cresciam, deixando expressar outro desejo: “quero papai e mamãe”. Fizemos logo em seguida, acelerando os movimentos. Ela olhou-me bem safada e disse alto: “vou gozar, papai!”. Aumentei os movimentos e ela se contorceu dando gemidos maiores. Ela gozou passando a língua na minha orelha. Sai de cima dela, ela abraçou-me pegando o meu pau. “Vou masturbá-lo até gozar, mas tem que gozar olhando para mim”. E assim foi, gozei molhando a cama e os lençóis.
                 Ela levantou-se foi à cozinha, pegou o conhaque e nós dois bebemos na garrafa. Quando acabou a bebida, ela olhou o relógio e disse que tinha que ir. E antes de sair disse-me: Nunca envelheça! Dormi e mais tarde quando eu acordei já era noite. Segui para o banheiro e desafiei de novo o espelho, percebi rugas no canto dos olhos. Ah! Porque o tempo me alcançou... ó tempo ingrato não ouse repousa sobre o meu corpo... não pinte meus cabelos... deixe as rugas retidas dentro de mim... eu não suporto seu fardo e nem quero lhe namorar. São nessas horas que se descobre que ser jovem ou ser velho está no olhar de outrem.

Nenhum comentário: