quinta-feira, 26 de agosto de 2010

UM ABOIO SEM BABAÇÃO

QUAL O LIMITE DA BAJULAÇÃO?
Segundo a visão de Tiago Almeida (no link: http://thiagoalmeida.wordpress.com/2007/09/28/origem-dos-bajuladores-puxa-sacos/) a palavra bajulador origina-se do termo latim bajulos que significa “carregador”, não é toa que o termo puxa-saco talvez advenha desse gênero. A verdade é que o bajulador veio durante a história se firmando no imaginário universal, geralmente, ligado a pessoas de má índole. Os que bajulam são tidos como que buscam subir os degraus da carreira na sombra de seus superiores, procurando, na maioria das vezes, tomar o lugar dos seus superiores. A esfera pública é o habitat natural do puxa-saquismo crônico, os administradores públicos parecem adorar a atmosfera de bajulação, contudo toda essa adulação excessiva pode ruir uma gerência, direção, administração e governabilidade. Na obra “O príncipe” de autoria do grande Nicolau Maquiavel, o capítulo XXIII intitulado “Como se afastam os aduladores” demonstra claramente a preocupação do autor do iminente perigo que há para um governador (personificado na figura do príncipe) de se cercar de bajuladores. Por isso Maquiavel inteligentemente dar o remédio para se acabar com adulação: “Não há outro meio de guardar-se da adulação, a não ser fazendo com que os homens entendam que não te ofendem dizendo a verdade; mas, quando todos podem dizer-te a verdade, passam a faltar-te com a reverência”. Adiante, ele recomenda ao governador (príncipe) que escolha os homens sábios, dando-lhes a liberdade de exercer a verdade quando os assuntos forem atinentes a governabilidade, políticas públicas, problemas, entre outros assuntos. Dessa forma, poderá o governador consultá-los sem medo de errar, uma vez que as pessoas que o rodeiam trabalham com a verdade.
Na minha mísera opinião, o governante que se cerca de babões certamente demonstra a sua incapacidade e o descompromisso político com os seus munícipes. Ao invés de indicar pessoas estúpidas que simplesmente exaltam a sua vaidade, o governador deveria desprender-se de seu narcisismo, buscando nos anseios do povo as diretrizes e as pessoas que podem contribuir com o seu governo.

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