terça-feira, 7 de setembro de 2010

UM ABOIO HISTÓRICO

Será 120 ou 145 anos de emancipação política de Jaguaruana?

                Essa indagação tem uma estreita ligação com as lutas políticas de minha cidade. Sabe-se, qualquer um, que a elevação à vila pela Lei Provincial nº 1183 de 04.09.1865 para os parâmetros jurídicos da época equivale à condição de município com autonomia política. Tal fato se comprova pela dita Lei Provincial obrigar a construção de uma câmara de vereadores e de detenção, prática comum para época. O distrito de paz Caantiga do Góis passaria a partir daquela data ser Vila União, desmembrada da Vila de Aracati e abrangendo o território de Passagem de Pedras (atual Itaiçaba). Um fato curioso é que o território de Palhano, na condição de distrito de paz denominado de “Cruz do Palhano”, pertenceu à Vila União conforme a Lei Provincial nº 2215 de 12.08.1889, comprovando mais uma vez que a emancipação política já era notória e reconhecida pelo Estado. No ano subseqüente, o Decreto Provincial nº 58 de 04.09.1890 “Cruz de Palhano” retornaria a ser do território de São Bernardo das Russas. A partir desse prisma, Jaguaruana deveria está completando 145 anos de emancipação política, a emancipação religiosa viria anteriormente conforme a Lei Provincial nº 1083 de 04.12.1863 que delimitou o território do distrito de paz. Nesse caso no dia 04 de dezembro de 2010, Jaguaruana estará completando 147 anos de emancipação religiosa, acontecimento esse que deve ser também comemorado com toda pompa que essa data merece.

                Mas porque se comemoram apenas 120 anos de emancipação política? Hipoteticamente, poder-se-ia afirmar que houve uma má interpretação histórica ao delimitar o marco de nossa liberdade a partir do Decreto Estadual nº 66 de 11.09.1890, que elevou de vila a cidade a nostálgica União. Contudo não podemos confundir nomenclaturas jurídicas com emancipação política, duas coisas completamente distintas.
                O que parece um engano histórico, a meu ver, fora uma estratégia política para exterminar a importância histórica daquele que fora o grande libertador de nossa cidade: Tenente-Coronel Antônio José de Freitas, mas não só ele. Houve uma proposital intenção do extermínio de nossa memória que existia antes do ano de 1890. Porque será? Simplesmente questões políticas que permearam conflitos entre famílias e segmentos sociais. A elite política que dominou e domina as rédeas do poder da minha terra foram os verdadeiros assassinos de uma história que só temos uma vaga lembrança.
                Independente do dilema aqui exposto não pode deixar de me rejubilar com a data de aniversário de minha cidade, por fim felicitando-me com os meus conterrâneos.     
Fonte das fotos: http://www.ibge.gov.br/

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