sexta-feira, 6 de julho de 2007

O BAÚ DO ABOIADOR

Segue um trecho de um "galope" em que falo dos Repentista e Cantadores:

No mar azulado, surgiu Caravela
Singrando veloz, ancorou nessa América
E trouxe pra gente a herança ibérica
Do bardo cigano de vida singela
Cantando nas vilas, cantiga tão bela
Com versos perfeitos se punha inventar
Trazendo notícias de todo lugar
Pro povo tão pobre daquele reinado
Assim foi descrito do tempo passado
Nos dez de galope na beira do mar.


Porém há quem diga que há outra origem
Quem vem dos costumes do clã mulçumano
Não sei se é verdade ou terrível engano
A origem é incerta, há muita “fuligem”
Deixando de lado, a verdade e a vertigem
Eu vou de mansinho no meu versejar
Trotando na linha do que é popular
Eu falo duma arte tão pura e bacana
Que é linda, robusta, viril, soberana
Nos dez de galope na beira do mar.

Palavra cosida no verso repente
Faz rima correta na estrofe divina
Pintando a poesia de raiz nordestina
Jorrado da boca no tempo presente
Na vida terrestre não tem quem invente
Cultura tão linda, um valor singular
Se a gente soubesse que é bom preservar
O canto berrante de dois cantadores
Que cantam a vida com todas as cores
Nos dez de galope na beira do mar.

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