segunda-feira, 16 de julho de 2007

UM ABOIO

As vaias podem ser sinal de uma coisa boa!


Não entendo muito o porquê do medo das vaias. Tudo bem que ninguém goste de ouvi-la por mais merecidas que seja. Porém, a vaia pode ocultar no seu manifesto a insastifação, a vontade popular que foi postergada e/ou mal executada. Essa manifestação desagradável, mas legítima num Estado de direito e democrático, pode servir de subsídio para a mudança nas diretrizes de um governo, que ouve e respeita as manifestações populares. O brado monossílabo e prolongado do som: “uh!”, nos últimos dias espatifou os brios do Presidente Luis Inácio Lula da Silva na cerimônia de abertura do Pan, impossibilitando-o de pronunciar: “Está aberto os Jogos Pan-americanos”. É verdade que ouvir vaias num Macaranã lotado e perante as lentes, gravadores e repórteres de todo o mundo é muito vexatório, creio que mexeria com os brios de qualquer um. Algumas pessoas do governo afirmaram que as vaias foram “orquestradas”, suspeitas a parte, bem que o Presidente podia tirar um bom proveito daquilo tudo. Talvez o “Pan” está sendo bom para o Seu Nuzman, César Maia e uma cambada de pessoas que se beneficiaram com esse investimento bilionário, mas a população em geral é quem tem sofrido com a violência, a má distribuição de renda e miséria na cidade do Rio de Janeiro... Desde de quando fazer Estádios e/ou espaços olímpicos vão resolver os problemas de nossa terra, esses espaços luxuosos feitos com o dinheiro público servirão exclusivamente para uma minoria de atletas. O acesso da população será através de um ingresso, vendido a preços exorbitantes. Se Lula tivesse analisado as vaias, teria ouvido nas entrelinhas do brado monossílabo o seguinte recado: “o que foi que o senhor fez o com nosso dinheiro?”, “Que fria, hein presidente! Jogando bilhões pelo ralo da privada!”. Ao invés da melancolia admitida em seu próprio programa “Café com Presidente”, Lula devia ter o ouvido as vaias e dito no mesmo instante: “Não está aberto os Jogos Pan-americanos, devolvam o dinheiro do povo”, talvez naquele instante as vaias tivessem se transformando num sonoro aplauso de alívio dos diversos contribuintes que estavam nas arquibancadas. Mas isso é apenas minha versão analítica do fato. Como toda análise podem-se apresentar várias versões e o Presidente aproveitando esse momento importante, deveria tentar descobrir o porquê de tanta insatisfação de sua figura. Sejam vaias orquestradas ou não... E desse momento tirar uma lição de humildade: “o aplauso é fugaz, mas a vaia é a eterna”. Às vezes é preferível ser vaiado por uma minoria abastarda do que por todo povo pobre do Brasil!

Um comentário:

Anônimo disse...

Passei para dizer, que sentir nesse seu texto de hoje, uma sutil diferença registradas nas entrelinhas...

Será a sua mudança?
Esterei a observar e a analisar o fato nos próximos textos.

Abraços