SONETO ESCATOLÓGICO À AUGUSTO DOS ANJOS
Na minha boca movem-se anelídeos
A devorar os fluídos da morte
Nênias cantadas por cicadídeos
Que repousando por sobre meu corte.
Meu corpo inerte, acinzentado e forte
Encoberto de seres formicídeos
E dentre outros bichos sarcofagídeos
Que vêem a vida ir pro lado norte!
A alma aprisionada canta um hino
Descarnando-se da minha couraça
Um hino que me revela a desgraça
A essência de um ser humano cretino
Que a sua liberdade é a lei da mordaça
E de pendor deverás messalino!
Nenhum comentário:
Postar um comentário