terça-feira, 26 de outubro de 2010

UM ABOIO REVOLTADO

ABAIXO A DITADURA!



Grupo Teatral Levanta Favela foi impedido de realizar espetáculo na rua por um policial.



A frase que intitula esse artigo era recorrente nos tempos de ferro do que se convencionou chamar de Ditadura Militar Brasileira que resistiu de 1964 a 1985, particularmente esse período não acabou por completo. Nas ruas, nos espaços públicos e no quotidiano de milhões de brasileiros o espectro ditatorial resiste ao tempo e ressurge, sobretudo, na truculência policial para com os cidadãos de bem em pleno gozo de seus direitos constitucionais. No dia 16 de outubro de 2010, na cidade de Porto Alegre no Estado do Rio Grande do Sul, bem no espaço público conhecido por “Praça Democrática” (que merda de ironia!) a estupidez de um policial chamado por “Sargento Basso” demonstrou que chamas da ditadura ainda ardem no consciente e subconsciente das corporações policiais. Naquele dia, o grupo teatral Levanta Favela fazia uma intervenção cênica perfeitamente legal, quando a burrice do Oficial supracitado completamente despreparado impediu a continuidade do espetáculo. Um absurdo. O vídeo (publicado no youtube) por si só já diz tudo deste babaca que se diz defensor da lei.

Quando vi esse acontecimento. Não nego, fiquei pesaroso com o futuro de nós artistas que temos a rua como proscênio. O nosso teatro democrático tornou-se um estorvo para o Estado antidemocrático. Antes o comunismo, agora a arte é coisa subversiva. É uma tristeza ver cenas como essas que infelizmente não são esporádicas. Aqui em Fortaleza já houve até violência física a artistas por parte de polícias. E daqui uns dias vai haver chacinas e perseguições até que seja decretado o cerceamento da arte na rua. Mas porque e para que isso? Os políticos têm visto o poder educativo do teatro no sentido de politizar e libertar o povo das mentiras propagadas pelos meios de comunicação corrompidos. Como eu disse o teatro de rua tornou-se um estorvo, já que é quase impossível corrompê-lo.

É preciso denunciar, lutar, gritar e dizer “não” ao sistema que busca suprimir os movimentos culturais de rua!

Minhas solidariedades ao grupo teatral Levanta Favela, a indignação de vocês também é minha!


Cordialmente,

Moacir Morran

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