terça-feira, 26 de outubro de 2010

UM ABOIO

A palavra democracia, sobretudo no período eleitoral, é repetida exaustivamente em todos meios de comunicação numa progressão geométrica que se tornou um termo chulo e mote para piadas prontas. A insignificância que palavra democracia ostenta não advém das suas repetições, mas sim de sua pouca aplicabilidade na vida real brasileira. Não tentem me convencer que as nossas eleições corroboram com os princípios democráticos, isso não passa de uma mentira. Desde menino testemunhei o poder econômico sobrepondo à vontade popular e manipulando os resultados eleitorais. As elites coronelistas (ainda no poder com uma nova face) eram capazes de vender a alma para o diabo literalmente, ao ver um inimigo político no poder. E para isso valia enterrar urnas com votos válidos que beneficiavam os adversários, o voto de defuntos, a ameaça de morte aos que não votassem no partido do coronel, a persuasão aos funcionários públicos e, sobretudo a compra de voto. Quem imaginar que essas práticas não existem mais, certamente, vivem em outro país. A minha cidade, por exemplo, ainda persiste esse jeito neolítico de fazer política e não é exclusividade de meu torrão. Moro há quase 4 anos na cidade de Fortaleza (Capital Cearense) e aqui também essas práticas são corriqueiras no cenário eleitoral. Acredito que em todo Brasil isso tudo ainda esteja em moda, alguns cantos com mais e outros com menos. Mas todos têm.

A democracia é ultrajada pelos mesmos que se dizem paladinos dos princípios democráticos e políticos. Infelizmente, não podemos dizer que todos os que vencem as eleições são os escolhidos por vontade popular. Quem diz o contrário desconhece as eleições brasileiras contaminadas de abutres.

A gente ainda está muito longe de realizar uma eleição verdadeiramente limpa, sem as influências especulativas de corporações econômicas, a malandragem de uma elite politiqueira e o grande cinturão de pobreza que fragiliza uma parcela enorme de eleitores.

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