segunda-feira, 8 de março de 2010

DIÁLOGOS CORDELESCOS

Desde menino que eu sei
Como se faz poesia
Sei fazer com simetria
Aprendi como uma lei
E por isso que versei
Esse fato com tristeza
Pra mostrar a malvadeza
Que nos traz devastação
Olhe a boca-de-leão
Matando nossa riqueza.

Essa planta tão ferina
Que saiu de sua savana
De procedência africana
Para selva nordestina
Sua presença desatina
Toda nossa natureza
Tornando-se com certeza
Nosso principal vilão
Olhe a boca-de-leão
Matando nossa riqueza.

Pobre da carnaubeira
Ceifada por essa planta
Que lhe cobre como manta
Todo o corpo da palmeira
Dominando-a por inteira
Sufocando-a com frieza
Nunca vi tanta vileza
Nas quebradas do sertão
Olhe a boca-de-leão
Matando nossa riqueza.

Nenhum comentário: