quinta-feira, 18 de março de 2010

Um dedo de prosa dentro da poesia!

Aqui estou regurgitando a verbosidade do meu vazio
As sílabas sibilam aqui por dentro como pássaros parcos
Pássaros parcos que passam e adormecem no papel frio
E covardemente tiram-me o sossego, torno-me um zarco!

Trotando páginas, frases, sentenças como um anjo vadio
Naufragando nos livros e folhas malditas em grande charco
Para andejar de pés descalços um universo com meu feitio
Navegando por entre mares bravios com o meu próprio barco.

Quem ousa burlar a toda uma vida sem entregar-se a morte?
Quem ousa flutuar sob um sol causticante com asas de Ícaro?
Quem ousa mergulhar nas profundezas da terra com metáforas?

Quem não ousa é porque não buscar o exercício da leitura
Não se entregar ao amontoado de palavras em papéis
E vive simplesmente uma vidinha pela metade!

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