quarta-feira, 10 de março de 2010

Um dedo de prosa dentro da poesia!

PRAZER, SOU SER HUMANO!


Olhe meu suplício uníssono nesse tempo solstício
A esbanjar meu vício da mais pura intransigência
Atado aos tentáculos da ciência, guardiã do meretrício
Que carrego vitalício dentro da minha consciência!

Eis que sou a própria prepotência desde o início
A raiva é o meu frontispício, toda minha essência
Amante da delinqüência, meu verdadeiro ofício
Sou sacerdote do homicídio vestido de benevolência

E tu me segues como um espelho do que há de mais puro
Como a verdade que se eleva diante de tudo no mundo
Não passo da mentira pútrida aclamada no escuro!

Sou o retrato cândido do que há de mais imundo
De fraque opaco, bem penteado e calibre duro
O emblema de um estadista meramente vagabundo.

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