sábado, 26 de junho de 2010

ABOIO JAGUARUANENSE

A saudade que tenho de minha terra é como uma donzela que escreve ao amado:
Hoje abri o meu baú para olhar o vestido que guardei para o nosso encontro. Tenho tido as mesmas sensações de outrora e a saudade tem me açoitado a noite. Ainda que solidão tenha me visitado freqüentemente, aprendi com teus conselhos a ignorá-la e a certeza de nosso encontro me fortalece. Não se preocupe, guardo-me virgem assim como vestido do baú e tomo banho com lavanda e ervas silvestres de tua preferência. Onde estou aprendi prendas de casa e as de esposa, meu calcanhar de Aquiles continua sendo o guisado de carneiro que tu já sabes, mas estou melhorando. Quando nos encontrar, perceberás que meu guisado já não é o mesmo, assim como eu. Mudei. Não sei se para melhor, tu dirás. Sim, mais um segredinho, sabe aquela calcinha que tanta gostas... deixo-a todo os dias de molho na água da cidreira cozida. Saiba que te amo com todas as minhas forças. Até mais, espero-te com parcimônia.

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