sexta-feira, 18 de junho de 2010

Um dedo de prosa dentro da poesia! (Luto)

AO MEU SARAMAGO
Minha alma nauseabunda debruçar-se numa jangada de pedra
Navegando nesse mar melindroso sob uma densa treva branca
Serei eu um Caim?
Um Jesus demasiadamente humano?
Ana Carda?
Pedro Orce?
Revoada de pássaros?
Não. Não. Não!
Sou Evangelho Segundo Saramago
Sou Memorial do Convento.
As sobrancelhas pujantes do mestre estão em mim
Os olhos suaves e o semblante rútilo
A morte furta-lhe a sua presença
Mas sua pena não!
Minha alma continuará a navegar nessa jangada de pedra
Valorizando a vida e respeitando a morte
Sem deixar que nunca se crave um ponto final
NAS COISAS DO MEU SARAMAGO!

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