Ó cidade
derrama-me garganta abaixo o teu bálsamo
extraído das suas nuanças e de seus vícios
Não me amparo no puritanismo insípido
Na má-educação polida e disfarçada
Prefiro a cicuta dos templos amaldiçoados
A fumaça negra que me resseca os pulmões
Ó cidade
Enjaula-me nas suas entranhas inflexíveis
Quero ser um feto marginal
Regurgitando palavras vazias e músicas inauditas
Pouco me importa as coisas retílíneas
a perfeição lógica nos fatos irracionais da vida
Eu não sou tão somente a cidade
e a cidade não é tão somente eu
Somos gêmeos siameses que nunca tiveram juntos.
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