MINHA FOTO 3/4
Desconheço os traços de minha face
Mesmo quando as vejo no espelho hirto
Não pude medir o contorno preciso
Deste rosto híspido, torpe e sem charme
Esta fronte da qual vivo a macular
Dando-lhe definições distorcidas
Ao encará-la claramente imprimida
Num pedaço de papel retangular
Não pode ser eu nesta mísera imagem
Imbuído por uma mutação sinistra
Mostrando-se de uma forma esquisita
Um rosto fúnebre de uma visagem
Mas eu na minha realidade concreta
Não sou o que agora vejo nesta foto
Abnego a qualquer um este torpe modo
Que exagera nas minhas formas certas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário