quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

UM ABOIO

DILMA E A INDICAÇÃO DOS MINISTÉRIOS: CADÊ O VIÉS TECNICISTA?
A dança das cadeiras ministeriais começou! Entra governo e sai governo, mas a forma de indicação aos cargos dos Ministérios continua o mesmo. O poder político e em nome da governabilidade as políticas públicas do país são geridas por políticos que não tem qualificação profissional para os cargos que foram indicados. Percebe-se que as indicações dos Ministérios seguem um pragmatismo que sobrepõe os verdadeiros interesses da nação. Durante a campanha eleitoral Dilma disse e reafirmou várias vezes que as suas escolhas para os altos escalões do governo
iria ser amparado pelo viés do tecnicismo. Contudo das duas uma: ou a Dilma não está escolhendo os nomes ou ela rendeu-se a pressão partidária de sua cúpula e resolveu lotear os cargos com seus pares. A verdade é que os nomes que já foram indicados não têm o lado tecnicista e/ou de carreira como foi muito propalado em campanha. Se alguém duvida, é necessário analisar nome a nome. Talvez o único que escape essa indicação do Presidente do Banco Central, afinal o político na sua sã consciência não quer esse cargo nem banhado de ouro. Bem, vamos à análise:


·     Alexandre Tombini, economista e ocupa do cargo de Diretoria de Normas do Banco Central, conseqüentemente é um funcionário de carreira que inclusive na Gestão de Henrique Meireles o representou em diversas reuniões com a cúpula do governo. Será o Presidente do Banco Central. Como disse anteriormente, talvez o único em que se usou o critério tecnicista;
·        Alfredo Nascimento (pasmem!) é formado em Letras e Matemática, permanecerá no Ministério dos Transportes como prêmio de consolação, haja vista que perdera a eleição no Estado do Amazonas. O pobre coitado do homem ia fica desempregado. Na sua vida profissional nunca desempenhou um cargo que fosse ligado aos transportes. Na verdade ele entra no lote do PR (Partido Republicano). Cadê o tecnicismo?;


·        Antônio Palocci por razões óbvias irá ser o Ministro da Casa Civil, por ter sido o principal articulador político da Campanha de Dilma. É do lote do PT. Já era um nome cotado para o cargo. Acredito que Palocci seja uma das poucas indicações de Dilma! É formado em Medicina, talvez ele sirva para curar alguns males da governabilidade. Mas alguém viu por aí o lado tecnicista?;

·        Edilson Lobão é o “remake” daquele pseudofilme: “A volta dos que não foram!” a sua indicação (ou regresso, como preferir) ao Ministério de Minas e Energia faz parte do lote do PMDB, mais precisamente do Coronel Sarney. Lobão é jornalista e advogado que há tempos milita na política maranhense, tendo passado por inúmeros cargos políticos. Pergunto-me onde está o lado tecnicista dele, contudo Dilma deve devota de um tecnicismo subjetivo;
·        Garibaldi Alves Filho, antes de tudo, é do lote do PMDB. Pertencente a uma das famílias políticas mais tradicionais do Rio Grande do Norte, o próprio assim como pai é o retrato fiel das oligarquias nordestinas que sustentaram o coronelismo até os dias de hoje. Será o Ministro da Previdência Social (mesmo não gostando muito, será que ele queria mais?), é formado em Direito tendo carreira na área jornalística. Vamos torcer para que ele saiba pelos menos o que é um Fator Previdenciário, o seu antecessor também não sabia. Não tem nenhum conhecimento técnico na área. E tome subjetivismo de Dilma!

·        Gilberto Carvalho é do lote do Lula, será o Secretário Geral da Presidência da República, mas para quem começou na organização das agendas, da segurança e das atividades do Presidente, o Plano de Cargos e Carreiras (PCC) do Palácio do Planalto é de uma eficiência e eficácia que beiram o exagero. O que consta como formação profissional é que ele foi ex-seminarista. O tecnicismo de Dilma abrange até dissidente de formação eclesiástica;

·        Guido Mantega do lote do PT que permanecerá no Ministério da Fazenda. O italiano de Gênova, adepto do Keynes, terá que lidar com a nova fase de informatização da Receita Federal, além de racionar o processo tributário através da tal sonhada reforma tributária. Não houve também indicação tecnicista, mas sim um indicação partidária e propriamente política;



No momento paro por aqui, mas certamente irei continuar a comentar todos os indicados e demonstrando que o lado tecnicista que tanto defendeu Dilma só foi conversar boi (ou melhor, eleitor) dormir.

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