segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Um dedo de prosa dentro da poesia!

NECRODULIA ERÓGENA

O seu rosto lívido repousa na minha mente
As flores que lhe envolviam e o cheiro do incenso
Ah como eu desejava num ato de necrofilia
Arrancar-te do ataúde para uma última cópula

Mas não podia, ainda que o desejo ardesse por dentro
O jeito era contentar-me com os louvores e orações
A genitália rígida avolumando-se na calça preta
Não podia me tirar à última fagulha de juízo!

E minha cabeça ficava num eterno imaginar
Aquela língua fria encontrando-se com a minha
Como seria o sexo? Como seria o orgasmo?

Chorei e chorei copiosamente por horas
Não somente pela ausência repentina
Mas por uma vontade deverás contida!

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