sexta-feira, 1 de junho de 2007

DIÁLOGOS CORDELESCOS

GALOPE DO MEU (UNI) VERSO MALDITO (MAU DITO) – SEGUNDA PARTE

Porteira surrada de arame e mourão
Um homem tentando no sul outra vida
A casa de taipa chorando a partida
Do povo que sai de seu pobre grotão
Sanfona, zabumba, pandeiro e violão
Um cego de guia no batente a tocar
História do povo, um cordel popular
Romance, peleja, mentira e missal
Meu verso maldito é um bonito arraial
Cantando galope na beira do mar.

Cumbuca, caldeira, caneco, colher
Fogão, fogareiro, foguinho, coivara
Vontade, desejo, tesão e uma tara
Menino, menina, homem e mulher
Um barco em cruzeiro, convés e escaler
Flutuando no azul num comum navegar
Artista brincante no eterno brincar
Plantando cultura na mente do povo
Meu verso maldito é a semente do novo
Cantando galope na beira do mar.

Nenhum comentário: