segunda-feira, 18 de junho de 2007

O BAÚ DO ABOIADOR

AUTO-RETRATO

Eu sou um poço de contrariedades
A mediocridade é quem aduba
O campo cefálico de minha arte
Sou frágil, fêmea e fraca
Isso tudo alimenta
A pujança recôndita nas minhas palavras
A dor que tece dentro de mim: o orgasmo
Vivo o imperceptível palpável
No pesadelo gostoso de viver
Quero o sabor do poema inaudito!
O som do poema insípido!
Sou poeta que nunca fui
E nunca hei de ser
Só levo aqui comigo
a maldição
De me contorcer entre palavras
versos,
ações,
orações,
omissões e confissões
entre rimas ou não
na busca de dizer algo
que eu nem sei o que é...

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