segunda-feira, 18 de junho de 2007

DIVINA COMÉDIA URBANA

EU E A CIDADE, A CIDADE E EU

Segue o ritmo devasso da cidade
Como uma odalisca que se insinua
Mas um dia embriagado pela manhã
Resigno-me ao combate diário
De um ser suburbano e medíocre

Eu fumo essa cidade
Encho os pulmões com seu veneno
Seu alucinógeno mais barato
Nas minhas veias corre a cidade
Em meu peito bate a cidade
Nos meus olhos projeto a cidade
Na minha genitália, eu ejaculo a cidade

A cidade incorporou-se a minh’lma
E já nem sei quem sou
Se sou eu ou se sou a cidade?

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