terça-feira, 26 de junho de 2007

O BAÚ DO ABOIADOR

ANDRILHO SANGÜINÁRIO!
Andejo por um chão que só germina sangue. A dor tem sido o hino que mais escuto nessa jornada. Tenho pisado em pedaços de corpos, vísceras e ossos... O cheiro de carne podre aromatiza minhas paisagens. Até quando tenho que aturar essa carnificina? Até quando vão triturar os sonhos na máquina mortífera da ambição? Seja aqui, no Haiti, África ou Palestina! A paz tem sido uma metáfora fajuta presa aos discursos inúteis.

Andejo com os pés feridos, corpo ligeiramente curvado como se carregasse sob os ombros todos os pecados, mas o fado mais denso de todos tem sido o meu comodismo.

Andejo sob pontas de prego faquir. Apático. Estúpido. Perdi a medida da maldade. Perdi o senso do ridículo.

Andejo sob lâminas de sabre. Vivo o inverso das coisas, o reflexo provido do espelho sorumbático da humanidade.

Já não suporto essa jornada... tanto sangue a lavar minha alma!

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