quarta-feira, 6 de junho de 2007

DIÁLOGOS CORDELESCOS

GALOPE DO MEU (UNI) VERSO MALDITO (MAU DITO) – QUARTA PARTE

Um tacho tisnado de um bom cozinheiro
A flor do caju colorindo a paisagem
Estória assombrosa de alguma visagem
O xote invocando de um povo festeiro
Meu verso é valente, feroz pistoleiro
É a mão no gatilho quer que disparar
Coquista na roda que sabe versar
A lira cabocla do povo sofrido
Meu verso maldito é o Nordeste querido
Cantando galope na beira do mar.

A carne de sol e cebola na brasa
Manteiga da gente que feita na hora
Cabresto, viseira, chicote e espora
Penico, vasilha e caneco sem asa
Saudade que tenho do povo de casa
Menino buxudo que vive a chorar
Um lago barrento que é bom de nadar
O coro afinado da gente em vigília
Meu verso maldito é visto em Brasília
Cantando galope na beira do mar.

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