sexta-feira, 29 de junho de 2007

UM ABOIO

Vimos no dia 23/06/2007, na pauta de todos os noticiários televisivos mais um recorte trágico de nossa violência. Na madrugada de sábado do dia 23, Jovens de classe alta numa atitude de selvageria espancaram e assaltaram uma empregada doméstica, os requintes de crueldade e o perfil dos jovens indignaram a opinião pública. E leva-nos a repensar os conceitos que temos de violência. Percebe-se que a pobreza não pode ser considerada como o estopim da violência e nem as periferias o reduto de marginais. Creio que há mais bandidos alojados em condomínios do que todas as favelas reunidas do mundo. Enquanto se pensa em encurralar traficante em morro, nas zonas nobres os bandidos esbanjam luxo e zombam da nossa frágil Segurança Pública. Os crimes na sua maioria são patrocinados por grandes magnatas que lavam a dinheiro com firmas fantasmas (isso é mais velho que o finado Al Capone). Um traficante pé-de-chinelo não tem cacife para bancar as viagens áreas das drogas que, magistralmente, furam o bloqueio de nossas fronteiras.
A violência além de ser uma chaga social, configura-se como um grande prejuízo econômico. Recentes pesquisas apontam que a violência consome cerca de 5% do PIB do país, dinheiro que podia prevenir outras sérias de moléstias sociais.
Enquanto que nas ruas há uma guerra civil, os homens do Planalto insensíveis ao momento parecem abominar os suplícios da população. Vivemos tempos de barbárie, mas uma barbárie que não se limita à violência pura e simples. Vivemos a pior das barbáries: a barbárie política que vira as costas para o país e prioriza o interesse próprio e os negócios escusos. Quem diz que a miséria, a favelização, a fome e outras tantas moléstias sociais provocam a violência, eu diria mais: a corrupção e impunidade sacramentam e incentivam a violência no meio social.
Antes de se promover uma faxina sanguinária nas favelas, nos guetos e grotões, era necessário simultaneamente uma faxina nos porões de Brasília, nas zonas de luxo e nas mansões impenetráveis.

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