sexta-feira, 9 de novembro de 2007

UM ABOIO

MEU SALVE AOS PERSONAGENS DA COMÉDIA URBANA
Até para um pseudo-urbano como eu, às vezes morar na cidade grande têm seus momentos lúdicos e de completo relaxamento. Surgem diante de nossas retinas, personagens da comédia urbana que nos arranca o seu sorriso, mesmo quando ele está retido pelo stress de um fim de expediente. São figuras que sofrem do mesmo mal urbano e por vezes mais degradante, mas que num surto de ousadia distorcem o marasmo citadino, expressando uma felicidade escondida dentro da alma como um antídoto para não esmorecer diante de tantas adversidades. Eles não são poucos e estão espalhados por todos os lados. Eu, como um pescador de personagens, divirto-me com esses fulanos, fazendo os seus espetáculos por toda parte, gratuitamente. A cidade é um inferno de asfalto e concreto vestida de monóxido de carbono que ao som de seus ruídos inconvenientes, devagarzinho devora a sanidade de qualquer pessoa que se entrega ao seu ritmo e tempo. Essas figuras que se atrevem a burlar o stress e negar uma posição de marasmo são focos de resistência; verdadeiros revolucionários, cuja causa é contagia o maior números de pessoas com atrevimento de ser alegre. Num mundo completamente sem graça, sério, engravatado e cínico. A alegria passa a ser um artigo de luxo, com a vantagem de ser distribuído de graça tanto no varejo quanto no atacado, mesmo quando os sem-graça torcem seus narizes diante do comportamento desses personagens da comédia urbana, por incrível que pareça a alegria não se desfaz e nem diminui. Ai! da cidade grande que não tiver seus persongens, as suas figuras emblemáticas que entorpem as ruas com seu riso desdentado e lindo, certamente, estará fadada a um suicídio em massa.

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