terça-feira, 13 de novembro de 2007

Um dedo de prosa dentro da poesia

O meu reflexo numa água de cisterna
A minha vida trafegando no sertão
Tudo perfeito e compondo a paisagem
Foi Deus quem pintou essa imagem
Na tela móvel do meu pobre coração

Mandacarus vigiando o mormaço
E o sol a cintilar nas minhas pupilas
Meus pés a Portinari deixam risco
Na face seca de um chão arrisco
Que me banha com a sua argila.

Minha terra é tão psicodélica
Distorce o real como cera de vela
A estiagem é pintada a dedo
Sem lápis, tinta, pincel e segredo
E os olhos do meu povo são as telas.

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