quinta-feira, 11 de novembro de 2010

UM ABOIO

Crise da Contabilidade e da Auditoria Contábil: O rombo do Panamericano!



A contabilidade está na berlinda mais uma. O escândalo da inconsistência contábil nos demonstrativos da Empresa Banco Panamericano, que tem como acionista majoritário a holding Grupo Silvio Santos, ganhou manchetes nos principais jornais e telejornais do Brasil. O valor do rombo resultante da inconsistência fora de 2,5 bilhões, sendo contornado pelo empréstimo feito ao Fundo Garantidor de Crédito mediante garantia de outros patrimônios das outras 44 empresas da holding. O cerne da questão que se é imprescindível levantar não reina simplesmente nas inconsistências contábeis que via acontecendo desde 2006, segundo Luiz Sandoval presidente do Grupo Silvio Santos. É preciso transcender na questão e perguntar-se: porque as auditorias: interna e externa não perceberam a inconsistência e ressalvaram nos seus relatórios? No sítio do Estadão, na seção de Economia & Negócios, o Banco Central jogou a responsabilidade do imbróglio para as empresas de auditoria. Afinal, o Banco Panamericano opera na bolsa e possui inúmeros acionistas que tem como base de informação os relatórios administrativos e os demonstrativos contábeis. Além disso, o Banco é obrigado por determinação do Banco Central de fazer auditoria interna e externa, ressaltando-se que não é qualquer empresa de auditoria que pode fazer esse trabalho com instituição financeira. Em razão disso, por iniciativa brilhante do Senador Aloísio Mercante (PT-SP) as empresas de auditoria envolvidas diretamente e/ou indiretamente com o Banco Panamericano foram convidadas a comparecer a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, com intuito de darem explicações cabíveis sobre o rombo que passou despercebido. As empresas são: Deloitte e KPMG, ambas podem responder solidariamente com os quem praticaram a inconsistência se for provada a fraude.

Pode-se afirmar sem medo que a crise do Panamericano é também a crise das empresas de auditoria e, sobretudo da contabilidade no contexto geral. O governo tem que urgentemente agir no sentido de proteger o acionista minoritário das inconsistências, fraude com ou sem dolo, crimes nas demonstrações contábeis que são ratificadas irresponsavelmente pelas auditorias internas e externas. A contabilidade não pode ser conspurcada por empresários, executivos, contadores e auditores inescrupulosos. Acreditar-se que um controle mais rigoroso sobre a auditoria e a contabilidade das instituições financeiras, grandes empresas e conglomerados, certamente, propiciarão uma segurança sócio-financeira a nossa economia. Os cidadãos não podem ficar a mercê de abutres que se entorpecem com a possibilidade de se ganhar dinheiro fácil.

“E como futuro contador e auditor, não posso aceitar que um bando de tolos jogue a contabilidade na lama, como se fosse a ciência das fraudes e coisas escusas. A contabilidade é a ciência social que carrega no ombro o controle econômico-financeiro do mundo, extremamente essencial ao ser humano, sem ela já teríamos voltado ao tempo das cavernas”. (Moacir Ribeiro da Silva).

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