segunda-feira, 8 de novembro de 2010

UM ABOIO

ESCOLA E RAÇA: A ESCOLA TEM QUE SE PINTAR DE NEGRO, MAS ANTES DE TUDO SER COLORIDA!

                Aproxima-se mais uma Semana da Consciência Negra e com ela o velho debate da situação do negro no Brasil. Apesar de grandes transformações no campo sócio-político e, sobretudo, econômico ainda temos graves sintomas de conflitos raciais, tanto entre os negros como entre os demais brasileiros das diversas etnias. As nossas instituições políticas, religiosas, educativas e culturais carregam nos seus âmagos uma história de exclusão racial e um processo forçada de “embranquecimento” social. O negro e as diversas etnias (tidas como minoritárias) continuam sendo ligados culturalmente a miséria e a marginalidade, inclusive são economicamente injustiçados e impossibilitados de usufruir de políticas públicas comum a todos os cidadãos. Somos um país vergonhosamente injusto e categoricamente discriminatório, apesar de termos leis que pregam a igualdade racial, de gênero e religiosa. No dia-a-dia o preconceito alastra-se em todos os ambientes sociais, postergando o direito legítimo de inúmeros cidadãos que são impedidos de seus exercícios legais por causa de sua cor. Até aonde se deveria primar pelo pluralismo como primeira grandeza, ultimamente, tornou-se o ninho do nazifascismo: a escola!
                A verdade é que nunca seremos o “País do Futuro” se o nosso modelo de escola continuar da forma que está (tanto particular como público). No máximo seremos o “País sem Futuro”! (e até teria graça isso se não fosse verdade). É de conhecimento de todos que são dois os principais alicerces que moldam o perfil de um cidadão: família e escola. Se um dos dois é falho, compromete-se todo o cidadão. Essas duas instituições têm está consonantes e primar por valores que construam uma sociedade mais digna e fraterna. Nos últimos anos a violência nas escolas tem crescido vertiginosamente pelo mundo e grande parte dessa convulsão vem de diferenças raciais, mas mesmo que não fosse por este fato ainda sim seria intrigante. Como uma instituição amparada por valores estimados pela sociedade transformou-se no recinto das maiores barbaridades humanas? É no mínimo estranho se ver tais fenômenos sociais de tamanha vileza acontecerem dentro de espaço como estes. Desse fato, surgi outras perguntas: será que nosso perfil educacional é o adequado para o mundo atual? Porque há pouca diversidade racial, social, religiosa e cultural dentro da escola? Por muito tempo a escola e a sociedade fecharam os olhos para questão racial, social, religiosa e cultural, acabaram por não ensinar as gerações a conviver com a diferença. Inconscientemente, estimularam a intolerância. A televisão, o videogame, o cinema e a internet (na lacuna criada pela escola e a família) propagaram a violência boba e gratuita. O mundo todo tem se transformado em guetos raciais: negros com negros, asiáticos com asiáticos, brancos com brancos e etc. Surgiu até nesses os últimos anos um movimento (no Brasil) São Paulo para Paulistas (será que vão devolver São Paulo para os índios? os verdadeiros donos). Esses movimentos que pregam a intolerância, a soberba e imparidade seja ela racial, de gênero e/ou regional são as maiores formas e vetores de violência que podem existir. Não se trata de se dá espaço ao negro, em detrimento do branco, do índio e/ou mestiço. Na verdade tem que se ter paridade social, cultural, política e econômica para todos os segmentos étnicos.
                Agora é bom começar na escola essa transformação. Ela deve ser pintada de negro, mas não somente disso, a escola tem que ser colorida de corpo e alma, só assim a violência vai reduzir a partir do momento que nossas gerações e as vindouras aprenderem a repousar os seus ânimos no colo da tolerância.

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