segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Um dedo de prosa dentro da poesia!

Mas o que será aquilo a que chamam de vida
Será energia incutida dentro de uma carne?
Um resto qualquer de alma pura e adormecida?
O sopro frugal do Senhor Deus pelos ares?
Ó quão tormentos e pesares são o viver
Melhor mesmo é feder na crosta da necrópole
Tomar de uma vez em um gole ao entardecer
O absinto peçonhento do sangue da prole
Da prole sombria das entranhas do seu Ser.
Sou o arroto de uma noite sem dor e gemido
O crânio esquecido no terreno baldio
A foice, a faca, a bala e o pavio acendido
Início e final, sou páginas de livro!

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